terça-feira, novembro 25, 2008

Mocaiber fala por meio de nota sobre remoção de monumento da Abolição

Confira abaixo a íntegra da nota publicada hoje no jornal Folha da Manhã, pelo prefeito de Campos, Alexandre Mocaiber, sobre a remoção do conjunto de estátuas em memória da Abolição:


Prefeitura de Campos

Nota de Esclarecimento

Com relação às dúvidas e questionamentos levantados a respeito de transferência de local das esculturas em memória à abolição, vimos a público esclarecer:

Me foi passado por vários membros do Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico que o entorno (área ao redor) do Palácio da Cultura foi preservado em sua concepção original e o mesmo estava sendo totalmente dilapidado, fazendo-se necessário a sua recuperação urgente.

Construído para abrigar a Biblioteca Municipal Nilo Peçanha e os demais setores Culturais de Campos, o Palácio da Cultura, projetado pelo arquiteto Francisco Leal e com paisagismo original de Roberto Burle Marx, atualmente faz parte do rol de prédios protegidos no município.

Resgatar as características originais de seu frontispício é o primeiro passo para evitar que o trabalho de criação de tão renomado arquiteto campista continue a sofrer novas mutilações.

Um dos detalhes nesta fachada é o espelho d´água da entrada principal do prédio, originalmente perpassado por uma passarela que conduzia ao hall de entrada, assim, “recepcionando com suavidade e beleza os visitantes, que podem encontrar na tranqüilidade dos peixes ornamentais o espírito que lhe reserva o interior do prédio”.

Com o advento do Memorial da Abolição — conjunto de esculturas de rara beleza e de fundamental importância cultural — optou-se por colocá-lo em parte do espelho d`água; para isso sendo necessário aterrá-lo em mais da metade.

Embora de composição estética impecável, o conjunto interferia no projeto original, à medida que também se perdia na sua plenitude artística.

Sendo assim solicitei ao arquiteto Lucas Linhares, da Séc. Municipal de Obras, que fizesse o projeto de um monumento em área central da cidade para que as esculturas pudessem ser devidamente valorizadas.

Reservar-lhe um espaço próprio e de destaque no cenário central da cidade é a intenção. Onde havia quiosques ocupando toda a tradicional Praça do Canhão foi erguido um magistral pedestal para efetivamente valorar e dar o destaque merecido ao Memorial.

Durante o dia sua beleza será pro si só refletida. De noite receberá o reforço de iluminação artística cênica e segurança através de câmeras estrategicamente posicionadas.

Em um só ato administrativo, resgatamos a praça e a transformamos em mais um equipamento cultural, ampliando também o nosso roteiro turístico. Demos início ao resgate da originalidade da obra de Francisco Leal e Burle Marx e erguemos o Memorial a um patamar compatível com a sua magnitude.

É bom lembrar que pessoalmente avisei ao Antônio Roberto Fernandes a intenção e expliquei devidamente os motivos, no que ele concordou, bem como ao Presidente da Fundação e do Conselho de Cultura.

Ao contrário do que muitos pensam, há a certeza de que o grande e saudoso amigo e colega de turma, poeta Antônio Roberto Fernandes, de onde estiver, estará feliz em ver sua realização em local mais adequado e condizente com o seu valor.

Alexandre Mocaiber
Prefeito

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