terça-feira, julho 31, 2012

quarta-feira, julho 18, 2012

[mucufo]

Propaganda política no Facebook? A culpa é sua cara-pálida!



Já era de se esperar que o Facebook se transformasse em um aliado dos políticos e em um palanque virtual nessas eleições. Óbvio que o instrumento que ajudou Barak Obama a se eleger nos EUA, também seria útil para os políticos aqui no Brasil. A interface da rede social mais popular do planeta facilita a vida de quem quer enviar uma mensagem para o maior número possível de pessoas. Portanto, só os políticos cegos, e os que não querem usar a ferramenta, não se aproveitarão dela.
Com a liberação da propaganda eleitoral os políticos que já estavam na rede social e têm cerca de 5000 amigos em seu perfil - o máximo permitido pelo Facebook - estão aproveitando para divulgar seus números, colocar suas fotos e transformaram os santinhos de papel em santinhos virtuais. Esses pelo menos não sujam as ruas. O que eu, particularmente, acho que é saudável. Não me lembro de um lugar melhor para se travar debates - saudáveis - com seus amigos, colegas de trabalho e até com seus inimigos. O Facebook é uma arena pacífica onde a partir de uma foto, um texto, uma música, ou uma simples frase, você pode debater, conversar, trocar idéias e expressar sua opinião. Partindo dessa premissa, não há lugar melhor que o Facebook para conhecer os candidatos e cobrar deles as propostas e promessas que são postadas nesse mesmo lugar.
O Facebook não funciona exatamente como um site, ou blog, e é gratuito, então você pode esperar por uma infinidade de números e rostos desconhecidos, e conhecidos, em sua timeline, e não adianta reclamar. A culpa é sua. E no fundo, bem lá no fundo você sabe disso.
O que aparece na sua timeline, o que você lê ou compartilha, é fruto do que os seus “vizinhos”, os seus amigos, aqueles que você mesmo adicionou, ou aceitou, postam, comentam e curtem todos os dias. Quando você coloca na sua timeline aquele clip da banda que você mais gosta, a opção de clicar e assistir o vídeo é opcional. Mas quando você, que é amante dos animais, por exemplo, posta aquela foto de um cachorro abandonado com três pernas, o seu amigo, não tem opção. Ele só não vai ver se não abrir o seu perfil naquele dia, e ainda assim corre o risco de esbarrar com o seu cãozinho abandonado em uma outra oportunidade.
Aquele velho ditado: “o seu direito começa onde termina o do outro”, se aplicaria bem ao Facebook. O que parece ser uma terra de ninguém ou um território livre para a postagem de todas as suas opiniões, frases feitas e fotos de festas e baladas, na verdade não é deveria ser tão livre assim. Falta na maioria das vezes bom senso na hora de postar coisas que você não sabe se vai agradar aos seus 500 ou 5000 amigos. Afinal, você não pergunta a todos os seus amigos se eles querem ver o anúncio daquela festa na danceteria X ou na casa de pagode Y. O que dá ao seu outro amigo, o direito de postar as fotos de Nossa Senhora Aparecida, mesmo que você seja umbandista ou evangélico. Da mesma forma que aquele seu amiga pode postar em sua timeline as fotos de um homem seminu, mesmo que você não goste de ver isso.
Mas, mesmo com todos os inconvenientes, até então ninguém reclamava muito. As pessoas torciam o nariz, reclamavam um pouquinho, resmungavam, desenhavam memes engraçados, mas ficava tudo por isso mesmo. Era como atravessar a rua para ir até a padaria, passar por aquele seu vizinho chato e fingir que não o viu. Mas quando os políticos, e seus respectivos assessores, descobriram o Facebook, aí a revolta dos dândis começou. Fazer propaganda política por lá virou erro.É feio, é fail, é chato e os que mais reclamam, são os reis das festas, baladas e postagens com frases de poetas mortos e citações religiosas. Aliás o que me motivou a escrever esse texto foi que as pessoas mais chatas do Facebook foram os primeiros a reclamar das propagandas políticas. Aliás, reclamam em um tópico e no seguinte postam uma foto de Paula Fernandes anunciando o seu show. O argumento de todos os insatisfeitos é: eu não pedi e não sou obrigado a ver propagandas políticas na minha timeline. Pois é cara-pálida, acontece que você também não perguntou se seus amigos estão interessados em anúncios de festas, nas centenas de citações de Caio Fernando Abreu, naquela comemoração esfuziante do seu time do coração, ou nas crianças com o rosto deformado que insistem em dizer que o Facebook está ajudando - o que é mentira.
Então, quando reclamar das propagandas eleitorais na sua timeline, lembre-se de todas as vezes em que postou as fotos de mulheres/homens seminus, de quando compartilhou 1000 vezes o anúncio da festa electro não sei de quê, ou todas as frases de Caio Fernando Abreu que você perdeu tempo copiando. Se você não gosta de propaganda política no Facebook, eu tenho uma péssima notícia para você: isso não vai acabar e a melhor saída é tirar o plug da tomada, se isso não for possível, feche os olhos e engula como remédio amargo, afinal de contas, você também já encheu o saco de alguém e achou que não tinha nada demais.

domingo, julho 15, 2012

sábado, julho 14, 2012

domingo, julho 08, 2012

Mesas da Flip em pequenos vídeos


Em família com Zuenir Ventura, Dulce Maria Cardoso e João Anzanello Carrascoza




Flip 2012 - Mesa 11 - 07.jul.2012

Pelos olhos do outro com Ian McEwan e Jennifer Egan

Flip 2012 - Mesa 10 - 07.jul.2012

Cidade e democracia com Roberto DaMatta e Suketu Mehta
Miniatura

Flip 2012 - Mesa 08 - 06.jul.2012 

Literatura e liberdade com Adonis e Amin Maalouf


Encontro com Jonathan Franzen 

 

Flip 2012 - Mesa 07 - 06.jul.2012

Exílio e flânerie Teju Cole e Paloma Vidal

Flip 2012 - Mesa 06 - 06.jul.2012

O mundo de Shakespeare com Stephen Greenblatt e James Shapiro

Flip 2012 - Mesa Zé Kleber - 05.jul.2012

A leitura no espaço público com Silvia Castrillón e Alexandre Pimentel

Flip 2012 - Mesa 05 - 06.jul.2012

Drummond -- o poeta moderno com Antonio C. Secchin e Alcides Villaça

Flip 2012 - Mesa 03 - 05.jul.2012

Ficção e história com Javier Cercas e Juan Gabriel Vásquez

Flip 2012 - Mesa 04 - 05.jul.2012

Autoritarismo, Passado e Presente COM Luiz Eduardo Soares e Fernando Gabeira

Flip 2012 - Mesa 02 - 05.jul.2012

Apenas literatura, Enrique Vila-Matas e Alejandro Zambra.
 Miniatura

Flip 2012 - Mesa 01 - 05.jul.2012

Escritas da finitude, Altair Martins, André de Leones e Carlos de Brito e Mello

sexta-feira, julho 06, 2012

Leia artigo de Gerson Dudus sobre os 150 anos de imprensa de Macaé


Comemorar para transformar

Gerson Dudus, no Observatório da Imprensa (Íntegra aqui)

Numa terça-feira, 1º de julho de 1862, sai da tipografia de Seraphim Tavares de Oliveira Nichteroy o primeiro número do Monitor Macahense, e na sexta-feira, o número dois. Desde então, mais de 70 jornais circularam pela cidade de Macaé (RJ), alguns durando poucas edições, outros tendo uma vida longa e representativa dos anseios da população, das diatribes políticas e das transformações pelas quais a cidade passou.

O primeiro jornal da cidade seguia a linha do Partido Conservador. A partir de 1880, a imprensa macaense se envolveu com duas questões importantes: a República e o Abolicionismo. Tivemos jornais contra e a favor, como os importantes O Constitucional e O Século. Este marcou época pela combatividade e relevância: era republicano e antiescravagista.

Hoje, em 2012, a cidade conta com apenas um semanário – o Expresso Regional – e dois diários – O Debate, que existe desde o século passado (1976), e o Diário da Costa do Sol, que começou a circular no século 21. Todos têm um histórico de relações íntimas com forças políticas da cidade e da região, que os financiaram ou financiam. Disso resulta que, nestes últimos 20 anos, não tivemos um jornalismo isento, que primasse pela cobertura dos fatos respeitando e dando voz a cada um dos lados envolvidos naquilo que reporta. O jornalismo que manteve independência do poder foi feito por idealistas, como o Macaé Jornal, que surgiu na década de 1990, consciente do seu mandato social. Este tabloide prestou os serviços de fiscalização do poder e lealdade para com os cidadãos. Ele desapareceu, pressionado pelos processos movidos por políticos no poder.

Publicação original na íntegra: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed701_comemorar_para_transformar

segunda-feira, julho 02, 2012

A Campos que é maior que seus políticos


Apresentação teatral durante a inauguração do Museu,
na última sexta - Foto: Gerson Gomes / Secom PMCG 

Ainda não é muito, mas é tanto perto do nada que temos, que confesso que me emocionei durante visita ontem ao Museu Histórico de Campos dos Goytacazes, na Praça São Salvador. Há muitos e muitos anos, repórter novato, me lembro de ter entrado no prédio para fazer uma matéria sobre o abandono de documentos da antiga Câmara Municipal. Era um cenário desolador, com pilhas de atas, notas, registros se perdendo em um cômodo úmido e escuro.


Agora, ver o solar de Visconde de Araruama restaurado, e tendo ouvido do diretor Carlos Freitas que parte dos documentos — a que ainda era possível recuperar — foram levados para o Arquivo Público Municipal, faz renovar alguma esperança de que o enorme potencial histórico e turístico que temos passe a ter, finalmente, a atenção devida.

O acervo ainda é muito restrito, o café ainda está por funcionar, mas tudo isso se resolve com o tempo. O mais importante, apesar da enorme demora, é que o solar está novamente aberto e as novas gerações poderão ter contato com significativa parte da memória da cidade.

Não há informação na internet que substitua, por exemplo, o efeito que fez sobre a minha filha olhar de perto a Roda dos Expostos e saber como ela funcionava. Saiu de lá dizendo que ia falar com a professora de história dela para levar toda a turma da escola. O efeito multiplicador disso, e o senso de pertencimento que isso provoca, é notável.

Tudo isso não me faz esquecer que, numa escala de 0 a 10, não passa de 1 a nota que eu daria para o governo municipal — o atual e todos os anteriores da minha geração — no quesito preservação do patrimônio histórico e política cultural. Certamente passa de uma dezena o número de prédios históricos abandonados e tem sido muito frágil, quase nula, a ação da Prefeitura para coibir a sucessiva transformação de casas antigas, de valor histórico, em estacionamentos nas áreas do Centro e da Pelinca. Um ou outro brancaleone da estrutura municipal, como o secretário Orávio de Campos Soares, com poderes muito limitados, tenta evitar a dilapidação, mas com possibilidades muito restritas de sucesso, por absoluta falta de apoio mais contundente das esferas que realmente decidem no município.

Mas essa esperança que se renova não está na prefeitura, está na sociedade que deve pressionar os governantes. E isso, ainda que de modo muito incipiente, tenho notado fazer efeito. Creio que, até por reflexo de tantos exemplos bacanas de outras cidades — Quissamã entre elas —, os campistas estão percebendo a necessidade de preservar a memória. Temos instituições, pesquisadores e cidadãos em geral que clamam por isso. Isso há de ser mais forte e duradouro do que os danos provocados pelos maus políticos. Campos é maior do que eles.

Ricardo Salgado transforma lixo eletrônico em arte

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