domingo, janeiro 23, 2011

Dia do Quadrinho Nacional

Ilistração publicada originalmente no site UniversoHQ
Nenhum segundo caderno de nenhum jornal de Campos, e nenhum blog, exceto o mucufo, vai escrever alguma linha sobre o Dia do Quadrinho Nacional que é comemorado no dia 30 de janeiro. Desde 2007 venho lembrando aos editores que a data está se aproximando, ainda assim nada. Nem uma linha nos jornais, nem uma materiazinha xoxa na TV ou uma chamadinha no rádio. Nada. Este ano, mesmo com este apelo aqui no Urgente - já que no mucufo não adianta po$#%¨# nenhuma - estou certo de que ninguém vai falar alguma coisa. As pessoas não conhecem o quadrinho nacional e acham que a Nona Arte no Brasil se resume as revistas de Mauricio de Souza.
Espero que este ano seja diferente e que os editores percam dez minutos de seu precioso tempo para pesquisar sobre o Dia do Quadrinho Nacional no Google. Fica a dica.
Data - O dia 30 de janeiro se refere data em que Angelo Agostini escreveu e desenhou a primeira história em quadrinhos, em sequência e com um personagem fixo, no Brasil, que começou a ser publicada em 30 de janeiro de 1869. O nome dessa HQ era "As Aventuras de Nhô Quim ou Impressões de uma Viagem à Corte", que duraria nove capítulos pelo traço de Agostini. Existem interpretações e registros anteriores ao 30 de janeiro de 1869, mas o personagem Nhô Quim continua sendo uma dos mais significativos para a Nona Arte no Brasil, assim como Angelo Agostini.

quarta-feira, janeiro 12, 2011

Perâmbulâncias de férias

Pessoal, continuo sumido, desaparecido e sem paradeiro conhecido nestas férias – além de outras redundâncias. Passo rapidinho apenas para registrar umas coisitas bacanas que encontrei em Floripa:


1 – Exposição de instrumentos de tortura




A encontrei por acaso, em uma pequena casa de cultura ao lado da Catedral Metropolitana, do Círculo de Cultura Ítalo-Brasileiro de Santa Catarina. Trata-se da Mostra Internacional de Instrumentos Medievais de Turtura. Cabe em uma sala, não tem mais que 30 peças, mas impressiona assim mesmo. As que mais chamam a atenção são a “Virgem de Nuremberg” (um sarcófago) e a cadeira da inquisição. Mas, não sei bem explicar, o que me causou sensação mais estranha foi o cinto de castidade masculino.


2 – Livro gratuito no terminal de ônibus



Se não me falha a memória havia comentado sobre este projeto aqui no blog, mas agora o vi in loco no local, como diria Russo Peixeiro. Esse equipamento público aí fica no terminal de ônibus com alguns (bem poucos, é verdade) livros para o passageiro pegar, ler durante a viagem, levar para casa e, se entender o espírito da coisa, devolver. Sem cadastro, sem atendente, sem prazo, sem nada. É só abrir, pegar e levar. O projeto também aceita doações. Fica a sugestão para a Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima.



3 – A Praça XV de Novembro



Não há como um campista se deparar com a Praça XV de Novembro, a mais tradicional de Florianópolis, em frente à Catedral, e não pensar como podem estar impunes os criminosos que acabaram com a antiga Praça São Salvador. Floripa, uma capital simpática e alto astral, cem vezes mais cosmopolita que Campos, não tem dúvida em manter o ar provinciano da sua praça central. Ladeando a figueira centenária, dezenas de árvores protegem banquinhos e jardins que poderiam estar em qualquer pequena cidade brasileira. É orgulho para os habitantes da ilha e alardeada em tudo o que é guia turístico como destino imprescindível no centro histórico.



4 – O Mercado Público





Sobre esse, mesmo quem não conhece Floripa deve ter ouvido falar. Assim como ocorre em algumas outras capitais, o Mercado Público se tornou atração turística, está preservado, limpo e organizado. Uma dica: virou moda um tal Box 32 que é, de fato, bem bacana, mas no entorno há vários outros bares com preços melhores sem que seja necessário disputar uma mesa. Preferi, por exemplo, um que fica com a face para a rua, com uma bonita vista no final de tarde. Uma sugestão para a nossa brava Prefeitura: levar ao mercado de Floripa uma excursão com 50 feirantes do Mercado de Campos. Creio que ajudaria no convencimento acerca da necessidade urgente de um projeto de restauração histórica e revitalização daquela área.


5 – Centro vivo e preservado



Mesmo contando com alguns bons shoppings, Florianópolis mantém um comércio formado por lojas voltadas para rua muito forte na área central. Há muitas ruas com trânsito exclusivo para pedestres (e vi obras para novas interdições para carros) e muitas e muitas lojas em prédios com antigas fachadas preservadas.



6 – O melhor é a espera



Em Ribeirão da Ilha, praia do Sul de Florianópolis, encontrei esse ponto de ônibus que fica a uns dois metros da areia da praia, entre banquinhos e árvores de uma gostosa pracinha, e tive a impressão de que, nele, os passageiros lamentam é quando o coletivo chega.


7 – Fama que vai longe

Um dia, num bate papo de fila de caixa, um morador de Floripa me perguntou de onde eu sou. Após dizer que sou de Campos, sua reação foi imediata e espontânea: “Ah, sim, a cidade rica! Lula salvou vocês hein?” – referindo-se, claro, ao veto ao projeto de mudança na divisão dos royalties do petróleo. Ele não disse, mas depois eu fui ver: o orçamento de Florianópolis para 2011 é de R$ 1.4 bilhão (confira aqui). O de Campos é de, todos sabemos, R$ 1,9 bilhão. Vendo o que se faz lá com o dinheiro e o que se faz aqui, dá vontade de entrar no sarcófago da mostra da primeira nota e não mais sair.

Fotos: Vitor Menezes

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