quinta-feira, dezembro 30, 2004

Aí, viu?
O site da turma do Arte Independente já está no ar. Une artistas plásticos, músicos, poetas e escritores do Rio de Janeiro, Niterói e mais uma cabeçada de Campos dos Goytacazes. O objetivo do evento é o seguinte: distribuir arte; aquele que gostar de um quadro, por exemplo, assinará um termo de compromisso de não-comercialização da obra e a passará adiante quando bem entender. Performances, shows de bandas e mais uma porrada de coisas acontecerão nos próximos dias 21, 22 e 23 na rua Joaquim Silva, na Lapa, Rio de Janeiro. Só vamos torcer agora para todos saírem ilesos do ambiente.

Solidariedade
E Campos, não vai ajudar as vítimas do Tsunami não? A primeira ajuda anunciada pelos Estados Unidos teve valor equivalente a R$ 45 milhões, menor que os R$ 46 milhões empregados para reconstruir a Praça São Salvador, a chegada da cidade em Guarús e a Orla do Farol de São Thomé.

Denúncia
Não satisfeita em inserir merchandising em suas telenovelas, a Rede Globo de Televisão agora incute também mensagens jornalísticas subliminares em seus produtos ficcionais, visando audiência ainda maior em seus noticiários. Primeiro ataca com “Como uma onda”; depois “Começar de novo” e, por fim, “Senhora do destino”.

O locutor da madrugada
Comandante JR publicou conto meu lá no Patife. Olha só aqui (e antes que a as meninas Quésia F. e Simone Pedro me processem, vou logo avisando: eu NÃO sou sociólogo! Eu NÃO sou sociólogo!).

quarta-feira, dezembro 29, 2004

Já viu?
Olha que bacana o formado dessa revista literária feita pelo pessoal do Capitu.

Tá dominado
Finalmente criou-se um domínio para o site do Aglomerado Terra Plana. Vai lá no www.terraplana.org para conferir.

terça-feira, dezembro 28, 2004

Eita! Eita! Eita!
Contrariando todos os prognósticos, o urgente! chega a dois anos de existência. A marca era considerada tão improvável que nem chegou a ser lembrada aqui no último dia 22, data do primeiro post (já pedindo férias), em dezembro de 2002. Abração para todos os bravos leitores e colegas urgentistas.

[momento am]
Abração para o coleguinha Antônio Fernando, que desanca a elite campista em artigo hoje no Monitor.

segunda-feira, dezembro 27, 2004

Na Geléia
Olha aqui um desabafo sobre os problemas enfrentados para que o Fest Campos de Poesia Falada saísse em 2004.

Imagens de Interrogações
Enquanto o Olho Cru não sai da enfermaria do Ferreira Machado, olha aqui algumas fotos do nosso bravo César Ferreira.

Idéia polêmica
Em entrevista à coleguinha Flávia Ribeiro, no Monitor do último domingo, a futura secretária de educação de Campos, Elizabeth Campista, defendeu uma idéia que pareceu estranha: fechar algumas pequenas escolas e transportar os alunos, de ônibus, para outras escolas maiores. Seu argumento é o de que a integração destas crianças com outras de outros bairros ou distritos contribui para o seu desenvolvimento e ampliação de visão de mundo. Pode ser. É um bom argumento. No entanto, fica batendo aqui na minha cabeça o preconceito contra o local que pode estar embutido nisso, além do esvaziamento simbólico de determinadas comunidades. Se as suas crianças têm de deixar o local para estudar, este é o primeiro passo para rejeitar este local e, conseqüentemente, os seus laços familiares. Certamente estaremos formando adultos que não vão querer ficar no local onde nasceram — o que não é necessariamente ruim, mas não é inofensivo.

Perda
Uma escola não é apenas um lugar onde se ensinam algumas coisas a algumas crianças. É uma instituição que é uma das peças de coesão social numa determinada comunidade. Seu trabalho traz conseqüências para pais, funcionários, demais familliares, vizinhos. Seu fechamento, portanto, produz perda na formação da solidariedade (para usar um termo durkheimiano).




Propostas para a literatura
Comecei a conversar aqui sobre o que de bacana o novo governo de Campos poderia fazer pela literatura. De cara, acho que seria interessante a criação de um selo editorial local, com avaliação impessoal dos originais, metas para o ano, recursos específicos, em parceria com alguma editora de porte médio ou grande. O que você acha?

quinta-feira, dezembro 23, 2004

[momento am]
Abração e Feliz Vinho Dom Bosco para o bravo e querido Zé Henrique, que anda dando as caras aqui.

quarta-feira, dezembro 22, 2004

Fim de ano no urgente!
E o pulso, ainda pulsa.

terça-feira, dezembro 21, 2004

Alguém ainda lembra do velho livreiro?
Demorou, mas apareceu conto novo lá no sebo do Durvalino. Aqui.

segunda-feira, dezembro 20, 2004

Não ofende
Ei, você já viu no Patife o especial sobre o Encontros de Interrogação?

domingo, dezembro 19, 2004

Urgente! serviço
Olha aí o resultado do VI FestCampos de Poesia Falada, realizado ontem à noite no Palácio da Cultura:

Poesia:

Primeiro Lugar – Ele Bebe Toró
Autor: Luciano Carvalho, de São Paulo-SP

Segundo Lugar – Panis Et Circense
Autor: Antônio Roberto Góis Cavalcanti, de Campos-RJ

Terceiro Lugar – Elo Perdido
Autora: Adriana Medeiros, de Campos-RJ

Quarto Lugar – Entre Deus e Pernas
Autora: Adriana Medeiros, de Campos-RJ

Quinto Lugar – Ave-Marias
Autor: Paulo Barbosa Alves, de São Paulo-SP

Intérpretes:

Primeiro Lugar – Adriana Medeiros, de Campos-RJ
Segundo Lugar – Luciano Carvalho, de São Paulo-SP
Terceiro Lugar – Filipe Manhães, de Campos-RJ

quinta-feira, dezembro 16, 2004

Detalhes da Lapa I
Numa determinada rua há uma daquelas placas de sinal de trânsito avisando que é proibido seguir adiante – representada por uma seta apontada para o céu e sendo cortada por uma faixa vermelha. Até que um sacana, sagaz, foi no espaço em branco da placa e escreveu: “Deus não existe”.

Detalhes da Lapa II
Num botequim, próximo ao quartel general arrudiano, há uma daquelas propagandas do governo federal contra o cigarro que diz assim: “Este produto contém mais de 4 mil substâncias tóxicas”. Só que logo ao lado, colado, tem uma outra propaganda dos cigarros Shelton que complementa: “Você merece sempre mais”.

Universo paralelo
Hoje é o segundo dia da Micareta Literária no RJ, para marcar o lançamento da revista-livro Paralelos - 17 contos da nova literatura. As atividades de hoje são conversa de botequim, polêmicas e leituras com os escritores paralelos. Como tem um conto meu publicado na bagaça e eu não estou no RJ, os caros amigos Cassiano Viana e Löis Lancaster irão me representar, tanto hoje como amanhã – para isso, até rasparam a cabeça e deixaram crescer bigode e cavanhaque. E amanhã vai rolar uma festa na rua Dias Ferreira, 45 B, Leblon, onde se localiza a Livraria Dantes, contando com uma renca de DJ’s.

Mais uma
Acaba de sair do forno a nova edição da Revista Zunái.

Casa nova
João Filho execrou o Blogger.com. O malacomano agora faz parte da famiglia Cabeza Marginal. Tô falando: é tudo patife mesmo.

terça-feira, dezembro 14, 2004

Os donos da rua
O objetivo é realizar um evento de artes no Rio de Janeiro, mais precisamente na rua Joaquim Silva, na Lapa, reduto boêmio e de confluência de tribos, inclusive internacionais. Nada de burocracias ou fins comerciais; simplesmente utilizar o espaço público para veiculação gratuita de todo tipo de arte. Porém, somos logo informados que a rua tem dono, e então, ora pois, tivemos que pedir o aval dos donos, que não só apoiaram a idéia como garantiram a segurança do evento – policiais militares, como não? Se fizéssemos folders, teríamos que colocar lá “Apoio: Tráfico de Drogas do Rio de Janeiro”. Além, claro, de praticamente todos os estabelecimentos do local, coniventes e/ou reféns dos bandidos.

Os donos dos Arcos
A próxima etapa era pedir uma tomada emprestada. O espaço dos Arcos também tem dono, dessa vez não o tráfico de drogas, mas o pessoal da comunidade, sambistas, boêmios e mendigos, que cuidam do ponto (disputadíssimo entre os artistas de rua) para que sejam realizadas, noite-após-noite, as rodas de samba do bloco das Carmelitas e demais agregados. Sem problemas; “temos diversas tomadas 0800 mermão. A gente marca direitinho, é só se achegar”.

Dependência ou morte?
Um dos integrantes do projeto recuou. “Não quero ser conivente com a situação que aí está. Quero me manter neutro. Se tivesse que negociar com os policiais seria a mesma coisa. Além do mais, essa rua está muito violenta. Procurem outra”. O problema então foi: qual?, qual rua seria totalmente livre do assédio e interferência do Tráfico e da conivência do poder público? Qual arte é capaz de ser totalmente independente, seja do assédio publicitário ou dos narcotraficantes? Pior: se for para se render a tudo que consente com a bandidagem (seja ela qual for), o que sobreviverá? No fim das contas, o cara acabou reconsiderando a decisão.

Regurgigoogle
Para mascar Google, clique aqui. (Parece coisa do pessoal do Cocadaboa, mas, se for, é até legal. Trata-se de uma tentativa de simplificação das inúmeras funções ocultas do Google.)

Bum!
Aristides Soffiati arrebenta em seu último artigo, onde analisa a crise ambiental da atualidade, classificando-a como a primeira que ao mesmo tempo é planetária e antrópica. E manda também um conceito sobre ser ecocidadão. É mais ou menos uma sugestão para o que pode vir a ser os “Oito Mandamentos” quando o mundo chegar ao fim. Diz ele:

Ser ecocidadão implica em:
1- Trabalhar para que todos os humanos tenham direitos civis, políticos e sociais.
2- Respeitar a individualidade, a diferença e a subjetividade do outro, seja ele quem for.
3- Batalhar para a construção da democracia, respeitando as diferenças culturais.
4- Respeitar a diversidade cultural dos povos, assegurando, juntamente com eles, o direito de manter e perpetuar sua cultura.
5- Propugnar por um contrato natural em que os ecossistemas e os seres vivos tenham direito à vida e à perpetuação de suas respectivas espécies, buscando o ser humano inserir-se no contexto ecossistêmico.
6- Restaurar e revitalizar os ecossistemas para recuperar o equilíbrio perdido.
7- Empenhar-se na busca de uma nova aliança que assegure a todos os seres vivos e aos ecossistemas integridade, dignidade e direitos intrínsecos.
8- Cultivar a espiritualidade, mesmo que ela não perpasse as confissões religiosas existentes.

domingo, dezembro 12, 2004

Na rede
Clique aqui para ver o especial sobre o bar do Assis, com contos do Aglomerado Terra Plana, que a dona Simone Pedro (palmas para ela, gente!) acabou de colocar no ar.

Nas bancas
Corre até à banca pra comprar O Dia de hoje. Tem matéria do nosso bravo colega Álvaro Marcos sobre o Aglomerado Terra Plana. Está com preguiça? Então clique aqui.

sexta-feira, dezembro 10, 2004

Mais um secretário
O prefeito eleito Carlos Alberto Campista já escolheu o novo secretário de Obras. Arquiteto, ele ocupa hoje cargo importante na prefeitura, mas seu nome ainda não foi anunciado por se tratar justamente de uma pasta delicada na engrenagem pública. No encontro entre os dois, na casa de Campista há seis dias, o novo prefeito deu a seguinte ordem: "Austeridade, meu caro, austeridade".

quarta-feira, dezembro 08, 2004

No ar...
Está no ar o site com o Trabalho de Conclusão de Curso de Felipe Sáles, Klênio da Costa e Renata Lourenço, que no último dia 26 recebeu honroso 10 de Vitor Menezes, digo, da banca examinadora na Faculdade de Filosofia de Campos. Como quase ninguém é louco de ler essa porra toda, gostaria que detivessem especial atenção ao Jornal, digo, à Revista, ou melhor, ao Suplemento Especial que nomeamos de Entrelinhas. O sociólogo, jornalista, diagramador e escoteiro mirim, Klênio Dá Costa, realmente caprichou no trabalho, fruto de um levantamento inédito na região (!) sobre o submundo do sexo em Campos, contado, claro, narrativamente. Os leitores do Urgente! já sabiam que na Prefeitura de Campos rola muita sacanagem, mas só os leitores do Entrelinhas sabem até que ponto vai a sacanagem naquele antro. Há-há. A visita vale também uma olhada nos nossos agradecimentos, que daquela forma foram parar nas mãos da banca examinadora, numa tentativa canalha – porém frutífera, como se viu – de despertar empatia em um dos jurados. A exceção dos agradecimentos, devidamente corrigida na versão on line, ficou por conta da digníssima homenagem ao bar e boate Play Man. Enfim. Visitem porra! Deu um trabalho fudido. Ah, sim. Aqui.

Ah, o Império...
Curiosos menos preguiçosos que quiserem se inteirar do assunto Jornalismo Narrativo poderão ter acesso, no site comentado acima na seção “Textos”, aos dois artigos elaborados por mim e por Klenio que serão apresentados no X Simpósio de Pesquisa em Comunicação da Região Sudeste, hoje, na Uerj. Por lá estará também nosso orientador, professor e amigo Gerson Dudus, com o trabalho “Miríade e multidão: Serres, Negri e a Poética da Comunicação”, proveniente de seu mestrado na UFRJ mês passado com uma mais que honrosa nota 10.

terça-feira, dezembro 07, 2004

[momento am]
Abração para o caro João Cândido Ventura (João Sucubu para os não íntimos), mais um da terra plana que se aventura em cometer literatura em blog. Olha aqui.

segunda-feira, dezembro 06, 2004

De bandeja
Matéria que ocupou três páginas do Globo neste domingo, sobre a farra dos royalties em Campos e região, foi amplamente subsidiada por informações da Ong Cidade 21 e pelo pesquisador especialista no tema, Rodrigo Serra, da UCAM. Nenhuma das duas fontes, no entanto, foi citada.

Enquete urgente!
Diz aí o que você achou da decoração de Natal feita pela Prefeitura de Campos:

a) Natal, que Natal?
b) Decoração, que decoração?
c) Prefeitura, que prefeitura?
d) Campos, que Campos?
e) Não respondo a enquetes, tenho mais o que fazer.

[momento am]
Abração para a coleguinha Flávia Ribeiro, do Monitor, que também é chegada a um ócio criativo. Olha só aqui.

sábado, dezembro 04, 2004

Copa da Maconha
Jornalismo Gonzo com o pé no freio. Tem gente que vai para Amsterdã avaliar níveis de THC, qualidade de seda, cachimbo, etc., fuma maconha de todas as partes do mundo e são pagos por isso. E ainda acham tudo muito bonito. Arthur Veríssimo já cobriu essa pauta para a Trip, só que, como gonzo jornalista, foi obrigado a provar todas as ervas, coitado. E o mais incrível: lembrou-se de tudo para nos contar depois. Agora, nessa matéria, uma repórter sóbria dá a sua visão das coisas que acontecem nesse campeonato. Aqui.

Syará
Dois indivíduos chegam numa dessas lanchonetes ambulantes num momento em que o sol surge com suas inconveniências. Levemente alterados e com o estômago rugindo, efeito de generosas colheres de Biotônico Fontoura ingeridas pela manhã. Um deles pede um X-Tudo. O outro, curioso em aproveitar ao máximo os ingredientes do cardápio, pergunta qual a diferença do X-Tudo para o Egg-X-Tudo. “O Egg não tem ovo”, responde o nordestino recém-chegado em terras cariocas. “Como o Egg não tem ovo?! Egg é ovo porra!, como um Egg-X-Tudo não vem com ovo?!”. “Desculpe, senhor, mas foi o que meu tio me disse...”. O tio chega, desculpando-se, explicando que o garoto tinha acabado de chegar do Ceará, ainda não sabia das coisas. Revoltado, o cliente responde: “Ah, porra... o cara não sabe inglês mermão, como é que quer trabalhar em lanchonete... Ta, esquece. Me vê um hot-dog. Cachorro-quente, OK?!”.

quarta-feira, dezembro 01, 2004

Desligue a TV e vai ler um livro
Bacana a campanha que a MTV tem feito há duas semanas. De repente, pára a programação e surge uma tela preta com a frase: “Desligue a televisão e vá ler um livro”, acompanhado de um som renitente que, se não atinge o objetivo principal, no mínimo faz o telespectador mudar de canal, já que a propaganda (?) mantém-se no ar por cerca de 15 minutos (!!!). Seria sonhar demais se num determinado dia do ano todas as emissoras fizessem isso por alguns segundos.

Para Oviedo e Rimet

Taí o texto que não consegui linkar:

Lula planeja oásis no NE para conter os migrantes
Raymond Collit (do Financial Times)
Em Salgueiro (PE)


Após oito horas de trabalho intenso sob o sol escaldante, Manuel Souza dos Santos, de 13 anos, estava desesperado por um copo d'água para umedecer os seus lábios rachados e tirar a poeira da boca. Nesta remota cidade do Sertão - a vasta e árida região de savana no nordeste do Brasil -, ele só tem como opções consumir a água salgada de um poço ou um líquido lamacento e esverdeado de um lago quase seco.

Há meio século, as mesmas condições difíceis de vida levaram Luiz Inácio Lula da Silva a abandonar esta região desértica em uma jornada épica de 13 dias até São Paulo, na carroceria de um caminhão.

Ele foi um dos milhões de indivíduos da área que fugiram de suas cidades: atualmente esses migrantes representam pelo menos um terço dos cerca de 18 milhões de habitantes da região metropolitana de São Paulo.

Agora, como presidente do Brasil, ele planeja contribuir para acabar com um dos maiores movimentos migratórios do mundo, construindo centenas de quilômetros de canais para levar água à região a partir do rio São Francisco, que tem 2.800 quilômetros de extensão.

O projeto oficial - o maior do mandato de quatro anos de Lula - deverá ser licitado em janeiro. O presidente defende o astronômico custo de R$ 4,5 bilhões, argumentando que o preço pago por não se fazer a obra seria ainda maior.

De fato, em 1998 o governo gastou US$ 2 bilhões com as vítimas da seca. E, acima de tudo, o presidente diz que se trata de "um projeto humanitário".

A motivação do presidente é não só pessoal, mas também política. De olho na reeleição em 2006, ele pretende dar mais ênfase aos seus programas sociais, incluindo um, até agora fraco, projeto de erradicação da fome, que seria a bandeira da sua administração.

A idéia de utilizar a água do Rio São Francisco foi proposta pela primeira vez pelo imperador Dom Pedro 2º, em 1847. De acordo com a proposta atual, a água será bombeada para dois canais ao norte e a leste do rio, com extensões de 402 km e 220 km, respectivamente.

Cada um desses canais alimentará represas e cursos d'água já existentes, que, por sua vez, abastecerão cidades, vilas e propriedades rurais. No papel o projeto promete benefícios substanciais. Ele fornecerá água para pessoas que moram em cidades e vilas e irrigará 47 mil hectares de terra fértil, gerando até 200 mil empregos.

Atualmente, os açudes e canais de distribuição existentes operam bem aquém da capacidade devido a chuvas insuficientes e muito irregulares, à falta de rios perenes e a uma taxa de evaporação de 75%. As pessoas que vivem nos locais onde serão construídos novos canais e reservatórios receberão indenizações e serão transferidas para outros locais.

Elas poderão optar pela compensação monetária ou pelo recebimento de uma casa e de um pedaço de terra nas chamadas "vilas produtivas", que deverão ser irrigadas por canais. Embora muitos se preocupem com o aspecto das futuras casas, a maioria dos fazendeiros e moradores ao longo dos cursos d'água planejados vê a idéia, a princípio, com simpatia.

"Aqui, água é vida: sem ela não fazemos nada", explica Edmundo Rodrigues, pequeno agricultor que mora 50 km ao norte da cidade de salgueiro. Existem preocupações de ordem ambiental, embora algumas delas, tais como a possibilidade de que o Rio São Francisco seque, sejam exageradas.

O projeto utilizará apenas 1,5% do volume d'água total do rio. Outro problema é o impacto potencial da migração dos peixes sobre a biodiversidade da região. O projeto, na verdade, promete promover um longamente adiado trabalho de limpeza e dragagem do rio, que deixou de ser navegável em certas partes devido ao assoreamento causado pela construção de represas e pelo desmatamento ao longo de suas margens.

Mas há outros riscos. Um deles é que não existem garantias de que um sucessor de Lula venha a completar o projeto, condenando-o ao mesmo destino que tiveram vários elefantes brancos abandonados na região.

A construção de tubulações de distribuição que levariam água às pequenas cidades dependerá grandemente dos governos estaduais, que podem não contar com verbas ou desejo para realizar o projeto, especialmente naqueles Estados governados por partidos de oposição.

Bombear água através de um ambiente semidesértico é algo como transportar ouro nos dias do Velho Oeste e pode se constituir no maior dos desafios para as autoridades. A tubulação que leva água a Salgueiro possui tantas conexões ilegais que a água freqüentemente deixa de chegar à cidade. "A água sai das torneiras dia sim dia não", diz Maria José, que vende milho na praça principal.

Embora o governo insista que a autorização para o consumo de água em pequena escala seja uma mera formalidade, alguns moradores temem que empecilhos burocráticos e políticos possam favorecer os influentes.

"Isso pode se transformar em uma ferrovia de alta velocidade sem estações de parada do trem", alerta Gerlândia Vieira de Moraes, secretária do sindicato dos trabalhadores rurais da cidade de São José de Piranhas, no Estado da Paraíba. "O que nos garante que teremos acesso à água?".

Essas e outras questões determinarão se Lula será capaz de afirmar que modificou a vida no Sertão. "Sonho com os nordestinos indo a São Paulo não para lutar pela sobrevivência, mas como turistas", diz Gerlândia.

Tradução: Danilo Fonseca

terça-feira, novembro 30, 2004

A falta que um terrorista faz a uma nação
Sem lenço nem documento, penetrei na sede da Rede Globo de Televisão junto dos cinco sorteados da turma do 8º período de jornalismo para uma visita ao Jornal Nacional. Tendo Wellington Cordeiro como responsável, imagina-se como foi a visita. O fotógrafo, aliás, entrou com uma imensa bolsa, sem ser revistado ou passar por qualquer detector de metais, passeando inclusive por inabitadas instalações da rede de energia. Sem falar que quase não existem câmeras de segurança – ou estão muito bem escondidas –, e que a Rede Globo é encostada a dois prédios residenciais bem próximos de suas gigantescas antenas de transmissão. Há outros magníficos exemplos de falta de segurança, como colar chiclete na cadeira de reuniões (e se tivesse um microfone sem-fio?!) e sair da cantina sem pagar (como é possível em meio a tantos mercenários?!). Mas, imagina um guri encapetado jogando uma bomba do alto do prédio vizinho, às 20h?! Ou um gótico de tendências suicidas, munido de um canivete, sacando a arma enquanto fingia assistir às gravações e exigindo que o colocassem no ar?! A sorte do Império Globo de Comunicações foi que esqueci o meu em casa, senão...

Corporativismo
A gente sabe que o corporativismo existe em todos os âmbitos, mas numa empresa do porte da Rede Globo pode-se até esperar que isso seja um pouco mais ameno. Só que, coincidentemente, todos com quem conversei tinham algum parente de primeiro grau no rol de ex-funcionários. Não à toa, ora pois, na prova de dinâmica de grupo da Globo há a pergunta: “Você tem algum parente que trabalha ou já trabalhou conosco?”. Fazendo carreira, e principalmente, sendo fiel no melhor estilo Grandfather, parece ser a melhor garantia da hereditariedade de um cargo. Mais vitalício que emprego público. O bom para a Globo é que essas pessoas realmente incorporam o bordão e brilham os olhos ao reluzir do plim-plim.

Filho do Nordeste
O menino que saiu do Nordeste num pau-de-arara em direção a São Paulo, hoje Presidente da República, símbolo da classe trabalhadora e de milhões de miseráveis deste país, pretende marcar seu governo com um ousado e polêmico projeto. Mudanças sociais e oportunidades de desenvolvimento são as grandes justificativas. Porém, há uma pedra no caminho: a questão ambiental. E aí? O Greenpeace, que anda simpático ao governo federal, principalmente por causa da Ministra Marina Silva, não falou nada até agora.

sábado, novembro 27, 2004

Só me faltava essa...
Lançado novo concurso no Assis: Troféu Pelicano (seu papo é um saco).

sexta-feira, novembro 26, 2004

Fotógrafo onipresente
Olha aqui no Patife algumas fotos feitas por César Ferreira lá no Encontro de Interrogações.

quinta-feira, novembro 25, 2004

Olho cru
César Ferreira renasce em blog. E bem pra... Confira aqui.

Artur Press informa
Olha aí a lista com as 60 poesias selecionadas para o VI FestCampos de Poesia Falada, que acontece nos dias 16, 17 e 18, às 20h230, no Palácio da Cultura (Campos-RJ):

1. Panis et Circense – Antônio Roberto Góis Cavalcanti – campos.rj
2. Simbiótica – Antônio Roberto Góis Cavalcanti – campos.rj
3. Bebo a Cidade – José Geraldo Neres – santo andré.sp
4. Desáfrica – Lúcia Regina Borges Ferreira – rio de janeiro.rj
5. Botando pra Fora – Gustavo Landim Soffiati – campos.rj
6. Guerra Coagulada – Manuela Siqueira – campos.rj
7. Tempestade – José Geraldo Neres – santo andré.sp
8. Marco – Delayne Brasil – rio de janeiro.rj
9. Entre Deuses e Pernas – Adriana Medeiros – campos.rj
10. Elo Perdido – Adriana Medeiros – campos.rj
11. Cazuzismo – Ricardo Luiz Thomé – rio de janeiro.rj
12. Cozido – Elvé Monteiro de Castro – rio de janeiro.rj
13. Mar Aberto – Fernanda Huguenin – campos.rj
14. Preamar – Helena Ortiz – rio de janeiro.rj
15. Diagnóstico – Helena Ortiz – rio de janeiro.rj
16. Noturno – Helena Ortiz – rio de janeiro.rj
17. Amazoníades – Mano Melo – rio de janeiro.rj
18. Ode à Tropicália – Laura Esteves – rio de janeiro.rj
19. Labirintos – Emanuel Medeiros – brasília.df
20. Bobo da Corte – Lau Siqueira – joão pessoa.pb
21. O Ladrilho – Tércia Montenegro – fortaleza-ce
22. Os Búfalos – Márcio David da Cruz – curitiba.pr
23. Ele Bebe Toró – Luciano Carvalho – são paulo.sp
24. O Milagre do Pão – Sérgio Augusto Bastos – rio de janeiro.rj
25. Minotauro – Luciano Carvalho – são paulo.sp
26. Poética – Igor Fagundes – rio de janeiro.rj
27. Por Um Gêneses do Horizonte – Igor Fagundes – rio de janeiro.rj
28. Certas Respostas – Tanussi Cardoso – rio de janeiro.rj
29. Essa Terra, Essa Gente – Hélio Coelho – campos.rj
30. Páginas de Diário – Flávia Savary – teresópolis.rj
31. Poema I – Neuaci da Silva Paiva – dianópolis-.to
32. Poema II – Neuaci da Silva Paiva – dianópolis.to
33. Estado de Guerra – Flávio Machado – rio de janeiro.rj
34. As Árvores de Pedra – Luiz de Moura Azevedo – são paulo.sp
35. Herdeiros de Ícaro – Ângela Cristina Guimarães – rio de janeiro.rj
36. Ciuminho Básico – Ana Elisa Ribeiro – belo horizonte.mg
37. Líquida – Ângela Cristina Guimarães – rio de janeiro.rj
38. Meninos São Meninos – Carlos Gildemar Pontes – joão pessoa.pb
39. O Boi Domingos Pellegrini Jr. – Londrina-pr
40. Carretel Laranja – Marianna Cersosimo – rio de janeiro.rj
41. Poema sem título – Marianna Cersosimo – rio de janeiro.rj
42. Lagos Imaginários – Fabiano Calixto – santo andré.sp
43. Faz Frio Ou Rua da Saudade – Fabiano Calixto – santo andré.sp
44. Ave Marias – Paulo Barbosa Alves – campos.rj
45. Oceano de Lágrimas – Rodolfo Muanis – rio de janeiro.rj
46. Paixão sobre o Arame na pedra da Baía – Rodolfo Muanis –
rio de janeiro.rj
47. Angústia – Rodolfo Munais – rio de janeiro.rj
48. Louco de Pedra – Silvio Ribeiro de Castro – rio de janeiro.rj
49. Quando o Amor Acaba – Silvio Ribeiro de Castro – rio de janeiro.rj
50. Ao hóspede do hospício – Juliete Oliveria – dianópolis.to
51. Um Redemoinho Trama com o Destino – Juliete Oliveira – dianópolis-to
52. As Flores Mallarmaicas – Lau Siqueira – joão pessoa.pb
53. Amansadores de Ventos – Carlos Augusto da Luz – foz do iguaçu.pr
54. Em Memória da Estrada – Marcus Vinicius Quiroga – rio de janeiro.rj
55. O Tênue Fio do Tempo – Tanussi Cardoso – rio de janeiro.rj
56. Estudo Para aleijadinho – Marcus Vinicius Quiroga – rio de janeiro.rj
57. Bestas Metáforas – Rosa Born – rio de janeiro.rj
58. Carta de suicídio da menina do 19 andar – Diana de Hollanda – rio de janeiro.rj
59. Poema de Um Qualquer – Diana de Hollanda – rio de janeiro.rj
60. Recheio – Delayne Brasil – rio de janeiro.rj

quarta-feira, novembro 24, 2004

Vale um flash
Tô correndo e agora não vai dar. Mas guarde esse cupom para me cobrar depois uma nota com mais informações sobre o que aconteceu no Encontro de Interrogações, em SP. Foi bom praca. Enquanto isso, veja a cobertura do Patife.

De passagem
Ah, gente, esqueci de avisar que tem conto novo lá no sebo do Durvalino. Bem aqui.

terça-feira, novembro 23, 2004

Outras dos demais membros da mesa:

Edson Cruz, editor do site Capitu: “A internet em si não cria nada”.

Augusto Sales, do Paralelos: “Publica-se na internet pela falta de alternativa”

Cristiane Costa, do Portal Literal: “Vamos chegar em um tempo em que não será necessária a mediação do jornalista”.

Edson Fróes, editor do Popbox: “Se fosse tudo absurdamente novidade a gente não ia conseguir fazer”.

Pela internet
Mesa agora pela manhã no Encontros de Interrogação, que o Itaú Cultural promove desde ontem em São Paulo, discutiu a nova literatura que vem da internet. Ana Elisa Ribeiro, do Patife, quebrou o gelo e deu o tom da prosa seguinte com a sua primeira intervenção. A poeta mineira rolou a bola com uma frase de efeito: a nova literatura não vem da internet ou na internet. Ela vem pela internet. O jogo de palavras acabou por nortear o debate. Quase todo mundo destacando a internet como ferramenta, e não como fim.

segunda-feira, novembro 22, 2004

Algo se move
Está no forno uma nova ONG em Campos. É o Instarte (Instituto de Artes de Campos dos Goytacazes). Vai reunir gente da música, das artes plásticas, da literatura, da dança, do teatro, do audiovisual, entre outros trecos. A idéia é pressionar o poder público e a iniciativa privada em favor de projetos culturais. A primeira bandeira é a pela vinda do Centro de Artes da Uff para a cidade. Nesta quarta, às 19h, a Ong se reúne no Palácio da Cultura. Nos dias 9 e 10 de dezembro acontece um Fórum para discutir um plano de metas para o Instarte.

Vou logo avisando
Tem um tempão que as imagens do blog não aparecem. E eu não tenho nada a ver com isso!

Tempo real
Veja a cobertura do Encontro de Interrogações, do Itaú Cultural em SP, no Patife.

Eita! Eita! Eita!
Olha aí o resultado do Concurso Nacional de Contos José Cândido de Carvalho 2004, com o nosso bravo urgentista e terraplanista Jorge Rocha em terceiro lugar, o único campista da lista. Notícia boa praca! Toda a renda será destinada a fraldas para o Eduardo e cerveja para os amigos. As minhas, cobrarei pessoalmente amanhã.
Veja o resultado divulgado pela Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima:

Primeiro Lugar: O Silêncio das Xícaras – Diana de Hollanda (rio de janeiro-rj)
Segundo Lugar: O Barato de ser Barata – O Exercício Kafikaniano de J.B. – Álvaro Rogério Goulart (petrópolis-rj)
Terceiro Lugar: Não Falarás – Jorge Rocha (campos-rj)
Quarto Lugar – Quando O Verde dos Teus Olhos – José Geraldo Neres (santo andré-sp)
Quinto Lugar – Hospício Moinho de Ventos – Neuaci da Silva Paiva (dianópolis-to)

Como diria o próprio: o império se expande!

sábado, novembro 20, 2004

Agora vai
Artur Gomes manda avisar que a lista dos 60 classificados para o Fest Campos de Poesia Falada (de 16 a 18 de dezembro, 20h, na Fundação Cultural) e o resultado do XIV Concurso Nacional de Contos José Cândido de Carvalho saem nesta terça, 23.

Eita!
Patife agora tem blog. Confira aqui.

BR 101
Pedágio já! Duplicação daqui a 18 anos. Veja nota da Cidade 21.

sexta-feira, novembro 19, 2004

Control C Control V
Essa foi demais!!! Vejam só o que aconteceu com Roberto Moraes.

quinta-feira, novembro 18, 2004

Extra! Extra!
Rapaz, e não é que João Paulo Arruda foi chamado de "bom filho" e "simpático" por alguém! Olha só isso!

Isso!
Eu aqui, cansado, entediado, e me deparo com uma placa que diz "nós instalamos o seu gás". Era tudo o que eu precisava.

[momento am]
Abraço para Marcelle Louback, que, de acordo com a Agência Simone Pedro Press, está gravidíssima.

Política para a Literatura
Uma moçada boa está se movimentando para pressionar o Ministério da Cultura para criar políticas públicas de estímulo à produção literária nos programas voltados para a leitura e criação de blibliotecas. Um manifesto foi preparado para ser enviado ao ministro Gilberto Gil. É longo, mas leitura obrigatória para todos os que têm interesse na área. Confira:

TEMOS FOME DE LITERATURA

Exmo Sr. Gilberto GilMinistro da Cultura do Brasil
Exmo Sr.
Galeno Amorim
Coordenador do Programa Nacional do Livro, Leitura e Bibliotecas

Temos acompanhado com interesse, entusiasmo e atenção as iniciativas do Ministério da Cultura para a criação de uma Política Nacional voltada para o Livro, a Leitura e as Bibliotecas. As discussões públicas sobre o assunto e a abertura da equipe ministerial para ouvir a sociedade civil são realmente louváveis e estimulantes para os que participam da cadeia produtiva da literatura e do livro e para todos os interessados. Sobretudo em um país em que se lê pouco — muito embora tenha uma produção literária de altíssima qualidade —, esses esforços se fazem necessários e urgentes. Como escritores, poetas e ensaístas, manifestamos nosso desejo e nosso interesse de contribuir nesse processo de discussão para o estabelecimento de políticas públicas o mais abrangente possível, que inclua todos os segmentos da cadeia produtiva da literatura e do livro.
No ABC da Literatura, entusiasmada e brilhante defesa da criação artística, poética e literária, o poeta Ezra Pound afirma: "Uma Nação que negligencia as percepções de seus artistas entra em declínio. Depois de um certo tempo ela cessa de agir e apenas sobrevive." Não é preciso gastar tinta para evidenciar o papel fundamental da criação literária e poética no grande caldo vivo e orgânico que forma a arte e a cultura de um país. Também não é difícil perceber que, quando as condições para a criação e a circulação da arte e da cultura sofrem um processo de estrangulamento, logo se nota um empobrecimento das relações humanas. Daí para o desencanto, a paralisia e, em grau mais acentuado, a barbárie, são apenas alguns passos. Largos, por sinal.
Escritores e poetas são, como todos sabem, os artífices principais da criação literária. Sem eles, não existem os livros, nem a indústria editorial, nem as bibliotecas, nem os leitores. Paradoxalmente, são também o segmento menos profissionalizado do setor. Profissionalizado, não no sentido da excelência de sua arte, mas na possibilidade de sobrevivência através de seu próprio trabalho criativo. Como também é do conhecimento de todos, muitos criadores literários, além de não contarem com nenhum, ou quase nenhum incentivo público, ainda assumem as despesas de edição de suas obras com recursos próprios, ou, como dizia o compositor Itamar Assumpção: As Próprias Custas S/A. É, portanto, um segmento carente de políticas públicas que fomentem, incentivem e criem condições objetivas para o desenvolvimento de seu trabalho criativo.
Em que pese todo o esforço do Ministério da Cultura em desenvolver políticas públicas para o setor ligado ao livro, temos percebido, com preocupação e desapontamento, a não inclusão, com maior ênfase e clareza, da criação literária nessas políticas. Notamos que a palavra Literatura jamais está incluída nas políticas para o livro, a leitura e as bibliotecas. Não se trata de uma simples questão semântica ou de nomenclatura. Trata-se, sim, da necessidade de Políticas Públicas de Fomento à Criação Literária. Trata-se, sim, do entendimento profundo de que, da mesma forma que o Brasil tem fome de livros, os escritores têm fome de políticas públicas para a literatura. Sem essa consciência, as políticas nacionais, estaduais ou municipais serão necessariamente incompletas.
Tendo em vista essas condições e o esforço da equipe ministerial em pensar e implementar medidas de desenvolvimento para o setor, decidimos tornar públicas, e trazer aos representantes do Ministério da Cultura, as seguintes reivindicações:

1) Inclusão do termo LITERATURA nos programas, leis, conselhos e câmaras setoriais relacionados ao livro, leitura e bibliotecas, que estão sendo propostos pelo Ministério da Cultura. Desta forma, teríamos o Programa Nacional da Literatura, do Livro, Leitura e Bibliotecas, a Lei da Literatura, do Livro, Leitura e Bibliotecas, o Conselho Nacional da Literatura, do Livro, Leitura e Bibliotecas e a Câmara Setorial da Literatura, do Livro, Leitura e Bibliotecas;

2) Inclusão de artigo na Lei da Literatura, do Livro, Leitura e Bibliotecas criando o Fundo Nacional da Literatura, Leitura e Bibliotecas, com 30% das verbas destinadas diretamente ao Fomento à Criação e Circulação Literária e os outros 70% ao fomento à Leitura e Bibliotecas;

3) Inclusão do termo FOMENTO À CRIAÇÃO LITERÁRIA no § 2º do Artigo 1° da Lei da Literatura, do Livro, Leitura e Bibliotecas, ficando com a seguinte redação:
“§ 2º . A Política Nacional da Literatura, do Livro, Leitura e Bibliotecas objetivará a instrumentalização da implantação e o desenvolvimento da indústria editorial e o fomento à criação literária como bases de afirmação da nacionalidade e da cultura brasileira, com papel estratégico relevante na difusão e permanência da língua, das artes, da ciência e dos valores pátrios.”

4) Criação de um Programa de Compra Direta de Livros do próprio autor, tendo em vista o fato de grande parte da produção literária brasileira – sobretudo a poesia – ser publicada, ainda hoje, às expensas dos próprios autores. A proposta tem inspiração no Programa de Compra Direta de Alimentos da Agricultura Familiar, fruto de uma parceria dos ministérios do Desenvolvimento Agrário, de Segurança Alimentar e Combate à Fome e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, com o objetivo de garantir renda aos agricultores familiares e assentados da reforma agrária, além de abastecer os estoques reguladores do governo;

5) Criação da Sub-Câmara Setorial de Fomento à Criação Literária, na Câmara Setorial da Literatura, do Livro, Leitura e Bibliotecas. Esta Subcâmara seria formada preferencialmente por escritores, poetas e ensaístas e representantes do Ministério da Cultura.
Como parte do esforço para contribuirmos com a formulação de programas públicos que incluam o fomento à criação literária e o contato direto do escritor com o público, trazemos também as seguintes propostas, que podem, objetivamente, ser implementadas em curto e médio prazo:

PROPOSTAS PARA UMA POLÍTICA PÚBLICA DE FOMENTO À CRIAÇÃO LITERÁRIA

1) PROGRAMA DE CIRCULAÇÃO DE ESCRITORES E POETAS I – em articulação do Ministério da Cultura com o Ministério da Educação, criar um Programa de Circulação de Escritores e Poetas pelas universidades do País. Caravanas de cinco escritores e poetas deverão circular pelas universidades das cinco regiões do Brasil (Norte, Nordeste, Centro, Sudeste, Sul), para debates sobre literatura, leituras públicas e lançamentos de livros e revistas. Cada caravana deverá passar por, no mínimo, cinco cidades diferentes. Serão, portanto, cinco caravanas simultâneas, com cinco escritores cada. Total: 25 escritores. Essas caravanas deverão ser trimestrais. Sugestão de nome: Projeto Waly Salomão.

2) PROGRAMA DE CIRCULAÇÃO DE ESCRITORES E POETAS II – Mesmo princípio do Programa anterior, mas, agora, em articulação do Ministério da Cultura com os governos estaduais e municipais brasileiros (através de suas respectivas Secretarias de Cultura). Desta forma, poderia-se ampliar o projeto para a rede de escolas estaduais e municipais. Sugestão de nome: Projeto Paulo Leminski.

3) PROGRAMA LATINOAMÉRICA DE LITERATURA - em articulação do MinC com os ministérios da cultura estrangeiros, embaixadas e universidades criar o Programa Latinoamérica de Literatura, para circulação mútua de escritores e poetas entre os países latinoamericanos, promovendo debates, leituras públicas e lançamentos de livros e revistas. Poderia-se ampliar para um Programa de Intercâmbio de Escritores e Poetas Visitantes nas Universidades desses países.

4) PROGRAMA ENTRE-MARES DE LITERATURA – a mesma idéia do programa anterior,
porém entre o Brasil, Portugal, e os países africanos e asiáticos de língua portuguesa.

5) PROGRAMA PRIMEIRO LIVRO - um incentivo do MinC (e eventuais e bem-vindos parceiros) para a publicação, divulgação e distribuição a escolas e bibliotecas do primeiro livro de escritores e poetas brasileiros.

6) FUNDO NACIONAL DA LITERATURA, LIVRO, LEITURA E BIBLIOTECAS com 30% do orçamento destinado diretamente ao fomento de projetos independentes (publicação de revistas, CDs e DVDs de poesia e/ou prosa, recitais de poesia, festivais literários, co-edições, ciclos de discussões, pesquisas, etc...).

7) BOLSA CRIAÇÃO LITERÁRIA para desenvolvimento de projetos literários de escritores e poetas. A cada ano seriam concedidas 20 bolsas em todo o país, no valor de R$ 3 mil mensais para cada contemplado pelo prazo de um ano. Os autores escolhidos não poderiam ter vínculo empregatício, dedicando-se integralmente ao projeto. Os recursos poderiam ser conseguidos em parceria com as empresas estatais e a iniciativa privada.

8) SISTEMA PÚBLICO DE DISTRIBUIÇÃO - Criação de um sistema público de distribuição de livros (em parceria com os correios) voltado para as pequenas editoras e a produção independente.

9) PUBLICAÇÕES LITERÁRIAS - Criação de veículos públicos de circulação para a literatura, tais como jornais e revistas (através da imprensa oficial), sites e programas de rádio e TV na rede pública de comunicação.

10) JORNADA NACIONAL LITERÁRIA – Criação de um grande evento anual, reunindo escritores, poetas e ensaístas para leituras, debates, conferências, palestras e lançamentos. O evento será aberto preferencialmente à professores, estudantes e ao público em geral. Desta forma, os professores poderão se atualizar sobre a criação e a discussão literária do Brasil, servindo de agentes multiplicadores junto aos seus alunos. A cada ano a jornada será realizada em uma cidade diferente do País, privilegiando todas as regiões.
Para definir os critérios e a seleção de projetos e de autores para cada uma das propostas anteriores, reivindicamos a formação de uma comissão paritária com membros do Ministério da Cultura, dos escritores e da sociedade civil ligado ao setor literário e com comprovado conhecimento. Reivindicamos ainda que todos os programas sejam anunciados em editais públicos, de forma transparente e democrática, especialmente os que se referem ao Fundo Nacional da Literatura e à Bolsa Criação Literária.
Por fim, motivados pelo Programa Fome Zero, da Presidência da República, que compreende a necessidade de incentivo à agricultura familiar e ao pequeno produtor para a erradicação definitiva da fome no país, nos sentimos animados a participar ativamente de um programa que erradique a fome de livros e também a fome de incentivo à criação literária no país.
Cientes da importância da criação literária na formação cultural do País, temos certeza que nossas reivindicações e propostas encontrarão eco entre todos os interessados no problema da leitura — da equipe ministerial aos editores, livreiros, bibliotecários e da sociedade em geral.

MOVIMENTO LITERATURA URGENTE
Ademir Assunção – poeta e jornalista. São Paulo/SP
Ricardo Aleixo – poeta e compositor. Belo Horizonte/MG
Marcelino Freire – escritor. São Paulo/SP
Paulinho Assunção – escritor e jornalista. Belo Horizonte/MG
Claudio Daniel – poeta e jornalista. São Paulo/SP
Sebastião Nunes – escritor. Belo Horizonte/MG
Joca Reiners Terron – escritor. São Paulo/SP
Rodrigo Garcia Lopes – poeta e jornalista. Londrina/PR
Artur Gomes – poeta. ator. produtor cultural. Campos/RJ

quarta-feira, novembro 17, 2004

Só pra lembrar
Ângela possui cascos.

Escrever e ser mulher
Tema espinhoso que Ana Elisa Ribeiro trata muito bem. Onde ? Ora, bem aqui.

terça-feira, novembro 16, 2004

Tá feia a coisa
Em razão do artigo Tudo sobre minha primeira vez, publicado pelo Monitor Campista, recebi e-mail da cara leitora Maria Inês, uma campista que mora em Brasília, que divido com os leitores do urgente!:

"Vítor,

li você hoje no Monitor. Gostei do título, o conteúdo trata do que já se considera infelizmente uma banalidade.

Temos conhecimento de que haveria empresas que fazem linhas daqui para o Mato Grosso que só seguem com escolta a partir de Goiânia, única maneira de escapar dos assaltos diários. Que seriam, quem sabe, promovidos pelos próprios quando não estão ocupados em dar segurança àquela outra empresa.

Temos também tentado fugir dos assaltos, freqüentes, na linha Brasília-Rio, via conta-corrente com a Gol, onde o assalto do preço da passagem pode ser pago a perder de vista.

A primeira vez que vi a encenação de detecção de armas no embarque da rodoviária do Rio, e lembrando que os passageiros vão sendo apanhados no caminho, pensei logo que se tratasse apenas disso, encenação. Perguntei ao funcionário portador da geringonça se já tinham conseguido identificar alguma arma por aquela via. Ele me disse que sim, várias ... estavam em poder de policiais de militares em serviço ...

Melhores dias virão? Grande abraço, até, MInês"

Paliativo
Enquanto o site não vem (dona Simone Pedro está dando os últimos retoques, enquanto tenta recuperar o celular roubado), Jules Rimet tratou de colocar no ar o blog do Aglomerado Terra Plana. Olha aqui ó.

Época da inocência
Rodrigo Florencio assumiu a missão de organizar a festa dos 15 anos do nascimento da Juventude Petista em Campos. Para ajudar na organização e na elaboração da lista dos convidados, criou este blog.

sexta-feira, novembro 12, 2004

Encontros de Interrogação
Se liga ! Manja o Encontros de Interrogação, evento que o Itaú Cultural vai realizar neste mês, reunindo quase noventa poetas, prosadores, jornalistas e críticos literários, para conversar sobre a produção literária do Brasil ? Pois as inscrições para as oficinas já estão abertas. Clique aqui e marque presença no evento. A equipe do Patife estará em peso no local.

O Rio continua lindo ?
Não tenho resposta para essa pergunta. Mas posso dizer que essa foi a primeira vez que fui ao Rio de Janeiro e verdadeiramente me diverti, não me aborrecendo ou chateando um só momento. Eu e Ana Elisa participamos do I Seminário Brasileiro do Livro e História Editorial, na Casa Rui Barbosa. Fizemos do local ponto de concentração dos patifes do RJ, como Löis Lancaster, Cassiano Viana, Crib Tanaka e Stennio Machado. E ainda contamos com as grandes presenças de Rafael Lima e Mariana Newlands. Boas conversas e muitas definições. Vocês nem podem adivinhar o que estamos preparando ...

Mais RJ
Encontrei César Ferreira e Felipe Sales no RJ nestes mesmos dias. O “ingênuo” formando em Jornalismo está ok, bem instalado num local próximo à duas dúzias de bocas de fumo, três puteiros e dezesseis botecos bagaceiros. Um único porém impediu que Sáles se embriagasse nesses dias: a conclusão da monografia. Não por conta do fato em si, mas porque Vitor Menezes está na banca examinadora. Em relação a César Ferreira, tenho uma notícia-surpresa para os leitores deste blog. Nosso caro amigo fotógrafo pretende se mudar também para o Rio de Janeiro. Sua intenção é abrir um terreiro, onde Sáles irá se apresentar como Omulu – malditas piadas internas.

quarta-feira, novembro 10, 2004

Meu primeiro assalto
Estava em um ônibus da 1001 que foi assaltado no início da noite de hoje. Após ter deixado a rodoviária de Macaé (RJ) no horário das 18h30, o ônibus parou no bairro da Barra, na saída da cidade em direção da Campos (RJ), quando embarcaram quatro homens. Três deles eram assaltantes e estavam armados. Poucos minutos depois de entrarem, anunciaram o assalto e determinaram que todos entregassem dinheiro, relógios e celulares. Obrigaram um dos passageiros a fazer a "coleta" enquanto um, na frente, mantinha o motorista sob a mira do revólver, e outro, nos fundos, também dava cobertura. Um terceiro comandava a operação, andando de arma em punho e apontando para os passageiros. Entreguei o pouco dinheiro que tinha no bolso direito da calça e o relógio. No bolso esquerdo, mantive o celular - mais por medo de fazer algum movimento brusco e assustar o assaltante que vontade de realmente dar uma de esperto para cima do bandido - e rezei para ninguém me ligar. Outros não deram tanta sorte: um senhor levou uma coronhada. Outro, perdeu R$ 400 que precisaria para chegar ao Piauí. Mas a sorte de todos foi realmente ninguém ter reagido, nem um policial que estava no ônibus e, claro, não se identificou. Os três homens desceram em um trevo para a estrada que leva a Carapebus. No ônibus, deixaram uma bolsa de uma das passageiras onde havia vários objetos do roubo - inclusive meu relógio e meus óculos, que acabei recuperando -, mas devem ter levado algo em torno de R$ 3 mil dos passageiros e das passagens vendidas pelo motorista. Fiquei vivo para contar essa história. Pelo menos dessa vez.

terça-feira, novembro 09, 2004

Chutei a santa
Pronto. Agora já posso ser preso, acusado de envolvimento com Artur Gomes nesta Geléia Geral.

Campos, tremei
Se Campos fosse gente, estaria roendo as unhas neste momento. Provavelmente encolhida no canto da sala com a TV Câmara ligada. É que acontece nesta tarde uma audiência pública na Câmara dos Deputados que vai discutir mudanças na distribuição dos royalties do petróleo. Está assim de projeto no Congresso de gente querendo puxar a brasa para as sardinhas dos seus estados e municípios. Tem até quem ache que, como o petróleo "é nosso", todos os municípios brasileiros deveriam receber royalties. Para quem programou um orçamento de R$ 1,1 bilhão para 2005, o momento é de tensão.

segunda-feira, novembro 08, 2004

Responsabilidade social do urgente!
Firme no seu propósito de fazer uma exposição sobre o Assis antes que o bar feche, o bravo brigão (ou seria o contrário?) César Ferreira bebeu de máquina em punho na última sexta no referido estabelecimento. Aguardando verba para comprar uma câmera, Alexandro F. também se prepara fazer a sua homenagem, em forma de documentário. E eu vou encomendar a placa que cravará o batismo na árvore jornalista e escritor Jorge Rocha, com direito a apelo solene para que o bebum emérito homenageado compareça para o descerramento. Como se vê, estamos todos ocupados com os mais relevantes temas da cidade.

sábado, novembro 06, 2004

[momento am]
Toda força para Perinho.

Todo mundo em pânico
Tem gente no governo Arnaldo Vianna achando que com Campista será diferente. O candidato, agora prefeito eleito, teria apenas o compromisso de não mexer nas contas do antecessor, mas quando ao resto... O colega Ricardo André fala hoje no Monitor sobre suas expectativas para o novo governo. Leia aqui.

quarta-feira, novembro 03, 2004

Atualização
E se Durvalino resolvesse escrever em um diário? Leia aqui.

Not Found
...há horas já não é mais possível acessar ao Ururau Irado. Sei que há meses já deixava claro sua intenção de abandonar tudo por aqui. Personagem que despertou a ira e a curiosidade de vocês que me lêem agora. Este post serve de registro momentâneo ao que ficará para sempre na história da imprensa campista...

terça-feira, novembro 02, 2004

4 + 20
Ouvindo você, bateu uma tremenda saudade. Você, o algoz, único a ler-me.

Salles
Vai garoto! E mete bronca porque você não volta mais...

O império se expande
Tendo em vista o escoamento de Anthony Garotinho e Rosinha Matheus para a cidade maravilhosa (sic), a direção do Urgente! decidiu expandir seus domínios e, enfim, me promoveu da condição de estagiário para correspondente urgentista no Rio de Janeiro, onde tentarei ao máximo auxiliar João Paulo Arruda em seus mais estapafúrdios empreendimentos. Por favor, rezem para que os demônios nos deixem em paz. Um abraço a todos, e perdoem-me qualquer coisa. A gente se vê.

Sóoo...
Veja que louco; você definitivamente acha de tudo na Internet. Clicando aqui você pode adquirir pela bagatela de R$ 100,00 duas garrafas long neck de uma cerveja japonesa feita de maconha.

E não rolou a festa
Sábado, véspera das eleições, uma fila de quase 10 carros se formou lá nos confins do Km 13, na rodovia Campos-Vitória – por coincidência, justamente em frente à casa de lazeres masculinos, a Play Man. As militâncias de ambos candidatos se reuniram informalmente, confraternizando e mostrando que os campistas não são um bando de correligionários ensandecidos. O único problema era que a boate (sic) estava fechada. Aí já era demais; haja civilidade. Loucos para relaxar antes das eleições, os mais exaltados batiam na porta do estabelecimento, exigindo a presença das meninas em prol de uma boa causa e antecipando o buzinaço que se faria no dia seguinte. Uma cena peculiar; a Campos, ora pois, que não passa no Jornal Nacional nem em lugar algum. Ah, apenas para fins de informação: a partir de hoje o funcionamento da casa deve voltar a sua programação normal, com direito a festa de abertura: “O Levante dos Finados”, também conhecida como “Ressuscita, senhor!”.

Alô militância querida!
Não sei se existe alguma relação com o ponto facultativo da Play Man, de repente houve alguma militância no ramo meretrício, sei lá, mas o fato é que há pelo menos uma garota de programa no quadro de funcionárias da Prefeitura de Campos. Aliás, sua função – digo nas horas vagas, pela Prefeitura – seria um escândalo que Garotinho teria adorado divulgar. Pena que o marido dela possui uma tirania que nem Freud explica, e que ela conta com o emprego público para abandonar sua principal profissão e concluir a faculdade – maiores revelações só no jornal Entrelinhas, parte integrante do Trabalho de Conclusão de Curso de Renata Lourenço, Klenio Costa e deste que vos digita, a ser lançado em dezembro e distribuído nos becos mais lascivos da planície goitacá. Mas a questão é que, se há alguma relação entre os fatos, resta saber se houve na Play Man alguma promoção como a do posto Max Web. Levando-se em conta que o Km 13 é distante, de repente... deixa pra lá.

segunda-feira, novembro 01, 2004

Uébe Max
Segundo o jornal O Diário, o posto de combustíveis Web Max, localizado na avenida Felipe Uébe quase na Alberto Lamego, esteve ontem, logo após o resultado das urnas, oferecendo gratuitamente 15 litros de combustível a carros adesivados, obviamente, com o 12. Lembrei de uma vez, na ocasião da construção da Alberto Lamego, em que eu plantei uma notinha no jornal A Cidade sobre algumas coincidências da obra: inexplicavelmente, o motorista é obrigado a andar longas distâncias caso queira mudar de mão, sendo isso possível apenas em duas oportunidades, ambas quase em frente às duas filiais do supermercado Super Bom – quando, claro, o cidadão é também forçado a conferir as últimas promoções do estabelecimento. O mesmo acontece ao se deparar com o entroncamento com a Felipe Uébe: seja qual destino for, naquele ponto o motorista é obrigado a fazer um balão ridículo, passando em frente, justamente, do posto-militante. Na época (quando toda a mídia era adestrada), deu uma merda danada, pois, segundo o dono do jornal (que também é dono de postos), “aquilo não podia sair”, e até chegou a ser feita uma retratação na coluna. É aquela velha história: ou se vive para a política ou se vive da política, conforme disse o famoso sociólogo Web Max, digo, Max Weber – que, aliás, é o mesmo nome do Secretário de Comunicação da Prefeitura de Campos.

Garotinho vence
Enquete do Globo On Line dá até o presente momento ampla vitória a Garotinho como o maior derrotado nessas eleições, após perder também em Nova Iguaçu (Lindberg Faria), e Niterói (Godofredo Pinto) – este último campista com “c” minúsculo. Garotinho, com 56%, concorre com ACM (6%), Marta Suplicy (18%) e Lula (18%).

A pergunta que não quer calar
Responda sinceramente, caro leitor, cara leitora do urgente ! Com o término das eleições municipais em Campos, qual deverá ser a utilidade da tropa federal que ocupou a cidade ?

a) Capinar a casa de praia de Vitor Menezes, cantando “vamos a la playa, ô ô ô ôô”
b) Trocar as fraldas e dar mamadeiras para os filhos e filhas dos urgentistas e agregados
c) Posar para um ensaio fotográfico do Blow Up, a lavanderia de César Ferreira
d) Virar uma banda chamada Troops of Olodum – gracias, Gangrena Gasosa.

E não é que era verdade?!
Campista não ganhou; foi Garotinho que perdeu. Enquanto queimavam uma bandeira ou outra do candidato adversário, a turma de Campista lotou o Fórum e suas imediações para proferir destemperos contra Garotinho. Não sei dizer ao certo se era também a turma das colunas sociais que gritava palavras de revolta, mas é capaz de serem colegas de academia. Sei que não havia mendigos comendo pudim, mas o... enfim, aquele tal de Sandro Moura, que veio candidato a vereador com pouquíssima expressão, surgiu oportunista no meio da multidão comendo a guloseima. Pelo menos dois militantes de Pudim caminhavam impunemente com suas camisas, sem que fossem agredidos sequer verbalmente. E nada menos que seis viaturas cercavam a rua do único bem de Garotinho: seu casebre na Lapa. Talvez se algum dia a Copa do Mundo acontecer durante o carnaval, veremos novamente o que se passou nas ruas de Campos logo após o encerramento das eleições. As imagens terão uma força desgraçada, enquanto Garotinho deve se fazer de vítima e acusar uma nacionalização das eleições campistas – como se seus esforços e de sua esposa não acusassem justamente isso.

domingo, outubro 31, 2004

Acabou! Acabou!
Faltando apenas uma seção para concluir a apuração (99,88% apurados), o TRE atualizou o site com o resultado de 131177 votos para Campista, contra 109186 votos para Pudim. Uma diferença de cerca de 22 mil votos, aproximadamente a diferença que Pudim imaginava ter sobre o adversário.

Fim de papo
Grandes portais da internet estão ainda batendo na tecla de que pode haver nova eleição em Campos. Mas como o Garotinho perdeu, acho bem pouco provável.

Congelados
Há mais de uma hora a justiça eleitoral não atualiza os resultados em Campos. Mais congelado que o site do TRE, no entanto, é o site do candidato Pudim (www.pudim15.can.br). Por enquanto, nenhum pronunciamento.

Repórter urgente
Imperdíveis os comentários em posts abaixo feitos pelo repórter urgentista Felipe Sáles, que já deu flashes do Bar do Estranho, do Assis e da Praça São Salvador. Nossa produção informa que, agora, ele está se deslocando perigosamente para a 21 de Abril.

Solene
Os números finais da apuração paralela do PDT serão lidos em tom solene pelo prefeito Arnaldo Vianna, daqui a pouco, em frente à sede do partido na cidade, no centro de Campos. O prefeito vai confirmar a vitória de Carlos Alberto Campista.

Quase
Nova parcial, com 70% das urnas apuradas, divulgada pela Litoral: Campista tem 92759 votos (54,06%) e 78831 (45,94%) para Pudim.

Profissão perigo
A coleguinha Márcia Barreto disse agora na Litoral que está sem condições de trabalho em frente ao Fórum. Os militantes estão avançando sobre os espaços da imprensa e sobre os equipamentos.

Agora é só piada
Olha essa do Roberto Moraes: "Garotinho (...) quer processar o exército porque desde ontem eles estavam enfileirados gritando ...1,2 ... 1,2 ...1,2...".

Comemoração
João Oliveira, na Litoral, acaba de informar que uma carreata do candidato Carlos Alberto Campista (PDT) está seguindo em direção ao Fórum.

Capital abandonada
Com tantos policiais no interior do estado do Rio, nas cidades onde acontece o segundo turno, como estará a situação na capital? Com a palavra o nosso correspondente João Paulo Arruda.

Efeito nulo
Parece que não deu certo a campanha lançada pelo voto nulo em Campos. Com 53,39% das urnas apuradas, os nulos representam 3,94% dos votos. No primeiro turno, os votos nulos chegaram a 4,17%.

Campista vence em Campos
Agora é praticamente irreversível. Com 53,39% das urnas apuradas, Campista tem 73.969 (56,38%) votos, contra 57.238 (43,62%) para Pudim.

Godofredo dispara
Em Niterói, Godofredo está disparado na frente com 60,15% das urnas apuradas: 86.139 (63,87%) votos para o petista, contra 48.723 (36,13%) para o pedetista João Sampaio. Moreira Franco sabe das coisas.

Nova parcial
Segunda parcial oficial do TRE divulgada pela Litoral: Campista com 47126 (61,9%) e Pudim com 30014 votos (38,91%), com 30% das urnas apuradas.

Destino
Se é verdade que o presidente do PMDB, Anthony Garotinho, já deixou Campos nos primeiros momentos da apuração, um destino bom para curar a ressaca em caso de derrota do seu candidato, Geraldo Pudim, é São João do Meriti (RJ). Nesta cidade, o candidato do PMDB, Uzias Mocotó (pode?) está ganhando com 51.313 votos (57,79%), contra 37.484 (42,21%) de Sandro Matos (PTB). Isto, com 35,48% dos votos apurados.

Números do TRE
Primeiros números oficiais acabam de ser divulgados pela rádio Litoral: 18087 votos (56.10%) para Campista e 12.372 (38.38%) para Pudim, com apenas 29 urnas apuradas.

Projeção do PMDB
Na projeção do PMDB (disponível em http://www.pudim15.can.br/grafico2/xgrafico1p2vvp.asp) o resultado seria de 50,4% para Pudim contra 49,6% para Campista. Apuração paralela do PDT, ao contrário, dá vitória a Campista. A Justiça Eleitoral ainda não divulgou qualquer parcial.

Fui
Informações não oficiais dão conta de que a governadora Rosinha Garotinho e o ex-governador Anthony Garotinho deixaram há pouco a cidade.

Paralela do PDT
Nova parcial da apuração paralela do PDT, com 123.119 votos computados em 435 urnas, dá vantagem de Carlos Alberto Campista com 69.416 votos e 53.703 votos para Pudim.

Expectativas
Site do candidato Geraldo Pudim (PMDB) registra expectativa do candidato de ganhar com uma diferença de aproximadamente 20 mil votos (confira em http://www.pudim15.can.br/lnoticias/umanot.asp?NumSeq=1994). Levantamento paralelo do PDT, por enquanto, está mostrando vantagem de cerca de 13,8 mil para Campista (veja nota abaixo).

Números informais
O presidente do PDT, Roberto Henriques, disse agora na rádio Litoral que na apuração paralela do partido, em cerca de 80 mil votos, mostra que Campista tem 13.806 votos de vantagem em relação ao candidato do PMDB, Geraldo Pudim. Campos tem 303.095 eleitores.

[momento am]
Abraço para Roberto Moraes, que também dá notícias das eleições em Campos em seu blog. Leia em http://robertomoraes.blogspot.com.

Festa antes da hora
Militância do PDT comemora levantamento informal em 39 seções que daria 10 mil votos de vantagem a Campista. A maioria destas seções e na região central da cidade.

Hilário
Durante o dia, a radio Continental reinou soberana, praticamente sozinha na cobertura das eleições. As radios Litoral e Difusora estavam fora do ar desde ontem por determinação judicial. Os locutores da Continental diziam que a razão para estarem no ar era a seriedade e a imparcialidade da emissora. No final da tarde, a Litoral e a Difusora conseguiram reverter a decisão e... a Continental e a Plena TV foram tiradas do ar.

Militância de Campista comemora
Nenhuma parcial oficial foi divulgada ate agora mas a militância do PDT, baseada nas informações dos seus fiscais, comemoram uma suposta vitoria do candidato Carlos Alberto Campista. Sondagem de Boca de Urna do Instituto Precisão, que fez pesquisas para o grupo de Garotinho, disse que ha um epate tecnico: Pudim com 51,5% e 48,5% (margem de erro ade três pontos), como divulgou ha pouco a radio e TV Litoral.

Em quem não votar?
Hoje, em Campos, é dia de veto. Leia aqui.

Vota Brasil ?
Pela primeira vez, desde que me mudei para Belo Horizonte, lamento por não estar em Campos. Tudo por causa desse domingo eleitoral, o Dia D do segundo turno das eleições municipais. Lamento não estar em Campos para votar. Nulo, é óbvio e evidente. As opções – e toda a carga representativa que todos os lados envolvidos carregam – somente reforçam essa minha vontade. Que, aliás, tenho cumprido religiosamente em todas as eleições.
Uma retificação: disse que lamento não estar em Campos por conta das eleições. Isso é somente meia verdade. Lamento ainda mais por não poder dar um abraço nos meus pais e nos meus amigos considerados nesse momento difícil. Sim, caso vocês não tenham percebido, esse é um momento difícil. Todas as pessoas pelas quais tenho apreço nessa terraplana estão preocupadas, muito preocupadas, com os próximos quatro anos de poder público municipal – e, lamento dizer, as previsões não têm sido as melhores. Boa sorte, Campos. Nós vamos precisar.

sábado, outubro 30, 2004

O mesmo, porém outro
Um amigo me disse que ando diferente. Sei não. Continuo não querendo pisar novamente em redação de jornal. Continuo odiando as “opiniões” de Boris Casoy e Arnaldo Jabor – e conseqüentemente, continuo odiando quem gosta de ouvir o que esses caras têm a “dizer”. Continuo considerando Luiz Antonio Giron e Cláudio Júlio Tognolli dois grandes jornalistas. Continuo detestando TV. Continuo odiando cidades que cospem gente boa pra fora. Continuo achando que o sumiço voluntário de Ururau Irado é uma perda irreparável para a sanidade dos – persistentes – leitores de jornais. Continuo empenhado na campanha “Vitor ESCRITOR”. Continuo na certeza de que Jules Rimet é o melhor escritor de Campos. Continuo odiando pagar aluguel. Continuo acreditando que a literatura tarja preta é o antídoto perfeito para o hype fast food. Continuo tendo blues como mantra da minha profissão de fé. Continuo gostando de ouvir Nick Cave, Tom Waits, Wander Wildner, Itamar Assumpção, Zumbi do Mato e Raul Seixas. Continuo odiando detratores de Glauber Rocha. E sobretudo, continuo acreditando que a raiva vai nos salvar.

[momento am]
Um abraço para Cassiano Viana, Löis Lancaster, Vitor Freire, Eliana Pougy e George Cardoso, que formam o Conselho Editoral do site Patife, comigo e Ana Elisa Ribeiro.

A Campos formosa
Zuenir Ventura dá hoje no Globo um refresco para a imagem de Campos. Disse que o que os políticos andam fazendo dela não tem nada a ver com o seu povo e encontra motivos de orgulho para seus moradores. Só que no passado. Cadastrados no site do Globo podem ler aqui.

sexta-feira, outubro 29, 2004

Nem fiado nem à vista
Legal o artigo do Gustavo Smiderle no Monitor Campista de hoje, nos lembrando a imagem que forasteiros devem ter da cidade. As últimas aparições de Campos na mídia, além do atual "caos político", aconteceram através das ações contra o presidente da Federação de Futebol do Rio de Janeiro, o Caixa D'Água; o empresário e adulterador, Carlos Alberto Chebabe, e o trabalho escravo inserido em nossos canaviais. Acrescenta-se ainda as peripécias do casal da Guanabara, os processos do prefeito Arnaldo Vianna e o escândalo da Imperatriz Leopoldinense - e o pior, com direito a Ilsan Vianna cocoricando toda a beleza dessa terra. Todos esses delitos, impetrados praticamente por uma mesma geração, compõem nossas últimas inserções na mídia, com direito a alguns minutos no Jornal Nacional. Enquanto isso, consertar a imagem da cidade vira até proposta de governo e os principais problemas continuam sem solução - até porque, os principais problemas são justamente aqueles que seriam responsáveis por solucioná-los. E diante da inevitabilidade do quadro eleitoral, só o que resta é tapar o nariz e esperar o lixo passar. E assumir-se campista sussurrando ao pé do ouvido, como quem confessa um pecado ou revela um segredo de família.

Garotinho preso?
A informação de que o ex-governador Anthony Garotinho estaria para ser preso pela polícia federal se espalhou e o que o urgente! tem de concreto é a confirmação de está havendo, sim, uma confusão envolvendo a polícia no comitê do candidato Geraldo Pudim (PMDB), na Lapa, próximo ao Banerj. Toda a imprensa já está no local. O urgente! não vai, porque o carro da reportagem quebrou e o nosso repórter está de greve em razão de atraso no pagamento. Agora, sério: as primeiras notícias dão conta de que houve apreensão de títulos eleitorais e de dinheiro. Garotinho teria deixado o local acompanhado da polícia e de um juiz. Outros militantes estão dentro do comitê. Geraldo Pudim também teria sido detido para prestar depoimento.

Campanha
Pena que "consertar a imagem", conforme disse o candidato Carlos Alberto Campista, signifique ostentosas inserções de publicidade ao invés da valorização de nossa história e cultura. Se bem que dará um trabalho danado caso a Prefeitura decida realizar uma campanha nos moldes do governo federal (a tal "sou brasileiro e não desisto nunca"). Afinal, quem seria o personagem ovacionado? Chico da TV?! Fábio Abud?! Parodiando a tal campanha e lhe incutindo um pouco de realidade, seria mais honesto declarar: "sou campista e já desisti há tempos". Ou "sou campista e não resisto nunca". Ou "sou campista. Eu me (ar)rendo".

Veto gay em Campos
Gays de Campos estão empreendendo, de ouvido em ouvido, uma discreta campanha de veto ao candidato à prefeitura Geraldo Pudim (PMDB). O motivo é seu apadrinhamento político: o ex-governador Anthony Garotinho, depois que assumiu designação religiosa evangélica, passou a dar declarações contrárias ao homossexualismo. Em festas, bares e pequenas reuniões, "militantes" alimentam um papo sobre os riscos de ter governantes que estimulam a discriminação contra os gays. De acordo com uma fonte do grupo, um candidato a vereador gay, nestas eleições no município, perdeu votos em razão de sua vinculação ao grupo de Garotinho.

quinta-feira, outubro 28, 2004

Grande merda
O Urgente! ficou fora do ar porque Vitor fez cagada! E não se esqueçam: domingo é a nossa vez!

Antarcticas
Este vos escreve acaba de terminar seu primeiro livro! Isso mesmo, levei quase um ano relembrando a história de quatro sujeitos que se tornaram amigos 10 anos antes de se conhecerem. O problema é que por causa de uma grande pressão de editoras, os direitos autorais foram pagos antecipamente para que a obra jamais seja impressa.

Sendo assim, com esta grana vou pagar nove cervejas para o amigo Vitor, hoje, às 22h, no local de sempre. Convite extensivo aos inimigos.

Pé-da-letra
Tem espírito de porco para tudo mesmo. Fui procurar hoje o site do candidato Pudim, e olha o que achei.

O império se expande
Manja o I Seminário Brasileiro sobre Livro e História Editorial, que vai rolar na Casa de Rui Barbosa, no RJ, em novembro ? Eu e Ana Elisa Ribeiro iremos apresentar trabalhos nesse evento. Manja o V Congresso Iberoamericano de Periodistas en Internet, que vai acontecer também em novembro, em Salvador ? Eu irei apresentar um trabalho por lá.

A-ham
Depois de uma certa "feitura de fezes" cometida por um urgentista, voltamos - quase - à programação normal.

terça-feira, outubro 26, 2004

Últimas notícias
Leia mais sobre os últimos acontecimentos políticos em Campos no blog do professor Roberto Moraes, presidente da Ong Cidade 21. Clique aqui.

Providências
O prefeito de Campos em exercício, Geraldo Pudim (PMDB), tomou algumas medidas importantes hoje pela manhã. Uma delas foi a de não permitir a entrada no estacionamento da Prefeitura de carros com o adesivo do candidato Carlos Alberto Campista (PDT), seu adversário, que tem o apoio do prefeito cassado Arnaldo Vianna.

Secretário relâmpago
Ah, sim, Pudim também nomeou secretários o médico Abdu Neme (Saúde) e a professora Maria Auxiliadora Freitas (Educação). Como é provável que Arnaldo Vianna consiga, em mais um recurso, voltar ao cargo, os novos secretários não esquentarão as cadeiras. Além disso, Pudim convidou promotores do Ministério Público para vasculharem documentos na sede da Prefeitura.

Em casa
Funcionários em cargo de confiança, os tais DAS, acharam melhor ficar em casa hoje.

A grande notícia do dia
A mais importante notícia do dia para Campos será sufocada pela história da cassação do prefeito Arnaldo Vianna. É que foi publicado hoje pelo Diário Oficial da União a decisão do Ministério da Educação que autoriza a criação do Centro Universitário Fluminense, reunindo em um novo status as faculdades de Filosofia, Odontologia e Direito de Campos. O novo centro terá três anos para se tornar uma Universidade. No longo prazo, o impacto para a cidade é maior que o de uma cassação de prefeito.

Duas notícias
Sabe aquela história do "tenho duas notícias pra você, uma boa e outra ruim"? Pois é:

A boa
O prefeito de Campos, Arnaldo Vianna, foi cassado hoje em razão de processo onde é acusado de superfaturamento em shows promovidos pela Prefeitura. Mais, aqui.

A ruim
O vice, Geraldo Pudim, já é o novo prefeito.

Então
Se fizer como prometeu quando, há dez dias, esteve perto de assumir, Pudim vai ficar no cargo apenas uns dois dias. A idéia é abrir as portas para uma devassa, exonerar todo o secretariado, colocar o presidente da Câmara, Ederval Venâncio, na Prefeitura, e se licenciar para disputar o segundo turno em 31 de outubro, com Carlos Alberto Campista, o candidato do prefeito cassado. Pudim é o candidato de Garotinho na cidade — que rompeu com Vianna após ter tido este como seu vice na Prefeitura.

segunda-feira, outubro 25, 2004

Declaro aberta a Gaveta do Povo
Chamem a bandinha da Polícia Militar. Desfaçam o laço da porta. Neste momento solene, declaro inaugurado o Gaveta do Povo [www.gavetadopovo.jor.br], um site onde guardarei todos os cacarecos que venho despejando ao logo dos anos em jornais, sites e revistas. E tenho dito.
(ei gente, que má vontade! aplausos, por favor!).

sábado, outubro 23, 2004

SOS
Gente, na boa. Durvalino anda tendo umas idéias muito esquisitas. Se tem algum amigo dele lendo este post, aparece para ajudar o cara. Depois não vai dizer que não sabia.

Como diria Berinha Muniz
No futuro, quando alguém for contar a história destas eleições em Campos, poderá dizer que as pesquisas mostravam que O Diário e a Folha da Manhã iriam para o segundo turno. Surpreendentemente, no entanto, foi o Monitor Campista que foi para o segundo turno com O Diário. Já nos primeiros segundos após concluída a apuração, a Folha declarou apoio ao Monitor.

Virada de mesa
No vale tudo em que se tornou a eleição em Campos, não seria má idéia se a Justiça Eleitoral cassasse os dois candidatos que foram ao segundo turno e chamasse Feijó e Mackoul para a disputa.

[momento am]
Abraço para Simone Pedro, que anda ralando para fazer o site do Aglomerado Terra Plana. Em breve, lançamento com direito a festa no Assis.

A filosofia da Fafic
A Faculdade de Filosofia de Campos apresentará nessa semana, de segunda a sexta, a 7ª Mostra do Cinema Brasileiro com os filmes: “O homem que copiava”, “Olga”, “Sexo, amor e traição”, “Cazuza” e “Redentor”. Destes, pelo menos dois ainda sequer saíram em DVD. “Redentor”, por exemplo, ainda está em cartaz, “Olga” acabou de sair dos cinemas e “Cazuza” tem os lucros de seus direitos revertidos para projetos sociais ligados à Aids. E depois a instituição se detém em projetos socialmente responsáveis. Perfeito.

sexta-feira, outubro 22, 2004

Proteja as águas subterrâneas!!!
Um advogado, um engenheiro químico, um zootecnista, uma engenheira civil, uma professora, uma geoquímica, um geólogo e um jornalista planejam lançar, em breve, o 1º Boletim Ambiental on line do interior do estado.

quinta-feira, outubro 21, 2004

Agora todo mundo é
O Diretor de Jornalismo da Prefeitura de Campos, Fábio Abud entrou na campanha de TV de Carlos Alberto Campista. A Coordenadora de Comunicação da Prefeitura, Lenilda Leonardi também.

quarta-feira, outubro 20, 2004

Influências gonzo n’O Dia
Mestre Vitor Menezes ainda está cético; mas pouco a pouco ele há de se converter no mais ferrenho militante. Nessa semana esteve no Programa do Jô, na Rede Globo, um jornalista chamado Fabrício Marta. Como um legítimo gonzo jornalista, ele se travestiu de candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro e foi acompanhado por toda a redação do jornal O Dia (inclusive o motorista) que ficou com o papel de cabo eleitoral. A notícia é velha (a matéria saiu na véspera do primeiro turno das eleições), o que só comprova duas coisas, além da minha incompetência: reportagens, veja só, continuam sendo publicadas ainda que esporadicamente, e, como boa representante, não envelheceu no tempo. Além de deixar a dúvida: se o dead line está tão sufocante no jornalismo, quantos furos a redação levou naquele dia ao disponibilizar todos os seus repórteres para uma única matéria? Fora isso, a subjetividade é evidente logo na primeira linha, mas, não chega a ser nenhuma matéria da revista Realidade ou do antigo Jornal da Tarde, o que, todavia, não desmerece a originalidade da pauta – especialmente em meio à monotonia atual. Que o digam os leitores do jornal, que teriam lotado a caixa postal d’O Dia. Confira aqui.

Os bits do Google têm poder
Fifica Nunes, o último caixeiro viajante da planície goytacá, depois de tanto propagar as últimas notícias do Rio de Janeiro pelos mais remotos confins do Brasil, em tempos de mídia magra, dá mais uma prova de que está devidamente inserido nas mudernidades virtuais e manda uma notícia interessante: um jornalista australiano seqüestrado no Iraque que foi salvo graças ao Google. Mais aqui.

terça-feira, outubro 19, 2004

Seria um ataque às nossas torres gêmeas?
Confira aqui no flog do urgente!.

[momento am]
Abração para o caro amigo Eugênio Soares, escritor da terra plana que terá uma coluna às sextas-feiras na Folha da Manhã. Como diria Rodrigo Florencio, agora teremos motivo para chegar na banca e comprar a página dois da Folha 2 às sextas.

Incrível força de Garotinho
Ao ler matéria do Monitor de hoje que traz resultado da pesquisa Cepecam, não tive dúvidas: Pudim ganhará esta eleição. Não vejo fôlego na candidatura de Campista diante do peso estadual jogado na disputa em Campos. Essa de recadastrar a população para casas a R$ 1 é espantosamente eficiente. O jogo de atração de caciques locais que apoiaram Feijó também. O clima de cassa-não-cassa Arnaldo ídem. E a rejeição que setores da classe média oferecem a Garotinho, não se reflete diretamente na população: a rejeição a Pudim está apenas na casa dos 20%.

segunda-feira, outubro 18, 2004

Mais uma do JR
Está no ar uma versão demo de patife, a nova encrenca onde o Jorge Rocha se meteu. Olha só aqui.

Agora é Garotinho ou Garotinho
Neste segundo turno em Campos, não há muita escolha: é Garotinho ou Garotinho. Tudo bem, dirá o leitor, mas Carlos Alberto Campista não é o candidato do prefeito Arnaldo Vianna que rompeu politicamente com o ex-prefeito Anthony Garotinho que apóia o candidato Geraldo Pudim? Claro, claro, mas não é disso que estou falando. Estou falando é de uma fórmula política que, ao que tudo indica, se repetirá independentemente do resultado das urnas em 31 de outubro.
Clique aqui para ler a íntegra deste artigo que publiquei no Monitor Campista.

domingo, outubro 17, 2004

DERRADEIRO POST
Leitores, estou no urgente! desde sua fundação. Aceitei prontamente o convite para participar do primeiro blog coletivo de jornalistas ao Norte do Estado do Rio de Janeiro. Agora, estou de saída.

Continuarei navegando por aqui, mas na condição - não menos agradável - de leitora. Obrigada colegas urgentistas e obrigada leitores pelo sempre respeitoso convívio virtual em relação aos posts que coloquei no urgente!.

Quem quiser acompanhar meus escritos pode acessar o blog VERBO SOLTO e/ou ler meus artigos/crônicas no segundo caderno do jornal Monitor Campista, às terças-feiras.

Contatos também pelo meu e-mail.

Fiquem TODOS em paz.

quarta-feira, outubro 13, 2004

Tensão no sebo
Durvalino está na mira de um serial killer. Leia aqui.

Epidemia?
Após intensas investigações nos mais remotos botequins da cidade, o Urgente! traz com exclusividade um trabalho jornalístico que já dura cerca de mais ou menos em torno de um mês, por aí. Não há, na cidade, outras opções de imagens bombásticas nos maços de cigarros. Câncer de pulmão? Feto destruído? Pfff. Os pobres fumantes da cidade têm que se contentar unicamente com a imagem de um cigarrinho muito do safado insinuando impotência sexual. Agora, a pergunta que não quer calar é: erro de distribuição ou mensagem subliminar? O pior é que isso pode abalar o já precário turismo da cidade, afinal, o que terão constatado as ninfetas de medicina de todo o Estado e do Espírito Santo ao chegarem em Campos, no último feriado, para o Orem - Olimpíadas Regionais dos Estudantes de Medicina?

O estado da saúde
Com o único objetivo de fazer um levantamento inédito no país, o Urgente! aproveitou o Orem para investigar como andam as perspectivas da saúde no Brasil. O resultado dessa intensa pesquisa é que a saúde das estudantes de medicina anda muito bem – o que não necessariamente se pode dizer dos estudos. E quando se trata de perspectivas sombrias, Campos, claro, até se antecipa. No show do Rappa, na Pecuária, o cidadão mais entusiasmado não tem sequer o direito de tomar uma dose de glicose: a ambulância presente no local era nada menos que um enfeite burocrático. Não havia remédios ou médicos; sua função máxima era servir de táxi para levar bebuns até o Ferreira Machado - se tivesse gasolina. A outra opção seria pedir socorro aos inúmeros futuros médicos presentes no evento, mas isso não era lá muito aconselhável...

segunda-feira, outubro 11, 2004

Tarde vazia
Fernando Sabino morre, aos 80. Leia aqui.

sábado, outubro 09, 2004

Patife e Baleia juntam forças para impulsionar literatura
Lidar com a Literatura não é algo para os mocinhos. Cientes da veracidade deste mote, um grupo de escritores, jornalistas, músicos e apreciadores de boa literatura – fundamentalmente ! – resolveu encarar a empreitada de reativar o site Patife -, da poeta belo-horizontina Ana Elisa Ribeiro. A proposta é simples e eficaz: colocar em prática um projeto de difusão literária, reunindo pessoas que pensam Literatura 24 horas por dia.
O esforço concentrado já nasce com peso territorial, pois o site é coordenado em três estados: Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. O grupo responsável pelo site, junto com a editora paulista Baleia, está promovendo um lançamento em dose dupla: tanto do site quanto do livro Encarniçado, do escritor baiano João Filho, em duas capitais da região sudeste. Em BH, no dia 13 de outubro, João Filho irá conversar com o público no Centro de Cultura de Belo Horizonte, no evento Janela do Caos, a partir das 19hs. A mediação ficará por conta do escritor Sebastião Nunes, que foi especialmente convidado pelo site Patife para este evento, por causa da admiração que tem pelo trabalho literário de João Filho. Nesta data, o site Patife também entrará no ar, reunindo um time de peso.
Cabe ainda frisar que a editora Baleia, lançará em SP, na mesma data do evento belo-horizontino, o primeiro livro do escritor Nilo de Oliveira, intitulado Pornografia pessoal (de um ilusionista fracassado), no Espaço Satyros.
A parceira de Patife com a Editora Baleia levará ainda o autor de Encarniçado para o Rio de Janeiro, no dia 20 de outubro. Na ocasião, haverá uma mesa-redonda, mediada por Löis Lancaster, com João Filho e Sérgio Sant’Anna, outro escritor que não poupa elogios ao trabalho do autor baiano, também convidado por Patife. O local que abrigará esta conversa literária ainda será confirmado. A equipe paulista do site também está preparando o evento de lançamento de Patife em SP.

Sobre Patife
Mensalmente, teremos uma edição especial, que será reforçada por outras áreas do site, como colunas, blogs, resenhas e entrevistas. A primeira edição especial intitula-se Estranhos em terras estranhas e conta com a participação de Marcelino Freire, Jorge Cardoso, Lau Siqueira, Tadeu Sarmento, Stennio Machado, Mariana Le Gal, Lígia Diniz, Alessandra Nahra Leal, Prisca Agustoni, George Cardoso, Vitor Freire, Cassiano Viana e Jorge Rocha.
Além destes textos, o site conta ainda com outros publicados, fora do especial, e as colunas de Sérgio Fantini, Nicholas Behr, João Filho, Fabrina Martinez, Löis Lancaster, Vítor Freire e Eliana Pougy.
A partir do dia 13 de outubro, acesse http://www.patife.art.br e confira.

quinta-feira, outubro 07, 2004

Durvalino faixa bônus
Jorge Rocha mandou notícias e, junto, um conto-sacanagem com o pobre Durvalino. Confere lá no Contos Durvalinos.

quarta-feira, outubro 06, 2004

Doors in Rio!
Pu-ta-que-pa-riu! The Doors, sim, The Doors, com Ray Manzarek e Robby Kriege, acrescidos do Ian Astbury, do The Cult. Eles estarão dia 30 deste mês no Rio de Janeiro, em show histórico no Claro Hall. É praticamente a primeira banda cover oficial do mundo, mas, foda-se. Mas o que é de foder mesmo é o preço do ingresso (R$ 90,00), que pode ser adquirido aqui, ou, através da Agência Arruda's Ticket Enterteniment, aqui mesmo, nos comentários deste blog.

Help!
Alguém indica infos sobre célula tronco? É que deu agora no JN e preciso saber o que a Globo ganha com isso.

2º round
Agora, no segundo turno, o tempo na TV vai ser de 15 minutos para cada candidato. Nessa, Pudim sai na frente já que tem a melhor equipe (leia-se VCE - Maurício Nani). Campista optou pela Ouzadia (eles erraram até na grafia). Pudim também tem o melhor - ou pelo menos o mais bem elaborado - plano de governo. Ele apresenta, sem juízo de valores, projetos concretos para população. Campista aposta na continuidade de um programa de governo que, segundo ele, é o mais viável. Pudim fala com mais desenvoltura na TV. Treinou para isso, e está certo. Demonstra que pelo menos foi que mais se preparou para a campanha. Campista insiste no lenço vermelho e nas imagens de realizações do governo Arnaldo Vianna, sem mais nada a acrescentar. Fora isso, vai ser máquina contra máquina e aliados versus aliados. Aí Campista ganha, porque aglutina os que, mesmo sendo severos críticos de Arnaldo, vão engolir todos os sapos para derrotar Garotinho em sua terra natal. Segundo turno é assim: fim do banquete opta-se por dois pratos feitos sobre a mesa. Engula ou vá comer em outro botequim.

terça-feira, outubro 05, 2004

[momento am]
Um abraço para o urgentista Felipe Sáles, que hoje faz aniversário. O rapaz vai comemorar no Assis, tomando uma calça arriada.

Por que as pesquisas não apontaram Campista em segundo lugar?
Com a palavra o próprio, numas aspas perdidas no meio de uma página qualquer da Folha: "As pessoas me falavam que iriam votar em Arnaldo e, naturalmente, quando os institutos de pesquisas perguntavam a essas pessoas em quem votariam, elas diziam que em Arnaldo e isso não era computado por eles, porque não era dito o meu nome, mas sim o do prefeito...". Hum. Entendi.

A Foto
A imagem mais representativa dessas eleições foi publicada na página oito do Monitor Campista de ontem. Um cachorro (safado, sem vergonha) vestindo a camisa de Campista, com a pata meticulosamente depositada numa propaganda de Pudim, e, acima, um inusitado rolo de papel higiênico sobrevoando toda a cena como se fosse uma auréola. Perfeito.

segunda-feira, outubro 04, 2004

Sobremesas
De um eleitor:
- Agora vou ter que escolher entre comer "pudim" ou goiabada "campista".

Recomendo
Roberto Moraes, presidente da ONG Cidade 21, tem informações interessantes no blog dele, a despeito das eleições municipais. Confira.

Outras considerações

1 - Não concordo com Vitor Menezes sobre os resultados do Cepecam. Aposto na teoria do leitor Gustavo Oviedo: o instituto da Candido ignorou o eleitorado do interior, principalmente a Baixada.

2 - Neste ponto, é importante lembrar que na Baixada o candidato de Arnaldo Vianna distribuiu emprego a torto e a direito. Tem praça em Baixa Grande com mais de sete vigias.

3 - Ilsan Vianna, de mansinho, mostrou que com dinheiro, máquina e trabalho ganha-se eleição.

4- Isso Garotinho já sabia há muito tempo.

5 - A assessoria de Feijó batalhou para ter dinheiro e máquina (de prefeituras aliadas ou mesmo da União). Esqueceu-se de trabalhar. Há 40 dias alguns assessores já discutiam a divisão de cargos, num completo clima de "já ganhou".

6 - Outra coisa: Quem fez a campanha de Feijó para TV?

7 - A turma do "Sou PT – Voto Feijó" deve estar numa ressaca maior do que Sérgio Diniz, que perdeu a vaga por 2 votos. Renato Barbosa (PHS – mais de 5 mil votos) vai arrumar alguma coisa no estado.

8 - Makhoul se deu bem porque abriu o verbo e porque não tinha o tradicional PT campista - cheio de rachas - para ficar discutindo seu discurso. É verdade que, como bem avaliou Vitor, o momento seria ótimo para um petista de raiz. Acontece que o PT estava dividido sobre este assunto, preparando uma reunião para se eleger uma comissão que prepararia uma assembléia que ficaria responsável de organizar um congresso...

9 - Porra! O vereador reeleito "Doutor" Lucas Pinto fez carreata ontem, com direito a buzinaço e fogos, a meia noite!! Isso que é uma cidade sem lei.

Eles não contavam com a astúcia da máquina
Sei lá. Não parecia ser de ressaca o tom de voz de Geraldo Pudim, no programa de Jorge Luís e João Oliveira, na TV Litoral, logo após saber que seria Campista, e não Feijó, seu adversário no segundo turno. Na ocasião, ainda com o cacoete do primeiro turno, o candidato não se furtou em alfinetar Paulo Feijó, lembrando das pesquisas divulgadas pela nossa pequena mídia. Mas, logo em seguida, ao ser perguntado sobre as possibilidades de alianças, tratou logo de amenizar o discurso e cogitar conversas com Deus, Diabo e até Mr. Bean. “Sabe como é, política é assim mesmo...”, desculpou-se.

Profissão: cabo eleitoral
Deve haver algum curso de boca de urna. Mesmo vigiando atentamente o caminhar do processo eleitoral, de repente, mais que de repente, eis que uma nuvem de papéis e de gaviões à caça de votos estava vagueando pela cidade. Acho que com certeza mais ou menos por volta das 7h32, a fila para votar já ocupava toda a parte frontal do Liceu. Na ocasião um cidadão tirado a repórter, munido de um pão na mão e um copo de cerveja na outra, fazia impertinentes perguntas aos eleitores. Até que um fiscal se aproximou suspeitando se tratar de boca de urna. Mas nada que um pão na mão e um copo de cerveja na outra não fosse capaz de explicar.

Quem mais ganhou com o resultado das eleições?
O Cabernet.

domingo, outubro 03, 2004

De doer
A "nova" Câmara de Vereadores de Campos é composta por:
EDERVAL VENANCIO (PDT)
ALCIONES DE RIO PRETO (PSL)
DR. ALEXANDRE MOCAIBER (PDT)
DR. DANTE (PDT)
NILDO CARDOSO (PSDB)
NELSON NAHIM (PMDB)
KELINHO (PRONA)
MARCOS BACELLAR (PT do B)
JORGINHO PÉ NO CHÃO (PT do B)
DR. ABDU NEME (PMDB)
AILTON TAVARES (PRONA)
MARCUS ALEXANDRE (PMN)
DR. EDSON BATISTA (PMDB)
DR. OTAVIO CABRAL (PSDB)
SADI (PMN)
DONA PENHA (PSC)
ALVARO CÉZAR (PSC)

Ressaca
Uma ou outra consideração sobre o resultado do primeiro turno em Campos:

1 - Makhoul prestou um grande serviço a Garotinho. Foi ele quem tirou Feijó do segundo turno. Aposto que vai apoiar Pudim.

2 - Condenar o Cepecam (Centro de Pesquisa da Candido Mendes) é açodamento, desconhecimento ou má fé. A última pesquisa deu Feijó apenas três pontos à frente de Pudim, embolados na margem de erro. Quem fez a diferença foi o elevado percentual de indecisos, que migrou para a candidatura de Campista na última hora.

3 - Quem acredita que a derrota de Feijó é uma derrota da elite de Campos, não se anime muito. Esse pessoal se ajeita bem em qualquer cenário. Campista, agora, é candidato desse povo desde garotinho. Essa gente acha que escrúpulo é coisa de idiota, de gente menor, de gente medíocre.

4 - Ao contrário do que parece, o PT desperdiçou uma bela oportunidade de ter um bom candidato à Prefeitura e ameaçar chegar ao segundo turno. Não vale comparar a votação de Makhoul com a de Luiza, em 2000. Naquele ano, Arnaldo Vianna era o candidato imbatível, com apoio de Garotinho, e venceu no primeiro turno. Desta vez, foi crescente o sentimento de mudança e esta rejeição ao grupo de Garotinho, ao grupo de Arnaldo e a Feijó desembocou nesta votação de Makhoul. Se o PT tivesse realmente uma candidatura que encarnasse o seu programa, motivasse a sua militância, unificasse suas tendências e representasse o novo para a sociedade, a votação teria sido maior que estes 33 mil votos. Mas aí já é pedir demais.

5 - No PT de Makhoul e Helinho, o candidato mais votado para vereador foi Talis (conhece?), com 528 votos. Outros resultados aqui.

6 - Luciano D´Ângelo estava certo. Ele sempre apostou na idéia de que se houvesse realmente chance de Feijó ganhar, os grupos de Arnaldo e Garotinho se uniriam. Como Feijó está fora, o poder vai seguir na mão do mesmo grupo que domina a cidade desde 1988. Dividiram-se para seguirem governando.

7 - Jornal sem leitor e sem credibilidade não elege ninguém.

8 - Garotinho é um demônio!

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