segunda-feira, dezembro 27, 2004

Idéia polêmica
Em entrevista à coleguinha Flávia Ribeiro, no Monitor do último domingo, a futura secretária de educação de Campos, Elizabeth Campista, defendeu uma idéia que pareceu estranha: fechar algumas pequenas escolas e transportar os alunos, de ônibus, para outras escolas maiores. Seu argumento é o de que a integração destas crianças com outras de outros bairros ou distritos contribui para o seu desenvolvimento e ampliação de visão de mundo. Pode ser. É um bom argumento. No entanto, fica batendo aqui na minha cabeça o preconceito contra o local que pode estar embutido nisso, além do esvaziamento simbólico de determinadas comunidades. Se as suas crianças têm de deixar o local para estudar, este é o primeiro passo para rejeitar este local e, conseqüentemente, os seus laços familiares. Certamente estaremos formando adultos que não vão querer ficar no local onde nasceram — o que não é necessariamente ruim, mas não é inofensivo.

Perda
Uma escola não é apenas um lugar onde se ensinam algumas coisas a algumas crianças. É uma instituição que é uma das peças de coesão social numa determinada comunidade. Seu trabalho traz conseqüências para pais, funcionários, demais familliares, vizinhos. Seu fechamento, portanto, produz perda na formação da solidariedade (para usar um termo durkheimiano).




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