terça-feira, março 28, 2006

A refinaria não é nossa

A Petrobras anunciou hoje a construção, nos municípios de Itaboraí e São Gonçalo, do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). A unidade produzirá matéria-prima para o setor petroquímico e utilizará o petróleo pesado extraído da Bacia de Campos também para refinar, em menor escala, óleo diesel e GLP (gás de cozinha). O projeto deve receber investimentos de até US$ 3,5 bilhões e deverá gerar 75 mil empregos diretos. A petroquímica deve começar a ser construída no início de 2007. A previsão de entrada em operação é para o final de 2010 ou início de 2011. As informações são da Agência Brasil. Matéria na íntegra aqui.

Carroças

Outro dia o RJ TV mostrou imagens de carroças trafegando por rodovias movimentadas da capital. Povinho ultrapassado. Essas coisas a imprensa campista faz desde o tempo da escravidão. Digo... ah, vocês entenderam.

Campos 171

Durante as comemorações dos 171 anos de Campos, o prefeito Alexandre Mocaiber desfilou a segurança dos aproximadamente 130 mil votos. Dava para ver em seu semblante o ar de triunfo. Durante a interinidade, era pejorativamente chamado de prefeito de seis mil votos, que foi o que recebeu na eleição para vereador. Agora, salvo recurso em contrário, é o prefeito legitimado do município. Seja lá o que isso signifique.

Foto: César Ferreira

Campos 171

Russo Peixeiro é um figuraça. Vereador dos mais folclóricos da história de Campos, desfilou hoje durante as comemorações dos 171 anos da cidade, na avenida 28 de março. Qualquer semelhança com Salem Rod (bom, tem que ser campista pra entender) é mera coincidência.


Foto: César Ferreira

domingo, março 26, 2006

A necessidade de escolher o "menos pior"

Tem artigo novo na Gaveta. Aqui.

Mocaiber eleito prefeito, por enquanto

Com 98,95% dos votos apurados, a vitória do candidato Alexandre Mocaiber está definida. Ele obteve 129,108 votos nesta parcial, contra 101.527 conferidos a Geraldo Pudim. Brancos somaram 3.937 votos e nulos chegaram a 9.100. Enquanto estes números eram publicados, o advogado do PMDB anunciava que o partido entrará com ação contestando o resultado, como antecipara o próprio Antonhy Garotinho. Além disso, continuam sem julgamento do mérito os recursos do prefeito cassado Carlos Alberto Campista. A novela poderá continuar.

Campanha dura

Há pouco, na Continental. Repórter passa os últimos números da apuração. Do estúdio, um comentarista pergunta: "Não tem abstinência não?"

Estrago na cobertura

A chuva parece ter feito mais estrago nas coberturas das emissoras de rádio do que nas ruas da cidade. A Litoral ficou sem contato com sua equipe no Fórum durante toda a tarde — conseguiu o primeiro flash para rádio e TV às 17h15. Antes, teve que preencher espaços com músicas e até com um longo discurso de um pastor, pregando a ética.

Reforço


Convite feito e aceito: em breve, o coleguinha Alexandre Bastos estréia aqui no urgente!.

Foto: César Ferreira

Sem imagens, por enquanto

Se o blogger e a minha conexão discada permitirem, ainda hoje serão postadas aqui no urgente! as fotos da eleição em Campos feitas pelo bravo César Ferreira.

Focas da Fafic

Os estudantes de jornalismo da Fafic Danielle Brandão e João Cândido (na foto, à direita) cumpriram pauta hoje para a seção Foca em Destaque, do Comunique-se. Os dois querem saber a forma como a mídia nacional cobre uma pauta regional e como trata o ex-governador Anthony Garotinho. Além do próprio Garotinho, os futuros coleguinhas entrevistaram repórteres de O Globo, JB, CBN, Band, Globo, Record, entre outros. A matéria vai ser publicada no próximo dia 4.
Foto: César Ferreira

Biocandidato?

Entre os patrocinadores da cobertura das eleições na rádio Continental, aparece o Centro de Biociências e Biotecnologia da UENF (Universidade Estadual do Norte Fluminense), com citação para o diretor do centro, Carlos Resende. Estranho, muito estranho...

Rosinha é 12


Um coleguinha atento observou a hora do voto da governadora Rosinha Matheus, às 12h, na Faculdade de Direito. Saiu dizendo que Rosinha votou 12. Ô raça!





Foto: César Ferreira

Na urna, ou no tapetão


Garotinho já avisou: se der Mocaiber, seguirá na Justiça em busca da cassação da candidatura do pedetista. Segundo ele, a posse de Pudim é certa, na urna ou na Justiça. “Há quatro ou cinco ações com comprovação de compra de votos”, garante.



Foto: César Ferreira

Sem-casa bate à porta de Garotinho


Sentada à porta de um vizinho da casa do ex-governador Anthony Garotinho e de sua esposa Rosinha, na Lapa, em Campos, Regilane Nogueira Crispim, 37 anos, aguardava, na manhã de hoje, uma chance para falar com algum assessor do peemedebista. Junto aos filhos David, 2 anos, e Daniel, de 5 anos, ela disse ao urgente! que devia dois meses de aluguel do barraco onde mora com a família, no Jardim Aeroporto.

O aluguel, de R$ 45 mensais, estava vencido e parte dos seus pertences já estavam na rua. O proprietário a ameaçou de despejo se o pagamento não for feito até a próxima quarta-feira. No barraco, também moram o marido de Regilane e mais três filhos.

Ela afirma que fez inscrição para o programa de casas a R$ 1, do Governo do Estado, há dois anos, e que até hoje não recebeu nenhuma resposta.

Depois de ter chamado a atenção dos fotógrafos e de alguns repórteres, Regilane foi convidada por uma assessora a entrar na casa do ex-governador.

Foto: César Ferreira

Pesquisa aponta vitória de Mocaiber

Pesquisa de boca de urna feita pelo Instituto Precisão, que faz pesquisas para o PMDB, aponta vitória de Alexandre Mocaiber (PDT), com 53% dos votos válidos. Geraldo Pudim ficaria com 47%. Os brancos e nulos seriam 7%. A pesquisa tem margem de erro de 4%. Os dados foram divulgados pela rádio Litoral.

quinta-feira, março 23, 2006

Festival de poesia


Estão abertas até o dia 31 de março as inscrições para o I Festival de Poesia do Sindipetro-NF . O Festival é aberto a toda comunidade e faz parte das comemorações dos dez anos do sindicato. Podem participar autores brasileiros residentes no país, apresentando texto inédito. As poesias devem ser entregues em cinco vias digitadas em papel A4, máximo de duas folhas, junto com a ficha de inscrição, dentro de um envelope. O pseudônimo deve ser informado na poesia e seus dados informados num envelope em separado. Não será aceita inscrição da poesia se estiverem incompletos os dados pessoais.

Na primeira etapa serão selecionadas dez poesias finalistas, por um profissional da área de literatura convidado pelo sindicato. Essas poesias serão interpretadas no dia 1º de maio, a partir das 19h, quando será divulgada a lista dos vencedores.

Os três primeiros colocados receberão prêmio em dinheiro: 1º lugar - R$ 1000,00; 2º lugar - R$ 800,00 e 3º lugar - R$ 500,00. O melhor intérprete receberá R$ 500,00. Não será permitido a qualquer um dos intérpretes apresentar mais de uma poesia.

Inscrições: R. Ten. Rui Lopes Ribeiro, 257 - Centro - Macaé das 8h às 18h.

quarta-feira, março 22, 2006

Carnaval no Rio em julho

Vamos parar de falar de sacanagens e conversar sobre coisa séria, notícias boas: o Rio de Janeiro pode passar a ter Carnaval também em junho. Viva! A Câmara de Vereadores do Rio aprovou projeto de lei que cria o Carnaval fora de época no calendário oficial da prefeitura durante o mês de julho. As escolas se apresentariam com enredos de anos anteriores e, segundo o vereador Dionísio Lins (PP), autor do projeto, "isso gera turismo, emprego e receita para a cidade", tá ligado? Agora, voltando ao assunto, isso é que é projeto social.

segunda-feira, março 20, 2006

Democracia versus "democracia"

No site NoMínimo, Pedro Doria argumenta a favor do voto nulo nas eleições presidencias. Segundo ele, "o voto nulo em quantidade tem, sim, seu valor. Ele carrega consigo uma informação valiosa: dentre todos, queremos outros". Em tempo: no segundo primeiro turno das eleições de Campos, Pudim ficou com 42%, Mocaiber com 40% e, em terceiro lugar, com 18%, a abstenção - quase o dobro de Makhoul (10%), o "virtual" terceiro colocado. Somando-se aos votos brancos e nulos, o índice sobe para nada menos que 25%.
Não escolher é uma escolha; escolher o "menos pior" é assentir com a mediocridade. Ou tornar-se cúmplice dela.

Abstenha-se!

O bravo escritor Jules Rimet anda fazendo campanha de mail em mail pregando a abstenção nas eleições do próximo domingo em Campos. Olha a argumentação do cabra:

"Sei bem que uma abstenção em massa, na próxima eleição de Campos (segundo turno) não resolverá problema imediato. Mas, considerando que Campos ainda vive numa espécie de ancien regime prolongado, onde senhores pretensamente lutam pelo feudo, enquanto grande parte da população vive servil e do servilismo eleitoral, a oportunidade que se apresenta de, no próximo dia 26, o campista se abster de votar é tentadora. UMA ABSTENÇÃO EM MASSA, que tenha repercussão, se não resolverá o problema político de Campos, pelo menos fará com que muitos olhares se voltem para nossa cidade. NÃO DEIXARÁ, DE QUALQUER FORMA, DE SER UM RECADO.E como isso? Explico:Caso você vá para algum município vizinho (praias de São João da Barra, Macaé, Rio das Ostras, São Fidélis, etc), não será obrigado a votar, mas terá que JUSTIFICAR. E aí é que entra a abstenção: não havendo seção eleitoral em outro município, porque a eleição se dará somente em Campos, nem agências dos correios aberta, basta que você, em até 60 dias após a eleição, procure o cartório eleitoral e justifique seu voto (uma nota fiscal de um bar, a passagem do ônibus, recibo do posto de gasolina, etc).
VÁ PARA A PRAIA NO SÁBADO, 25, curta o sol, o mar, o prazer do ócio, E TENHA UMA ATITUDE POLÍTICA, podendo retornar no domingo à noite ou na segunda de manhã.
Boa abstenção."

A epidemia da compra de votos

Tem artigo novo na Gaveta. Aqui.

sexta-feira, março 17, 2006

[momento am]


Abração para o caro amigo Rodrigo Manhães, que me indicou a ouvidura desses caras aqui. Gostei muito. Impossível não lembrar do grande circo místico, com a vantagem de, em alguns momentos, trazer a pegada do rock. Também se verifica a mistureba de influências nordestinas e aquelas intermináveis declamações poéticas. Mas o resultado é bacana. Virei freguês.


Reprodução da capa do CD

Oficina do Dudus


Já que o clima anda tão poético por aqui (ou seria patético?), uma dica para macaenses: hoje, às 18h, no Teatro Municipal de Macaé, o jornalista, professor e poeta Gerson Dudus oferece oficina de poesia. São 50 vagas gratuitas. Mais informações aqui no release do Centro Macaé de Cultura.

Foto: Luiz Bispo/Ascom PMM

terça-feira, março 14, 2006

Dia da Poesia

Felicitações da equipe do Urgente! a todos os poetas nesse Dia da Poesia, que se comemora hoje. Prestamos aqui nossa singela homenagem publicando um trabalho de um dos talentos da terra, o poeta Antônio Roberto Fernandes.

Os pratos da vovó

A minha avó guardava, com alegria,
muitos pratos, lindíssimos, de louça
que ganhou de presente, quando moça,
e que esperava usar quem sabe? um dia.

Mas a vida passando tão insossa
e nada de importante acontecia
e ninguém pra jantar aparecia
que compensasse abrir o guarda-louça.

Vovó morreu. Dos pratos coloridos
que hoje estão quebrados e perdidos
ela jamais usou sequer um só.

Assim também meus sonhos, tão guardados,
terão, por nunca realizados,
o mesmo fim dos pratos de vovó.

Frente Parlamentar lutará pela preservação do Rio Paraíba do Sul

"O projeto que cria a Frente Parlamentar em Defesa da Bacia do Rio Paraíba do Sul foi aprovado nesta terça-feira por unanimidade na Assembléia Legislativa do Rio (Alerj). De autoria da deputada Inês Pandeló, o projeto tem por objetivo preservar, recuperar e conservar a qualidade das águas da bacia. O Paraíba do Sul abastece 80% da Região Metropolitana. Segundo a parlamentar, a frente terá caráter suprapartidário." Do Globo OnLine.

domingo, março 12, 2006

E a eleição de 2004 continua


Encerrada a apuração, a confirmação da polarização que se anunciava entre o candidato peemedebista, Geraldo Pudim (99.002 votos), e o candidato pedetista, Alexandre Mocaiber (93.628 votos). Pelas ruas, muita gente lamentando que ainda tenhamos um segundo turno pela frente. Menos pela preferência por um ou por outro candidato, mais pelo tormento de indefinição que se tornou esta disputa de 2004 que se arrasta.
Um dado surpreendente é a terceira colocação para Makhoul Moussalem (PT), com 23.508 votos, seguido de Feijó (PSDB), com 17.962 votos. Desgastado nesta disputa, o tucano sofreu um golpe em sua verdadeira campanha, pela reeleição para deputado federal.
Os resultados mostram o quanto somos uma cidade tutelada e o quão perniciosa se tornou a indústria da compra de votos nas suas mais diversas modalidades.

A verdade sobre o assalto ao Exército

Como se sabe, o Exército brasileiro vasculha cada beco de favelas do Rio em busca das armas roubadas. Tudo em vão. Temeroso de que uma nova presença de tropas tumultuasse o processo eleitoral em Campos, um grupo político organizou o assalto ao quartel na intenção de ocupar os soldados com atividades mais instigantes do que a rotina de corridas e flexões. É isso mesmo, caro leitor. As armas, neste momento, estão descansando debaixo da cama de um casebre na Lapa, em Campos, onde há alguns anos o menino Anthony guardava pipas e saquinhos de baleba.

Pesquisa de boca de urna

A rádio Litoral divulgou há pouco resultado de pesquisa de boca de urna feita pelo Instituto Precisão, que tem como cliente o PMDB. De acordo com o instituto, Geraldo Pudim (PMDB) teve 47,7% dos votos, o que o levaria para um segundo turno contra Alexandre Mocaiber, com 31%. A surpresa é o desempenho de Makhoul Moussallem (PT), que estaria em terceiro, com 10% dos votos. Feijó (PSDB) viria em quarto lugar, com 6,5% dos votos, seguido de Rockfeller de Lima (4,7%) e de Walter Silva Jr. (0,3%). Se confirmado este cenário, o leitor Gustavo Oviedo terá acertado em suas previsões em comentário em post abaixo aqui no urgente!. Um detalhe importante, no entanto, é a margem de erro de 3%, que aplicada ao caso de Pudim, pode representar uma vitória no primeiro turno.

Socialite na PF

As capas dos jornais de amanhã vão dividir o resultado do primeiro turno das eleições com a detenção da ex-primeira dama de Campos, Ilsan Vianna, nesta tarde. As primeiras versões das emissoras de rádio dão conta de que ela poderia estar envolvida em um esquema de compra de votos. Os coleguinhas passaram a tarde em frente à sede da Polícia Federal em Campos. O ex-prefeito Arnaldo Vianna também apareceu para a dar a sua versão da história — "o que encontraram eram resíduos da campanha", que tal? —, além de advogados e outros políticos. Tudo dentro da mais perfeita normalidade, numa cidade que se acostumou a ter cobertura de política digna das páginas de polícia.

País das carteiradas

Na minha vez de votar, um sujeito tomou a minha frente. Era um fiscal de partido e mandou a carteirada, com a aquiescência da simpática mesária. De minha parte, tudo bem, tudo em nome da tranqüilidade eleitoral. Só que apareceu outro sujeito, deu outra carteirada e ficou na minha frente. Fiquei curioso, afinal, que carteira mágica era aquela dessa vez. Puxei conversa e descobri o mistério: o cara era coveiro do cemitério do Caju. Neste caso, resignado, resolvi não mais discutir. Melhor não criar confusão com um profissional desta área.

Ressaca eleitoral




Este vendedor ambulante não aguentou esperar pela apuração dos votos. Dormiu no gramado em frente ao Forum, ao lado da sua intocada caixa de balas. O clima de tranquilidade, por enquanto, permite o sono profundo.

O observador da hora H

por jules rimet

Acabo de chegar da Faculdade de Direito de Campos, onde o grande número de “boquetes de urna” fez complicar o trânsito naquele trecho da Formosa. Tive que abrir passagem quase a foice, a fim de conseguir entrar no pátio da faculdade e ver como estavam as seções eleitorais.
Apesar do grande número de policiais militares, a campanha se desenvolve abertamente, com alguns “boquetes de urna” portando ostensivamente panfletos e quase fechando a entrada do portão principal.
Lá dentro, dei de cara com o casal Garotinho, que chegava, cercado de repórteres, para votar, o que alvoroçou mais ainda os “boquetes de urna”, que correram para cumprimentar o casal com beijos e acenos e, os mais animadinhos, gritaram “é quinze, é quinze”; ou, mais discretamente, “é agora... é agora”.
Rosinha beijou quantos apareciam. Garotinho dava tapinhas nos ombros e acenava para os gritantes.
O assédio de pedidos de votos existe, porque vi, e já na entrada há menos de cinqüenta metros da seção mais próxima. Lá dentro do pátio, “fiscais” acompanhavam eleitores, guiando pelos ombros e conversando ao pé do ouvido, até a seção.
Isso tudo, meninos, eu vi..

Tranqüilidade!?

Hoje, as coisas parecem estar mais tranqüilas, ao menos em frente a casa do Paulo Albernaz. Já ontem, começou cedo e foi até a madrugada, um entra e sai de pessoas aparentemente simples e outras nem tanto. Muitos carros estacionados. Tudo em clima de corre-corre.

O observador da hora H

por jules rimet

P.S.:

Quem diria que apesar de o Operador Nacional de Energia Elétrica ter se comprometido em garantir um reforço no fornecimento de energia, para o Município de Campos, a fim de proporcionar tranqüilidade na eleição deste domingo, e de a AMPLA estar de prontidão, com a mesma finalidade, - tudo indicando que este foi um pedido do Governo do Estado e do Poder Judiciário –, agora de manhã, às 7:24 h, houve uma queda de energia de quase trinta segundos, no centro da cidade.
É. Ninguém mais obedece ao governo. Nem à justiça.

O observador da hora H

por jules rimet

01. A Zerézima
Domingo. Eleição.
Na noite de sexta, fui conferir o placar diretamente do bar do fernandinho, e aproveitar pra aplacar minha sede. Conclusão dos que lá se encontravam, após esbofeteamentos e passadas de mão nas bundas: mocaiber deveria continuar. Eu aquiesci, engolindo um picadinho de carne com farofinha e couve.
Durante o embate, ficou claro que ninguém ali presente estava satisfeito em ter que votar novamente. Ainda mais que, concluiu Ipanema, na melhor das hipóteses em Campos esse ano vão ter quatro dias de votação.
-- Mais um motivo pra se afogar no copo, irmãozinho.
Filosofou Ipanema, molhando o bico na cerveja e roubando um pedaço de carne da minha cumbuquinha.
-- E no fim de tudo, camaradas, vai ficar a mesma coisa de sempre, a mesma mãozinha puxando manda-cá-o-meu, os mesmos bolsos sempre de boca aberta. Gula monetária é pecado capital, camaradas?
Um pessimista senhor de ar melancólico gritava, da outra ponta do balcão.
Fernandinho calava, observador.
O irmão “dum hômi” surgiu no bar e, como por mágica, o assunto mudou para o fim da novela das sete. Da mesmo forma que, como por mágica, assim que o irmão “dum hômi” saiu, voltou-se ao espinaframento.
-- Mas esse aí é gente boa, apesar de irmão “dum hômi”.
Apaziguava Mindinho, tentando escalar um banco e alcançar sua cerveja, no pico do balcão.
O negócio ficou feio mesmo quando Carpi começou a chorar, lamentando não ter conseguido um cargo de boca de urna.
-- Cinquentinha, rapaz, pra ficar só na boquinha da urna... e eu pagava os trinta e dois que tô te devendo, Fernando.
-- Não tô cobrando nada, não. Isso aí você pode deixar pra pagar depois.
Se defendia fernandinho, carrancudo que o outro o confundisse por um reles cobrador de pinduras.
-- Aí, tá vendo só? É isso aí. É isso que tô dizendo. Vai ser a mesma pilantrage de sempre, a mesma safadeza, a mesma roubalheira. Ó só, quer ver?... Os cinqüenta é só pra boca de urna, Carpi? Não. Tá vendo só? Aposto como você ia ter que dar seu título eleitoral pra eles, não é? Então, eu tô falando. Mais eleição, mais safadeza. O pior é que agora, quem ganhar, vai mais é querer roubar o dobro, o triplo, pra compensar essa gastação toda.
O pessimista melancólico, cuspindo farofinha no próprio copo, reclamava.
Do seu lado, Ipanema só pontificou: bem faz o professor aqui (segurando meu ombro) que vota em outra cidade. Agora, vamos deixar disso, pessoal, e passar a mão na bunda da justiça eleitoral? Vamos?

Zebra tucana

Nas eleições de 2004, a disputa entre o então candidato Carlos Alberto Campista (PDT) e o agora novamente candidato Paulo Feijó (PSDB) foi acirrada. Campista acabou com a vaga com 68.210 votos (27,8%), contra 61.319 de Feijó (25%). No cenário de hoje, pode haver uma inversão nesta relação. A despeito de toda a máquina municipal, o fato é que a campanha do candidato pedetista Alexandre Mocaiber não teve, nem de perto, a estrutura da campanha pró Campista em 2004. Somado a isso, teremos o imprevisível efeito da pulverização de votos provocada pelas novas candidaturas de Walter Silva (PV) e Rockfeller de Lima (PFL). As apostas correntes são de segundo turno entre Mocaiber e Pudim. Não me surpreenderia, no entanto, se Feijó conseguisse a segunda vaga. O que ninguém discorda, mesmo sem pesquisas, é que Pudim está novamente no segundo turno.

No rádio vale tudo

O secretário de comunicação da prefeitura de Campos, o coleguinha Roberto Barbosa, entrou há pouco no ar, pela Continental, e colocou sob suspeição o processo eleitoral que acontece hoje na cidade. Como foi no rádio, ninguém leva a sério. Mas o fato é que ele disse: “Não sei mais em quem confiar. Acho que [a eleição] aqui tinha que ser acompanhada por organismos internacionais, como no Haiti”. O secretário estava indignado com a grande quantidade de pessoas que circulam pelas seções eleitorais com a camisa de um candidato — ele não disse, mas é de Pudim, do PMDB — com a inscrição “fiscalização”, mesmo sem serem fiscais. Segundo Barbosa, “está violado o processo democrático”.

Transpartidária

A rádio Continental, em Campos, está nos estúdios com uma conhecida travesti da cidade, Shana Carla, para fazer comentários sobre as eleições. Muito apropriado.

Entre o populismo e o anacronismo

O campista vai hoje às urnas cabisbaixo. Nem de longe há o clima de festa democrática que pode ter uma eleição. Uma legião vai para garantir o emprego. Outro tanto para corresponder ao compromisso assumido pela, digamos, honra de segurar uma bandeira nas esquinas. Muitos somente pela obrigatoriedade do voto. Alguns poucos para manter gordos privilégios. O fato é que esta é a eleição do cinismo para uns e da desesperança para muitos.

Entre os grupos políticos que se mostram com viabilidade eleitoral, não há, por menor que seja, algum sinal da novidade que Campos precisa. De um lado, o populismo garotinista que fez escola e contamina até a candidatura que diz ser antagonista ao formato original. De outro, a aglutinação de uma elite anacrônica.

Íntegra do texto, publicado no Monitor de hoje, aqui.

sábado, março 11, 2006

O observador da hora H

Quando vocês lerem este título - O observador da hora H - podem ter certeza que é mais uma contribuição do nosso amigo Jules Rimet com a cobertura que o Urgente! Já está fazendo da eleição de Campos. Aí vai o primeiro texto dele.

00. Abstêmio, só pra burlar a lei (um furo de reportagem numa eleição furada)

Incrível, mas conheci um grupo de pessoas que vai, pura e simplesmente, se abster de votar na eleição deste domingo em Campos. Mas o voto não é obrigatório, Jules? É, e não é. Veja só: o voto é obrigatório, a não ser que você esteja em viagem, ocasião em que deve comparecer a alguma seção eleitoral, ou a agência dos correios, para justificar seu voto.
Considerando que a eleição deste domingo se dará somente no Município de Campos, essas pessoas finamente abstêmias dizem apenas que não comparecerão para votar e, posteriormente, alegarão que estavam na praia de outro município, em outro Estado, em outro país. E como não haverá seção eleitoral fora da comarca de Campos, muito menos alguma agência dos correios aberta, o sujeito, na verdade, estará se abstendo de votar. E com o aval do poder judiciário.
Usar a lei para burlá-la não é grande feito, mas que é sumamente agradável, quando se trata de não votar, ah isso é.
Então, minha gente, nesse domingo, em Campos, literalmente só vai votar quem quiser.
Alguém aí quer?

Movimentações

Carreatas, essa foi a forma de manifestação preferida hoje – faltando algumas horas para a eleição. Porém, fiquei curioso, admirado pelo fato de um grande grupo de motociclistas - cerca de uns trinta - pelas ruas como se disputassem uma corrida. Valendo até exibicionismos, como andar com uma das rodas apenas. Bonito!

quinta-feira, março 09, 2006

Atenção urgentistas!

Todos os urgentistas estão intimados para plantão de cobertura das eleições em Campos neste domingo, 12. Nosso correspondente no Rio, Felipe Sáles, fará posts sobre a movimentação de tropas na capital. Alexandro F. dirá como anda a repercussão no bar do Assis. João Paulo Arruda sairá das férias e voltará para este blog. Rodrigo Florencio acompanhará o voto de eleitores campistas que moram na cidade européia de Quissamã, na Suíça. Jorge Rocha vai parar de fazer beicinho e também vai postar no urgente!, com as repercussões das eleições em Belo Horizonte. E Álvaro Marcos dará os resultados da rodada.

[momento am]

Abraço para o caro amigo Gerson Dudus, jornalista e professor de jornalismo, que estréia no Comunique-se na próxima terça-feira.

Inscreva-se para a Pós no UNIFLU-FAFIC

Continuam abertas as inscrições para o curso de pós graduação Lato Sensu em Linguagens Jornalísticas, no UNIFLU-FAFIC. As aulas serão aos sábados e a mensalidade é de R$ 242,00. O número mínimo de alunos para formação da turma é de 25. O Programa prevê disciplinas que tratam de alguns dos jornalismos especializados (Político / Econômico / Literário / Cultural / Esportivo / Investigativo / Online / Assessoria) e do campo acadêmico, como Metodologia da Pesquisa e Didática do Ensino Superior. O curso vale como pós para os graduados, e como extensão para os estudantes que ainda não concluíram o terceiro grau. Entre os professores estão mestres e doutores da UFRJ e da Fafic. Mais informações na Coordenação de Pós Graduação do UNIFLU-Fafic: (22) 27322090 / 27324630.

segunda-feira, março 06, 2006

O tempestuoso inimigo do Marquês

Tem artigo novo na Gaveta. Aqui.

domingo, março 05, 2006

Terra abençoada

Entreouvido numa mesa de duas senhoras que lanchavam na tarde de hoje no Chalé Pelinca: “Campos é mesmo uma terra abençoada, né? Graças a Deus, a praia de San Juan de La Barra só vai sujar depois do carnaval. No Rio você viu, o verão inteiro com a tal das gigogas...”.

sábado, março 04, 2006

Ô, raça! II

Quando Cataguazes derramou tóshico nas águas do Paraíba, muitos reclamaram de não nos abastecermos também do rio Muriaé. Agora, a nova catástrofe só vem comprovar a perspicácia dos nossos políticos. Essas coisas a oposição não vê!

Ô, raça!

Campista é um povo desgraçado mesmo. Não se respeita nem mais os quatro dias de carnaval; enquanto toda a população brasileira usufrui o direito constitucional de esquecer um pouco dos problemas, vestir a fantasia da felicidade pra depois lutar contra as ressacas do resto do ano, o campista está o tempo inteiro mergulhado na lama política. Eu ainda vou viver pra ver campanhas até em Auto de Natal. Se bem que, diante da conjuntura, é uma idéia tão palpável que não vou precisar nem viver tanto pra tanto...

sexta-feira, março 03, 2006

O engenheiro Vasconcellos, da Odebrecht, tá morto.

Em sua coluna no AOL notícias, Claudio Tognolli mostra que o engenheiro brasileiro, supostamente, sequestrado no Iraque em 19 de janeiro de 2005, morreu dois dias após o ataque ao carro em que ele estava. Além disso, mostra que todo mundo - nos bastidores, como Lula, Eduardo Suplicy, Hélio Costa, a ABIN etc - estava sabendo disso, só que não quiseram serem portadores da má notícia. vejam a coluna do camarada aqui

Santo Remédio

"Segundo informou em comunicado a equipe de pesquisadores, liderada por Dietmar Fuchs, da seção de biologia química dessa universidade austríaca, os experimentos realizados com células sanguíneas demonstraram que a cerveja pode bloquear algumas infecções e doenças crônicas".mais aqui
Ae Felipe Sales, estamos salvos!

quarta-feira, março 01, 2006

Ainda vivo

Ainda sou um homem de férias. Na segunda, 6, volto para contar tudo. Ou não.

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