quarta-feira, novembro 30, 2011

Senado aprova em primeiro turno diploma obrigatório para jornalistas


Da Agência Senado - 30/11/2011 - 18h37

Foi aprovada há pouco, em primeiro turno, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 33/2009, que restabelece a exigência de diploma para o exercício da profissão de jornalista. Houve 65 votos a favor e sete contrários à proposta.

A obrigatoriedade do diploma de jornalista foi derrubada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em junho de 2009, quando a maioria dos ministros entendeu que limitar o exercício da profissão aos graduados em jornalismo estaria em desacordo com a liberdade de expressão prevista no texto constitucional.

Se aprovada em segundo turno no Senado, a PEC 33/2009 seguirá para exame da Câmara dos Deputados.

terça-feira, novembro 29, 2011

Bahia tem o primeiro Conselho de Comunicação do país


Eliane Costa / Do Portal Vermelho

O governo da Bahia deu, nesta sexta-feira (25/11), mais um importante passo em direção à garantia do direito à comunicação da população, ao realizar a eleição dos representantes da sociedade civil para o Conselho Estadual de Comunicação Social, o primeiro no Brasil. Foram eleitas 20 entidades, sendo 10 do segmento empresarial e 10 do movimento social, que tomarão posse no dia 12 de dezembro, juntamente com os sete indicados pelo governo do Estado.

Conselho Estadual de Comunicação da Bahia
A Comissão Eleitoral apurou os votos e anunciou os eleitos ao final do dia
“Hoje tivemos a eleição de um fórum que reúne todos para discutir políticas públicas de comunicação na Bahia. Nós fomos os primeiros a fazer uma Conferência Estadual e também somos os primeiros a criar o Conselho de Comunicação com este formato de fórum de debates. O nosso objetivo é favorecer que todos que trabalham na área, sejam jornalistas, radialistas ou empresários, possam contribuir para que esta atividade econômica possa gerar emprego e renda para o nosso povo”, comemorou o secretário de Comunicação da Bahia, Robinson Almeida.

Almeida ressaltou ainda que a filosofia da Secretaria de Comunicação é a mesma do governo, de participação popular e enfoque social. “Estamos tratando a área de comunicação com a mesma importância de outras, como cultura, ciência e tecnologia, saúde e educação. Como uma área que precisa da presença do Estado para produzir políticas de comunicação e o faz na forma de conferências, ouvindo a contribuição da sociedade, com um Conselho, onde os membros possam sugerir e opinar sobre os rumos da comunicação da Bahia”, disse.

quinta-feira, novembro 24, 2011

Extra volta a usar quadrinhos para fazer jornalismo


Está causando boa repercussão o trabalho jornalístico publicado hoje, pelo Extra, que reconstitui, em forma de quadrinhos, a ocupação do Complexo do Alemão. O roteiro é do bravo João Paulo Arruda. Há uma versão em vídeo aqui.

Não é a primeira vez que o recurso é utilizado, o que já rendeu um prêmio ao jornalista. O urgente! fez registros sobre seus outros trabalhos aqui e aqui.

[Imagem: Reprodução]

segunda-feira, novembro 21, 2011

sexta-feira, novembro 18, 2011

Aloysio Balbi lança livro sobre Quissamã

Moira Paula / Da Secom de Quissamã

Uma viagem através da história do desenvolvimento de Quissamã desde o século XVII até os dias atuais. Essa será a sensação que terá quem ler o mais novo livro do jornalista Aloysio Balbi, denominado “Quissamã, a raiz de uma história”. O lançamento, com noite de autógrafos, vai acontecer no dia 3 de dezembro, a partir das 20h, em um dos cenários históricos mais nobres da cidade, o Museu Casa Quissamã.

O livro sobre o município fará parte de uma coletânea de obras que contam a história de cidades da região norte e noroeste fluminense, com uma realização do Instituto Sete Capitães e patrocínio do Grupo MPE. O lançamento de “Quissamã, a raiz de uma história” conta com o apoio da Prefeitura de Quissamã. Antes de Quissamã, o Instituto já lançou o volume do município de São Fidélis.

“Ao escrever sobre Quissamã, tentei mudar um pouco a paisagem convencional da cidade. A narrativa permeia mais pela senzala do que pela casa grande, buscando privilegiar o baobá, saindo das alamedas de palmeiras imperiais, mas preservando a nobreza local. O baobá é uma singularidade de Quissamã”, revelou o autor, Aloysio Balbi, informando ainda que é uma leitura rápida.

Em um dos trechos do livro, Balbi diz que “Quissamã conserva, sem ser uma sociedade conservadora (...)”. A obra com aproximadamente 100 páginas ressalta o desbravar das terras da cidade, a origem africana do nome, o surgimento do Engenho Central, as belezas naturais como Jurubatiba, o Canal Campos-Macaé e a Lagoa Feia, entre outras características. Vale destacar que a capa do livro é ilustrada com o exemplar do baobá (localizado no Museu), árvore sagrada na África e tida como símbolo dos descendentes quilombolas. O livro possui fotos dos fotógrafos Leonardo Vasconcellos e Wellington Cordeiro, além de imagens cedidas por Helianna Barcellos, curadora do Espaço Cultural José Carlos de Barcellos.

“O livro é mais uma forma de perpetuar a história do município, uma vez que foi escrito por uma pessoa de fora, com um olhar diferenciado a respeito do desenvolvimento de Quissamã. É um documento que traz a história de mais de 300 anos, todas as transformações registrandas desde o período de ocupação territorial com os sete capitães até os dias atuais”, destacou Haroldo Cunha Carneiro, secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo.

E quem irá dizer que não existe razão nos textos feitos com o coração


Um texto da esposa do ministro Carlos Lupi:


Caso Lupi: a outra versão da história

                Você tem direito de ter a sua verdade. Para isso você precisa conhecer todas as versões de uma história para escolher a sua. A deles é fácil, é só continuar lendo a Veja, O Globo, assistindo ao Jornal Nacional. A nossa vai precisar circular por essa nova e democrática ferramenta que é a internet.
                Meu nome é Angela, sou esposa do Ministro do Trabalho e Emprego Carlos Lupi. Sou jornalista e especialista em políticas públicas. Somos casados há 30 anos, temos 3 filhos e um neto. Resolvi voltar ao texto depois de tantos anos porque a causa é justa e o motivo é nobre. Mostrar a milhares, dezenas ou a uma pessoa que seja como se monta um escândalo no Brasil.
                   Vamos aos fatos: No dia 3 de novembro a revista Veja envia a assessoria de imprensa do Ministério do Trabalho algumas perguntas genéricas sobre convênio, ONGS, repasses etc. Guarda essa informação.
                  Na administração pública existe uma coisa chamada pendência administrativa. O que é isso? São processos que se avolumam em mesas a espera de soluções que dependem de documentos, de comprovações de despesas, prestação de contas etc. Todo órgão público, seja na esfera municipal, estadual ou federal, tem dezenas ou centenas desses.
                  Como é montado o circo? A revista pega duas pendências administrativas dessas, junta com as respostas da assessoria de imprensa do ministério dando a impressão de que são muito democráticos e que ouviram a outra parte, o que não é verdade, e paralelamente a isso pegam o depoimento de alguém que não tem nome ou sobrenome, mas diz que pagou propina a alguém da assessoria do ministro.
                  No dia seguinte toda a mídia nacional espalha e repercute a matéria em todos os noticiários, revistas e jornais. Nada fica provado. O acusador não tem que provar que pagou, mas você tem que provar que não recebeu. Curioso isso, não? O próprio texto da matéria isentava Lupi de qualquer responsabilidade. Ele sequer é citado pelo acusador. Mas a gente não lê os textos, só os títulos e a interpretação, que vêm do estereótipo “político é tudo safado mesmo”.
                  Dizem que quando as coisas estão ruins podem piorar. E é verdade. Na terça-feira Lupi se reúne na sede do PDT, seu partido político em Brasília para uma coletiva com a imprensa. E é literalmente metralhado não por perguntas, o que seria natural, mas por acusações. Nossa imprensa julga, condena e manda para o pelotão de fuzilamento.
          E aí entra em cena a mais imprevisível das criaturas: o ser humano. Enquanto alguns acuados recuam, paralisam, Lupi faz parte de uma minoria que contra ataca. Explode, desafia. É indelicado com a Presidenta e com a população em geral. E solta a frase bomba, manchete do dia seguinte: “Só saio a bala”. O que as pessoas interpretaram como apego ao cargo era a defesa do seu nome. Era um recado com endereço certo e cujos destinatários voltaram com força total.    
            Era a declaração de uma guerra que ainda não deixou mortos, mas já contabiliza muitos feridos. Em casa, passado o momento de tensão, Lupi percebe o erro, os exageros e na quinta-feira na Comissão de Justiça do Congresso Nacional presta todos os esclarecimentos, apresenta os documentos que provam que o Ministério do Trabalho já havia tomado providências em relação às ONGs que estavam sendo denunciadas e aproveita a oportunidade para admitir que passou do tom e pede desculpas públicas a Presidenta e a população em geral.
           A essa altura, a acusação de corrupto já não tinha mais sustentação. Era preciso montar outro escândalo e aí entra a gravação de uma resposta e uma fotografia. A resposta é aquela que é repetida em todos os telejornais. Onde o Lupi diz “não tenho nenhum tipo de relacionamento com o Sr Adair. Fui apresentado a ele em alguns eventos públicos. Nunca andei em aeronave do Sr Adair”.
             Pegam a frase e juntam a ela uma foto do Lupi descendo de uma aeronave com o seu Adair por perto. Pronto. Um novo escândalo está montado. Lupi agora não é mais corrupto, é mentiroso.
            Em algum momento, em algum desses telejornais você ouviu a pergunta que foi feita ao Lupi e que originou aquela resposta? Com certeza não. Se alguém pergunta se você conhece o Seu José, porteiro do seu prédio? Você provavelmente responde: claro, conheço. Agora, se alguém pergunta: que tipo de relacionamento você tem com o Seu José? O que você responde? Nenhum, simplesmente conheço de vista.
               Foi essa a pergunta que não é mostrada: que tipo de relacionamento o Sr tem com o Sr Adair? Uma pergunta bem capciosa. Enquanto isso, o próprio Sr Adair garante que a aeronave não era dele, que ele não pagou pela aeronave e que ele simplesmente indicou.
           Quando comecei na profissão como estagiária na Tribuna da Imprensa, ouvi de um chefe de reportagem uma frase que nunca esqueci: “Enquanto você não ouvir todos os envolvidos e tiver todas as versões do fato, a matéria não sai. O leitor tem o direito de ler todas as versões de uma história e escolher a dele. Imprensa não julga, informa. Quem julga é o leitor”.
             Quero deixar claro que isso não é um discurso para colocar o Lupi como vítima.  O Lupi não é vítima de nada. É um adulto plenamente consciente do seu papel nessa história. Ele sabe que é simplesmente o alvo menor que precisa ser abatido para que seja atingido um alvo maior. É briga de cachorro grande.
             Tentaram atingir o seu nome como corrupto, mas não conseguiram. Agora é mentiroso, mas também não estão conseguindo, e tenho até medo de imaginar o que vem na sequência.        
            Para terminar queria deixar alguns recados:
            Para os amigos que nos acompanham ou simplesmente conhecidos que observam de longe a maneira como vivemos e educamos os nossos filhos eu queria dizer que podem continuar nos procurando para prestar solidariedade e que serão bem recebidos. Aos que preferem esperar a poeira baixar ou não tocar no assunto, também agradeço. E não fiquem constrangidos se em algum momento acompanhando o noticiário tenham duvidado do Lupi. A coisa é tão bem montada que até a gente começa a duvidar de nós mesmos. Quem passou por tortura psicológica sabe o que é isso. É preciso ser muito forte e coerente com as suas convicções para continuar nessa luta.
              Para os companheiros de partido, Senadores, Deputados, Vereadores, lideranças, militantes que nos últimos 30 anos testemunharam o trabalho incansável de um “maluco” que viajava o Brasil inteiro em fins de semana e feriados, filiando gente nova, fazendo reuniões intermináveis, celebrando e cumprindo acordos, respeitado até pelos adversários como um homem de palavra, que manteve o PDT vivo e dentro do cenário nacional como um dos mais importantes partidos políticos da atualidade. Eu peço só uma coisa: justiça.
                 Aos colegas jornalistas que estão fazendo o seu trabalho, aos que estão aborrecidos com esse cara que parece arrogante e fica desafiando todo mundo, aos que só seguem orientação da editoria sem questionamento, aos que observam e questionam, não importa. A todos vocês eu queria deixar um pensamento: reflexão. Qual é o nosso papel na sociedade?
                  E a você Lupi, companheiro de uma vida, quero te dizer, como representante desse pequeno nucleozinho que é a nossa família, que nós estamos cansados, indignados e tristes, mas unidos como sempre estivemos. Pode continuar lutando enquanto precisar, não para manter cargo, pois isso é pequeno, mas para manter limpo o seu nome construído em 30 anos de vida pública.
             E quando estiver muito cansado dessa guerra vai repousar no seu refúgio que não é uma mansão em Angra dos Reis, nem uma fazenda em Goiás, sequer uma casa em Búzios, e sim um pequeno sítio em Magé. Que corrupto é esse? Que País é esse?

quinta-feira, novembro 17, 2011

Neve Negra no Sesi neste sábado


Média-metragem "Neve Negra", de Carlos Alberto Bisogno, terá lançamento neste sábado, 19, às 19h, no Sesi Campos, em Guarus. O filme integra a chamada Trilogia da Paixão, que fala de amor romântico e de sofrimento. Os demais filmes, "Efígie" (2009) e "Vertigem" (2010), também serão exibidos. E haverá ainda exibição especial de "A Serpente e o Corvo" (2011). A entrada é franca. O Sesi fica na Av. Deputado Bartolomeu Lysandro, 862. Jardim Carioca – Guarus.

Esse é mais divertido. E me pareceu familiar

Vídeo do movimento Gota D´Água

terça-feira, novembro 15, 2011

Dois anos sem Monitor Campista




Há dois anos morria o Monitor Campista. Para marcar esta passagem, reproduzo acima matéria do colega Ronan Tardin na Inter TV na época do fechamento; abaixo, post que publiquei no blog da campanha Viva Monitor em 15 de novembro do ano passado, quando o fim do jornal completou um ano; e, mais abaixo ainda, um bloco da Mercearia Campista, em novembro de 2009, que abordou o assassinato da publicação. Aqui há muitos outros artigos, crônicas e fotos com lembranças sobre a redação e o jornal.

O que a morte do Monitor diz sobre nós

Vitor Menezes

Clique para ampliar a
capa da última edição
Quem já assistiu Dogville entenderá o que quero dizer. Há na história a insinuação de uma cumplicidade em torno de uma culpa que aprisiona os habitantes do vilarejo. Na ausência de grandes sucessos coletivos, o que os une são os fracassos. A liga que os mantém pertencentes ao lugar é um somatório de ressentimentos mútuos. Quanto mais desconfiam uns dos outros, mais se sabem parecidos e necessários para que entendam a si mesmos. E mais ferozmente rechaçam a visitante indesejada que os expõem aos seus fantasmas.

Penso em coisas assim quando lembro que não foi possível levantar parcos R$ 250 mil junto a pessoas físicas e jurídicas de Campos para comprar a marca Monitor Campista para mantê-la viva, pronta para completar 176 anos no dia 4 de janeiro de 2011, desta vez sob a guarda de uma instituição que fosse gestada pela sociedade, uma Fundação ou algo do gênero, como propôs o Movimento Viva Monitor. E, por não dispormos desta ninharia na cidade do orçamento bilionário, pela falta do equivalente a menos de 1/3 do que custou a mega tenda da Bienal (R$ 820 mil), apenas para ficarmos em um exemplo recente de opulência, o terceiro jornal mais antigo do País morreu.

Teve empresário líder de entidade classista que chorou na manifestação contra o fechamento do jornal e depois não foi capaz de mobilizar nem a si mesmo para fazer uma doação, muito menos os seus colegas. Teve comerciante tido como próspero que teve a cara-de-pau de doar tão pouco que, envergonhado, pediu para tirar seu nome da lista de doadores (onde, transparentemente, figurava como qualquer um). Teve colunista social que desdenhou da mobilização, justamente por ser uma mobilização, coisa de empregados do jornal, portanto algo natimorto. Teve blogueiro tido como entusiasta dos movimentos coletivos que desconfiou tanto, mas tanto, que não foi capaz de ultrapassar a inércia da sua desconfiança.

Certa vez conheci uma cidade no Rio Grande do Sul que tem como principal monumento, em sua mais charmosa praça, uma estátua em homenagem ao cooperativismo. Trata-se de Nova Petrópolis, que se orgulha de ter a mais antiga cooperativa de crédito do Brasil e tem até um roteiro sobre o tema para turistas.

Lembrei dela quando ouvi, na Bienal encerrada ontem, a pesquisadora Dilcéa de Araújo Smiderle, que lançou “O Multiforme Desafio do Setor Sucroalcooleiro de Campos dos Goytacazes”, afirmar que Campos não consegue aproveitar o boom do etanol no mundo, entre outras razões, por serem os campistas muito desconfiados uns dos outros. Seu argumento é o seguinte: como o agronegócio requer grandes investimentos e grandes áreas, e como as propriedades locais foram, ao longo de séculos, repartidas por muitos herdeiros, elas se tornaram pequenas e a única forma de torná-las “grandes” seria por meio do associativismo (para, por exemplo, viabilizar a irrigação), o que não ocorre. Nem mesmo para salvar a lavoura.

Um ano após a morte do Monitor, percebo que este até se mostra um assunto indesejado. Uma vergonha que queremos ocultar. Como os habitantes de Dogville, o que nos resta é compartilhar em silêncio mais esta culpa que nos amesquinha e nos torna tão unidos em nossa vilania. Algo que só os nossos olhares cada vez menos altivos revelam. Mas no íntimo sabemos: deixamos o Monitor morrer, para o gáudio dos seus assassinos diretos. Somos cúmplices em mais este caso de homicídio. E, portanto, somos cada vez mais campistas.


terça-feira, novembro 08, 2011

Mais uma vez, Campos é lembrada como anti-exemplo sobre royalties


Matéria da repórter Cecília Ritto, na Veja, mostra que estados e municípios recebedores de royalties têm, em geral, aplicado mal os recursos. Campos dos Goytacazes, mais uma vez, é lembrada como cidade "emblemática" no quesito má utilização.

"O caso de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, é emblemático nesse sentido. E o exemplo não é dos melhores. Como produtor de petróleo, Campos recebeu 10 bilhões de reais nos últimos dez anos. Os recursos são, em tese, uma compensação pelos impactos causados pela exploração do petróleo, uma indústria com grandes implicações ambientais. Tanto dinheiro, no entanto, não serviu para resolver questões básicas da cidade, e o município até hoje tem abastecimento de água precário e não tem cobertura ou tratamento completos de esgoto. Na habitação, o cronograma de obras está atrasado e algumas construções estão paralisadas. Na área da saúde, o número de profissionais é insuficiente. A pesquisa "Pobres Cidades Ricas", coordenada pelo professor Cláudio Paiva, do departamento de economia da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), mostra que dobrou a verba para a saúde, sem que com isso aumentasse o acesso da população ao serviço", afirma a matéria.

[Leia a íntegra aqui]


sábado, novembro 05, 2011

Crônica de jornalista campista sai em livro do Botafogo

O presidente do Botafogo, Maurício Assumpção, com o jornalista
Wesley Machado - Foto: Fabiano Gomes / Dueto Produções
O jornalista Wesley Machado participa nesta segunda, 7, às 17h30, em General Severiano, no Rio de Janeiro, do lançamento do livro de crônicas "A Magia 7", organizado pelo Botafogo.

A obra é  resultado do 2º Concurso “Crônicas Alvinegras”, que teve a participação de mais de 200 cronistas de todo o Brasil. O jornalista campista foi um dos sete vencedores.

Wesley Machado terá publicada na obra, editada pela Livros Ilimitados, a crônica"O Palito de Churrasco". O texto conta a história real de uma"macumba" feita por um torcedor num jogo de master entre Botafogo e Flamengo, no estádio do Goytacaz, em Campos.

A publicação estará disponível para venda aqui. A crônica do jornalista pode ser lida aqui.

sexta-feira, novembro 04, 2011

Carta aberta à prefeita Rosinha Garotinho sobre o movimento de emancipação da Baixada Campista

Ilma prefeita Rosinha Garotinho,

Como cidadão que ainda se considera e se orgulha de ser campista, quero solicitar que seu governo não incorra no erro de menosprezar a retomada recente de um movimento emancipacionista na Baixada Campista. Se merecer vossa atenção, gostaria que acompanhasse abaixo os motivos deste apelo.

Como tendo a olhar a realidade mais com lentes culturalistas do que econômicas, considero altamente sintomáticos estes movimentos que buscam dividir Campos dos Goytacazes. Não creio que a questão se resuma aos royalties do petróleo. É preciso muito mais que uma motivação financeira para que se cogite e se lute por algo dessa magnitude.

Interesses localizados de políticos que vêem na causa da emancipação palanques para as suas carreiras também não são suficientes para explicar a recorrência destas teses, seja em Guarus ou na Baixada Campista. Movimentos políticos só vingam onde há sustentação cultural e histórica.

Minha hipótese é a de que Campos, há muito tempo, se descuidou da gestão do seu valor intangível, do seu patrimônio imaterial — algo que empresas e cidades mais zelosas com seus ícones e manifestações culturais consideram estratégico.

Isso se verifica, por exemplo, por meio da naturalidade com que já se estabelece a oposição “nós” versus “eles” nas argumentações em defesa da emancipação da Baixada, sendo estes últimos os “campistas” e os primeiros os pertencentes a uma nova cidadania, ainda em busca de afirmação, mas conscientemente nova.

Uma cidade é grande se ela se pensa grande. Do contrário, o excesso de habitantes e de tamanho, ao contrário de ensejar fortalecimento e orgulho, enseja divisão e luta fratricida pela repartição do espólio. É preciso evitar que Campos, ao contrário de querer ser uma nova Campinas, se mostre mais inclinada a ser mais um pequeno município em uma região densamente povoada, uma espécie de novo Triângulo Mineiro, onde os municípios são eclipsados pelo pertencimento regional (o que tem as suas vantagens, diga-se, se esta região for de fato integrada, mas a questão e a realidade aqui são outras).

Se todo campista, onde quer que resida, não encontrar mais relevância em se sentir campista, estará criado o ambiente propício para que as teses emancipacionistas tenham sucesso. E isso, mantida esta condição, virá. É só uma questão de tempo.

Faz tempo que a Baixada Campista, paradoxalmente, tem motivos reais ou imaginados para não se sentir campista. Além da ausência dos aspectos mais visíveis da presença do poder público, com serviços e obras, há o desprezo pela importância histórica da Baixada, local onde a cidade nasceu e que nem mesmo abriga um mísero marco, museu ou monumento que valorize e reforce este vínculo.

Talvez estejamos diante de um caso raro onde o local originário da cidade tenha resolvido se separar da cidade que criou. É preciso muito desprezo pela cultura e pela história para que algo assim aconteça.

A rigor, como a questão não é meramente geográfica, moradores de quaisquer outros bairros ou distritos também podem perder o vínculo simbólico com a cidade, se esta ideia não for permanentemente alimentada.

E tantos têm sido os ataques ao pertencimento campista, tantos têm sido os motivos para se envergonhar do fato de aqui ter nascido, que não é difícil esbarrar, entre os jovens, no discurso que registra o desejo de sair da cidade; e, entre os mais velhos, o de que a cidade seria inevitavelmente condenada ao marasmo, à corrupção e à perpetuação de injustiças históricas.

Como não parecer altamente legítimo qualquer movimento emancipacionista em um cenário como este? Há os que buscam se emancipar por meio da emancipação dos territórios aonde vivem; outros, mais individualistas, emancipam-se a si mesmos apenas deixando a cidade. Em todos os casos a premissa é o laço rompido.

Ainda é possível mudar

Mas, ilustre prefeita, este não é um processo irreversível. Incrivelmente, apesar de tantas forças em contrário, ainda há muito lastro histórico presente na memória coletiva. E é possível mobilizá-lo para voltar a fortalecer o sentimento de pertencimento campista. Para tanto, o atual e os próximos governos da cidade precisam ter a grandeza de cultivar ícones duradouros, e não apenas que os marquem eleitoralmente.

Se a Baixada Campista tivesse casarões preservados e transformados em centros culturais — como Quissamã —, projetos de promoção da cultura popular, roteiros turísticos, conteúdos nas disciplinas escolares que contassem o modo como a história de Campos está a ela vinculada, marketing institucional de valorização dos seus ícones, além da presença massiva das políticas públicas nas demais áreas, será que alguém estaria agora pensando em emancipação?

Se tudo o que foi gasto com shows em trios elétricos no Farol de São Thomé, numa frágil política de entretenimento que não estabelece laços profundos, fosse investido em cultura, a realidade hoje poderia ser muito diferente — ou até mesmo, dada a fartura de recursos, as duas coisas poderiam caminhar juntas, sem prejuízo de uma ou de outra.

Mas tudo isso ainda pode ser feito. E o poder público tem a obrigação de ser o indutor destas ações, embora setores privados também pudessem, em muito, contribuir. E é preciso que se comece imediatamente, caso haja interesse em manter Campos com o seu território atual, especialmente em razão das avassaladoras mudanças econômicas que, se não forem acompanhadas por políticas culturais, transformará a Baixada em mais uma periferia industrial.

Ainda que óbvio, sempre é preciso lembrar que os limites geográficos não são definidos pela natureza, são resultados de uma construção cultural e de uma disputa política. Se ninguém lutar por Campos, se os campistas continuarem a desistir da cidade e seus governantes, impunemente, por ela demonstrarem desprezo, de fato deixará de fazer sentido a sua existência.

Como, naturalmente, não posso esperar que seja intenção de vossa excelência o extermínio dos elos que nos conservam campistas, clamo pela atenção às questões levantadas nesta carta.

Sem mais, me despeço respeitosamente,

Vitor Luiz Menezes Gomes
Cidadão campista

Campos terá Centro de Cidadania Gay até 2013


Campos está entre as cidades que receberão, até 2013, um Centro de Referência e Promoção da Cidadania LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), que estão sendo implantados pelo governo do estado do Rio. A informação é do portal Mix (aqui).

Três centros já estão em funcionamento, um central no Rio e outros em Nova Friburgo e Duque de Caxias. De acordo com o portal, dez mil atendimentos foram feitos em 2010 apenas na unidade do Rio.

O Centro LGTB acolhe vítimas de homofobia e preconceito por orientação sexual. Os Centros oferecem  apoio jurídico, social e psicológico para LGBTs vítimas de violência, seus familiares e amigos.

Ainda em 2011, estão previstas inaugurações de centros em Nova Iguaçu e Niterói. Cabo Frio e Macaé recebem o Centro no primeiro semestre de 2012 e, no segundo semestre de 2012 será a vez de São Gonçalo e Resende.

O de Campos será implantado em 2013, quando também receberão os Centros Natividade, Angra dos Reis e Belford Roxo receberão.

O atendimento nos Centros LGTB é marcado pelo telefone 0800 023 4567. O sigilo é garantido.

quinta-feira, novembro 03, 2011

Empresa de Campos se nega a imprimir banner do filme "A casa do capeta"

Antes mesmo de ser aberta na noite de hoje, a Outudo Trash deste ano já está rendendo boas histórias. O produtor Wellington Cordeiro nos conta que uma empresa de impressão de banners da cidade se recusou a imprimir a arte de divulgação do filme "A casa do capeta", que será exibido às 19h de hoje, no Sesc Campos.


Depois de enviar a arte, Cordeiro esperou por um tempo o trabalho e, sem resposta, procurou saber o que estava acontecendo. Foi informado de que a impressão não seria feita. Motivo: determinação do dono, que é evangélico.

O empresário disse que devia tudo o que tinha a Deus. Embora lamentasse, preferiu perder um cliente a ficar mal na fita com o de lá de cima.

terça-feira, novembro 01, 2011

Movimento pela emancipação da Baixada Campista ganha corpo e faz panfletagem


Clique para ver como ficaria
o novo município

Um novo movimento pela emancipação da Baixada Campista tem ganhado corpo nos últimos dias. Moradores da região estão recebendo panfletos com argumentos em favor da proposta. O documento também tem sido encartado em publicações vendidas nas bancas de jornais. O urgente! teve acesso a um destes panfletos e entrevistou, por e-mail, Carlos Ribeiro, membro da Comissão pró Emancipação da Baixada.

Segundo ele, o movimento reúne pessoas “sem pretensões políticas” e tem a preocupação de não se transformar em um palanque eleitoral. Nas contas do grupo, a “Prefeitura da Baixada” receberia R$ 900 milhões por ano, em royalties e impostos, e teria um custeio de aproximadamente R$ 300 milhões. Os R$ 600 milhões restantes seriam utilizados “para crescermos e desenvolvermos a nossa querida Baixada”, de acordo com o panfleto.

“Há quase 30 anos, os ex-prefeitos e a prefeita atual, verdadeiros espertalhões e sanguessugas, estão explorando os bilhões de reais dos royalties da Baixada”, argumenta, em tom de denúncia, o documento distribuído à população.

Na entrevista ao urgente! [abaixo], os possíveis adversários da proposta são identificados por Ribeiro como sendo “os executivos de Campos”, que “não estão dispostos a perder a galinha dos ovos de ouro”.

Clique para ampliar
um dos panfletos
Ainda de acordo com o movimento, a Baixada tem 70 mil habitantes, contingente maior que o de municípios como Casemiro de Abreu, São João da Barra, São Fidélis, Quissamã, Cardoso Moreira, entre outros da região. A pretensão do grupo é emancipar toda a região a partir do distrito de Goitacazes, até o Farol de São Thomé.

À espera da “PEC da Emancipação dos Municípios”


A emancipação de distritos foi dificultada no Brasil desde a aprovação de Emenda Constitucional, em 2003, que buscou tornar mais rigoroso o processo e ainda aguarda regulamentação. Desde então, diferentes propostas tramitaram no Congresso sobre o tema. Mais recentemente, a pressão dos defensores das emancipações tem se dado sobre a chamada "PEC da emancipação dos municípios", que prevê o restabelecimento da competência dos Estados para deliberar sobre a criação de municípios.
Outro panfleto da
campanha

A Emenda Constitucional foi aprovada para conter uma onda municipalista, aberta com a Constituição de 1988. De acordo com estudo de João Carlos Magalhães, pesquisador do Departamento de Estudos Regionais e Urbanos (Dirur) do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) [disponível aqui], 94,5% dos 1.405 municípios instalados entre 1984 e 2000 tinham menos de 20 mil habitantes quando foram criados. Atualmente, segundo o IBGE, apenas 25% dos municípios brasileiros ultrapassam esta população.

Ainda de acordo com o pesquisador, estudos na década de 90 buscaram compreender as razões das emancipações. Pesquisa realizada com prefeitos de 72 cidades criadas em 1992, por exemplo, mostrou que 54,2% atribuíam a emancipação ao “descaso por parte da administração do município de origem”; enquanto 23,6% à “existência de forte atividade econômica local”; 20,8% em razão da “grande extensão territorial do município de origem”; e 1,4% devido ao “aumento da população local”. Não deixa de ser curiosa a constatação de que o caso da Baixada Campista reúne todos estes atributos.

As razões da Baixada

Confira as respostas de Carlos Ribeiro às perguntas do urgente!:

urgente! - Esta campanha, agora, não pode ser interpretada apenas como uma pré-campanha para vereador em Campos?
Carlos Ribeiro - Realmente tivemos uma grande preocupação de colocarmos como líderes do nosso grupo pessoas sem pretensões políticas, no momento. Já tivemos propostas de políticos importantes de nossa região, os quais já demonstraram interesse em ingressar no grupo. Entretanto achamos melhor não aceitá-los, para evitarmos que se faça "deste" um palanque eleitoral.

u! - Quais as suas maiores lideranças? Quem está levantando essa bandeira?
Ribeiro - Preferimos não escolher um líder, ou líderes. Pois poderia ficar fácil sermos corrompidos pelo grupo político contrário ao movimento (os executivos de Campos). Certamente "Eles" não estão dispostos a perder a "Galinha dos ovos de Ouro", que é a Baixada, com seus bilhões de royalties do petróleo.

u! - Outras tentativas foram feitas. Vocês notam que dessa vez a proposta tem mais adeptos?
Ribeiro - Percebemos que, nas tentativas passadas, os grupos que se envolveram foram individualistas, buscaram interesses apenas para suas regiões, seus distritos, por isso não ganharam a simpatia da região como um todo. Desta vez, estamos tentando unir grupos de simpatizantes de diversos bairros que formam a Baixada. Estamos dando uma dimensão maior para o evento e com isso percebe-se que o número de adeptos já é expressivo, apesar do anonimato de muitos integrantes. Acrescento ainda que os líderes são pessoas independentes financeiramente e que não estão ligados a qualquer partido político.

u! - Quais os passos para levar a ideia adiante? Plebiscito? Proposta na Câmara de Campos?
Ribeiro - Juridicamente vamos buscar a melhor forma de buscar a consulta popular, respeitando a legislação em vigor. Porém, inicialmente, estamos mais preocupados em conscientizar a população do que em relação às formas como serão buscadas a legalidade para o movimento.

u! - Vereadores eleitos pela região concordam com a ideia de vocês?
Ribeiro - Achamos que, no momento, a concordância de vereadores ao movimento é fator secundário. O importante é a vontade popular.    

u! - "Baixada" é o nome que vocês pensam para o possível novo município? Há outras ideias?
Ribeiro - Ainda não foi pensado nome para o possível município. Mas, isso é irrelevante no momento. Nossa população é sábia e bastante criativa e saberá escolher um nome condizente com as tradições desta terra.

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