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quinta-feira, fevereiro 20, 2014

sexta-feira, novembro 22, 2013

Nesta madrugada estive em 2003

Devorei nesta madrugada o livro do bravo colega Thiago Freitas, que nos transportou para aquele agosto de 2003, quando um juiz de Miracema (RJ) conseguiu colocar na prisão o jornalista Avelino Ferreira, por “crime de opinião”. Lançado na noite de ontem, “Opinião e Crime – A história da prisão do jornalista Avelino Ferreira” (Marka) organiza um alentado dossiê sobre o caso, tornando-se imediatamente indispensável a qualquer estudo que se faça sobre a imprensa local ou sobre a relação entre jornalismo e judiciário.

Os dias que Ferreira dormiu no cárcere, as manifestações pela sua liberdade, a saga de um jornalista contra a arbitrariedade de um juiz, tudo isso forneceria material suficiente para uma narrativa envolvente, possivelmente escrita como nos bons exemplos do Jornalismo Literário, com um autor assumindo o comando da história do início ao fim – como fez Capote em “A Sangue Frio”.

Mas não foi este o caminho escolhido por Thiago Freitas. E isso não se diz aqui em demérito da obra. Pelo contrário: sua escolha foi a de um repórter que não quis ser maior do que a notícia e seus atores, o que possibilitou o acesso à reprodução de dezenas de textos e documentos produzidos no próprio calor dos acontecimentos, moderados por ponderadas inserções do organizador da obra.

Isso permitiu, por exemplo, que o leitor tivesse a oportunidade de ter acesso, sem mediadores, ao diário produzido por Avelino Ferreira no período da sua prisão, em um dos trechos mais emocionantes do livro. O jornalista registra a surpresa com a repercussão do caso, a amargura com a falta de envolvimento de alguns personagens, e a devoção aos seus heróis locais do teatro, da música, do jornalismo.

“Mais que nunca entendi que, a despeito da grandeza e importância de um Dylan, um Sinatra, de um Chico ou Caetano, não há músico que supere Dom Américo, Luiz Ribeiro, Reubes Pess, Nelsinho Meméia, Edmar, Lula, Daltinho Freire... pois estes são os artistas da minha aldeia”, afirma.

E é pelo mesmo motivo que sou fã de batalhadores da notícia como Thiago Freitas, que com este livro se torna mais importante para mim do que qualquer Gay Talese, qualquer Tom Wolfe, qualquer Hunter Thompson.

segunda-feira, novembro 11, 2013

A prisão de Avelino dez anos depois

O jornalista Thiago Freitas lança no próximo dia 21, em Campos dos Goytacazes, o livro "Opinião e Crime – A história da prisão do jornalista Avelino Ferreira".

A obra marca a passagem dos dez anos da prisão, em 2003, do jornalista Avelino Ferreira, em razão de uma série de textos publicados no jornal Dois Estados, de Miracema, no Noroeste Fluminense.

O lançamento será no  Salão de Artes Edson Coelho dos Santos, na sede da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, às 19h.

sexta-feira, julho 26, 2013

'Um grito de liberdade' no Cine Jornalismo deste sábado (27)

Com o filme "Um grito de liberdade", a Associação de Imprensa Campista (AIC) apresenta neste sábado (27), às 16h, o projeto "Cine Jornalismo" cuja entrada é franca. Após a exibição, o público vai poder bater um papo com o jornalista Ricardo André Vasconcelos, do blog "Eu penso que..."

O filme conta a história de uma amizade memorável entre dois homens inesquecíveis. A tensão e o terror da atualidade da África do Sul é poderosamente retratada neste emocionante filme realizado por Richard Attenborough, que nos conta a história de um ativista negro Stephen Biko (Denzel Washington) e de um editor liberal de um jornal branco que arrisca a sua própria vida para divulgar ao Mundo a mensagem de Biko.

Depois de ter conhecimento dos verdadeiros horrores do Apartheid, através das descrições de Biko, o editor Donald Woods (Kevin Kline) descobre que o seu amigo foi silenciado pela polícia. Determinado a fazer ouvir a mensagem de Biko, Woods embarca numa perigosa aventura para escapar da África do Sul e divulgar ao mundo a impressionante história de coragem de Biko.

domingo, julho 14, 2013

segunda-feira, abril 29, 2013

Jornalistas: Maioria feminina, jovem e com renda menor que 5 salários mínimos

Da Assessoria 
 
O Núcleo de Estudos sobre Transformações no Mundo do Trabalho da Universidade Federal de Santa Catarina (TMT/UFSC) lança, no dia 6 de maio, o relatório “Perfil do jornalista brasileiro – Características demográficas, políticas e do trabalho jornalístico em 2012”. 
 
A publicação, da editora Insular, apresentará os resultados quantitativos da enquete com 2.731 profissionais, realizada entre setembro e novembro do ano passado pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política (PPGSP), em convênio com a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). O projeto teve o apoio da Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor) e do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo (FNPJ).
 
O estudo indica que a categoria tornou-se majoritariamente feminina (64%) e jovem (59% têm até 30 anos). Entre outros dados, o levantamento constata que 98% da categoria tem formação superior e 40% já com pós-graduação. Dos jornalistas, 59,9% recebem até cinco salários mínimos, aproximadamente 50% trabalham mais de oito horas por dia e 27% trabalham em mais de um emprego. 
 
A pesquisa aferiu a distribuição dos profissionais por tipo de atividade: os que atuam principalmente na mídia são 55%, os que atuam em assessoria de imprensa ou outras atividades jornalísticas fora da mídia são 40%, e os que atuam como professores são 5%. 
 
O lançamento do relatório ocorrerá no Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFSC, às 19h. A publicação também será divulgada durante o II Colóquio Internacional Mudanças Estruturais no Jornalismo (Mejor 2013), de 7 a 10 maio de 2013, em Natal (RN). Dois artigos resultantes da pesquisa serão divulgados nesse evento.
 

sábado, março 30, 2013

A despedida do Viomundo, por Luiz Carlos Azenha

Azenha, despedida do Viomundo
Reproduzo abaixo a despedida do Luiz Carlos Azenha, publicado originalmente aqui, onde o jornalista  explica as razões para interromper o trabalho no site Viomundo. Mais que um desabafo, o texto acaba por se tornar revelador sobre as relações de poder nos grandes veículos de comunicação e as pressões enfrentadas pelos profissionais.

Considerado um mito por muitos, é a "imparcialidade", ou a impossibilidade de exercê-la durante a cobertura de uma eleição presidencial, que motivou a saga iniciada por Azenha em 2006. Quando somente se afirma que ela é inatingível, abre-se a guarda para que se admita também toda sorte de artifícios de parcialidade, como os denunciados pelo jornalista. Mas quando, ao contrário, a tomamos como um método, uma especificidade e uma prerrogativa do trabalho jornalístico, renovamos o sentido e as mais nobres tradições desta profissão.

O que tem sido enfrentado pelo Azenha é algo bastante identificado pela literatura da área. Nas teorias do jornalismo poderia ser situado na chamada "Teoria organizacional", nascida por meio de pesquisa de Warren Breed na década de 1950, nos Estados Unidos, com 120 jornalistas, para responder à clássica pergunta "porque as notícias são como são?".

De modo muito resumido, Breed chegou à conclusão de que a "cultura organizacional" (as leis e costumes internos das empresas) têm maior peso sobre a produção das notícias do que a "cultura profissional" (aquilo que tradicionalmente os jornalistas consideram boas práticas da profissão).

Os jornalistas acabavam por se conformar com limites internos para a sua atividade, e até mesmo as razões para este conformismo foram identificadas na pesquisa, como mostrou Nelson Traquina. E entre elas estão as punições institucionais, os sentimentos de estima em relação a superiores, as aspirações de mobilidade na carreira, a ausência de outros grupos de lealdade tão poderosos quanto a própria empresa, o prazer da atividade e o entendimento de que a notícia é um valor maior do que qualquer demanda ou insatisfação pessoal (uma das razões para raramente jornalistas entrarem em greve).


Azenha não se conformou, e enfrentou boa parte destas barreiras internas até o ponto de não mais suportá-las. Pediu demissão da TV Globo, algo inimaginável pela grande maioria dos calouros das faculdades de jornalismo. Movido pelo seu senso de "cultura profissional", devendo lealdade a algo maior do que a uma empresa (a sua própria consciência), ele não apenas deixou  a emissora, mas a denunciou, e vem arcando com as "punições institucionais" mesmo após ter saído do emprego cobiçado por tantos.

Confira o seu relato:

"Globo consegue o que a ditadura não conseguiu: calar imprensa alternativa

publicado em 29 de março de 2013 às 20:32

por Luiz Carlos Azenha

Meu advogado, Cesar Kloury, me proíbe de discutir especificidades sobre a sentença da Justiça carioca que me condenou a pagar 30 mil reais ao diretor de Central Globo de Jornalismo, Ali Kamel, supostamente por mover contra ele uma “campanha difamatória” em 28 posts do Viomundo, todos ligados a críticas políticas que fiz a Kamel em circunstâncias diretamente relacionadas à campanha presidencial de 2006, quando eu era repórter da Globo.

Lembro: eu não era um qualquer, na Globo, então. Era recém-chegado de ser correspondente da emissora em Nova York. Fui o repórter destacado para cobrir o candidato tucano Geraldo Alckmin durante a campanha de 2006. Ouvi, na redação de São Paulo, diretamente do então editor de economia do Jornal Nacional, Marco Aurélio Mello, que tinha sido determinado desde o Rio que as reportagens de economia deveriam ser “esquecidas”– tirar o pé, foi a frase — porque supostamente poderiam beneficiar a reeleição de Lula.

Vi colegas, como Mariana Kotscho e Cecília Negrão, reclamando que a cobertura da emissora nas eleições presidenciais não era imparcial.

Um importante repórter da emissora ligava para o então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, dizendo que a Globo pretendia entregar a eleição para o tucano Geraldo Alckmin. Ouvi o telefonema. Mais tarde, instado pelo próprio ministro, confirmei o que era também minha impressão.

Pessoalmente, tive uma reportagem potencialmente danosa para o então candidato a governador de São Paulo, José Serra, censurada. A reportagem dava conta de que Serra, enquanto ministro, tinha autorizado a maior parte das doações irregulares de ambulâncias a prefeituras.

Quando uma produtora localizou no interior de Minas Gerais o ex-assessor do ministro da Saúde Serra, Platão Fischer-Puller, que poderia esclarecer aspectos obscuros sobre a gestão do ministro no governo FHC, ela foi desencorajada a perseguí-lo, enquanto todos os recursos da emissora foram destinados a denunciar o contador do PT Delúbio Soares e o ex-ministro da Saúde Humberto Costa, este posteriormente absolvido de todas as acusações.

Tive reportagem sobre Carlinhos Cachoeira — muito mais tarde revelado como fonte da revista Veja para escândalos do governo Lula — ‘deslocada’ de telejornal mais nobre da emissora para o Bom Dia Brasil, como pode atestar o então editor Marco Aurélio Mello.

Num episódio específico, fui perseguido na redação por um feitor munido de um rádio de comunicação com o qual falava diretamente com o Rio de Janeiro: tratava-se de obter minha assinatura para um abaixo-assinado em apoio a Ali Kamel sobre a cobertura das eleições de 2006.

Considero que isso caracteriza assédio moral, já que o beneficiado pelo abaixo-assinado era chefe e poderia promover ou prejudicar subordinados de acordo com a adesão.

Argumentei, então, que o comentarista de política da Globo, Arnaldo Jabor, havia dito em plena campanha eleitoral que Lula era comparável ao ditador da Coréia do Norte, Kim Il-Sung, e que não acreditava ser essa postura compatível com a suposta imparcialidade da emissora. Resposta do editor, que hoje ocupa importante cargo na hierarquia da Globo: Jabor era o “palhaço” da casa, não deveria ser levado a sério.

No dia do primeiro turno das eleições, alertado por colega, ouvi uma gravação entre o delegado da Polícia Federal Edmilson Bruno e um grupo de jornalistas, na qual eles combinavam como deveria ser feito o vazamento das fotos do dinheiro que teria sido usado pelo PT para comprar um dossiê contra o candidato Serra.

Achei o assunto relevante e reproduzi uma transcrição — confesso, defeituosa pela pressa – no Viomundo.

Fui advertido por telefone pelo atual chefão da Globo, Carlos Henrique Schroeder, de que não deveria ter revelado em meu blog pessoal, hospedado na Globo.com, informações levantadas durante meu trabalho como repórter da emissora.

Contestei: a gravação, em minha opinião, era jornalisticamente relevante para o entendimento de todo o contexto do vazamento, que se deu exatamente na véspera do primeiro turno.

Enojado com o que havia testemunhado ao longo de 2006, inclusive com a represália exercida contra colegas — dentre os quais Rodrigo Vianna, Marco Aurélio Mello e Carlos Dornelles — e interessado especialmente em conhecer o mundo da blogosfera — pedi antecipadamente a rescisão de meu contrato com a emissora, na qual ganhava salário de alto executivo, com mais de um ano de antecedência, assumindo o compromisso de não trabalhar para outra emissora antes do vencimento do contrato pelo qual já não recebia salário.

Ou seja, fiz isso apesar dos grandes danos para minha carreira profissional e meu sustento pessoal.

Apesar das mentiras, ilações e tentativas de assassinato de caráter, perpretradas pelo jornal O Globo* e colunistas associados de Veja, friso: sempre vivi de meu salário. Este site sempre foi mantido graças a meu próprio salário de jornalista-trabalhador.

O objetivo do Viomundo sempre foi o de defender o interesse público e os movimentos sociais, sub-representados na mídia corporativa. Declaramos oficialmente: não recebemos patrocínio de governos ou empresas públicas ou estatais, ao contrário da Folha, de O Globo ou do Estadão. Nem do governo federal, nem de governos estaduais ou municipais.

Porém, para tudo existe um limite. A ação que me foi movida pela TV Globo (nominalmente por Ali Kamel) me custou R$ 30 mil reais em honorários advocatícios.

Fora o que eventualmente terei de gastar para derrotá-la. Agora, pensem comigo: qual é o limite das Organizações Globo para gastar com advogados?

O objetivo da emissora, ainda que por vias tortas, é claro: intimidar e calar aqueles que são capazes de desvendar o que se passa nos bastidores dela, justamente por terem fontes e conhecimento das engrenagens globais.

Sou arrimo de família: sustento mãe, irmão, ajudo irmã, filhas e mantenho este site graças a dinheiro de meu próprio bolso e da valiosa colaboração gratuita de milhares de leitores.

Cheguei ao extremo de meu limite financeiro, o que obviamente não é o caso das Organizações Globo, que concentram pelo menos 50% de todas as verbas publicitárias do Brasil, com o equivalente poder político, midiático e lobístico.

Durante a ditadura militar, implantada com o apoio das Organizações Globo, da Folha e do Estadão — entre outros que teriam se beneficiado do regime de força — houve uma forte tentativa de sufocar os meios alternativos de informação, dentre os quais destaco os jornais Movimento e Pasquim.

Hoje, através da judicialização de debate político, de um confronto que leva para a Justiça uma disputa entre desiguais, estamos fadados ao sufoco lento e gradual.

E, por mais que isso me doa profundamente no coração e na alma, devo admitir que perdemos. Não no campo político, mas no financeiro. Perdi. Ali Kamel e a Globo venceram. Calaram, pelo bolso, o Viomundo.

Estou certo de que meus queridíssimos leitores e apoiadores encontrarão alternativas à altura. O certo é que as Organizações Globo, uma das maiores empresas de jornalismo do mundo, nominalmente representadas aqui por Ali Kamel, mais uma vez impuseram seu monopólio informativo ao Brasil.

Eu os vejo por aí.

PS do Viomundo: Vem aí um livro escrito por mim com Rodrigo Vianna, Marco Aurelio Mello e outras testemunhas — identificadas ou não — narrando os bastidores da cobertura da eleição presidencial de 2006 na Globo, além de retratar tudo o que vocês testemunharam pessoalmente em 2010 e 2012.

PS do Viomundo 2: *Descreverei detalhadamente, em breve, como O Globo e associados tentaram praticar comigo o tradicional assassinato de caráter da mídia corporativa brasileira."

sexta-feira, março 22, 2013

'O resgate de um campeão' no Cine Jornalismo deste sábado

Da Assessoria da AIC

O repórter esportivo Erik salva um sem-teto e acredita que ele seja Bob Satterfield, uma lenda do boxe, que todos acreditavam estar morto. Surge, então, a chance de se fazer uma grande reportagem. O desenrolar da história é a tônica do filme “O Resgate de um Campeão", escolhido pela Associação de Imprensa Campista (AIC) para a abertura de mais uma temporada do Cine Jornalismo, neste sábado (23), às 16h, com entrada franca.

Após a exibição, os participantes vão poder bater um papo com o jornalista Álvaro Marcos, que é assessor de imprensa da Prefeitura de Macaé, locutor na Web Rádio NF (órgão de comunicação do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense) e criador do site de notícias NF10, e dos blogs Ligação Direta e Mumunha Futebol Clube.

Esta é a quinta edição do Cine Jornalismo – projeto idealizado pelo presidente da AIC, Vitor Menezes, e que tem por objetivo, criar uma data e um local onde, a pretexto de assistir a um filme sobre jornalismo, jornalistas, estudantes de jornalismo e demais interessados discutam não necessariamente o filme em si mesmo, mas a própria profissão, a partir dos temas que o filme levanta.

– Nesta quinta temporada o que dá para notar é que o projeto já começa a deixar um legado, especialmente na formação dos jovens jornalistas, que estão tendo a oportunidade de interagir com colegas da profissão e de conhecer, por meio do cinema, representações acerca da atividade. Ainda que em grupos pequenos, as sessões têm sido muito produtivas. Há um grupo que já se tornou frequentador assíduo e o que esperamos em 2013 é que esse grupo se amplie – comenta Vitor.

As exibições acontecem sempre na sede da AIC (rua Tenente Coronel Cardoso, 460, ao lado da Oi/Telemar), de março a novembro e no último sábado do mês – exceto em março (que foi antecipada devido à Semana Santa). A novidade deste ano é a realização da edição de maio no próprio curso de jornalismo, dentro da Semana da Imprensa, em dia e horário especiais.

terça-feira, março 05, 2013

Inscrições abertas para Pós-Graduação em Jornalismo Literário

Da Assessoria da ABJL

Termina dia 09 de março o prazo para inscrições no único curso de pós-graduação em Jornalismo Literário do país, sob a marca da Academia Brasileira de Jornalismo Literário, este ano contando com o apoio da Casa das Rosas, tradicional centro cultural paulista. Este será o nono ano consecutivo do curso, dirigido por Edvaldo Pereira Lima.

Para quem deseja saborear  um gosto do curso e conversar com o professor antes de se decidir, uma oportunidade única nesta quarta-feira, dia 06: acontece às 19 horas a primeira de suas quatro aulas de “Jornalismo Literário, a Experiência Brasil”, um evento introdutório ao tema, a preço simbólico, na Casa Guilherme de Almeida - http://www.casaguilhermedealmeida.org.br - , em São Paulo.

As inscrições para a pós-graduação e mais informações no portal da ABJL – www.abjl.org.br - até o dia 09 de março.

Experiência pioneira

Único curso de pós-graduação em jornalismo literário do país, este programa acontece desde 2005, essencialmente em São Paulo, com realizações paralelas, em  alguns desses anos, também em Porto Alegre, Brasília, Campinas e Goiânia, além de Curitiba. Liderado pelo jornalista, escritor e professor da USP Edvaldo Pereira Lima, considerado o pesquisador mais importante da área no circuito acadêmico, autor de livros especializados como o clássico Páginas Ampliadas (em quarta edição), conta no corpo docente, além do próprio Edvaldo, com profissionais de prestígio no campo, como Monica Martinez, Renato Modernell e  Alex Criado.  O curso deverá ter este ano, novamente, também uma turma em Curitiba.

As aulas acontecem quinzenalmente, sempre às sextas à noite e sábado o dia inteiro. Concluído o curso, o aluno recebe certificado emitido pela Faculdade Vicentina de Curitiba, parceira do projeto.

Mais informações: www.abjl.org.br.

terça-feira, outubro 23, 2012

Entrevistas por telefone e releases são principais instrumentos dos jornalistas

Pesquisa divulgada hoje pelo portal Comunique-se mostra que a apuração por telefone e os releases são as principais ferramentas de apuração dos jornalistas nas redações. Entre repórteres, produtores, pauteiros e chefes de produção, a entrevista por telefone foi o meio mais citado como forma de obter informações (71%). Entre editores, o release foi o mais citado (59%).

Entrevistas presenciais foram lembradas por 53% do grupo formado por repórteres, produtores, pauteiros e chefes de produção. A mesma forma de apuração foi citada por 46% dos editores.

Coletivas em baixa


Nos dois grupos, a forma menos praticada pelos jornalistas para obter informações é a presença em entrevistas coletivas (18%).

Em um universo de 233 respondentes, foi identificado que o jornalista recebe, em média, sete convites para coletivas por mês, mas só atende a dois. Entre os editores, o número médio de convites para coletivas é de dez, dos quais apenas três são aceitos.

Assessorias lentas


No relacionamento entre jornalistas das redações e jornalistas das assessorias de imprensa, a maior reclamação dos primeiros em relação aos segundos é a falta de agilidade para dar respostas. Foi a principal queixa para 28% de um total de 477 respondentes.

O problema foi seguido pela baixa qualidade dos textos enviados pelas assessorias, que ficou com 26% das escolhas em um universo de 493 respondentes.

No total, participaram da pesquisa, feita pela empresa Deloitte, 711 jornalistas de todo o País, sendo 61% do sexo masculino e 39% do sexo feminino. A média de idade dos respondentes foi de 36 anos. Os profissionais foram consultados pela internet, no período de 13 a 31 de agosto de 2012.

A íntegra da apresentação do Comunique-se, com os dados da pesquisa sobre vários outros aspectos da prática profissional de jornalistas, está disponível para dowload em pdf aqui.

quinta-feira, outubro 18, 2012

Mais um impresso com os dias contados


Matéria de Anderson Scardoelli, no Comunique-se, mostrou aqui na última terça-feira que o paulistano Jornal da Tarde deixará de circular no próximo dia 2, de acordo com e-mails trocados pelo Departamento Comercial da publicação. A direção do veículo não confirmou a informação, mas a matéria trata como imimente o encerramento da circulação.

Se for confirmado, o fim do Jornal da Tarde, publicação criada em 1966, será mais um exemplo da inviabilidade dos jornais impressos. Além disso, em caso semelhante ao ocorrido com o Monitor Campista, será também um exemplo de desconsideração das empresas jornalísticas para com seus funcionários, uma vez que não houve, ainda, nenhuma comunicação interna sobre o fim do JT.

“O comercial sabe que o jornal vai acabar, os leitores sabem que vai parar de circular e até os jornaleiros também já estão cientes que o veículo não será mais entregue nas bancas. Todo mundo já sabe, menos os funcionários do Jornal da Tarde, que ainda não foram comunicados pela direção”, disse um dos profissionais do JT ao Comunique-se, com o previsível pedido de off.

segunda-feira, outubro 08, 2012

Repórter ameaçado de morte deixa o País

Coluna de hoje da jornalista Eliane Brum, no site da revista Época, conta a história de um repórter da Folha de São Paulo que vive fora do país por ter sido ameaçado de morte.


Vencedor de mais de 40 prêmios de jornalismo, André Caramante publicou, em 14 de julho passado, uma pequena matéria que mostrava a atuação de um ex-chefe da Rota, o coronel reformado da Polícia Militar Paulo Adriano Lopes Lucinda Telhada, e o modo como este prega a violência pela internet.

Depois da publicação, o repórter começou a sofrer ameaças e, em setembro, o jornal decidiu enviá-lo, com a sua família, para fora do país. Enquanto isso, Telhada, que se candidatou a vereador pelo PSDB, consolidou a campanha que o levou à vitória na eleição de ontem para o legislativo paulistano.

[Veja a íntegra do texto de Eliane Brum aqui.]

Atualização 11/10/12 às 10:06 - Matéria de Danilo Thomaz traz a versão do coronel reformado Adriano Lopes Lucinda Telhada. O vereador eleito em São Paulo afirma que não ameaçou o jornalista. Aqui.

terça-feira, agosto 28, 2012

Regulamentação das comunicações é vital para a democracia, diz Marilena Chauí

A filosofa Marilena Chauí em debate no SindJornalistas
[Foto: Fora do Eixo / Flickr]

Da Rede Brasil Atual
Publicação original aqui.

São Paulo – Presente ao debate sobre direito à comunicação na noite de ontem (27), no Sindicato do Jornalistas de São Paulo, a filosofa Marilena Chauí, professora aposentada da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP), afirmou que a função da regulamentação das telecomunicações é impedir que se imponha a tirania da vontade de alguns contra a maioria, e que, sem isso, não se tem democracia. Para Chauí, é necessário haver um conjunto de normas que garantam o direito de todos.

“Se você não estabelece, no interior do mundo democrático, um conjunto de normas que garantam a maneira pela qual o espaço público é regulamentado, pela qual direitos são criados e respeitados, você não terá democracia”, disse Marilena. A filosofa começa a defesa em relação a um novo código de uma maneira que ela mesma define como "quase que ridícula", pensando nos opositores da regulamentação. “Eu parto do princípio de que, quando eu vejo quem são os opositores, por definição, sei que é uma coisa boa que vem vindo”, disse.

A filósofa acredita que o novo marco regulatório das telecomunicações é um avanço fundamental para o qual é necessário mobilização. “É preciso lutar porque isso é um avanço no campo das comunicações. Um avanço democrático que pode se assemelhar aos que tivemos, em termos de democracia, no campo social e no campo econômico.”

Para Marilena Chauí, é preciso um grande movimento nacional em favor da democratização da comunicação, pois é muito difícil enfrentar a resistência dos empresários do setor. “Eu diria que não vamos vencer, porque é a resistência de empresas. Como diz um amigo meu, se confunde a liberdade de pensamento e de expressão com os lucros econômicos de três ou quatro empresários. Nós temos de fazer um grande movimento de nível nacional, que tenha peso sobre aqueles que vão decidir nas votações e na explicitação do marco regulatório. É diretamente no campo ideológico e no campo político que nós temos de lutar”, propôs.

A filósofa mostrou-se preocupada com a concentração de informações na internet e a vigilância dos usuários por um pequeno grupo de empresas, assim como com a falta de conhecimento técnico e econômico para a população dominar efetivamente essa ferramenta. “Há uma concentração planetária de informação a respeito de cada um de nós. Temos a ilusão do exercício da liberdade e da criatividade. Nós estamos entregando a nossa autonomia a formas de controle e de vigilância que ainda não avaliamos o que sejam”, concluiu.

terça-feira, julho 31, 2012

terça-feira, junho 19, 2012

"Terceira Via" começa a dar sinais de vida

Está no ar aqui o teaser da campanha publicitária do "Terceira Via", site de notícias que será lançado brevemente em Campos, com cobertura regional, como antecipado pelo urgente! aqui.

A promessa é de proporcionar "uma nova visão dos acontecimentos", separando "fato" de "opinião".

quinta-feira, junho 14, 2012

Eleições amanhã na Associação de Imprensa

Será nesta sexta-feira (15), a eleição para a escolha da diretoria da Associação de Imprensa Campista (AIC) para o triênio 2012/2015. Todos os associados devem participar. Basta comparecer à sede da entidade, entre 8h e 17h. A apuração começará logo em seguida.


Mais informações aqui.

segunda-feira, junho 04, 2012

Equipe prepara site jornalístico para a região


Uma equipe de jornalistas tem trabalhado em Campos para lançar, até o final de junho, um site de notícias para toda a região. O projeto está cercado de sigilos. Informações não oficiais, no entanto, dão conta de que a iniciativa seria do grupo Imne, mais conhecido pela atuação na área de saúde.

Uma sede bem estruturada foi montada e os acertos finais de marketing e design estão em fase avançada.

A experiência fracassada do “Site Bom”, há alguns anos, tem deixado alguns jornalistas céticos em relação ao novo projeto. Por outro lado, o sucesso do “Ururau” confirma a demanda por notícias online na região.

terça-feira, fevereiro 07, 2012

Filme raro com o Nelson Rodrigues


Vi no blog da Ana Cadenge (aqui) e reproduzo abaixo o filmete raro encontrado pelo historiador Carlos Fico, da UFRJ, com depoimento e cenas do cotidiano do Nelson Rodrigues. Nele, o jornalista e escritor afirma que não fazia questão de ser lembrado depois de morto:  "O morto esquecido é o único que descansa em paz".



sexta-feira, setembro 09, 2011

Jornalista deve ter conta pessoal no twitter e no facebook?

Eis uma uma análise da questão, pelo jornalista Leandro Fortes, da Carta Capital, originalmente no Vi o Mundo:


#jornalistas interditados

Leandro Fortes
No Vi o Mundo

As relações arcaicas que ainda prevalecem nas redações brasileiras, sobretudo naquelas ancoradas nos oligopólios familiares de mídia, revelam um terrível processo de adaptação às novas tecnologias no qual, embora as empresas usufruam largamente de suas interfaces comerciais, estabeleceu-se um padrão de interdição ideológica dos jornalistas. Isso significa que a adequação de rotinas e produtos da mídia ao que há de mais moderno e inovador no mercado de informática tem, simplesmente, servido para coibir e neutralizar a natureza política da atividade jornalística no Brasil.

Baseados na falsa noção de que o jornalista deve ser isento, as grandes empresas de comunicação criaram normas internas cada vez mais rígidas para impedir a livre manifestação dos jornalistas nas redes sociais e, assim, evitar o vazamento do clima sufocante e autoritário que por muitas vezes permeia o universo trabalhista da mídia. Em suma, a opinião dos jornalistas e, por analogia, sua função crítica social, está sendo interditada.

Recentemente, a ombudsman da Folha de S.Paulo, Suzana Singer, opinou que jornalista não deveria ter Twitter pessoal. Usou como argumento o fato de que, ao tuitar algo “ofensivo”, o jornalista corre o risco de, mais para frente, ter que entrevistar o ofendido. A preocupação da ombudsman tem certa legitimidade funcional, mas é um desses absurdos sobre os quais me sinto obrigado a, de vez em quando, me debruçar, nem que seja para garantir o mínimo de dissociação entre a profissão, que tem caráter universal, e os guetos corporativos onde, desde os anos 1980, um sem número de manuais de redação passaram a ditar todo tipo de norma, inclusive comportamental, sobretudo para os repórteres.

Suzana Singer deu um exemplo prosaico, desses com enorme potencial para servir de case em cursinhos de formação de monstrinhos corporativos que pululam nas redações:

“Hoje o jornalista pode estar em um churrasco, com os amigos, e ser ofensivo com os palmeirenses porque eles ganharam o jogo de domingo. E na semana seguinte ele tem que ir entrevistar o presidente do Palmeiras. Ou seja, é uma situação muito desagradável, que poderia ter sido evitada se o repórter tivesse a postura adequada de não misturar as coisas. Não tem como ter dupla personalidade, separar a sua vida pessoal da profissional, assim como não dá para ter duas contas no twitter”.

Bom, primeiro é preciso esclarecer duas coisas, principalmente para os leitores desse blog que não são jornalistas: é possível, sim, separar a vida pessoal da profissional; e, claro, dá para ter duas contas no twitter. Essa história de que jornalista tem que ser jornalista 24 horas é a base do sistema de exploração trabalhista que obriga repórteres, em todo o Brasil, a trabalhar sem hora extra, ser incomodado nas férias e interrompido nos fins de semana, como se fossem cirurgiões de guerra. Também é responsável, na outra ponta, por estimular jornalistas que se tornam escravos de si mesmo, ao ponto de, mesmo em festas de crianças e batizados de bonecas, passarem todo tempo molestando alguma fonte infeliz que calhou de frequentar o mesmo espaço.

A interdição imposta aos jornalistas pelas empresas de comunicação tem servido, entre outras coisas, para a despolitização das novas gerações de repórteres, instadas a acreditar que são meros repassadores de notícias e tarefeiros de redações. Desse triste amálgama é que surgem esses monstrinhos entusiasmados com teses fascistas, bajuladoras profissionais e bestas-feras arremessados sobre o cotidiano como cães raivosos, com carta branca para fazer, literalmente, qualquer coisa.

Não causa mais estranheza, mas é sempre bom expor o paradoxo dessa posição da ombudsman, que não é só dela, mas do sistema na qual ela está inevitavelmente inserida, desde que o pensamento reacionário e de direita passou a ser bússola fundamental da imprensa brasileira. Digo paradoxo porque o mesmo patronato que confunde, deliberadamente, liberdade de expressão com liberdade de imprensa, para evitar a regulação formal da atividade midiática, é esse que baixa norma sobre norma para impedir seus funcionários de se manifestarem no ambiente de total liberdade das redes sociais, notadamente o Twitter e o Facebook. Não o fazem, contudo, por zelo profissional.

Essa interdição visa, basicamente, evitar que os jornalistas opinem, publicamente, sobre a própria rotina e, assim, exponham as mazelas internas das corporações de mídia. Ou que expressem opiniões contrárias à de seus patrões. Foi assim, por exemplo, no caso da bolinha de papel na cabeça de José Serra, na campanha de 2010.

Aquela farsa ridícula foi encampada, sem nenhum respeito ao cidadão consumidor de notícia, por quase toda a imprensa, por imposição editorial. Diversos colegas jornalistas, alguns que sequer conheço, me mandaram mensagens (um me abordou numa livraria de Brasília) implorando para que eu tratasse do assunto nas redes sociais. Todos me informaram que seriam demitidos sumariamente se contestassem, no Twitter e no Facebook, a tese patética do segundo ataque com um rolo de fita crepe. Todos, sem exceção.

A ética do jornalista é a ética do cidadão, dizia um grande jornalista brasileiro, Cláudio Abramo, aliás, responsável pela modernização de O Estado de S.Paulo e da Folha, nos anos 1960 e 1970. Portanto, nada mais natural que tenha o jornalista os mesmos direitos do cidadão, aí incluído o de se expressar. Impedi-lo, sob um argumento funcional, de exercer seu direito de opinião e crítica é, no fim das contas, mais um desses sinais de decadência moral da mídia brasileira. E, claro, retrato fiel do que ela se tornou nos últimos anos.

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