terça-feira, dezembro 30, 2003

Para ouvir três vezes ao dia
Essa é para fechar 2003. Musiquinha dedicada à Patrícia Daldegan e Rodrigo Florêncio. Por motivos nada óbvios.

Doente Porém Vivo - Zumbi do Mato
Seja paciente e tenha tatu
Não posso ver ninguém descascando
Cebola na televisão, que começo a chorar.
Pulsa o silêncio em meu dedão,
Piolhos comem mousse de maracujá.
Sou um homem sem fins lucrativos.
Doente porém vivo, eu quero é que se foda!
O meu signo favorito, eu já disse, é o feijão.
Toda vez que somo ele, dá sempre o mesmo total.
Pulsa o silêncio em meu dedão,
Piolhos comem mousse de maracujá.
Sou um homem sem fins lucrativos.
Doente porém vivo, eu quero é que se foda!

Indignação
Dia desses estava em Grussaí (praia de São João da Barra-RJ), mas resolvi dar uma chegada em Atafona (também praia sanjoanense), para ver e registrar o que mais o avanço do mar tem provocado por aquelas bandas. Para alcançar meu objetivo, embarquei numa Van, aparentemente em perfeitas condições de uso.

Na passagem pela área central de São João da Barra, o motorista pediu que os passageiros com destino a Atafona, saíssem da Van e entrassem em um outro carro. Ok. Não haveria maior indignação nisso, se o outro transporte "alternativo" fosse similar ao veículo que, conscientemente, dispus-me a viajar.

Resumo da história: eu e outros passageiros entramos numa Kombi, literalmente velha, com lataria enferruchada etc . Internamente, cheiro de barata.

O problema não está na nossa passividade, mas na existência de espertalhões.

Da próxima vez, pergunto se haverá baldeação.

segunda-feira, dezembro 29, 2003

Mais um
O calor dessa cidade está derretendo os meus miolos e não estou com a mínima vontade de escrever um conto de final de ano para o urgente!. Para que o conselho editorial não me demita, vou apelar: segue aí um conto de virada de ano que publiquei, nos distantes idos de dezembro de 2001, numa coluna que tinha na Folha da Manhã. Abraços e até 2004.

Conto de Ano Novo

Encostou no parapeito do terraço e encheu os pulmões com o ar da noite. Decidira passar a virada do ano sozinho, no ponto mais alto da cidade. Queria, por um instante, acreditar que toda aquela mobilização festiva em torno de um calendário lhe era indiferente. Ou, para ser preciso, fazer uma festa particular, com som portátil, um whisky ordinário e charutos de procedência duvidosa. Tudo compatível com a remuneração de bancário — até a cadeira de praia, que só contribuiu para tornar a cena mais ridícula.

Às 23 horas estava ali o nosso personagem, ao lado de uma enorme caixa d’água, sob dezenas de antenas parabólicas, em meio a cabos e canos, segurando a haste do pára-raios. Nem as estrelas apareceram. O céu nublado lhe prestava a reverência de quem respeita um momento de solidão.

Sentiu-se bem. Ou sentiu-se como queria: enfim fazendo algo que acreditava ser de sua genuína vontade. Sem chefe, sem família, sem amigos. Estava experimentando, aos 40 anos de idade, a liberdade de não prestar-se à diplomacia ou à obediência.

Durante toda a vida não fez outra coisa senão pautar-se pelo normal. Estudou para trabalhar e vinha trabalhando para ser alguém digno de ganhar um brinde do banco no final do ano. Seus maiores orgulhos eram, respectivamente, o fato de ter sido, aos 22 anos, o mais novo bancário a receber o prêmio corporativo de atendimento ao cliente; trabalhar na maior instituição financeira do país; e de ter dois filhos.

Pagava há 14 anos a prestação do apartamento. O carro, pelo qual pagou o preço de dois, também fora financiado. A esposa, uma estudante de fisioterapia, consumia o seu 13º salário em mensalidades atrasadas na faculdade. E as outras contas, que se avolumavam numa escrivaninha, iam sendo pagas aos galopes e a poder de empréstimos.

Mas não era financeiro o seu maior problema. O que não compreendia era como, depois de ter feito tudo certo, poderia ter dado tão errado. Não que fosse um retumbante fracasso. Não, não era isso. O inquietante é que não sabia o que saborear no seu sucesso de cidadão exemplar. Afinal de contas, tinha e era o que, supunha, milhões gostariam de ter e ser. Chegou aonde achou que poderia chegar. Só não entendeu o que estava fazendo naquele pódio ilusório.

No alto daquele prédio estava alguém que se permitia manter-se em interrogação, após uma existência cercada por certezas. E isto o assustou. Assustaria a qualquer um. Depois de terminada a garrafa, estouraram os fogos do ano novo. Ele percebeu a força daquele momento e lamentou não estar em casa. Era tarde demais. O momento clamava por alguma comemoração e ele estava só.

Andou entre os cabos, desviou das antenas, olhou a cidade e não soube mais o que fazer. Apenas se atirou.

domingo, dezembro 28, 2003

Um conto de Ano Novo [De Novo ?]
Eis aí minha contribuição literária para o final de 2003. Com a devida ilustração do caro amigo Löis Lancaster, da banda Zumbi do Mato e mantenedor do fotolog Roncevaux, onde armazena suas "pinturas". Confira a ilustração aqui.

Cusparada: 3112

I hurt myself today
to see if I still feel
I focus on the pain
the only thing that's real
Hurt - Nine Inch Nails [versão de Johnny Cash]



Uma cusparada. Foi o primeiro som que ouvi, tão logo acabei de nascer. Justo na passagem da meia noite. Meu batismo orgânico. Até hoje me pergunto quem foi o autor daquela escarrada que trago na memória como recuerdo ancestral. Nascido na margem esquerda do rio, num local onde nada, nada muda, fui condenado – por quem ?, eu também me pergunto – a andar munido de um tamborzinho. Que uso para marcar minha passagem pela planície. Minha passagem pelo tempo e pelo espaço - hah, vão perdoando a verve de piadista, mas esta é inevitável, nestas condições.
Tá-tará-tará-tim-bum. E dá-lhe aleluia e auto-flagelação.
Hoje é dia de festa. Fico mais velho com o resto do mundo. Eu, todo de branco, marco o compasso da passagem cronológica por avenidas esquecidas da margem esquerda. Cantando um lamento negro cujo refrão recita onde estou me faltam asas e a solidão é sanguinária. Os mentirosos se espreguiçam nas poltronas e os dementes lançam pipocos para a lua – mesmo que ela não esteja lá. É nesse ambiente que surge a limusine branca que estanca na minha frente. Tamborzinho finaliza o que estava repicando. De lá de dentro, uma janela vai descendo e uma mulher de longos cabelos negros me encara. Cheirando a champanhe e maçãs frescas.
- Eu sou Saudade. E vim para cumprir expiação.
De imediato, ela sai do carro, empunhando uma pistola semi-automática, como se planasse acima dos desejos de restos mortais. O que primeiro me chama a atenção é que Saudade usa uma camiseta onde se vê estampado o cadáver encarquilhado de Che Guevara. Depois, ela aponta para um bolo de bosta entre nós dois. Acabei de lembrar que, justamente no dia do meu nascimento, arrombaram a minha casa e de lá levaram a privada. Olhos grudados nas fezes. Saudade, sem conseguir disfarçar o tremor nas mãos que seguram a pistola semi-automática, dá o comando: come.
Eu obedeço. Sem desgarrar do tamborzinho.
Estendo minhas mãos no chão e mancho a terra de vermelho vivo. Minhas mãos carregam chagas. De tanto marcar o compasso. A pistola semi-automática cai das mãos de Saudade como escamas nos olhos e é rechaçada no chão. Ela me estende a mão, como penitência, e eu confirmo a redenção.
- Eu sou o Santo.
os sinos badalam e eu convulsiono. apertando a santa mãozinha. desejando que suas unhas rasguem minha carne de segunda.
- Me dá o teu perdão.
- Ajoelha e chora, filha. Porque é chegada a hora de comemorar a passagem.
Fogos de artifício estouram na hora precisa, lembrando o brilho crispado da batalha no céu. Saudade se transubstancia em imagem sacra de mosaico e me beija a boca suja. Com volúpia, vontade e desejo. A língua toda lá dentro, fisgando minhas cáries e obturações. Penso em ampulhetas e a química corporal faz o resto. Eu choro através das marcas de estilete e aparelhos de barbear.
Para ela. Por toda a eternidade. Essas asas de moscas.
Tamborzinho volta a repicar. Mas ninguém ouve

sábado, dezembro 27, 2003

Jingle hell
Jules Rimet preparou um conto de Natal. Que serve também para o Ano Novo [De Novo ?]. Segue aí.
MUIRAQUITÃ
Viver, e viver quase vencido. Erguer forças sem saber de onde, sem um muiraquitã sequer e, ainda que quase vencido, por esse “quase”, erguer-se.
Assim vivia o dia corrido e o dia por correr, porque todo dia vivia da mesma forma, com a mesma quase sem forças, com a mesma busca de força de todas as manhãs, orando mal amanhecia, num suspiro, lavando o rosto e suspirando, coando o café e suspirando e saindo de casa num suspiro profundo e enérgico.
Era preciso caminhar. Era preciso. Caminhante sempre pelo mesmo caminho, mas sem um assovio.
O ar da manhã o fazia sentir-se saudável, a necessidade dos passos o fazia sentir-se vencido. Sentir-se. A necessidade que movia seus passos todas as manhãs, mal o amanhecimento apontando, estrangulando o sono. A necessidade é que erguia cada pé, projetava o corpo, os braços cavoucando os bolsos, e o mandava para o trabalho.
A avenida projetada para além de seu olhar e, àquela hora sem a preocupação de atropelamento na ciclovia, já nem olhava para a frente, passava todo o trajeto pastando os olhos no asfalto, só vez ou outra gargarejando nuvens.
Vinte e cinco de dezembro não amanheceu diferente. Em verdade, nem amanhecera ainda e ele já se postava na avenida, seguindo a reta em contínua curva da avenida, as mãos tateando os fundos bolsos do macacão; as mãos batucando, dentro dos bolsos; o macacão aberto até o umbigo. Mas não olhava o chão. Assobiava para o alto, acompanhando o ritmo com a cabeça, um claro sorriso entrecortando a melodia, alguns soluços sorridentes ponteando. Nem se importava, daquela vez, de trabalhar no dia do natal. Daquela vez. E ia feliz de encontro ao galpão onde encontraria o caminhão e o trajeto que faria, em mais um dia por correr.
Sabia... até a noite anterior, não. Mas agora sabia, porque na noite anterior ficou sabendo pela voz da própria Norma Lúcia, e ao acordar viu confirmado pelo corpo da própria Norma Lúcia, e ao sair ouviu mais uma vez pelo olhar da própria Norma Lúcia, que Norma Lúcia o amava, e que o amaria, e que o amará.
Viver, e viver quase vencido. Mas erguendo forças e saber de onde vem essa força, desse muiraquitã.

sexta-feira, dezembro 26, 2003

Para ouvir três vezes ao dia
Hurt - Nine Inch Nails [versão de Johnny Cash]
I hurt myself today
to see if I still feel
I focus on the pain
the only thing that's real
the needle tears a hole
the old familiar sting
try to kill it all away
but I remember everything
what have I become?
my sweetest friend
everyone I know
goes away in the end
you could have it all
my empire of dirt
I will let you down
I will make you hurt
I wear my crown of shit
on my liar's chair
full of broken thoughts
I cannot repair
beneath the stain of time
the feeling disappears
you are someone else
I am still right here
what have I become?
my sweetest friend
everyone I know
goes away in the end
you could have it all
my empire of dirt
I will let you down
I will make you hurt
if I could start again
a million miles away
I would keep myself
I would find a way

[sim, eu comprei "american iv: the man comes around", de johnny cash. e estou ouvindo em forma de oração. engraçado como certos lances se reconectam com um pouco de tempo.]

quinta-feira, dezembro 25, 2003

Ele voltou
Ururau Irado, a.k.a. Uóli, deu as caras de novo no blog. Mostrando que está obcecado por bonecas infláveis. Este mundo está mesmo perdido. Confira o conto que marca sua volta bem aqui.

Literatice no ar
Você ainda não viu a mais recente edição do Paralelos ? Então, clique aqui e confira o especial de Ano Novo que foi preparado para você, caro leitor, cara leitora. Deste escriba, há a resenha de “Bagana na chuva”, de Mário Bortolotto, e uma entrevista com Marcelino Freire.

quarta-feira, dezembro 24, 2003

Nossos votos
Toda a equipe do urgente! deseja um felicíssimo Natal a todos os nossos leitores - dos esporádicos aos constantes.

Aproveitamos, também, para desejar que a PAZ, ESPERANÇA e AMOR - tão falados nesta data - estejam presentes em todos os dias de 2004 na vida de cada um de vocês.

terça-feira, dezembro 23, 2003

Lá vem ele
Contagem regressiva para 2004.
Faltam oito dias.
Diz aí, qual a sua esperança?

Imagem & Ação
Olá, pessoal! Por enquanto, não está sendo possível postar fotos no urgente!, exceto se forem linkadas, é claro. Então, pra compartilhar, estou exercitando a arte de fotografar em um fotolog. Nos últimos dias, consegui registros interessantes em praias de São João da Barra (RJ). Em breve, estarei colocando em http://www.fotolog.net/fatimanascimento. Os urgentistas e demais leitores estão convidadíssimos a visitar o espaço.

Nada a ver
O sensato é que ninguém levasse a sério a ameaça de expulsão feita pelo presidente do PT de Campos, Hélio Anomal (no Monitor de hoje), contra o militante Erik Shunk. Mas como Anomal tem a maioria no Diretório, não deixa de ser preocupante que o partido, no município, não saiba a diferença entre manifestar opinião (como fez Erik) e ter mandato e votar sistematicamente contra o governo (como fizeram Heloísa Helena, Babá, Luciana Genro e João Fontes).

O último post do ano ?
Quer uma boa notícia para este finalzinho de 2003 ? Então clique aqui. E depois, aqui. Boas festas.

Para ouvir três vezes ao dia
When I was young - Animals
'The rooms were so much colder then
My father was a soldier then
And times were very hard
When I was young

I smoked my first cigarette at ten
And for girls, I had a bad yen
And I had quite a ball
When I was young

When I was young, it was more important
Pain more painful
Laughter much louder
Yeah, when I was young
When I was young

I met my first love at thirteen
She was brown and I was pretty green
And I learned quite a lot when I was young
When I was young
When I was young

Pain more painful
Laughter much louder
Yeah, when I was young
When I was young

My faith was so much stronger then
I believed in fellow man
And I was so much older then
When I was young
When I was young
When I was young

domingo, dezembro 21, 2003

Fictícias ?
Como deixar de lembrar aqui das entrevistas não-autorizadas que Uóli fez comigo, com Vitor ESCRITOR ! e João Paulo Arruda ?

O primeiro post
No dia 22 de dezembro de 2002, Vitor Menezes - na época, não era Vitor ESCRITOR ! - abriu os trabalhos deste blog, com o seguinte post:
"Tô na área. Podemos começar em fevereiro ? Em janeiro, não quero ver computador na minha frente. Até lá, dá pra todo mundo fazer o cadastro".
Ô, Vitor ! Vai repetir a dose esse ano ?

sábado, dezembro 20, 2003

Eadem Mutata Resurgo

[ao som de angel eyes - ella fitzgerald]

Ano Novo de novo ? 2003 está quase beijando a lona e agora, enquanto componho um blues, batucando e socando os teclados do computador, vou repassando nomes e fatos que foram importantes para mim nesse ano. Um ano difícil de ser atravessado, por conta de tantas perdas e ganhos que me tiraram do ar por diversas vezes, fazendo com que ficasse impressa, por dentro da minha cabeça, a inscrição eadem mutata resurgo. Um ano de começar tudo de novo, mais uma vez – o que é muito diferente de começar novamente.
Esse foi um ano que passei fazendo vezes de Crooner Dissidente e Pugilista Calcário, encarnando singing boxer, acertando e recebendo uns jabs atonais. Por tarimba de malaco, o saldo final aponta que consegui desviar bem e acertar uns golpes aqui e acolá – não sem ficar com algumas cicatrizes, uma aparência mais sisuda e a certeza da urgência. E o gongo ainda está longe de soar.
Em um desses intervalos entre os rounds, eis que chega um momento de mandar abraços especiais para quem também está no Boteco Ringue, um lugar para diversão e briga. Entonces, um abraço para os escritores da nova geração de Campos, Alexandro F, Jules Rimet, Quésia F, Márcio Aquino e Douglas Venoso, extensivo a Vitor ESCRITOR ! e aos demais urgentistas. Um abraço especial para Ururau Irado, César Ferreira, Cilênio Tavares, Rose David, Wellington Cordeiro, Sérgio Máximo, Leonardo Vasconcellos Silva, Avelino Ferreira, Sofia Vecci, Aloísio Di Donato, Rodrigo Rosselini, Rudolf Rotchild, Hélio Coelho Filho, Anti-Tudo, Tahiana Fernandes, André Zamana, Rodrigo Manhães, Simone Pedro, Sérgio Arruda, Glauco Tostes, Valéria Machado, Arlete Sendra, Gerson Dudus, Alexandre Mury, Manoela Dias e a moçadinha que cumpriu o quarto ano de Jornalismo.
E não posso deixar de lado os maníacos pela escrita, amigos e amigas de outras terras - nem sempre tão planas quanto esta: os paralelos Augusto Sales, Mara Coradello, Jaime Filho, André Mansur, Crib Tanaka, Cecília Giannetti e João Paulo Cuencae a paralela-mor Martha Ribas. Segue também meu carinho e consideração pelos malacomanos João Filho e Jorge Cardoso – as demais pontas do tridente -, além de Nelson de Oliveira, Fábio Fernandes, Daniela Sigaud, Marcelino Freire, Joca Reiners Terron, Edyr Augusto, Wir Caetano, Indigo, Mário Bortolotto, Ivana Arruda Leite, Ademir Assunção, Ronaldo Bressane, Lois Lancaster, Cláudio Portella, Francisco Slade e Alexandre Inagaki.
E tem mais: Rodrigo Lima, Roberto Vicente Lagares, Alexandre Jonny Patriarca, Laerte, Stella Alves, Latuff, Artur Dapieve e ... Certamente irei deixar de citar alguém - não se importem, é apenas a senilidade batendo. Cada um de vocês me ajudou a encarar este ano de maneira inquietantemente produtiva.
Para 2004, tenho repetido mentalmente, como um mantra, o que escreveu minha força-frida Ana Elisa Ribeiro: seremos todos mais felizes. Essa é minha decisão. Eu já comecei a ser mais feliz, por mais estranho que isso possa parecer.

[em tempo: tem um coração batendo pelo qual sou co-responsável e que me deixa assim, meio sem jeito, a cada vez que lembro do primeiro momento em que o ouvi]

sexta-feira, dezembro 19, 2003

Na gambiarra
Wir Caetano e George Cardoso deram a largada num blog gambiarra. Quer entender o que é isso ? Então, clique aqui, ó.

[momento am]
Um abraço para o caro amigo Hélio Coelho Filho, que hoje fica mais velho. E os sacis irão se reunir hoje para comemorar. Portanto, não esperem me encontrar hoje no Assis. Mas amanhã, certamente por lá estarei oculto.

quinta-feira, dezembro 18, 2003

Protesto de luxo
O "campista desiludido" que publicou anúncio na capa da Folha da Manhã de hoje pode estar desiludido, mas não sem dinheiro. Anúncio na capa deve ser caro pacas!

[momento am]
Abraços para os coleguinhas do bravo Monitor Campista, que comemoram hoje, no Café Literário, às 19h, a passagem dos 170 anos do jornal.

quarta-feira, dezembro 17, 2003

Espírito de Natal
A frieza do Salão do Júri, no Fórum Nilo Peçanha, em Campos (RJ), foi quebrada pela apresentação de coral formado por meninos e meninas, filhos de funcionários do Tribunal de Justiça. Eles se reuniram nesta terça, dia 16/12/03, para comemorar o Natal. Veja AQUI.

terça-feira, dezembro 16, 2003

[momento am]
Abraços para todos os urgentistas e leitores que não verei na festa de confraternização que não faremos neste fim de ano.

Ao trabalho
O PT agiu corretamente na expulsão dos heloísas helenas. Esse assunto já tinha ido longe demais. Há um país para governar.

Mania de conspiração
Está demorando para aparecer alguém para dizer que aquele não era o Saddam.

Estrela no mar

"Quando chegar a Maceió, vou escrever alguns nomes na areia da praia, a onda vai apagar rapidamente, sem rancor, sem raiva, sem nada." É o que diz a senadora expulsa do PT, Heloisa Helena. Será?

Para ouvir três vezes por dia

O Ébrio - Vicente Celestino
Tornei-me um ébrio e na bebida busco esquecer
Aquela ingrata que eu amava e que me abandonou
Apedrejado pelas ruas vivo a sofrer
Não tenho lar e nem parentes, tudo terminou
Só nas tabernas é que encontro meu abrigo
Cada colega de infortúnio é um grande amigo
Que embora tenham como eu seus sofrimentos
Me aconselham e aliviam os meus tormentos
Já fui feliz e recebido com nobreza até
Nadava em ouro e tinha alcova de cetim
E a cada passo um grande amigo que depunha fé
E nos parentes... confiava, sim!
E hoje ao ver-me na miséria tudo vejo então
O falso lar que amava e que a chorar deixei
Cada parente, cada amigo, era um ladrão
Me abandonaram e roubaram o que amei
Falsos amigos, eu vos peço, imploro a chorar
Quando eu morrer, à minha campa nenhuma inscrição
Deixai que os vermes pouco a pouco venham terminar
Este ébrio triste e este triste coração
Quero somente que na campa em que eu repousar
Os ébrios loucos como eu venham depositar
Os seus segredos ao meu derradeiro abrigo
E suas lágrimas de dor ao peito amigo


[em tempo: aguardem versão desta música que o projeto Laura Palmer fará em breve, com a voz de irlandês bêbado do Crooner Dissidente]

segunda-feira, dezembro 15, 2003

Amigo oculto
Neste semana, no Assis – que alguns incautos insistem em chamar de Terapia’s –, irá acontecer o 1º Amigo Oculto do Urgente ! A reunião festiva – uma vez que, no Assis, normalmente são tratados assuntos sérios e fechadas importantes maracutaias – será realizada a qualquer momento, quando menos se esperar. Resolvemos adotar esta estratégia aleatória porque já foi cientificamente comprovado que é impossível combinar, de maneira linear, um encontro onde todos os urgentistas compareçam. E nosso amigo oculto, como não poderia deixar ser, tem um caráter anti-convencional: o que conta é que fiquemos realmente escondidos e não sejamos encontrados. Por exemplo, eu estarei sem bigode, sem cavanhaque e sem óculos, portanto, poderei andar tranqüilamente pela cidade sem ser reconhecido. Vitor Menezes ficará oculto num salão de cabeleireiros, Rodrigo Florêncio irá comandar o ensaio natalino da Boneca do Waldir e João Paulo Arruda estará numa reunião do AA. Fátima Nascimento deverá participar de um ensaio fotográfico com Dib’s, Patrícia Bueno estará ensaiando um dueto com Elymar Santos e Mariane Pessanha se esconderá no canal Campos-Macaé, vulgo Valão, e nunca mais será vista. O Honorável Id, contrariando as expectativas, realmente estará no Assis. Em tempo: César Ferreira ficará oculto no Kantão do Líbano, enquanto Ururau Irado, a.k.a Uóli, continuará entocado no sino de ouro. Quer participar ? Clique aí na caixa de comentários e diga onde você poderá não ser encontrado.

[momento am]
Um abraço para o caro amigo Luciano Aquino, que reencontrei neste sábado, após longo tempo, e me perguntou se eu ainda mantenho o ploc na Internet com o pessoal. E eu nem sabia que este é um blog chiclete.

domingo, dezembro 14, 2003

Reconhecimento ?
Me disseram, neste sábado, que estou com um visual muito Angeli em crise. Isso depois de me chamarem de o único jornalista underground de Campos. Eu mereço.

Para ouvir três vezes ao dia

Black market baby - Tom Waits
She lives in a house
That's way back off the road
There's a man with a lantern
And he carries her soul
A coal stove and a bed
A skillet and a hound
She drove a camel through
A needle
In this sinking board walk town

She's my Black Market Baby
She's my Black Market Baby
She's a diamond that
Wants to stay coal
Wants to stay coal

I swang out wide with her
On hells iron gate
Anything that you wanted
You could have
My eyes say their prayers to her
Sailors ring her bell
Like a moth mistakes a light bulb
For the moon and goes to hell

She's my Black Market Baby
She's my Black Market Baby
She's a diamond that
Wants to stay coal
Wants to stay coal

There's no prayer like desire
There's amnesia in her kiss
She's a swan and a pistol
And she will follow you like this
In Moverly, Missouri at the
Iroquois Hotel
She checked in with the President
And she ran up quite a Bill
(Chorus)
She's whiskey in a teacup
She gives blondes a lousy name
She's a Bonzai Aphrodite
And a ticket back to Spain
She's a hard way to go
And there ain't no way
To stop
Every time you play the red
The black is coming up

She's my Black Market baby
She's my Black Market baby
She's a diamond that
Wants to stay coal
Wants to stay coal

Churchil de volta
O jornalista e escritor Winston Churchill Rangel acaba de lançar mais um livro. "Do grande medo. Livro II - O Tentáculo" (195 págs.) é mais uma deliciosa obra deste camarada bom de prosa e de briga, "nascido frente à força e luz, criado no Matadouro, em Campos-RJ", como ele se define. O grande barato do livro, além da história de uns cachaceiros presos por engano durante o Governo Costa e Silva, é a sua publicação artesanal – e bem feita – executada pelo próprio autor e sua família, hoje curtindo o stress de Guarapari (ES). Ele foi rodado em impressora doméstica, encadernado com agulhas de coser seda e capas coladas manualmente. Ah! Dedicado ao povo de Guaruí, incluindo os que não valem nada.

sábado, dezembro 13, 2003

"Boa noite, John Boy! Boa noite, Mary Ellen!"

Deu saudade? Clique AQUI.

Aliás, quem quiser lembrar de vários desenhos e seriados que marcaram época, vale à pena visitar o Mofolândia

sexta-feira, dezembro 12, 2003

sweet elise
pneus queimando no asfalto recém-colocado. é disso que é feito o diapasão que tenho usado nos últimos tempos [e o som dessas moedas segue trincando nos meus bolsos]. para as letrinhas dos jornais, recomendo silenciador. tal máxima faz parte da natureza das artimanhas dos bluesmen. me recordo assim que ouço sua voz, sweet elise, pelas ondas que estão no ar. seguindo as tatuagens e promessas de blue notes [talvez o tom da sua voz] e recorrendo à patifarias [ah, sim ... a arte da patifaria espicaça esta carcaça, como quem deseja acordes de slide guitar], defino que a melhor tática é sorrir engalfinhado no vórtex, baby. as placas na entrada da cidade indicam que ainda não saí de terraplana blues, a terra onde os acordes reverberam para dentro [reza a lenda que era intenção de meus pais batizarem-me robert johnson. mas optaram por iniciais inversas, que era para não dar tanta bandeira]. pela certeza que sua voz injetou em mim, sweet, sei que dog is in the house, afinando o velho violão na margem direita, cogitando encruzilhadas, saídas tangenciais e uísque caubói. há uma certa cumplicidade na ocasião. muito prazer: sou pinocchio. carcomido por cupins.

quarta-feira, dezembro 10, 2003

Jornalistas agindo
Procurando material sobre jornalismo literário ? Então acesse Texto Vivo. Dica do caro amigo Gerson Dudus.

Desaparecidos ?
Encontrei Patrícia Bueno hoje. Disse que não comparece mais ao blog porque está fazendo estágio com Álvaro Marcos, nosso Honorável Id, Aquele que Não Existe. Qual é a desculpa dos demais urgentistas ? Estavam ocupados demais salvando o mundo ?

[momento am]
Um abraço para o caro amigo Rudolph Rotchild. Sem motivo especial.

Tecnologia e informação
Entre os dias18 e 20 de abril de 2004, na Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianópolis, irá acontecer o Fórum Nacional de Professores de Jornalismo. O tema é bastante pertinente: “Os desafios do ensino do jornalismo na transição tecnológica”. Entre os grupos de trabalho, como não poderia deixar de ser, está o de Produção Laboratorial Eletrônica, coordenado pela professora Sandra de Freitas. Este urgentista muito se interessa pelo assunto e aproveita para lançar outra campanha entre os leitores deste blog: vamos correr a sacolinha para custear minha inscrição e hospedagem. Para adesão imediata, basta solicitar o número da minha conta bancária.

Classificados
Grupo musical hermético e fechado para um gueto precisa de percussionista não-linear. Interessados entrar em contato.

Para ouvir três vezes ao dia

Na veia – Cordel do Fogo Encantado

Eu vou cantar pra Saudade
Com seu vestido vermelho
E a sua boca
Eu vou cantar pra Saudade
Descer na minha cabeça
E comandar sua festa

Aquele cheiro som imagem
Do teu corpo incendeia
E um rio carregado de saudade
Vem correr na minha veia
Na veia, amor
Na veia

É como a luz da lua que atravessa
A parede da cadeia
Clareia
Mais forte que o sol

Quando a Saudade chegar
Com seu batalhão de agitadores
E tantas bandeiras
Vou cantar
Aquele som da gente
Vou rasgar
O teu vestido novo

[em tempo: meu irmão está certo. “Onde estou me faltam asas e a solidão é sanguinária”]

[momento am]
Abraço para os amigos Rodrigo Serra, Denise Terra e Nelson Bagueira (também conhecido como Nelson Crespo), que estão na coletânea Petróleo, Royalties & Região, que a Garamond e o Mestrado em Desenvolvimento Regional e Gestão de Cidades da UCAM lançam hoje, às 18h, no campus da Candido Mendes de Campos.

A propósito
Clique aqui para conferir a segunda edição do boletim Petróleo, Royalties & Região, que eu e o caro amigo Alessandro Moraes fechamos madrugadas dessas.

terça-feira, dezembro 09, 2003

Arte malaca
No próximo dia 15, o artista plástico Guto irá expor suas esculturas na Faculdade de Filosofia de Campos. A exposição do gente boa começa às 20hs.

Esporro
Arthur Dapieve destrincha "O silêncio que precede o esporro", primeiro CD do Rappa sem Marcelo Yuka. Clique aqui para checar.

segunda-feira, dezembro 08, 2003

[momento am]
Viva a Sociedade de Betume. A festa do ano X foi dez!

Registro de coleguinha
A coleguinha Sofia Vecce, presidente do Sincom (Sindicato dos Profissionais em Comunicação Social do Norte e Noroeste Fluminense — Eita!), manda avisar que jornalista não tem que pagar nada na subdelegacia do trabalho para pegar o registro profissional. Se alguém cobrar alguma coisa, é para denunciar ao subdelegado e ao sindicato.

quinta-feira, dezembro 04, 2003

Para matar uns amigos de raiva
Amanhã irei assistir um show do Cordel do Fogo Encantado. Depois eu conto como foi. He he he ...

[momento am]
Um abraço para o caro amigo Sérgio Máximo, que reencontrei hoje depois de um longo tempo. Grande presença. Tô no aguardo das fotos do Pontal.

Música do dia
She talks to rainbows - Ramones

She’s a little lost girl in her own little world
She looks so happy but she seems so sad ah ah oh yea oh oh oh yea
She’s a little lost girl in her own little world
I’d like to help her I’d like to try ah ah oh yea oh oh oh yea

She talks to birds she talks to angels she talks to trees she talks to bees
She don’t talk to me talks to the rainbows and to the seas
She talks to the treesshe don’t talk to me don’t talk to me

You know she drives me outta my mind you know she drives me outta my head
You know she drives me outta my mind you know she drives me outta my head

She talks to birds she talks to angels she talks to trees she talks to bees
She don’t talk to me talks to the rainbows and to the seas she talks
To the trees she don’t talk to me don’t talk to me

She’s a little lost girl in her own little world
She looks so happy but she seems so sad ah ah oh yea oh oh oh yea
She’s a little lost girl in her own little world
I’d like to help her I’d like to try ah ah oh yea oh oh oh yea

She talks to birds she talks to angels she talks to trees she talks to bees
She don’t talk to me talks to the rainbows and to the seas she talks to trees
She don’t talk to me don’t talk to me she don’t talk to me don’t talk to me
She don’t talk to me don’t talk to me she don’t talk to me don’t talk to me

quarta-feira, dezembro 03, 2003

Repeteco eleitoral
Não sou dada a previsões, mas aproveitando a aproximação do fim de ano, fiz um breve comentário do que nos preserva, politicamente, o ano de 2004. Leia AQUI o texto Vitória dos justos, publicado também no Verbo Solto em 29/11/2003.

* Texto publicado, dia 29/11/2003, no Monitor Campista.

Malditas piadas internas
Pegue o pombo ! Pegue o pombo !

Atualizações paralelas
E o site o projeto Paralelos está com textos novos. Confira as resenhas deste que vos digita sobre Caixinha de Madeira, de Indigo, e Bangalô, de Marcelo Mirisola - esta, ainda indevidamente creditada como um conto do próprio, mas que, em breve, será consertada. E não deixe de ler Para um amigo que não escreve mais, da cara amiga Mara Coradello, uma crônica que puxou minha orelha dia desses aí.

terça-feira, dezembro 02, 2003

Obcecado
Eis aqui um exemplo de como eu gostaria que se realizasse a capa de um dos meus livros: a capa do CD Amore del Tropico, do Black Heart Procession.

Música do dia [de hoje, amanhã e depois]

My baby just cares for me - Nina Simone

My baby just
My baby don't care for shows
My baby don't care for clothes
My baby just cares for me
My baby don't care for cars and races
My baby don't care for high-tone places

Liz Taylor is not his style
And even Lana Turner's smile
Is somethin' he can't see
My baby don't care who knows
My baby just cares for me

Baby, my baby don't care for shows
And he don't even care for clothes
He cares for me
My baby don't care
For cars and races
My baby don't care for
He don't care for high-tone places

Liz Taylor is not his style
And even Liberace's smile
Is something he can't see
Is something he can't see
I wonder what's wrong with baby
My baby just cares for
My baby just cares for
My baby just cares for me

Revolução eleitoral
Tá no Monitor de hoje que o PSTU vai ter candidato a prefeito em São João da Barra. O que isso significa? Nada.

Esquenta isso aí, gente!
Tem dias que amanheço com espírito de porco, e fico implicando com os jornais locais. Como tenho muito carinho pelo Monitor (embora nunca tenha trabalhado lá), me sindo à vontade para dar um puxão de orelha: a manhete "Centro em clima de Natal" é ruim de doer! Não vende sequer um exemplar!

Solidariedade
Nessas horas é que os amigos de verdade têm que aparecer. Aí gente chegada, alguém precisa falar com o coleguinha Antônio Fernando que esse negócio de ficar falando de "velho órgão" e dos problemas dos sagitarianos é, digamos, um pé na, vocês sabem. Confira no Monitor de hoje.

segunda-feira, dezembro 01, 2003

Primeirão
Dezembro chegou ! E este blog completa seu primeiro aniversário ! Urgentistas, está na hora de esquematizar a reunião comemorativa no Assis ! Pra já ! Demorô ! E tenho dito ! Assim mesmo, com exclamações !

Buquimárqui
Malvados: esse cara, André Dahmer, sabe das cousas.

Literatura em dobro
Hoje tem lançamento literário duplo - em São Paulo, onde mais poderia ser ? A partir das 19h, no Canto Madalena, Ademir Assunção e Márcia Denser irão lançar, respectivamente, "Adorável Criatura Frankenstein" e a reunião em um só volume de "Tango Fantasma" e "Diana Caçadora". Os dois livros fazem parte da coleção LêProsa, da Ateliê Editorial. Se eu fosse você, já reservava um exemplar. Porque livros bons assim dificilmente chegarão às livrarias desta terraplana.

[e enquanto isso, prossegue a campanha "Vitor ESCRITOR !". agora em uma arrancada: vamos convencer o malaco a organizar e publicar os textos da extinta coluna "Provocações"]

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