sexta-feira, dezembro 12, 2003

sweet elise
pneus queimando no asfalto recém-colocado. é disso que é feito o diapasão que tenho usado nos últimos tempos [e o som dessas moedas segue trincando nos meus bolsos]. para as letrinhas dos jornais, recomendo silenciador. tal máxima faz parte da natureza das artimanhas dos bluesmen. me recordo assim que ouço sua voz, sweet elise, pelas ondas que estão no ar. seguindo as tatuagens e promessas de blue notes [talvez o tom da sua voz] e recorrendo à patifarias [ah, sim ... a arte da patifaria espicaça esta carcaça, como quem deseja acordes de slide guitar], defino que a melhor tática é sorrir engalfinhado no vórtex, baby. as placas na entrada da cidade indicam que ainda não saí de terraplana blues, a terra onde os acordes reverberam para dentro [reza a lenda que era intenção de meus pais batizarem-me robert johnson. mas optaram por iniciais inversas, que era para não dar tanta bandeira]. pela certeza que sua voz injetou em mim, sweet, sei que dog is in the house, afinando o velho violão na margem direita, cogitando encruzilhadas, saídas tangenciais e uísque caubói. há uma certa cumplicidade na ocasião. muito prazer: sou pinocchio. carcomido por cupins.

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