Na condição de jornalista integrante da Assessoria de Comunicação do Sindipetro-NF, acompanho por dentro de um dos lados da questão a preparação para a greve dos petroleiros, que começa daqui a pouco na maioria das bases da Petrobras no país.
Independentemente dos méritos das reivindicações da categoria, é bonito de ver a sua organização. Se nós, jornalistas, tivéssemos um centésimo da disposição dos petroleiros para a briga, metade das nossas mazelas poderiam ter sido superadas.
O leitor deve fazer idéia do quanto é complicado parar a produção de petróleo, ou reduzi-la ao mínimo necessário, gerando um prejuízo de milhões de reais. E os sujeitos fazem isso e, desta vez, se manterão no local de trabalho, enfrentando as equipes que a Petrobras embarca para tentar manter a plataforma funcionando.
É possível que alguém pense que é fácil ser bravo desse jeito quando se tem a estabilidade quase estatal da Petrobras. Mas não é bem assim. As retaliações são pesadas, mesmo que não cheguem à demissão.
Grevista corre o risco de ser punido, ter horas não remuneradas, não receber promoção, entrar para sempre no caderninho secreto das gerências.
Para se ter noção do jogo pesado, a Petrobras, segundo o Sindipetro-NF, cortou acesso telefônico e de internet em todas as plataformas, para dificultar a comunicação do sindicato com os trabalhadores. Além disso, tentou, na justiça, autorização para desembarcar na marra todos os grevistas.
Quem dera que mais categorias profissionais fossem assim.
domingo, março 22, 2009
Bonito de ver
Postado por Vitor Menezes às 20:01 Marcadores: petroleiros, sindicalismo
2 comentários:
Força e coragem sabemos que eles tem. Não é qualquer um que consegue ficar preso em alto mar praticamente em cima de uma bomba preste a explodir. Abraços e boa sorte a todos os petroleiros
Estudei o ensino médio e técnico na UNED-Macaé/CEFET Campos e a graduação na sede aqui da cidade. Eu sempre ficava revoltada quando rolavam as greves nessas instituições porque os caras não tinham um mínimo de trabalho para mobilizar a comunidade quanto à causa deles. Sendo que nós, os alunos, sempre fomos os maiores prejudicados quanto a essas ações. Muitas das vezes até concordávamos com as reivindicações, mas o difícil era aceitar a maneira como elas eram trabalhadas. Ou melhor, não havia trabalho algum, pois as greves eram sinônimo de férias. Tinha professor que voltava até atrasado, quando as aulas eram retomadas, e bronzeado da viagem que tinha feito.
Existe greve que não seja participativa? Bom, nessas instituições era assim que (não)funcionava. Pelo menos nesses sete anos que tenho de CEFETs (que agora se chama IFF) foram assim.
Espero que o novo nome traga novos ares. Uma coisa não tem nada haver com a outras, mas tem aquela história da esperança, ne!? ...
Postar um comentário