domingo, março 01, 2009

Carnavalesco acidental

Todo mundo tem uma história de Carnaval. A minha, é a de como me tornei carnavalesco mesmo detestando Carnaval. Não tenho paciência para as mesmas marchinhas de sempre, o samba não é ritmo de minha predileção, desconsidero a possibilidade de acompanhar um trio elétrico e acho que somente para as crianças deve ser divertido sair fantasiado por aí.

Ainda assim, ironia das ironias, me tornei “presidente” de bloco. Posso até pleitear no Guinness minha inscrição na condição de diretor carnavalesco mais desanimado do mundo.

Como quase sempre acontece, foi numa brincadeira que nasceu a idéia de criar um bloco reunindo alguns vizinhos na praia de Grussaí. Ninguém com real disposição de empunhar estandarte e sair pela avenida, mas, ao menos, com vontade de não ficar em casa enquanto o mundo gira lá fora e todos parecem ser muito alegres.

Era só um pretexto para uma festa comunitária, não exatamente um bloco com formato e estrutura tradicionais. Para usar uma expressão carnavalesca, a intenção era fazer uma “concentração”.

Daí que brinquei de inventar uma história para o bloco. Era para que ele já nascesse com tradição. Porque bloco que é bloco tem que ter tradição, buscando em raízes distantes a sua razão de existir, como naqueles enredos que, qualquer que seja o assunto, sempre começa na antiguidade clássica. No fundo, portanto, criar uma ficção para o bloco era uma irônica metalinguagem para sacanear a própria idéia de fazer um bloco.

Escrevi então a incrível história de um certo François Marchant de Ziri Gui Doom, chamado popularmente de "Marquês de Ziriguidum", que veio para o Brasil no século XIX e se dedicou a coletar recursos junto aos demais nobres para, sem que estes soubessem, comprar a liberdade dos negros. A justificativa que dava o marquês para pedir o dinheiro dos amigos ricos era a de acalmar a senzala por meio da realização de uma festa no período de Carnaval.

“Na verdade, o Marquês, a cada ano, utilizava parte dos recursos para comprar a alforria de alguns negros, que se uniam ao bloco — chamado na época de "Os Pholiões do Marquês" — para contribuir para que, no ano seguinte, outros negros fossem libertos”, conta o imponente “release” do bloco.

Os vizinhos embarcaram de modo surpreendente na história e, desde 2006, “Os Pholiões” se reúnem para celebrar os 150 anos do bloco e os feitos do Marquês de Ziriguidum, que ganhou até boneco pra mais de dois metros, samba feito por um animado folião da rua, camisa, blog (ospholioes.blogspot.com) e uma mínima organização que garante uma banda ou um DJ (o que for mais barato) para animar o baile a céu aberto.

E desde então tenho sido arrastado em todos os Carnavais para esta encrenca que inventei. Afinal, tradição é tradição.

[Artigo publicado na edição de hoje do Monitor Campista]

8 comentários:

Splanchnizomai abraçando o amanhã. disse...

Menezes, que coisa!!! Acabei de enviar um comentário para o Avelino dizendo que que você faz parte do "corredor da humildade". E agora, fico sabendo que você já é Tradicional nisso!!!!
Eu também não sei sambar, mas já arrumei uma professora... rsrsrs ( meu marido ri, porque ele sabe que sou sem ritmo...) SE Jesus não me ajudar nesaaaa!!! Tô frita!!!! Já subi no pé dEle, já tentei,, mas Ele vai na minha frente sambando de um Jeito Maravilhoso.. eu até caio do pé dele... mas seguro seu manto de perfumado de mirra... e ele cura as feridas do meu joelho...rsrsrs ele me chama...
Mas.. sabe de uma coisa???
COM JESUS A GENTE DANÇA ( erra uns passos e eu muitos..rsrsrs)MAS NÃO PERDE... KKKKKKKKKKKK

olha a palavra? "droide" rsrsrsr

Certamente a palavra da Cruz é "loucura" para os que se perdem... mas para nós que somos salvos, é o poder de Deus

Anônimo disse...

Isso é o que eu chamo de "arrumar sarna pra se coçar". rs!

bjin

Auci

Splanchnizomai abraçando o amanhã. disse...

Acordei hoje levemente pensando:
A sua história e a do Carraspana, a do "risco de vida"!

Sabe, Menezes, fala a verdade, para ser "pholião" precisa aquele gasto horroroso onde o dinheiro do povo corre solto? Para ser "pholião" precisa uma arquibancada para lá de metro? Bem, penso que o melhor da alegria é aquela coisa solta, leve, descompromissada com "este" ou "aquele", que, de tanto dinheiro rolando, acaba mesmo virando "marquez", que acaba usando o dinheiro da cidade em outros "carnavais".

Quanto ao Carraspana, creio também que uma cidade onde o carnaval é feito a partir de uma história que pode ser contada, onde amigos se juntam e montam um bloco, é uma cidade que corre Risco de VIDA. Para todos.
Afinal, coração é coração.
E estou para dizer que você está mais para coração que para tradição. Tradição pesa.Por isso posso afirmar, não foi tradição, foi coração.Coração inventa e re inventa, tudo com mínima organização. É a "máxima organização" que, geralmente, explora e oprime com pretextos tantos.

Anônimo disse...

Essa Rosângela deve ser um fake criado por Vitor. Apesar do disfarce utilizado nesse monte de baboseira, é impossível não perceber a semelhança entre eles. Estão sempre concordando em todas as idéias.

Anônimo disse...

Vitor não seja tão modesto, vcs até samba direitinho,rsrsrs e se vc puxar bem da menória vai se lembrar dos velhos carnavais da "Ilha dos caras de pau" se vc precisar de uma ajudinha eu tenho fotos que farão vc lembrar,rsrrs. Beijos

Splanchnizomai abraçando o amanhã. disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk só rindo.


olha a palavra: epitical

É pití, cá?

Splanchnizomai abraçando o amanhã. disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk só rindo.


olha a palavra: epitical

É pití, cá?

Ah... quanto ao fake(rsrsrs), anõnimo das 9 e 19, como fake, se não sou anônima?

Fake é você que só tem coragm de aparecer assim...( portal do Governo Federal.... transparente... transparente...e enganando todo mundo... que não lê entre as linhas...

Ah... anônimo(a) das 10 e 26... arranja estas fotos para mim. Quero colocar ali n corredor da humildade ( pode deixar que não coloco perto do reofeu pressão, não!)

rsrsrsrsrs ilha rsrsrs dos caras rsrsrsrs de rsrsrsrs pau srsrs

( Que bom, pelo menos desta vez n~]ao me xingaram...)

OLha Vitor a pressão aqui também não é brincadeira...
cai na pilha não...

Splanchnizomai abraçando o amanhã. disse...

Aucilene, você não gostaria de procurar umas sarninhas jumentais não? Vamu nessa, amada! A gente dança, mas não perde não.
OLha, dança, por que expulsam a gente( fulano dançou..), e dança porque cai no samba mesmo... ( mas tô aprendendo ainda... CÊSABESAMBAREUCI?) Samba é "quente" e Jesus "detesta" coisa morna disfarçada..kkkkkkkkkkkkkkkk ziriguidum... eitaaaaaaaaa

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