É possível verificar a determinação de um governo em acertar quando este se dispõe a enfrentar situações que podem custar até mesmo prejuízos eleitorais para o governante. É claro que isso é muito raro, já que é da natureza da política o senso de sobrevivência – segundo Maquiavel isso era até uma obrigação do Príncipe, que deveria ter como principal atribuição manter-se no cargo.
Deve ser por isso que a prefeita de Campos, Rosinha Garotinho, preferiu errar a desmontar um aparato oficial que funciona, na prática, como uma rede de recompensa a cabos eleitorais. Trata-se aqui da figura do “supervisor de serviços municipais”, semelhante ao que outras cidades chamam de subprefeitos e que também em Campos teve outros nomes.
Com a astúcia dos bons farejadores de votos, a prefeita alterou decreto de sua própria autoria, e primeiro do seu governo (001/09), que previa a nomeação de 40 “coordenadores regionais” (DAS-4) e 41 “supervisores locais” (DAS-6), para ampliar a base de colaboradores bancados com dinheiro público. A mudança foi feita por meio do decreto 028/09, publicado no Diário Oficial no último dia 30, que eliminou os coordenadores regionais e reduziu os salários dos supervisores (para DAS-7, o que equivale a aproximadamente R$ 1,3 mil), mas aumentou o número destes postos para 107. Ou seja, repartiu o bolo com mais gente.
Desde 31 de janeiro, o Diário Oficial tem sido então profícuo no registro das nomeações dos novos “supervisores de serviços municipais”. A cada dia sai uma leva de agraciados. Sob o comando direto da Secretaria de Governo, cada um deles tem a missão de saber se tudo vai bem, em seu bairro ou distrito, e se reportar à Prefeitura para cobrar providências – o que deveria ser uma ação voluntária de uma associação de moradores ou de qualquer cidadão.
Para que o leitor tenha um referencial, registre-se aqui o caso de São Paulo, que tem desde 2002 uma divisão em Subprefeituras – antes disso eram chamadas de Administrações Regionais. Sabe quantos são atualmente os subprefeitos na maior capital do país, com 11 milhões de habitantes? 31, que atuam sob o comando da Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras. E um dos critérios para justificar a criação de uma subprefeitura paulistana é o de que a área a ser abrangida tenha aproximadamente 500 mil habitantes – número bem próximo ao de Campos, com seus 107 subprefeitos “supervisores”.
A proliferação local dos equivalentes dos subprefeitos pouco tem a ver com eficiência no atendimento à população. Parece, isto sim, mais próximo do atendimento ao apetite de vereadores e de caciques eleitorais de bairro. E sem eles a prefeita não governa e não se reelege.
[Artigo publicado na edição de hoje do Monitor Campista]
domingo, fevereiro 08, 2009
Campos tem 107 “subprefeitos”
Postado por Vitor Menezes às 10:28 Marcadores: Gaveta do Povo, prefeitura de campos
5 comentários:
Pelo que vi no Governo Arnaldo e Mocaiber, na época que fui funcionário da PMCG, a maioria desses "subprefeitos" estão mais preocupados com seus interesses pessoais do que com os da comunidade a que representam. São pessoas despreparadas, sem um mínimo conhecimento de cidadania, saúde, educação, meio ambiente, etc. Mamam nas tetas da PMCG e sua maior atividade e arrumar uma boquinha para seus parentes e amigos. Metem-se em todas as obras da prefeitura na sua comunidade cobrando das empreiteiras materiais de construção, reformas nas suas casas e até dinheiro...
Pena que Rosinha incentive esse tipo de prática. Espero que pelo menos ela prepare esse pessoal com treinamentos e fiscalizem sua atuação.
Que vergonha!!!!
Seria melhor, Campos tem 107 cabos eleitorais pagos com o nosso dinheiro, essa situação cabe uma ação popular.
Acendeu uma luz amarela aqui.Vamos observar.
Se tudo o que Campos fizer de bom for levado para o lado mau, onde vamos chegar.
Analisando blogs, vejo claramente má vontade com este gverno. UMa alegria em ver dar errado. Isto sim, é verdadeira caças às bruxas!
Se Rosinha está fazendo isso visando o eleitor de amanhã, e isto está prejudicando a Cidade, é muito sério, gente! Isto não é íntegro.
Se Rosinha quer Campos para todos e crê que este seja um momento de "ter olhos que tudo vê" com pessoas de confiança atendendo às necessidades imediatas ( que tantos buscam e querem com rapidez), se ela está buscando ser a Prefeita (onipresente e onisciente) que todos esperam, se ela divide o bolo com mais pessoas e não centraliza poder deixando Campos entregue aos "anônimos descompromissados", ela não precisa copiar São Paulo. Sâo Paulo é Sâo Paulo de Serras, Temers, etcetera e tal, e Campós é de Todos nós!
Se estes Sub prefeitos buscarem o que é deles e não o que é de Campos, que haja mesmo uma movimentação da população sim.
Vamos aguardar.
Não podemos desperdiçar boas idéias que podem ser solução, por essa paranóia de tudo achar que os garotinhos lapianos só querem para eles.
Vamos aguardar.
Vamos deixar a prefeita trabalhar. AFinal, ela foi escolhida. R vamos sim, fiscalizar em amor. Mais ajuntando que espalhando. Como um pai faz dentro de casa. Vendo o erro e falando para os de direito.
Gente, temos que conscientizar a população para que ela não se venda a nenhum político.
Não precisamos ter medo de políticos. Temos que ter medo da manipulação do "não poder".
QUanto ao polítitco, temos que estar atentos. Por exemplo: Foi preciso Garotinho colocar a cara na reta para denunciar algo grave? NInguém via o que acontecia? Se ele continua mostrando a sujeira, vem crítica, dizendo isso e aquilo de Garotinho. Quem comigo não ajunta espalha.
Muito deste telhado de vidro foi espalhado porque os "antigarotinhos", buscam mais o que é seu do que o que é de CAMPOS!
E, olha, a população já viu... está vendo...
Parece até que existe outra Campos dentro de Campos. Parece que existe "uma Campos" que quer ver "Campos Meu Amor", desamada, para que sua Campos outra" assuma o poder. E assim fica quase cristalina a minha frase: todos buscam outra Campos para si, Mas não buscam a Campos de Todos.
É discípula. Já sabíamos que você era uma emissária do casal. Faltou apenas esses seus ridículos comentários para termos toda certeza.
Leve um recado para eles: seremos implacáveis na política de clientela!
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