domingo, setembro 06, 2009

A comunicação que você quer

Há não muito tempo, comunicação social era entendida como assunto de profissionais. Mais visível pelo seu caráter informativo e empresarial, esta atividade, no entendimento popular, era quase sinônimo de jornalismo e, este, identificado mais comumente como tarefa exclusiva da iniciativa privada.

Foi necessário um longo caminho até que a comunicação começasse a ser entendida, no Brasil, também como política pública. Assim como a cidadania implica no acesso a direitos bem conhecidos como à educação e à saúde, agora torna-se mais claro que o cidadão também tem direito a informação de qualidade.

Os conselhos municipais e as conferências públicas, desde a Constituição de 1988, tornaram as entidades representativas da sociedade mais atuantes em temas que não dizem respeito diretamente à sua atividade fim. Um sindicato de metalúrgicos, por exemplo, pode ter um representante no Conselho Municipal de Saúde, ou participar da Conferência de Educação da sua cidade.

Esta participação tem se consolidado e já encontrou abrigo nas agendas de líderes de entidades dos movimentos sociais e dirigentes de instituições. Com a comunicação, no entanto, esta história está começando somente agora, com a convocação, para dezembro, de uma Conferência Nacional para o setor.

Como etapas para este evento nacional, estados e municípios realizam neste segundo semestre as suas conferências locais, e a sociedade está sendo chamada a opinar sobre como deve ser a comunicação no Brasil. No Norte Fluminense, a conferência acontece nos próximos dias 11 e 12, no Teatro do Sindipetro-NF, em Macaé, a partir de convocação formal da Prefeitura de Macaé e com a organização de diversas entidades da região, entre elas a Associação de Imprensa Campista.

Empresários da comunicação, trabalhadores do ramo, e todos os demais interessados têm a oportunidade de ajudar a construir uma visão brasileira sobre o setor, e interferir em debates delicados como os que envolvem concessões de rádio e TV, regionalização da produção audiovisual, qualidade dos serviços de telefonia, financiamento e papel das emissoras públicas, entre outros temas que dizem respeito ao acesso à informação, à utilização das novas tecnologias e às políticas públicas da área.

Se você participa de alguma entidade, vinculada a qualquer atividade, e pode representá-la na Conferência de Comunicação do Norte Fluminense, não deixe de fazê-lo. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas em www.atracom.figos.org, onde também estão disponíveis mais informações sobre o evento e a sua programação. Assim como ocorre com a democracia, a comunicação democrática e plural requer vigilância constante.

[Artigo publicado na edição de hoje do Monitor Campista]

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