Rosinha passou do ponto no caso da ponte

Pretendia ser uma acusação, mas foi uma frase infeliz e ambígua que está dando trabalho à campanha do candidato Arnaldo Vianna (PDT) para desfazer o mal-entendido.

Trata-se da história da ponte que “leva nada a lugar nenhum”. É óbvio que Vianna não se referia à ponte Rosinha, mas isso não ficou claro na primeira vez que falou no debate, e não foi suficientemente esclarecido quando voltou ao assunto no mesmo debate da Record, no último domingo.

Tudo leva a crer que Vianna foi mal assessorado quando fez a acusação. Ele poderia ser mais claro. Afirmar, por exemplo: “Em Resende, a senhora construiu uma ponte que leva nada a lugar nenhum”. Mas, diferentemente disso, no momento em que falou pareceu não entender bem do que se tratava, tendo sido esclarecido no intervalo para tentar consertar no bloco seguinte.

Mas daí a campanha da candidata Rosinha explorar o fato em seu horário eleitoral, com animação e tudo, vai uma grande carga de má fé. O enrolo que o adversário se meteu já seria suficiente para causar-lhe estragos, não era necessário que ela reforçasse a interpretação errada — provocada pelo próprio Vianna, reafirma-se — para tirar proveito da situação. É, no mínimo, desonesto.