domingo, outubro 05, 2008

Eleições em Campos vão ser decididas depois pelo TSE

Vladimir Platonow
Enviado Especial


Campos dos Goytacazes (RJ) - As eleições em Campos, tradicionalmente acirradas, novamente acabam de forma tumultuada. O candidato Arnaldo Vianna (PDT), que teve suas contas como prefeito rejeitadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio de Janeiro, não teve seus votos computados pelo sistema de apuração do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), aparecendo com zero voto. Todos os votos dados a Vianna foram considerados nulos.
Com isso, a candidata Rosinha Garotinho (PMDB), que dividia com Vianna a liderança nas pesquisas, apareceu no sistema com mais de 70% dos votos válidos, o que lhe garante vitória já no primeiro turno. A juíza eleitoral Márcia Alves Succi, responsável pela totalização dos votos, disse que essa situação jurídica já era esperada, pois Vianna perdeu, por unanimidade, no TRE, e só estava aguardando decisão de recurso no TSE.

“Ele teve sua candidatura impugnada, então, oficialmente, não é candidato. Mas, como poderia haver uma modificação da sentença, é permitido ao candidato prosseguir em campanha, por conta e risco dele”, disse a juíza.

Se Vianna conseguir reverter a situação no TSE, então ele poderá ir para o segundo turno. “Se o TSE não confirmar a sentença que foi proferida pelo TRE, ele se torna candidato habilitado, os votos dele passam a ser válidos e haverá uma nova totalização, de modo que saberemos o resultado oficial por força da decisão do TSE”, explicou a juíza.

A situação indignou parte das centenas de pessoas que esperavam a contagem e totalização dos votos, em frente ao prédio que concentra as seções eleitorais, onde foi colocado um telão. “É um absurdo. Se ele não podia ser votado, que estava fazendo lá a urna? Se eu pudesse, teria votado em um outro candidato. A população foi enganada”, protestou a comerciante Andréia Rocha.

Para evitar possíveis tumultos de eleitores descontentes com a decisão contra Vianna, a Justiça Eleitoral pediu ao Exército reforço para proteger o prédio onde ocorreu a apuração. Diferentemente das eleições passadas, dessa vez não houve prisões de pessoas por envolvimento em compra de votos.

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