Senhoras e senhores, só agora pude passar aqui com mais calma para conversar sobre o Chega de Palhaçada depois do 2º ato, ontem. Eis o que penso:
O Chega de Palhaçada é um impulso de comunicação que abriga diferentes níveis de indignação com a realidade política local. Não o vejo como um movimento que possa reunir em um documento um conjunto muito vasto de princípios, nem mesmo um programa para a cidade. Há muitas diferenças entre nós, e não acho isso ruim.
Mas acho que o Chega auxilia quando nos tira da inércia, e estimula que diferentes grupos e correntes de pensamento formulem e exponham suas visões sobre a realidade. Para usar um termo do mundo dos negócios, o vejo como uma incubadora de mudanças. Pode ser que nem todas no mesmo sentido, mas pelo menos com um traço de ruptura com o existente.
Por isso, não me abato quando muitos comemoram o fato de o 2º Chega ter tido um número menor de pessoas que o 1º, realizado em 26 de abril. Isso demonstra apenas que este espírito espontâneo do movimento ainda não foi bem compreendido por muita gente.
O fato de haver menos pessoas no 2º Chega não significa que há menos pessoas que concordem que Campos precisa mudar, se comparado ao período do primeiro Chega. Significa apenas que havia menos gente. Apenas isso. Um conjunto enorme de variáveis podem explicar a redução de pessoas no ato, e muitas delas bem mais prosaicas do que intrincadas interpretações políticas podem sugerir.
O contrário também é verdadeiro: poderíamos ter na praça 10 mil pessoas e elas não representarem, necessariamente, o sentimento da população de Campos em relação a um determinado tema.
Se, desde Sócrates, sabemos que uma idéia defendida pela maioria não é necessariamente uma boa regra, também devemos admitir que o contrário também é pertinente. Resumindo: não há relação confiável entre o acerto (ou o erro) de uma opção e o número de pessoas que a ela abraçaram. Resta apenas a democracia para que todos se manifestem, e interfiram nas decisões.
Mas acho que o Chega auxilia quando nos tira da inércia, e estimula que diferentes grupos e correntes de pensamento formulem e exponham suas visões sobre a realidade. Para usar um termo do mundo dos negócios, o vejo como uma incubadora de mudanças. Pode ser que nem todas no mesmo sentido, mas pelo menos com um traço de ruptura com o existente.
Por isso, não me abato quando muitos comemoram o fato de o 2º Chega ter tido um número menor de pessoas que o 1º, realizado em 26 de abril. Isso demonstra apenas que este espírito espontâneo do movimento ainda não foi bem compreendido por muita gente.
O fato de haver menos pessoas no 2º Chega não significa que há menos pessoas que concordem que Campos precisa mudar, se comparado ao período do primeiro Chega. Significa apenas que havia menos gente. Apenas isso. Um conjunto enorme de variáveis podem explicar a redução de pessoas no ato, e muitas delas bem mais prosaicas do que intrincadas interpretações políticas podem sugerir.
O contrário também é verdadeiro: poderíamos ter na praça 10 mil pessoas e elas não representarem, necessariamente, o sentimento da população de Campos em relação a um determinado tema.
Se, desde Sócrates, sabemos que uma idéia defendida pela maioria não é necessariamente uma boa regra, também devemos admitir que o contrário também é pertinente. Resumindo: não há relação confiável entre o acerto (ou o erro) de uma opção e o número de pessoas que a ela abraçaram. Resta apenas a democracia para que todos se manifestem, e interfiram nas decisões.
É só o direito de dizer o que pensa
Neste sentido, o 2º Chega cumpriu completamente o seu propósito. Reuniu pessoas que estavam a fim, na hora e no dia que podiam, para dizer o que pensavam. E só isso. Não ter possibilidade de mobilizar uma multidão não significa que você esteja condenado a ficar escondido em casa. Até o profeta Gentileza sabia disso, e deixou sua marca na cultura do Rio utilizando uma estratégia solitária de comunicação.
Pelo menos aqui do meu ponto de vista, o Chega não se propõe a mais que isso. Reunir pessoas, virtual ou fisicamente, tantas quantas estiverem disponíveis e dispostas, para dizer o que acham da situação política da cidade.
Pelo menos aqui do meu ponto de vista, o Chega não se propõe a mais que isso. Reunir pessoas, virtual ou fisicamente, tantas quantas estiverem disponíveis e dispostas, para dizer o que acham da situação política da cidade.
Foi muito bacana mesmo no sábado. Quem estava lá sabe do que estou falando. Pessoas bem-humoradas, livres das amarras locais, dispostas e enfrentar a temperatura do granito da Praça São Salvador para escrever um CHEGA com seus próprios corpos. Pra mim, valeu. E muito. Faria tudo novamente.
Se isso vai gerar outras iniciativas, outros movimentos, candidaturas, tanto melhor que elas venham para manter o espírito de mudança, mas sem termos a pretensão de acreditar que a tudo controlaremos e que em tudo colocaremos alguma espécie de selo de qualidade. A própria dinâmica social se incumbe de construir o que virá, e somos apenas uma pequeníssima fração disso.
Sobre outras manifestações, gostaria que ocorressem. Talvez retomando a idéia de percorrer bairros, promover debates. Mas isso, como sempre, dependerá dos que acreditarem que o Chega realmente é espontâneo e descentralizado, e nada mais acontecerá se alguém não tiver alguma idéia, colocá-la na rua, e nos envolver em sua proposta. De minha parte, continuo disponível para as boas iniciativas. Você tem alguma sugestão?
Sobre outras manifestações, gostaria que ocorressem. Talvez retomando a idéia de percorrer bairros, promover debates. Mas isso, como sempre, dependerá dos que acreditarem que o Chega realmente é espontâneo e descentralizado, e nada mais acontecerá se alguém não tiver alguma idéia, colocá-la na rua, e nos envolver em sua proposta. De minha parte, continuo disponível para as boas iniciativas. Você tem alguma sugestão?
5 comentários:
também gostei muito do resultado desse segundo chega de palhaçada, e outra coisa que percebi, não sei se os demais perceberam, mesmo com o menor número de pessoas presentes, um número grande de pessoas que não participaram do primeiro compareceram... achei isso legal, outro ponto psitivo foi a panfletagem...
No que diz respeito à saída da inércia concordo plenamente com você Vítor. Acho que pelo menos algo está sendo feito pelos participantes. Aí um amigo vem e diz que não participa por não ter a prepotência de querer mudar o mundo. Prepotência ou não, me lembro de um certo médico argentino que tantos chamaram de louco e hoje é o rosto mais visto e publicado no mundo. O que Guevara faria? ficaria parado na frente do PC? Acho difícil. Ah e antes que algum anônimo fale besteira, não, eu não estou me comparando (ou a qualquer um) com o revolucionário. Só acho pensamento sem ação um grande desperdício.
sem mais
oaparelho.blogspot.com
O lance da panfletagem foi sim, bem eficiente. Inclusive, algumas pessoas pediram que o endereço do Urgente! fosse anotado atrás dos panfletos. Elas queriam saber mais sobre o ato.
E a panfletagem é também uma forma mais "direta" de, pelo fato de se chegar mais perto das pessoas, saber, mesmo que pouco, como está sendo a aceitação (ou não-aceitação) do manifesto.
Em tempo: não sei se isso se deve ao último espetáculo de Garotinho na grande mídia, mas vi que as pessoas estavam "concordando" mais com o Chega de Palhaçada. Me refiro às pessoas de fora mesmo, os passantes.
"Concordando" no sentido de acordarem para a idéia de outros rumos políticos, senão os já enrijecidos.
Infelizmente, para muitas pessoas, a idéia de "outros rumos políticos", seria a troca de Garotinho por Arnaldo, ou vice-versa.
Vítor, tenho uma idéia, mas gostaria de conversar pessoalmente. Hoje devo ir à Fafic, aí conversamos, ok?
Abraço
tb nao concordo com a formulçao de um documento q enquadre as "idéias do movimento". seria esforço demasiado para apenas constar em papel. o q eu defendo, como cidadao, jornalista e campista - ó deus -, é a realizaçao de encontros constantes para debates de idéias. o chega é um fenomeno - com todas as implicaçoes q o termo contem - comunicacional e politico; portanto, deve ser constante. espero mesmo q as pessoas q têm se mobilizado para fazer o chega acontecer possam dispor-se - nao despir-se, vejam bem - a realizar isto tb.
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