Foi à manifestação e perdeu o emprego

Acabo de ler o desabafo de um ex-estagiário em jornalismo que sofreu as agruras de sustentar a sua opinião. Ele é meu aluno na Fafic, e sua fala me pareceu muito familiar. Acho que o será também para muita gente. Confira:

“Mordaça

Por expor as minhas opiniões, como cidadão e homem que sou, não pude mais continuar a trabalhar no mesmo lugar onde vinha exercendo a ilegal função de estagiário. Ficou claro ao ser desligado da empresa que, para atuar ali, de duas uma, ou você é um cidadão consciente de seus deveres, atos e obrigações, ou se torna um surdo-mudo, um zumbi que segue os comandos de seus superiores.

Ao participar do ato "Chega de palhaçada", organizado pelos blogueiros de Campos, expus minha opinião diversas vezes em blogs, como por exemplo o "urgente" de Vitor Menezes. Também expus o rosto em comunidades de relacionamento e blogs. Por esse ato acabei pagando o preço de ser demitido, mas isso apenas fortalece não só a minha opinião, mas a dos colegas que acompanharam o desenrolar dos fatos e também foram ameaçados e amordaçados.
No momento em que fui chamado à sala de meu superior, cujo nome não vou citar, uma das colocações que foram feitas por ele fez menção à falta de ética que é falar mal de uma empresa enquanto funcionário. Em primeiro lugar em nenhum de meus comentários citei o nome da empresa. Em segundo lugar, a parcialidade política nos jornais locais é tão óbvia quanto a posição de cada um deles. Não é preciso consultar a Mãe Diná para saber qual candidato/político é apoiado por qual jornal.

Por fim, o mesmo homem disse que irá me processar. Pois bem, que assim o faça. Mas que fique sabendo que o estágio em jornalismo é contra a lei e que testemunhas sobre a carga horária enfrentada pelos bravos funcionários e por mim, não irão faltar em um possível julgamento.

É bom certas pessoas saberem que as máscaras caem uma hora. E essa hora há de chegar.

Agradeço imensamente o apoio dos amigos e desejo sorte (e paciência) aos que ali ficaram!

Rafael Bretas”