A Noite do Vinil de hoje (22h, na Taberna Dom Tutti) mostra o trabalho do sambista campista Joel Teixeira. Pouco conhecido em Campos, ele teve destaque em programas de auditório na década de 70 e chegou a fazer turnê no Japão. Veja abaixo o mini biografia preparada pelo fotógrafo Wellington Cordeiro, organizador do projeto:
"Nascido em Campos, em 3 de maio de 1948, o sambista Joel Teixeira se revelou como cantor no programa de Herval Manhães, na Radio Campista Afonsiana. Filho caçula de Julia Claudino e Pedro Teixeira Filho, foi criado em rodas de jongo que a mãe promovia no quintal da casa em Ururaí. Antes de chegar ao radio cantou em circos e em parques de diversões.
Com 17 anos de idade fugiu para o Rio de Janeiro numa carona de caminhão. Na mesma semana se inscreveu como calouro no “Programa do Chacrinha”, então na TV Excelsior do Rio de Janeiro. A música “Opinião” de Zé Kéti, com a qual foi o melhor calouro da noite, lhe serviu também para as apresentações no programa “Na onda do Jair”, do Jair de Taumaturgo, na TV Rio, e “A grande Chance”, de Flávio Cavalcante, na TV Tupi.
Flávio Cavalcante, aliás, foi o maior incentivador da carreira de Joel Teixeira, a quem deu o título de “defensor das mulheres”, por causa das composições “O homem que bate em mulher é covarde”, de Joel Teixeira e B. Barbosa; “A mulher merece perdão”, de Joel e Pedro Antônio; e “Mulher boa é a de casa”, de Jorge Bento e Pedro Antônio.
A primeira gravação, em 1975, aconteceu num “pau de sebo”, disco que reúne vários interpretes. Cantou duas faixas: “Falsa Traição”, de Marinho e Neguinho do Bandolim; e “Quero ser o seu dono”, de Joel Teixeira e Carlito Cavalcanti. No ano seguinte foi levado por Zuzuca, do Salgueiro, para o Bloco Bafo de Bode, de Jacarepaguá, para o qual gravou o samba enredo “Festa Junina em Dia de Carnaval”, de Luís Antônio e Carlito Cavalcanti.
Contratado pela EMI-Odeon, em 1978 lançou o primeiro LP “Bom dia Amor”, em que a música título, de autoria do próprio intérprete e Pedro Antônio chegou às paradas de sucesso. Lançada no Japão, “Bom dia Amor” faz parte da antologia musical japonesa e abriu as portas do Japão para o cantor que fez temporada de seis meses, com 33 apresentações em 28 cidades do país.
Desde então os discos foram freqüentes. Em 1979 foi “Amanheceu”, que teve como principal destaque a faixa “Samba, madrugada e violão”, de Luiz Ayrão e Sidiney da Conceição.
“Amanheceu
Vou sair pra minha luta
Mais um dia de labuta
Pra ganhar dinheiro meu
Antes de ir
Acalento os guris
Dou um abraço em minha sogra
Na minha mulher dou um beijo feliz”
No ano seguinte lançou “Quando o sal brilhar” de Joel Teixeira e Pedro Antônio, uma das músicas mais executadas no carnaval do Rio; em 1982 foi o “Ciúme da Viola”, música título de Joel Teixeira e Carlito Cavalcanti, disco que revelou “Canto amigo”, de Noca da Portela; em “Um sorriso amigo”, de 1984, Joel incluiu o samba “Minha terra”, homenagem à mulher campista, composição feita em parceria Mauro Silva e Noca da Portela para o Bloco Recreativo Unidos do Capão (Bruc), de Campos.
O maior sucesso da carreira de Joel Teixeira aconteceu no LP “Do jeito que o povo gosta”, de 1985, com o pagode do cumprade, de Flávio Moreira e Jorge Bento:
“Ô cumprade, a cumadre mandou lhe dizer (bis)
Que o senhor tá na gandaia
A criança não tem o que comer.
Outro grande disco foi “Bom de Samba e de Pagade”, de 1988, que apresentou o sucesso “Mane Carvoeiro”, de Djalminha e Bicalho:
“Trabalho bom
Eu já disse que é do Mane Carvoeiro
Anda sujo o dia todo
E cheira pó o ano inteiro
Pó de carvão
Que a vizinha se aporrinha
Batendo saco
Oi levanta a muinha Carvoeiro
Diz que pó de carvão suja
Mas o pó não é sujeira.
O último e, talvez, mais importante trabalho trabalho da carreira de Joel Teixeira, foi iniciado em 1989, com o projeto do show “Samba Sim Sinhô”, dirigido por Paulo Moura, que foi lançado em 1990, no Clube do Remo, em Belém do Pará, e percorreu várias cidades brasileiras. A pesquisa e escolha do repertório foram feitas por Ricardo Cravo Albim. O disco gravado em 1992 teve a participação de Zezé Motta na faixa Não quero saber mais dela”. Relançado em julho de 1999, no Asa Branca, para ser mostrado também em todo o Estado do Rio, o show foi remodelado pelo novo diretor Adelzon Alves e pelo cavaquinista Wagner do Cavaco, autor de novos arranjos. "
quarta-feira, novembro 11, 2009
Sabista campista na Noite do Vinil de hoje
Postado por Vitor Menezes às 00:21 Marcadores: noite do vinil
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