Secretariado macaense

Pois bem, enquanto o Paraíba sobe feito dólar em época de crise e a presteza rápida das autoridades desce igual ao preço do barril de petróleo, eu teço aqui - moderadamente, acho - comentários sobre o novo secretariado do prefeito reeleito em Macaé, Riverton Mussi (PMDB). Faço isso com um certo atraso, é verdade, posto que ele divulgou os nomes do primeiro escalão na sexta-feira. Enfim, atendendo às expectativas, e negando com as promessas, quem assume as pastas do Executivo da capital do petróleo não têm, em nada, aspecto técnico - ou apenas alguns poucos o tem. Se não vejamos:

[Foto: Luiz Bispo/Secom - Prefeito Riverton Mussi anunciou nomes do Executivo na sexta-feira]

- EDUCAÇÃO - Fica com a vice-prefeita, Marilena Garcia (PT). Ela acumula os dois cargos e, ao mesmo tempo, mais poder. O vereador reeleito Paulo Antunes (PMDB) tentou permanecer no comando desta pasta - mesmo que à distância - mas não teve sucesso. No início de dezembro, o Executivo enviou e a Câmara aprovou um Plano Municipal de Educação. À época, Marilena dizia não saber do que se tratava. Tá bom!

- SAÚDE - A partir de 2009 fica na mão do atual presidente do Legislativo macaense e vereador reeleito, Eduardo Cardoso (PPS). Ele é médico de longa data na cidade porém, e mesmo assim, é uma indicação política. E abre espaço na Câmara para um suplente do PPS, Carlos Emir Júnior - coincidência ou não, também médico.

- SECRETARIA DE GOVERNO - O presidente do PMDB macaense, André Braga, permanece no cargo. Ele é o Zé Dirceu de Riverton, com alguma educação mas sem os anos de guerrilha em Cuba.

- FAZENDA - Cassius Tavares permanece à frente desta pasta. Seu principal objetivo é aumentar a arrecadação em áreas distantes do ramo de petróleo. Na lista de doadores de campanha de Riverton, aparece o nome de Cassius [R$ 10 mil].

- PLANEJAMENTO - Sérgio Martins vai ocupar esta pasta que passa a ser estratégica. Ele é indicação de Sérgio Cabral [o governador] e vem do Rio para atuar em Macaé. Estrangeiro mandando no Planejamento do Executivo? Não sei, não. Mas como é indicação do homem lá da capital, eles dizem: seja bem-vindo.

- ADMINISTRAÇÃO - Fica com uma das parentes do prefeito, Carla Mussi.

- INTERIOR - Está nas mãos de Delorme Ramos. Ele é, nada mais nada menos, que o pai de Riverton. E, para não chamar mais ainda a atenção para este fato, envia o pai para comandar a secretaria que fica responsável para uma Macaé distante, a Serra. Assim, a imprensa da cidade - tão lerda quanto vendida - acaba se esquecendo do fato.

- MOBILIDADE URBANA - Jorge Tavares, o Jorjão, tem total confiança do prefeito. Então, mesmo que a sua atual pasta venha a ser extinta depois da reforma administrativa, ele teria que ser remanejado. Fica com a secretaria ligada ao trânsito.

- SERVIÇOS PÚBLICOS - Fica com o vereador reeleito, e mais votado nas últimas eleições, George Jardim (PMDB). A pedra de que ele pegaria uma secretaria já estava cantada faz tempo. Seu principal objetivo, depois do pleito, era ser presidente da Câmara para o ano que vem. Desistiu muito fácil, isso já denunciava.

- ORDEM PÚBLICA - Ex-vereador e futuro vereador, ele tomaria posse agora em janeiro, Antônio Franco (PTdoB) fica responsável por uma pasta criada a pouco tempo e que imita Eduardo Paes (PMDB) no Rio de Janeiro. Esta secretaria é uma espécie de pasta da Segurança e, em Macaé, ficará nas mãos de um pastor.

- ASSISTÊNCIA SOCIAL - Julinho do Aeroporto (PMDB), vereador reeleito, assume essa. Ele tem bastante entrada em comunidades carentes da cidade e deve fortificar seu nome por lá.

- CIÊNCIA e TECNOLOGIA - Fica com Guto Garcia, parente e indicação da vice-prefeita eleita, Marilena Garcia. Não é contra a lei, mas não cheira à ética.

- CHEFIA DE GABINETE - Elma Mussi permanece. É parente do prefeito reeleito. Não é contra a lei, mas não cheira à ética.

- ESPORTE, LAZER e CULTURA - Alex Moraes, filho da esposa do prefeito reeleito. Não é contra a lei, mas não cheira à ética.