segunda-feira, dezembro 01, 2008

Reação em cadeia

O desastre ambiental no Paraíba do Sul pode ser ainda maior para o desenvolvimento das espécies aquáticas. Ambientalistas estão preocupados com as consequências futuras na fauna. Espécies podem desaparecer, ou por efeito do veneno, ou devido ao aumento da população de outras espécies mais resistentes. O zootecnista Ricardo Terra tem acompanhado o rastro deixado pela empresa Servatis e constatou que houve mais mortes de peixes este ano do que no acidente da empresa Cataguases, em 2003. O pior: justamente no período de desova, o que impediu o nascimento de milhares de peixes.

Entre as espécies encontradas estão tilápia, dourado, carpa, pintado, tucunaré, pacu, bagres cinza e amarelo, xareu e robalo, este último em grande quantidade. Um dado curioso: o pesquisador não encontrou bagres africanos entre os peixes atingidos. O bagre africano é uma espécie resistente, capaz de suportar altos índices de poluentes e situações adversas. Para se ter uma idéia, o bagre africano armazena oxigênio suficiente para ficar fora d'água e inclusive “andar” com auxilio de potentes nadadeiras.

Se os bagres africanos – muitas vezes criados em cativeiros e que escapam para os rios com as cheias – formarem uma superpopulação, a tendência é que exterminem várias outras espécies. Estes peixes têm estômago de tubarão, capazes de ingerir até lixo, como plástico e metal.

Ricardo Terra lembra ainda que no acidente da empresa Cataguases a espécie cascudo foi a que mais sofreu. Desta vez ele não encontrou nenhum exemplar. “Eles não morreram desta vez ou não existem mais?”, questiona o zootecnista.

O desastre pode comprometer ainda o crescimento dos peixes que sobreviveram. Após o chamado efeito agudo (morte imediata das espécies) pode surgir o efeito crônico, quando muitos peixes podem apresentar deformações ao longo da vida e/ou espalhar o veneno em outros animais, como aves (urubus e gaviões) e roedores. A esperança é que o rio Muriaé, por exemplo, um dos maiores alimentadores do Paraíba, contribua, assim como outros rios e lagoas, com a chegada de novos peixes.

Um comentário:

ZH disse...

Daqui a pouco chega outro "coleguinha" do César Ferreira dizendo que uma dessas fotos irá guinda-lo ao "Shell Wildlife Photographer Of The Year"

ô raça!

;o)

users online