Tocante o esforço da ministra Dilma Rousseff em se mostrar como alguém do povo como o presidente Lula. Hoje, no programa Super Pop, da Rede TV, ela fez omelete, falou da sua experiência de mãe, disse ser vaidosa e atribuiu ao preconceito a sua fama de antipática.
Dá até para imaginar o quanto essa entrevista foi cuidadosamente construída pela marketagem da campanha presidencial da ministra. Os caras devem ter pensado: está passando da hora de ocupar espaços massivos de mídia para mostrar que ela é “gente como a gente”, como a própria Dilma disse.
Mas ela se sai melhor mesmo quando não está tentando interpretar o papel de dona de casa. Quando vieram perguntas de jornalistas, sobre assuntos realmente relevantes, a ministra se soltou e voltou ao seu tom habitual. Falou sobre o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e deu explicações “técnicas” sobre o apagão de 2009 com desenvoltura muito melhor da que teve quando precisou responder sobre questões pessoais.
Há um problema que a marketagem de Dilma precisará vencer: ela não empolga. E isso parece um problema de retórica. Ela pontua mal, constrói o raciocínio aos saltos, faz pausas longas. Sabe aquela falta de ritmo que estraga a melhor das piadas? É mais ou menos isso. Era visível, por exemplo, o artificialismo das palmas da plateia, puxadas, meio que desesperadamente, até em momentos não muito “aplaudíveis”. É que somente pela fala da ministra ficava difícil perceber a hora certa de aplaudir, então era necessário alguém para puxar.
Em todo caso, essas dificuldades podem se tornar pontos favoráveis para a ministra, na hipótese de estar consolidada no eleitorado uma rejeição muito grande ao antigo político populista bom de papo – no estilo Maluf ou Garotinho. Se a população estiver atrás de alguém mais técnico que político, como ocorreu em certa época com César Maia no Rio, a ministra poderá ser beneficiada.
O problema é que seu padrinho político, fonte da sua possível viabilidade eleitoral, é um exímio animador de auditório. E a comparação, neste aspecto, lhe é desfavorável. Não será possível, portanto, vender um novo Lula. Talvez seja possível vender um pós-Lula. Resta saber se é isso que o eleitor quer comprar.
[Foto: Wayne Camargo/Rede TV]
9 comentários:
ja ta twittado:
edilsoncorrea06 @demostenes_go @Scrivimi_mi @Welbi comentários fresquinhus... esse blogueiros me surpreendem http://bit.ly/9WvBRe
hehehe
Eita!
Surpresa ainda vem aí.
Resta saber se o que o eleitor está comprando é o que ele pensa que está comprando, pois se precisa de um marquetingue para vender uma verdade, é porque a verdade ou não existe e precisa ser "mostrada", ou existe mas está escondida muito escondida.
Ora, se está muito escondida, nem precisa de marqueteiro nenhum, basta MOSTRAR E DECLARAR A VERDADE.
Fica por conta do eleitor ouvinte e bem informado, comparar o dito com a verdade vista atrás do "dito".
Gostei muito de ver a Marina ontem... tão simples sua aparição e suas palavras. Tão verdadeiro.
taí... Fiquei verde de alegria! Até agora foi o menos marquetado...
bem, claro que tem um profissional por trás, mas pelo menos, mais inteligente.
Não estamos mais em tempos de "Me engana que eu gosto".
guardada as devidas proporções pra mim dilma é o bush brasileiro...espero que o povo não precise eleger e assistir surrealismos pra perceber isso...
Eu penso que este link tem a ver com esta postagem.
É que não quero mais postar "coisas que nada tem a ver...", pois temos muito pouco tempo.
http://brasiletuahorajesusteama.blogspot.com/2010/02/cativar-e-amar-desde-quando.html
O marqueteiro de Dilma, segundo li há alguns meses, é o mesmo que ajudou Obama a entrar na Casa Branca, com o seu omelete, eu voto nela assim mesmo! Monarquia para Lula virar Rei do Brasil!
Não tem jeito: Dilma jamais conseguirá se aproximar da popularidade de Lula. Por mais que o seu marqueteiro trabalhe em cima de uma imagem do povo, ela nunca foi e nem será do povo. Lula tem que trabalhar muito, muito, muito.................
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