Professores da Uenf realizam paralisação nesta terça, 23, e concedem entrevista coletiva para imprensa e blogueiros às 14h, na sala de conferência do CCH (Centro de Ciências do Homem), no primeiro andar. A categoria reivindica 82% de reposição salarial. Leia abaixo o manifesto divulgado hoje pela Aduenf, a associação dos docentes:
"A Luta da UENF
A universidade se tornou o principal foco de esclarecimento e progresso das sociedades ao longo dos séculos. Nos países ricos, o circuito sociedade-universidade-produção se mostrou a mola mestra do desenvolvimento. Nos países remediados, como o nosso, tal circuito ainda sofre os constrangimentos de um Estado bacharelesco e um empresariado sem apetite para investimentos em C&T. Ao lado disso, não se conhece país pobre que tenha se desenvolvido exclusivamente por causa do petróleo. Ao contrário, é comum vermos países produtores afundarem em guerras e conflitos sem serem capazes de construírem uma base moderna de pesquisa e produção.
A nossa campanha de aumento salarial visa repor perdas inflacionárias, superar a defasafem média em face das universidades federais, reverter o quadro da baixa atratividade dos nossos salários iniciais, mas também colocar as coisas em seu devido lugar. Olhando-se a remuneração média do setor público, o que se percebe é que a educação, declarada como prioritária nas eleições, se transforma em quase nada durante os governos ao passo que as carreiras burocráticas se transformam em quase tudo, não obstante nosso sistema administrativo seja quase nada em matéria de eficiência.
É preciso reverter esse quadro, pois somos nós que formamos os quadros mais qualificados do país. A hipotética "escassez de recursos" por causa da redistribuição dos royalties é apenas a nova justificativa para uma velha tendência: a de sonegar investimentos em setores de longa maturação, que não geram impacto eleitoral imediato nem oportunidades para os famosos "caixas de campanha".
Quando dizemos 82% de reposição salarial, na verdade, estamos clamando por um giro de 180 graus na direção das nossas prioridades públicas. Em outros termos, lutamos por nossos salários também como um modo de inverter a lógica dominante e passar a tratar o investimento público em educação e inovação como prioritários em relação aos supergastos com juros, com a burocracia ineficiente e com a corrupção.
ADUENF
(Campos do Goytacazes, 22 de março de 2010)"
segunda-feira, março 22, 2010
Professores da Uenf param amanhã
Postado por Vitor Menezes às 14:50 Marcadores: sindicalismo, uenf
Um comentário:
Nem só de seriedade vive a blogosfera. Estou na área http://openislongo.blogspot.com/
Já entrei no seu blog, me encaixa ai na rede heheheh
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