Foi, no mínimo, descortês o modo como o jornal O Diário dispensou a colaboração do jornalista Wilson Heidenfelder, que publicava um artigo semanal. O articulista ficou sabendo por meio de uma nota no próprio veículo. Em Campos, alguns jornais acreditam fazer um favor aos colaboradores, “dando espaço” para que defendam suas ideias — quando, obviamente, é o contrário o que se dá.
O modo rude no tratamento ao colega — certamente diferente daquele utilizado quando do convite para escrever para o jornal — e a coincidência com o momento em que Heidenfelder saía em defesa do secretário de cultura, Orávio de Campos, em uma polêmica sobre o Trianon, fizeram alguns coleguinhas suspeitarem de censura.
Não tenho elementos para sustentar tal hipótese, que até me parece um pouco inconsistente. Jornais têm direito de reformular suas equipes de articulistas e Heidenfelder não é o único desligado da colaboração. Por enquanto, prefiro crer que o único traço lamentável do episódio é mesmo o modo como o jornalista foi “avisado”.
terça-feira, agosto 11, 2009
Demitido pelo jornal
Postado por Vitor Menezes às 10:25 Marcadores: coleguinhas, jornalismo
4 comentários:
Mea culpa
Na verdade foi assim: fui avisado de que as colunas não seriam mais publicadas na última sexta-feira, dia 7. Wilson Heidenfelder, Ricardo Silva e Cássio Peixoto (sim, eu mesmo!) não teriam mais espaço no Caderno Dmais para publicar as suas colunas. Não consegui entrar em contato com os dois colaboradores na sexta-feira e no final de semana foi a minha merecida folga. Como fechei o caderno Dmais de segunda-feira na sexta, achei por bem colocar uma nota para dar uma satisfação aos leitores, pois o "Mucufo" já não seria mais publicado nesse mesmo dia. Liguei e avisei aos dois logo na segunda-feira pela manhã, quando voltei ao trabalho. Eles, até então, nem tinham percebido a nota que eu coloquei. Bom, e foi assim que tudo aconteceu.
Embora eu seja o editor do Caderno Dmais e seja um dos articulistas "convidados a parar de escrever", não sei porque as colunas não sairão mais. O argumento utilizado foi de que o jornal estaria passando por uma reformulação editorial e gráfica (?) e por isso os colaboradores estariam dispensados. Não entendi bulhufas, mas como todo mundo ainda precisa trabalhar, manda quem pode e obedece quem tem juízo. pelo menos por enquanto.
aliás e a propósito...
o mesmo tratamento decortês foi dado tempos atrás ao decano jornalista Celso Cordeiro
olha ai, cassio, vc é um sujeito q eu respeito - ao contrario de cesar ferreira, esse pulha. gostei de vc ter explicado isso aqui no blog - ainda mais do modo como fez. transparencia, q deveria ser de praxe, acaba virando uma puta atitude.
Eu li a nota que Cássio publicou a respeito da "reformulação editorial e gráfica", onde, as colunas de Wilson, Ricardo e o próprio Cássio não teriam mais as suas colunas publicadas. Dei uma olhada no expediente do caderno e fiquei mais uma vez sem entender lhufas.
A coluna do Ricardo Silva, o Príncipe do Samba, era mais ou menos uma coluna social que abordava até questões voltadas para o samba e o carnaval. O Mucufo, abordava assuntos distintos, com enfoque crítico e político, onde Cássio volta e meia disparava sua metralhadora giratória, doesse a quem doesse. A coluna do Wilson, que inicialmente abordava questões de empreendorismo e volta e meia derivava para discutir o papel dos Animadores Culturais dentro da estrutura municipal da educação no município, passando por alguns assuntos na área de cultura, após a posse da prefeita, perdeu, no meu entendimento limitado, o seu senso crítico e transformou-se numa coluna meio assim podemos dizer, chapa-branca, tecendo loas à "nova" política cultural desenvolvida pelo município, em especial à figura do secretário de cultura, sendo que não dá para enxergar até o presente momento, nada de novo, nada de revolucionário na política cultural do município, a não ser discurso e maquetes.
Mas, mea culpas, mea maximas culpas à parte, louve-se a postura do Cássio em vir à público esclarecer essa forma deselegante em que os colunistas, inclusive ele próprio, foram "convidados a parar de escrever".
Quem na verdade perde, independentemente dos rumos que as distintas colunas seguiram, foi o próprio jornal, que perdeu pessoas que querendo ou não, formavam opinião. O Cássio pelo que eu entendi, era o único remunerado pela empresa e os outros dois eram colaboradores sem ônus financeiro para o jornal.
Agora vamos aguardar as tais mudanças editoriais e gráficas que foi a base para o encerramentos das referidas colunas e conferir se serão ou não positivas.
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