sexta-feira, março 21, 2008

Produção audiovisual em campos?

Eu entendo o audiovisual como um mecanismo de produção de sentidos, ponto de vistas, uma ferramenta capaz de formar imaginários coletivos. O encaro como um meio de produção cultural que dita ritmos, formas, e para isso podemos observar a literatura contemporânea que em sua estética é fragmentada, cheia de pequenos relatos, os jornais impressos, que cada vez mais trazem manchetes em letras garrafais, muitas fotografias, charges e cada vez menos texto.
E podemos observar que o número de cidades, instituições etc, investindo e incentivando a produção audiovisual têm crescido e muito. E isso, em parte, devido às possibilidades que os avanços tecnológicos proporcionam (câmeras de celulares, câmeras fotográficas digitais, webcans só pra mencionar algumas) e também por entenderem que a produção audiovisual tem uma função importante na dinâmica cultural de qualquer sociedade.
Hoje, um indivíduo, ao terminar o ensino médio, passou muito mais tempo em frente a uma TV do que nos bancos escolares, isso só pra exemplificar a minha opinião de que precisamos aprender a lidar melhor com os produtos audiovisuais.
Porém, aqui em Campos não há nenhum incentivo ou investimento a prática audiovisual. Muito pelo contrário, a produção audiovisual é encarada como uma brincadeira. Pedir patrocínio ou qualquer outro incentivo para a realização de um filme, por exemplo, você é encarado com descaso.
Uma alternativa seria a criação de um cineclube (um só não, quanto mais cineclubes, melhor). Aí vão me dizer, “mas Campos tem um cineclube”. Eu acho uma falta de respeito dizer que Campos tem um cineclube (com exceção do cineclube alternativo da UENF, que luta contra a maré pra exibir filmes que aqui em Campos nunca teríamos acesso, porém, ainda não é, adequadamente, um cineclube).
Um cineclube não se resume em exibir filmes, muito menos filmes de acervos pessoais, exibição de filmes que saíram em DVD. Os cineclubes foram criados com o objetivo de se exibir filmes que não tem espaço no mercado amplamente monopolizado, exibir filmes nacionais, promover uma educação audiovisual (isso com relação a “ensinar” os indivíduos a realizarem leituras audiovisuais de forma adequada, pois ao se analisar um filme, não podemos levar em consideração apenas o conteúdo, a estória, devemos levar em consideração a forma, a forma também é conteúdo), e, principalmente, realizar produtos audiovisuais.
Enfim, não exito em afirmar que uma suposta cultura audiovisual em Campos é praticamente nula.

3 comentários:

Anônimo disse...

um cineclube de verdade aqui em campos seria bem legal!

Gustavo Alejandro disse...

alexandro, nos ja pasamos por uma tentativa de criar isso ano passado no sesc, lembra?

continuo com a ideia. se conhece algum espaço legal onde fazer as exibições, não faltaria mais nada.

xacal disse...

Don alejandro...
Que tal um projeto de cineclube itinerante, com apoio da Petrobrás, por exemplo...
Levar cinema aos bairros periféricos...?

Te aguardo lá na Trolha, pois aqui o ambiente não é dos melhores...

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