domingo, maio 17, 2009

O que você espera do jornalismo?

O que você, leitor, considera que deve saber um jornalista para atuar na profissão? Amanhã, em São Paulo, a comissão nomeada pelo Ministério da Educação (MEC) para formular uma proposta nas diretrizes curriculares dos cursos de jornalismo realiza a sua última audiência pública para colher opiniões da sociedade sobre o tema.

Mas também estão disponíveis outros canais para a participação popular. Um deles é o do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo (FNPJ), que criou blog (www.diretrizesjornalismofnpj.blogspot.com) e e-mail (diretrizesjornalismo@fnpj.org.br) especialmente para promover a interação com os interessados no assunto.

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) enviou a sua contribuição. Para a entidade que representa os jornalistas brasileiros, o profissional da área deve perseguir elevado grau de objetividade no registro e interpretação dos fatos, mesmo não sendo ele um cientista.

E mesmo não sendo também uma artista, o jornalista deve utilizar-se de criatividade na seleção, hierarquização e apresentação dos fatos, contribuindo para gerar interpretações inovadoras da realidade.

Ter conhecimento e competência para a utilização dos instrumentos técnicos da profissão, manter conduta compatível com o seu código de ética (disponível em www.fenaj.org.br), contribuir para a produção de conhecimento e qualificação do senso comum, ter plena consciência das implicações sociais da sua atividade e agir com responsabilidade, igualmente estão entre as recomendações da Fenaj.

O presidente da comissão, professor e pesquisador José Marques de Melo, já antecipou, no entanto, que não deverá ser estabelecido um conjunto de diretrizes que engesse os cursos, desconsiderando as diferenças regionais e as vocações de cada instituição.

"Currículo mínimo não vai ter mais. Precisamos de uma estrutura que não seja uma camisa-de-força. Há mais de 10 anos não é necessário um currículo mínimo, mas as faculdades continuam seguindo e são todas muito iguais", explicou Marques de Melo em fevereiro passado, quando a comissão foi criada, em entrevista à Agência Estado.

Mas, como qualquer profissão, o jornalismo não sobrevive sem a legitimação social. É preciso que ele seja necessário para a sociedade. E é você, leitor, quem está mais preparado para dizer o que espera do jornalismo e dos jornalistas.

[Artigo publicado na edição de hoje do Monitor Campista]

Um comentário:

Anônimo disse...

Vitor, entendo que o seu comentário abalizado e fundamentado na nova ótica do Jornalismo em sociedade tece até aqui pontos referenciais a serem considerados. Apenas, para reforçar a sua análise, sugeriria que fossem incluídos nas grades cirriculares do curso de Jornalismo, Língua Portuguesa( o que tem de profissional escrevendo errado não se dá conta), Ética,Legislação e muita cultura que, nada mais é do que o exercício diário de conhecimento.

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