Uma homenagem a Jorge Chinês
Paulo Freitas
Acabo de tomar conhecimento de que nosso parceiro, pai e amigo, Jorge Chinês, desencarnou nesta data. Lamento estar impossibilitado de comparecer às despedidas momentâneas que lhe irão prestar, posto que sabemos que a morte não interrompe a vida, que continua através do espírito, que é imortal.
Sabemos que as leis que regem o universo são naturais e imutáveis. A Força Criadora (a Inteligência Universal a que chamam de Deus, Alá, Maomé, Buda, Khrisna e tantos outros nomes utilizados desde remotamente) não quebra-galho de ninguém. A desencarnação vem para todos, assim como o dia, a noite, o sol, a chuva, tudo é organizado no Astral Superior, sem falhas, por um ser maior que trata todos sem distinção ou prferências.
Uma dessas leis imutáveis é a reencarnação obrigatória a todos que ainda necessitam evoluir. Espero e confio que esta tenha sido a ultima reencarnação do meu amigo, pai e irmão Jorge da Paz Almeida, direito adquirido pelos espíritos superiores, de grande luz e inteligência, como era o seu caso. Retorna agora ao mundo que lhe é próprio para dar prosseguimento à sua vida verdadeira. Daqui, irradio aos Espíritos Superiores na certeza de que Jorge Chinês já foi recolhido num véu de luz e conduzido ao lar, como todos seremos um dia, mais cedo ou mais tarde.
Uma pena que não tenham feito um gurufim para marcar a importância de sua vida neste planeta, em especial na terra que escolheu como berço, a nossa Campos tão carente de criaturas de bom caráter como ele. Cantemos pois a saudade daquele que não vai mais nos proteger ainda que forças físicas não mais tivesse; daquele que falava com os olhos e afagava com o coração; daquele que mesmo sendo vítima da discriminação e falta de respeito, tudo superou e proclamava com santa inocência e humildade que não havia dicriminação racial quando na verdade ele fora vítima de todas elas. Por que reencarnou negro, educou seus filhos e filhas, os fez doutores, sem afastar um milímetro de suas raízes pobres do Morrinho, do São Cristóvão, do Liceu, do Campos Atlético Associação e da Mocidade Louca que fundou e deu vida.
Façamos um gurufim não para afastar a dor da separação física, mas que esse gurufim tenha o sentido de marcar a partida de quem cumpriu o seu dever nesse campo de batalha que se chama Terra.
Deixo-lhes a letra da ultima música que fizemos juntos no aconchego de seu abençoado lar.
Eu já deixei a vida me levar
Da vida não tenho queixa
Porque sei
Dessa vida nada se leva
A gente só deixa
Berço de ouro, a mansão à beiramar
Fortuna e glória um dia você vai deixar
Se quer uma opinião
Vou te dar duas
Tem gente vestida demais
E outras tão nuas
Morando nas ruas
Tudo isso tem um fim
O que não quero pra você
Também não quero pra mim
Deixa disso, meu irmão
Antes que o caixão de fecha
Dessa vida nada se leva
A gente só deixa.
A gente só leva saudade
Do bem que semeou
Mas também leva a dor
Dos males que praticou
Eu já deixei...
2 comentários:
Pois é Vitor, "Seu" Jorge, como o chamavam na época do Liceu, grande amigo e protetor. Sentirei saudades pela nossa convivência daquela época!Tenho certeza de seu desencarne tranquilo, só resta uma prece!
Linda a homenagem. Lindo o poema.
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