sexta-feira, outubro 01, 2010

Por que as cidades aparecem pouco nos discursos dos presidenciáveis?

Não sei se o leitor haverá de concordar comigo. Mas não parece que, em debates presidenciais como o que acaba de ser realizado, os discursos dos candidatos ficam distantes do dia-a-dia da população? É claro que grandes temas são tratados, e é fundamental que o sejam, mas justamente por serem tão grandes podem parecer abstratos.

Não sei como não ocorreu a nenhum marqueteiro algo certamente populista e rasteiro, mas que, na falta de escrúpulo da política real, poderia dar resultado eleitoral prático: citar, ao menos, os nomes das cinquenta maiores cidades brasileiras.

Claro que isso não se daria de modo mecânico. Mas, de forma contextualizada e sem parecer artificial, a cada resposta, os temas poderiam ser trazidos para próximo das pessoas por meio da citação de cidades relativamente conhecidas que, na maioria dos casos, não será a do eleitor, mas provavelmente estará muito próxima dele.

Imagine a repercussão disso, por exemplo, nas imprensas regionais. Se qualquer um dos quatro participantes do debate presidencial de hoje tivesse citado, ainda como exemplo, Campos dos Goytacazes, não há dúvida de que obrigatoriamente estaria nas manchetes de "O Diário" e da "Folha da Manhã" de amanhã, além de contar com repercussão agora mesmo na internet local.

O mesmo ocorreria com Feira de Santana (BA), Caxias do Sul (RS), Jaboatão dos Guararapes (PE), Mossoró (RN), Montes Claros (MG), Bauru (SP), citadas aqui ao acaso, entre tantas outras, mas que em um discurso estrategicamente preparado obedeceria a uma lógica por região, estado e população.

Se a equipe do candidato achar muito complicado ampliar tanto, já daria um bom resultado citar todas as capitais, com a vantagem de, com isso, referir-se de modo colateral a todo o estado da capital citada.

Pode parecer esquemático demais, mas são nas cidades que as pessoas vivem.

3 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom o texto do Douglas!

Não há retoques a imagem pessoal da candidata Marina Silva, ex-ministra do governo Lula, que esteve no cargo desde 2003 até o final do segundo mandato.

Nossa crítica é política, e para isso servem o debate e as eleições: Demarcar campos e tendências, debater informações e tomar decisões.

Primeira premissa falsa que gostaríamos de destruir: Marina chegará ao segundo turno ou Marina é uma terceira via.

Mentira:
Votar em Marina é votar em um segundo turno para zé serra, e paradoxalmente, fornecer a direita mais retrógada e conservadora, a chance de uma sobrevida. Marina é o plano "B" do PIG, desesperado e espumante.
Gostem ou não os seguidores da joana d'arc da floresta essa é a realidade que os números e a conjuntura política apresentam, e isso sequer é novidade, pois vejamos:

A base de sustentação da candidatura "verde" sempre esteve associada ao fato de funcionar como linha auxiliar da candidatura demotucana. Desde seu lançamento, com amplo apoio da mídia que a escorraçava enquanto estava ministra do ambiente, a candidata nunca disputou votos com o candidato de ffhhcc, mas sempre se portou como uma alternativa "limpa" ao governo do PT, ou uma "radicalização" das propostas desse governo, embora até hoje, a exceção da catilena "verde" para boi dormir, não tenha aprofundado nenhum dos temas do debate que diz propor.

Repetiu a sanha neoudenista e denuncista, no roteiro encaixado para ela na mídia nacional, e só

Como foi "criada" para arrancar votos da base mais volátil de apoio ao projeto político do governo, a velha classe média, a joana d'arc da floresta encantada do PIG, onde lobos são cordeiros, fascistas posam de democratas e patrões de mídia são chamados de "colegas", não tem como fugir ao seu destino, e a máscara cai: Marina tenta ser o anti-Lula que serra não conseguiu ser.

O que ela não diz é que a parte relevante de sua vida pública está ligada ao projeto que ela agora diz desprezar.

O que ela não explica é como vai "radicalizar" esse projeto petista, com uma "cruzada ética" tendo ao seu lado pelo país inteiro gente como césa maluco maia, que no RJ é aliado preferencial dos "verdes". Como fará isso, sendo o PV no Brasil uma muleta do conservadorismo de direita, ou como querem alguns, um mataborrão ambiental para consciência pesada do grande capital.


Eu pergunto, caso o improvável aconteça, e a joana d'arc chegue ao segundo turno, quem ela buscará apoio para ganhar o pleito e governar esse país?Quem se aliará a joana d'arc para ela ganhar? O numeroso movimento do PSOL, do PSTU, ou do PCB? Ou os enormes votos de Eymael e Levy Fidélis?
E mais: Do lado de quem a mídia PIG cerrará fileiras nesse improvável 2º turno?

Se responderem essas perguntas, os "marineiros de primeira viagem" terão resolvido a questão de fundo dessa candidatura "biônica" na direita brasileira.

Estarão lado a lado com o que há de pior na cena política brasilieira, incensados e tutelados pelos editoriais de veja, folhas e jn.

Logo, se nossas companhias nos condenariam, o que dizer das "novas" companhias da joana d'arc?

O que ela não enxerga é que a fogueira está pronta, os acordos fechados, e a "visionária" já tem sua utilidade definida.

Luiza Botelho disse...

Vitor, num outro post comentei que continuava na campanha "Vitor Menezes 2014", mas me enganei, é "Vitor Menezes 2012!".
Como poucos, você tem esse olhar, essa percepção da importância da cidade, do lugar onde a vida acontece. Queremos um país melhor, um estado mais justo, mas é na nossa cidade - onde moramos, estudamos, trabalhamos... vivemos -que as transformações acontecem ou não.
É muito bom saber que Campos tem você: VITOR MENEZES 2012!
Beijos

Vitor Menezes disse...

Luiza, francamente, é isso mesmo que você quer para a minha vida? rs rs rs beijos!

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