domingo, outubro 31, 2010

Democracia brasileira elege terceiro militante contra a Ditadura

Pela terceira vez consecutiva, a democracia brasileira elege para a Presidência da República um ex-militante político perseguido pela Ditadura Militar de 64. Depois dos dois mandatos de FHC e os dois de Lula, será a vez de Dilma Rousseff ocupar a cadeira que já foi de uma sequencia de generais.

Este aspecto é ainda mais significativo da consolidação das instituições democráticas no País do que a outra boa novidade desta eleição, a de que se terá, pela primeira vez, uma mulher na Presidência.

Registre-se que a vitória de José Serra também teria atendido a este quesito, mostrando o quanto a geração que lutou contra a ditadura conseguiu se estabelecer com vigor no cenário político nacional e se tornou legitimada pela população.

Estas eleições trouxeram ainda outro traço de consolidação da democracia: o respeito à possibilidade de alternância no poder, com a responsável decisão do presidente Lula de não utilizar os seus mais de 80% de popularidade para forçar uma mudança na legislação que o permitisse disputar um terceiro mandato – diferentemente do que fez Fernando Henrique Cardoso em relação ao segundo, à época inexistente.

No entanto, será preciso avaliar devidamente o papel de um Presidente da República durante a disputa eleitoral. Qualquer análise desapaixonada concordará que o presidente Lula exagerou na incorporação do papel de cabo eleitoral.

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