segunda-feira, janeiro 21, 2008

Será que eu não abandonei?

É comum observarmos que diversas coisas andam abandonadas pelos governantes de Campos (tanto é que surgiu o dia do abandono), ruas esburacadas, calçadas em
péssimas condições ou ocupadas por mesas e cadeiras do sagres beer e outros barzinhos na Pelinca, entre outras modalidades de abandonos.

Porém, existe um abandono muito grave e que neste dia, creio eu, não poderia ficar de fora de todas as manifestações, o abandono que a população de Campos,
em sua maioria, exerce diariamente. Foram abandonados a educação e o respeito ao próximo, um abandono que está se normalizando e que é a base para todas as
outras formas de abandonos.

Não sei se é particularidade de Campos, provavelmente acontece em várias outras cidades. No entanto irei relatar alguns acontecidos que presenciei, eles
servirão para ilustrar o que quero dizer com a falta de educação e respeito ao próximo, atividades comumente exercidas pela maioria dos campistas.

Quem anda a pé nesta cidade, e que tem o mínimo de noção, deve ter percebido o quanto é desagradável tal atividade. É comum, ao andar pelas calçadas da
cidade, tomar esbarrões, caso você não queira tomar um tranco desvie de quem está vindo a sua frente, pois, em hipótese alguma ela irá desviar. Como exemplo, dou uma situação acontecida comigo, eu estava voltando do Hortifruti com várias sacolas nas mãos, então resolvi trafegar pelo canto da calçada, bem próximo ao muro, para não atrapalhar o fluxo. Mesmo assim, uma senhora que vinha em minha direção pelo centro da calçada, não foi capaz de dar um passo para o lado, ela veio de encontro às minhas sacolas, eu encurralado pelo muro não pude fazer muito. Resultado: meia dúzia de ovos quebrados, e a senhora nem olhou pra trás, muito menos um “desculpa”.

O comportamento dos campistas no trânsito é bestial. A faixa de pedestre é só um enfeite nas ruas, raríssimas vezes algum motorista a respeita. O sinal de
trânsito é outra alegoria quase sem utilidade. Porém tem uma situação que me tira boas gargalhadas. Observar os motoristas seguindo a marcação central que
teria a função de dividir a via em duas pistas como se fossem pilotos de avião prestes a decolar, o que acaba por impossibilitar ultrapassagens e fazendo
com que o trânsito siga o ritmo do veículo da pessoa que segue como dona das ruas. Não sei se isso é por imperícia, ou porque realmente as pessoas acham-se
donas das ruas.

Até chego a acreditar que 70% dos problemas no trânsito de Campos são acarretados pela falta de educação (ou até mesmo imperícia) e por uma forma de pensar
que muito me assusta a forma como é corriqueira, uma espécie de “se eu não vou levar vantagem, ninguém mais leva”. Uma vontade de atrapalhar só porque não
será o “beneficiado” imediato.

Outra situação muito comum são os carros com o som alto a ponto de estremecer o chão de nossas casas, não é particularidade de Campos, mas é uma falta de
educação e respeito sem tamanho, a ponto de em finais de torneios futebolísticos, após finais de torneios especificamente, torcedores saem fazendo
buzinaços, tocando o hino do clube a todo volume e não respeitam nem mesmo os hospitais. Por diversas vezes tive o desprazer de presenciar essa situação em
frente à Santa Casa, todos os motoristas que buscavam se concentrar para comemorarem na Pelinca sem o menor respeito aos pacientes daquele hospital.

Essas são só algumas situações que ilustram uma modalidade de abandono amplamente praticada nesta planície e que no meu ponto de vista contribui para que
outras formas de abandono sejam praticadas. Enquanto a falta de educação, falta de respeito ao próximo e até a si mesmo continuarem sendo postas em
prática, fica difícil resolver os outros abandonos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Caro Don Alejándro F.

Por isso é que existe poder público...Não para solucionar problemas de "educação pessoal" dos cidadãos...Mas para intervir quando esses "problemas" interferirem no convívio social, na ocupação dos espaços públicos, enfim, na vida da cidades...

Povo mal educado, poder público ausente...essa equação é sempre a mesma, com resultados sempre iguais...

Abraço Xacal....

users online