segunda-feira, outubro 02, 2006

Primeiras impressões

Ficou difícil para o Lula
Acho até que ainda dá pra Lula neste segundo turno, mas não será fácil. A votação de ontem pegou o eleitorado conferindo ao Alckmin uma curva ascendente e ao Lula uma descendente. O tucano, bem próximo do fim do primeiro turno, começou a fazer o que parecia impossível (só parecia, porque não há impossível em política): roubar votos do Lula. A exploração do resultado vitorioso de Alckmin no Sul, Sudeste e Centro Oeste, com mapinha nos jornais e na TV, impressionam. Neste país preconceituoso, dizer que Lula só ganhou no Norte e no Nordeste é quase como dizer que ele é o candidato do atraso, enquanto seu adversário é o candidato do “progresso”.

Decisivo
Essas coisas são difíceis de medir. Mas tudo indica que a ausência de Lula no debate da Globo realmente foi decisiva para empurrar a eleição para o segundo turno. Se ele fosse, e apanhasse, mas soubesse se comportar com paciência e humildade, ainda que dizendo com firmeza que errou aqui e acolá mas acertou muito, o povo se compadeceria dele – assim como se compadeceu do seu fraco desempenho no Jornal Nacional. Mas a ausência soou soberba e admissibilidade das acusações contra ele atiradas. Acabou sendo julgado à revelia, sem defesa.

Começou mal
Será possível que não havia nenhum mísero assessor do presidente para dizer que ele deveria ter saído do Palácio ontem para, com a cara mais feliz do mundo, comemorar os milhões de votos que teve, agradecer aos eleitores e à militância, e falar que vai entrar com garra para a campanha no segundo turno? Enquanto a noite foi de Alckmin, sorrindo e discursando em todos os canais, a imagem de Lula era a de um palácio fechado, ícone de derrota e solidão. Como diria Fernando Henrique: assim não pode, assim não dá.

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