quinta-feira, outubro 26, 2006

Preferia placar apertado

Vou votar no Lula e gosto dessa perspectiva de que ele seja reeleito. Mas, se dependesse somente de mim, sua vitória não seria pela ampla vantagem que anunciam os institutos de pesquisa (oscilando em torno dos 60%). Seria sofrida, algo como 50,5% a 49,5%, para que permanecesse acesa a luz amarela no Planalto, de atenção em relação aos tais "aloprados". Os partidários do presidente acreditam que uma votação maciça contribui para afastar de vez as nuvens negras e evitar o tal "terceiro turno", com a oposição pedindo impeachment logo no primeiro de janeiro de 2007. Não acho muito consistente esse argumento. Votação espetacular não foi o bastante para blindar Collor do impedimento e nem mesmo livrar o próprio Lula dos dissabores que tem experimentado, entre eles a ida para o segundo turno. Quem poderia imaginar, em 2003, que o presidente passaria por estes maus pedaços? A votação avassaladora serve para animar o moral da tropa de um partido que está virando religião — seria Lula o Dom Sebastião reencarnado? —, mas não necessáriamente é o melhor para o país. Sinalizar com mais ceticismo e desconfiança seria demonstrar que a sociedade prefere, nesse cenário específico, um candidato a outro, mas não está cega.

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