segunda-feira, junho 14, 2004

Osorianas I
Osório Peixoto é um figuraça. Estava tão à vontade no Café Literário onde lançou o seu 500 anos dos Campos dos Goytacazes, no último domingo, que chamou uma sobrinha e um neto para ficarem ao seu lado durante o bate-papo. Disse que era para não se sentir muito sozinho.

Osorianas II
Em outro momento, o escritor brincou com o fato de ter recebido uma bolsa mensal da Prefeitura para fazer o livro. Disse que comeu esse tempo todo, foi ao cinema, e que agora tinha a obrigação de dar o livro de graça para o povo, lembrando, em seguida, o problema de serem apenas mil exemplares.

Osorianas III
Com a ajuda dos amigos, também lembrou do tempo em que trocava livro por peixe no Mercado Municipal e de uma hilária história dos tempos da ditadura, quando escolheu um lugar insuspeito para se esconder dos milicos: um hospício.

Osorianas IV
Sem cerimônia, Osório Peixoto jogou no colo do mediador, o professor Hélio Coelho, uma pergunta chata feita por Zacarias Albuquerque sobre o caráter administrativo das câmaras municipais no Brasil Império. Helinho, habilidoso como só ele, deu conta do recado.

Osorianas V
Ivan Viana, querendo transformar Osório em herói da resistência ao Golpe de 64 logo a partir do 1º de abril daquele ano, mandou pergunta com jeito de cruzamento na área: "Osório, você lembra da manifestação popular que fizeram na Praça São Salvador logo no dia seguinte ao Golpe? Não tenho notícia de que tenha havido uma semelhante em nenhuma outra cidade do país..." Ao que Osório respondeu candidamente: "Lembro não, estava em Atafona".

Osorianas VI
Depois de uma longa fila de autógrafos, Osório admitia: "já estou indo na intuição, passo a mão no braço pra ver se é homem ou mulher e mando a dedicatória. Não estou enxergando mais nada".

Nenhum comentário:

users online