domingo, outubro 03, 2010

Carteirada do auxiliar de limpeza não cola na seção eleitoral

Quando fui votar, bem na minha vez de entrar na seção, acabei testemunhando uma cena inusitada. Embora tivesse um grande cartaz explicando quem tem prioridade para votar (que exclui, por exemplo, jornalistas e profissionais de saúde mesmo em plantão), surgiu na minha frente um trabalhador com uniforme da empresa Limport e, exibindo seu crachá, disse que queria prioridade para votar.

Os mesários, claro, não permitiram, indicando a necessidade de enfrentar a fila, que na minha seção, por volta das 11h30, implicava em uma espera de aproximadamente 20 minutos.

Fiquei pensando o que diria Boris Casoy, o amigo dos lixeiros, se visse uma cena dessa.

Precedente não ajuda

Nesta mesma seção, nas eleições de 2006, como registrado aqui, havia visto cena muito semelhante, só que com um coveiro do Cemitério do Caju. Talvez por respeito à intimidade do sujeito com o além, ninguém questionou a sua prioridade.

É interessante o modo como a cultura do "sabe com quem está falando", no País das carteiradas, está disseminada pelas mais diferentes profissões.

O mesmo funcionário da Limport que vi hoje na cena da carteirada disse, na sua argumentação indignada por ter sido impedido de furar fila, que nas eleições passadas ele havia entrado com prioridade.

Nenhum comentário:

users online