domingo, março 21, 2004

A solidão das rodoviárias
Atribua a certos dias da semana a solidão das rodoviárias. Uma incerteza de pausa demorada, do tipo que remete a não encontrar Deus nas imagens que as nuvens formam ou Diabo um tanto abaixo das raízes, na horta que existia no quintal. A solidez de uma ausência tamanha, como se a mim não fosse permitido o toque das mãos. Como se, a cada tentativa, produzissem chagas em minhas palmas com dedos indicadores que não os meus. E depois regozijassem lambendo, das unhas, o sangue. Não há pessoas que se prestem à bondades. Apesar das aparências, ainda não me acostumei a idéia de que este é um mundo em que todo mundo quer mais é ver todo mundo se danando. People ain’t no good.

O que a saudade faz com o vivente. Aguardem o restante.

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