terça-feira, outubro 02, 2012

Nanicos foram os melhores no debate da Record

Campos é mesmo uma cidade curiosa. Talvez seja das poucas em que, na hora de confrontar os seus candidatos à Prefeitura, vê ter melhor desempenho os que não têm a menor chance eleitoral – pelo menos de acordo com as pesquisas. Para mim, numa primeira impressão do debate da TV Record, os “vencedores” foram os candidatos Erik Schunk (Psol) e José Geraldo (PRP).

Erik, porque conseguiu melhorar muito a sua performance, em relação ao debate do IFF, e ficou à vontade no seu papel de atirador para todos os lados. Bateu firme em Rosinha Garotinho (PR), mas também em Arnaldo Vianna (PDT) e em Makhoul Moussalem (PT). Claro que sempre resta saber se o eleitor em geral gosta de candidato agressivo, mas o fato é que o eleitor de Erik, em particular, parecia clamar por isso. No final das contas, deu uma animada no seu exército e se consolidou como candidato a deputado daqui a dois anos.

José Geraldo (PRP), com ar galante e bem humorado, também bateu duro, e fez lembrar um pouco as provocações divertidas de Leonel Brizola, ao convocar a todos para irem aos postos de saúde amanhã para marcar consultas e pegar remédios, para saber se a situação é tão boa quanto a sua adversária diz. Também marcou um ponto ao lembrar a passagem do Dia do Idoso (eleitorado que, intuição minha, poderia ser muito sensível aos apelos dele). Mas cometeu uma pequena gafe ao citar a Inter TV no debate da Record.

Na terceira colocação, eu colocaria a candidata Rosinha Garotinho. Não foi mal. Sua experiência e presença de vídeo garantem uma performance boa mesmo quando ela não está nos dias mais inspirados. Dá conta do feijão com arroz. Se atrapalhou com as avenidas, esqueceu da Arthur Bernardes (lembrou na resposta seguinte), mas resistiu ao bombardeio dos demais. Cresceu o tom quando julgou necessário, ao dizer que um adversário não sabia o que estava falando, mas desceu do salto quando precisou dizer que a eleição não estava ganha. Não cometeu nenhum acidente que possa abalar o seu favoritismo.

Arnaldo e Makhoul foram os piores no debate, com discreta vantagem do primeiro sobre o segundo – se é que dá para considerar essa diferença significativa. Arnaldo, como sempre nesta campanha, esteve muito mal. Se atrapalhou com o tempo (o que também aconteceu com outros, mas com impactos menos nefastos), discutiu com o moderador, tentou deixar o cenário antes da hora e apareceu atrás de José Geraldo nas considerações finais, mas, ao menos, não veio com nenhuma daquelas histórias como a da "ponte que liga o nada ao lugar nenhum" (como ocorreu no debate da Record nas eleições passadas).

Makhoul parecia estar muito gripado, cansado, e se atrapalhou em vários momentos. Teve problemas para concluir raciocínios, errou nas contas do crescimento da população, e, nas considerações finais, cometeu o pecado de fazer um discurso de despedida, lançando mão de agradecimentos típicos de quem sabe que a eleição, para ele, está terminando, como “nossa campanha já é vitoriosa”, “agradeço aos que estiveram comigo nesta caminhada”. É frustrante para a militância, vindo de quem queria provocar um segundo turno.

Pior que todos os candidatos, no entanto, esteve o moderador. Prejudicado pelos problemas na contagem dos cronômetros, atrapalhava os candidatos ao dizer que eles tinham quatro ou cinco segundos à disposição, tempo que era consumido pelo seu próprio alerta. No final, chamou um intervalo que não havia e, para coroar, agradeceu a audiência do debate dos candidatos à prefeitura do “Rio de Janeiro”.

Um comentário:

Roberto Manhães disse...

Makhoul presta esclarecimentos acerca do debate na Record

Em respeito à população de Campos e à organização do debate promovido pela Rede Record na noite desta segunda-feira, gostaria de esclarecer que na tarde do dia 01, sofri uma forte crise de sinusite que achei que fosse me impedir de participar do debate. Como considero o debate de ideias talvez a coisa mais importante de uma campanha eleitoral me mediquei buscando me recuperar a tempo.

Melhorei da sinusite, mas o cansaço acumulado e alguma reação adversa ao medicamento me causaram uma crise hipertensiva que se agravou a partir do início do segundo bloco do debate, me deixando completamente atordoado, sem conseguir ouvir, pensar e nem falar direito.

Aqueles que me conhecem certamente notaram que havia algo errado.
Lamento a falta de condições físicas ideais para ter o desempenho que todos de mim esperavam. Agradeço a preocupação manifestada durante todo o dia de hoje e informo que já estou me sentindo bem, recuperado e bem disposto. Podem confiar que estou preparado para continuar a nossa luta e mostrar do que somos capazes no próximo debate e no dia da eleição.

Forte abraço e até a vitória!

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