segunda-feira, abril 21, 2003

Exemplo
Numas andanças pela região serrana do Espírito Santo neste feriadão, deu pra ver o quanto Campos desperdiça o seu potencial turístico. Ainda não aprendemos a embrulhar para presente a nossa história, a nossa riqueza arquitetônica e a nossa natureza. Em Domingos Martins, uma rua foi urbanizada para valorizar os traços da influência alemã nas casas e nos pequenos comércios, restaurantes capricham na decoração rústica — sem jamais usar aquelas cadeiras e mesas de plástico! — e as pousadas exploram a vista das montanhas e o clima.

E aqui...
Agora, pense em Campos, que tem o Imbé, a Lagoa de Cima, o casario do centro — que está sumindo — e casarões em ruínas pelas cercanias. Tem estações de trem, usinas de açúcar, um artesanato de primeiríssima qualidade, doces maravilhosos, e até poderia ter uma réplica de uma plataforma para visitação — ao contrário daquele cavalo-de-pau na entrada da cidade, que nada tem a ver com a forma de extração da Bacia de Campos... Tudo isso se perdendo ou deixando de ser potencializado, enquanto caminhões de dinheiro são gastos em shows que, é verdade, atraem turistas, mas não consolidam uma identidade e, por isso, dão resultado apenas para o curtíssimo prazo — acabou o show, acabou o "turismo".

Por falar nisso
A propósito: o Ministério Público está fazendo a limpa nas prefeituras do Espírito Santo. Dos 78 municípios, 77 estão sob investigação — inclusive a simpática Domingos Martins. A Gazeta, de Vitória, informou no domingo que, em Anchieta, no litoral, a prefeitura está fechada desde o último dia 11. Os serviços públicos estão parados porque os computadores da administração local foram apreendidos para investigação. O prefeito afirma que não é possível fazer compras, emitir ordens e documentos, controlar estoques e outras tarefas burocráticas sem os computadores.

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