domingo, março 16, 2003

Já sei superfaturar, já sei cobrar uma bola ...
Arnaldo Antunes fez um show em Campos, no final do ano passado. O valor cobrado, segundo publicou hoje a Folha da Manhã, foi de R$ 8 mil, mas dos cofres públicos saíram R$ 14 mil. E ele veio sozinho. Imaginem de quanto seria o superfaturamento se tivessem vindo os Tribalistas - valha o termo.

Esses valores acima dos cachês habituais dos artistas que se apresentam em projetos musicais da prefeitura - cuja verba vem do repasse dos royalties do petróleo - estão sendo investigados por vereadores de Campos no que se chama "CPI dos shows". Embora a instalação da comissão tenha sido vetada em plenário, o veto não impediu que vereadores investigassem as contas, tomando por base depoimentos do ex-procurador geral da prefeitura, Helson de Oliveira - que ficou no cargo até dezembro do ano passado.

Nesse imbroglio todo, também causa certa estranheza quando a mídia se refere aos vereadores Sérgio Diniz (PSDB) e Renato Barbosa (PHS), que comandam a investigação, como integrantes de um bloco independente na Câmara Municipal. Independente do que ou de que é algo que este jornalista ainda não conseguiu atinar.

Entre os artistas - não, não riam - citados na matéria da Folha da Manhã, estão Harmonia do Samba (custo normal: R$ 35 mil/ valor pago pela prefeitura: R$ 94,13 mil) e a cantora de axé music Gil (custo normal: R$ 90 mil / valor pago pela prefeitura: R$ 161,05 mil). E segundo corre à boca pequena, o cachê desses artistas - já pedi para que não riam ... - é pago com certa antecedência. Ao contrário do que acontece com artistas - aqui o termo cabe - locais, que esperam meses para receber pelas apresentações.

Mas não é nem isso o que me incomoda. O que me fez torcer o nariz neste domingo foi justamente tentar entender os motivos que levaram estas investigações a serem feitas apenas a partir de dezembro, quando já haviam boatos e denúncias circulando pela cidade sobre estes superfaturamentos há tempos.

Com isso tudo, digo para vocês: me senti mal. Muito mal. Pior do que se estivesse sendo obrigado a ouvir e ver o DVD do trio Carlinhos Brown, Marisa Monte e Arnaldo Antunes.

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