Eis uma uma análise da questão, pelo jornalista Leandro Fortes, da Carta Capital, originalmente no Vi o Mundo:
#jornalistas interditados
Leandro Fortes
No Vi o Mundo
As relações arcaicas que ainda prevalecem nas redações brasileiras, sobretudo naquelas ancoradas nos oligopólios familiares de mídia, revelam um terrível processo de adaptação às novas tecnologias no qual, embora as empresas usufruam largamente de suas interfaces comerciais, estabeleceu-se um padrão de interdição ideológica dos jornalistas. Isso significa que a adequação de rotinas e produtos da mídia ao que há de mais moderno e inovador no mercado de informática tem, simplesmente, servido para coibir e neutralizar a natureza política da atividade jornalística no Brasil.
Baseados na falsa noção de que o jornalista deve ser isento, as grandes empresas de comunicação criaram normas internas cada vez mais rígidas para impedir a livre manifestação dos jornalistas nas redes sociais e, assim, evitar o vazamento do clima sufocante e autoritário que por muitas vezes permeia o universo trabalhista da mídia. Em suma, a opinião dos jornalistas e, por analogia, sua função crítica social, está sendo interditada.
Recentemente, a ombudsman da Folha de S.Paulo, Suzana Singer, opinou que jornalista não deveria ter Twitter pessoal. Usou como argumento o fato de que, ao tuitar algo “ofensivo”, o jornalista corre o risco de, mais para frente, ter que entrevistar o ofendido. A preocupação da ombudsman tem certa legitimidade funcional, mas é um desses absurdos sobre os quais me sinto obrigado a, de vez em quando, me debruçar, nem que seja para garantir o mínimo de dissociação entre a profissão, que tem caráter universal, e os guetos corporativos onde, desde os anos 1980, um sem número de manuais de redação passaram a ditar todo tipo de norma, inclusive comportamental, sobretudo para os repórteres.
Suzana Singer deu um exemplo prosaico, desses com enorme potencial para servir de case em cursinhos de formação de monstrinhos corporativos que pululam nas redações:
“Hoje o jornalista pode estar em um churrasco, com os amigos, e ser ofensivo com os palmeirenses porque eles ganharam o jogo de domingo. E na semana seguinte ele tem que ir entrevistar o presidente do Palmeiras. Ou seja, é uma situação muito desagradável, que poderia ter sido evitada se o repórter tivesse a postura adequada de não misturar as coisas. Não tem como ter dupla personalidade, separar a sua vida pessoal da profissional, assim como não dá para ter duas contas no twitter”.
Bom, primeiro é preciso esclarecer duas coisas, principalmente para os leitores desse blog que não são jornalistas: é possível, sim, separar a vida pessoal da profissional; e, claro, dá para ter duas contas no twitter. Essa história de que jornalista tem que ser jornalista 24 horas é a base do sistema de exploração trabalhista que obriga repórteres, em todo o Brasil, a trabalhar sem hora extra, ser incomodado nas férias e interrompido nos fins de semana, como se fossem cirurgiões de guerra. Também é responsável, na outra ponta, por estimular jornalistas que se tornam escravos de si mesmo, ao ponto de, mesmo em festas de crianças e batizados de bonecas, passarem todo tempo molestando alguma fonte infeliz que calhou de frequentar o mesmo espaço.
A interdição imposta aos jornalistas pelas empresas de comunicação tem servido, entre outras coisas, para a despolitização das novas gerações de repórteres, instadas a acreditar que são meros repassadores de notícias e tarefeiros de redações. Desse triste amálgama é que surgem esses monstrinhos entusiasmados com teses fascistas, bajuladoras profissionais e bestas-feras arremessados sobre o cotidiano como cães raivosos, com carta branca para fazer, literalmente, qualquer coisa.
Não causa mais estranheza, mas é sempre bom expor o paradoxo dessa posição da ombudsman, que não é só dela, mas do sistema na qual ela está inevitavelmente inserida, desde que o pensamento reacionário e de direita passou a ser bússola fundamental da imprensa brasileira. Digo paradoxo porque o mesmo patronato que confunde, deliberadamente, liberdade de expressão com liberdade de imprensa, para evitar a regulação formal da atividade midiática, é esse que baixa norma sobre norma para impedir seus funcionários de se manifestarem no ambiente de total liberdade das redes sociais, notadamente o Twitter e o Facebook. Não o fazem, contudo, por zelo profissional.
Essa interdição visa, basicamente, evitar que os jornalistas opinem, publicamente, sobre a própria rotina e, assim, exponham as mazelas internas das corporações de mídia. Ou que expressem opiniões contrárias à de seus patrões. Foi assim, por exemplo, no caso da bolinha de papel na cabeça de José Serra, na campanha de 2010.
Aquela farsa ridícula foi encampada, sem nenhum respeito ao cidadão consumidor de notícia, por quase toda a imprensa, por imposição editorial. Diversos colegas jornalistas, alguns que sequer conheço, me mandaram mensagens (um me abordou numa livraria de Brasília) implorando para que eu tratasse do assunto nas redes sociais. Todos me informaram que seriam demitidos sumariamente se contestassem, no Twitter e no Facebook, a tese patética do segundo ataque com um rolo de fita crepe. Todos, sem exceção.
A ética do jornalista é a ética do cidadão, dizia um grande jornalista brasileiro, Cláudio Abramo, aliás, responsável pela modernização de O Estado de S.Paulo e da Folha, nos anos 1960 e 1970. Portanto, nada mais natural que tenha o jornalista os mesmos direitos do cidadão, aí incluído o de se expressar. Impedi-lo, sob um argumento funcional, de exercer seu direito de opinião e crítica é, no fim das contas, mais um desses sinais de decadência moral da mídia brasileira. E, claro, retrato fiel do que ela se tornou nos últimos anos.
sexta-feira, setembro 09, 2011
Jornalista deve ter conta pessoal no twitter e no facebook?
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terça-feira, agosto 16, 2011
A internet está sob forte ameaça
De Emiliano José, íntegra aqui
Está em curso no Brasil uma clara luta política, envolvendo a internet. Que ninguém se engane: é uma luta política. Há a posição dos que acreditam, como eu e vários outros deputados e deputadas, como Paulo Teixeira, Luiza Erundina, Jean Willis, Manuela D´Avila, Paulo Pimenta e tantos outros, que primeiro é o caso de garantir a existência de um marco civil garantidor das liberdades, uma espécie de orientação básica do direito humano de acesso à internet, hoje um instrumento fundamental para o desenvolvimento da cidadania, da cultura, da educação e da própria participação política.
E a posição dos que se apressam a procurar mecanismos de criminalização dos usuários da rede, que hoje no Brasil, com todas as dificuldades de acesso, já chegam perto dos 70 milhões. Como pensar primeiro no crime face a essa multidão, e depois na liberdade de acesso? Só os conservadores, interessados em atender a evidentes interesses econômicos, podem pensar primeiro na criminalização e só então nos direitos democráticos dos usuários.
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sexta-feira, junho 03, 2011
Você vai na Festa da Abóbora?
ATUALIZAÇÃO ÀS 17:01:
Os organizadores avisaram no Face que a Festa foi adiada. Confira:
"Assunto: Adiamento
Amigos, a "Comissão Organizadora" acaba de se reunir e a decisão foi a de adiar o evento, para data ainda a ser definida, em virtude da baixa adesão até o momento (apenas 10 pessoas confirmaram presença). De qualquer modo, continuaremos a publicar informes periódicos e, oportunamente, a nova data será informada."
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segunda-feira, maio 09, 2011
Overmundo lança hoje sua revista digital
[Saiba mais aqui]
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quinta-feira, maio 05, 2011
Conheça o site de financiamento coletivo de projetos culturais
"Os apoiadores de um projeto têm a garantia de apenas serem debitados se o projeto alcançar a soma solicitada. Eles receberão então contrapartidas (fotos, artesanato, DVDs, ingressos para o show, aulas de culinária...) propostas pelos autores dos projetos", explicam os organizadores.
Para apoiar um projeto, é preciso ter uma conta Paypal. Ao lado de cada projeto, há um ícone "Apoie, receba". Ao clicar nele, o usuário é direcionado para um formulário onde deverá especificar a quantia do seu apoio e a contrapartida desejada. O valor só será debitado se o projeto atingir a quantia total necessária para a sua viabilização.
O Ulule é formado por uma equipe de designers, desenvolvedores, advogados, entre outros parceiros. Eles lembram que este tipo de financiamento tem precedentes como o Fundabel, o Kickstarter e o IndieGogo.
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terça-feira, maio 03, 2011
Outros Ares na literatura
"A revista Outros Ares vem ajudar na divulgação do conto, abrindo espaço para novos escritores brasileiros. Apesar de não ser um critério excludente, daremos prioridades a autores inéditos em papel. Também abriremos espaços para outras narrativas curtas, como fragmentos de romances, crônicas, etc", explicam na apresentação da publicação.
Os interessados em colaborar podem enviar suas produções para o e-mail revistaoutrosares@gmail.com.
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sexta-feira, abril 29, 2011
Que graça você vê no Facebook?
Só não entendo de onde vem essa disposição toda para falar de aspectos da vida privada que, creio, não interessam a ninguém.
Na boa, se você tiver com dor de cabeça agora, não precisa me contar. Se tiver comido um bolo de chocolate, também não quero saber. Se foi dormir muito tarde, o problema é seu. Sua foto com o seu cãozinho bob não me interessa. E eu não vou ajudar você a ganhar aqueles dinheirinhos na CityVille.
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quarta-feira, abril 20, 2011
Um discurso histórico de Julian Assange
Jornalista Julian Assange explica os princípios do Wikileaks e as possíveis consequencias da centralização dos arquivos eletrônicos e da censura no Ocidente.
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quinta-feira, abril 14, 2011
Campanha “Banda larga é um direito seu!" será lançada dia 25
A banda larga no Brasil é cara, lenta e para poucos, e está na hora de pressionar o poder público e as empresas para essa situação mudar. O lançamento do Plano Nacional de Banda Larga em 2010 foi um passo importante na tarefa necessária de democratizar o acesso à internet, mas é insuficiente. O modelo de prestação do serviço no Brasil faz com que as empresas não tenham obrigações de universalização. Elas ofertam o serviço nas áreas lucrativas e cobram preços impeditivos para a população de baixa renda e de localidades fora dos grandes centros urbanos.
Enquanto isso, prefeituras que tentam ampliar o acesso em seus municípios esbarram nos altos custos de conexão às grandes redes. Provedores sem fins lucrativos que tentam prover o serviço são impedidos pela legislação. Cidadãos que compartilham sua conexão são multados pela Anatel.
É preciso pensar a banda larga como um serviço essencial. A internet é instrumento de efetivação de direitos fundamentais e de desenvolvimento, além de espaço da expressão das diferentes opiniões e manifestações culturais brasileiras por meio da rede.
Neste dia 25, vamos colocar o bloco na rua: juntar blogueiros, ativistas da cultura digital, entidades de defesa do consumidor, sindicatos e centrais sindicais, ONGs, coletivos, usuários com ou sem internet em casa, todos aqueles que acham que o acesso à internet deveria ser entendido como um direito fundamental. Nossa proposta é unir os cidadãos e cidadãs brasileiros em uma vigília permanente em defesa do interesse público na implementação do Plano Nacional de Banda Larga e da participação da sociedade civil nas decisões que estão sendo tomadas.
O lançamento nacional da Campanha Banda Larga é um Direito Seu! Uma ação pela Internet barata, de qualidade e para todos será feito em plenárias simultâneas em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Brasília, com transmissão pela Internet. O manifesto da campanha, a lista de participantes e o plano de ação estão no site www.campanhabandalarga.org.br. Participe.
SÃO PAULO (SP) - 19h
Sindicato dos Engenheiros de São Paulo
Rua Genebra, 25 – Centro (travessa da Rua Maria Paula)
RIO DE JANEIRO (RJ) - 20h30
Auditório do SindJor Rio
Rua Evaristo da Veiga, 16, 17º andar
SALVADOR (BA) - 19h
Auditório 2 da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia
Avenida Reitor Miguel Calmon s/n – Campus Canela
BRASÍLIA (DF) – A CONFIRMAR
Balaio Café
CLN 201 Norte, Bloco B, lojas 19/31
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terça-feira, março 15, 2011
Brasil247, ou por que diabos o novo não surpreende mais?
Não é que não tenha gostado. Até gostei. Talvez o problema esteja no desejo de ser um jornal. Está difícil imaginar algo novo que se proclame jornal. Dá uma olhada na divisão das editorias do 247 pra você entender o que estou dizendo.
Até o uso dos números no nome, que parece uma sacada espertinha, é apenas um suporte para o slogan: 24 horas por dia, 7 dias por semana.
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segunda-feira, dezembro 13, 2010
Livro para iPad mostra como a Internet salvará a civilização
Como já diz o título, o novo livro de David Eagleman, Why the Net Matters (Por que a Internet importa), traz um apanhado de como a Internet salvará a humanidade. Bem, é mais ou menos isso, já que o cerne do livro é mostrar de que maneira a Internet resolverá problemas que levaram à destruição de sociedades antigas ao longo de nossa história. Segundo o cara, a net resolverá vários desses problemas e viveremos felizes para sempre (que o diga o Júlio Assange).
Mas o grande barato do livro é que ele foi lançado diretamente para um app do iPad, prometendo inovações na navegação e investindo em uma leitura não-linear. O vídeo abaixo mostra um pouco da visualização do livro no tablet, que é de dar água na boca.
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quinta-feira, dezembro 02, 2010
Eleitor usa mais internet que impressos para se informar sobre política e eleições
Pesquisa do instituto Sensus, encomendada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), revela que a internet é mais procurada do que jornais impressos por eleitores que querem ser informados sobre política e eleições. A rede obteve 9,9% das citações dos entrevistados, superando os jornais impressos, lembrados por 6,4%.
Mas a grande influência ainda vem da televisão. O veículo foi citado por 56,6% dos entrevistados como referência para obter informações sobre política e eleições. Em seguida veio "conversa com amigos, colegas de trabalho e parentes", com 18,4%. O rádio aparece com 4,2%. Revista obteve 0,7% das citações.
Sobre a frequencia da audiência de TV, 79,6% disseram sempre assistir a TV Globo, que foi seguida por Record (60,4%), SBT: 37,8% e Band (25,6%).
A pesquisa também perguntou qual fonte de informação o eleitor utilizou para decidir o voto no segundo turno. A maioria, 44,2%, afirmou que já estava decidido. Outros 18,8% disseram que se decidiram por meio de debates no rádio e na TV. Leitura de jornais ficou com 1,7%, empatado com internet, e atrás de Programas eleitorais (15,5%), Opinião de amigos, colegas de trabalho e parentes (6,2%) e programas dos candidatos no rádio (3,0%).
Foram realizadas 2.000 Entrevistas, em cinco regiões e 24 estados, com o sorteio aleatório de 136 municípios. As entrevistas foram feitas entre os dias 7 e 10 de novembro passado.
Veja abaixo os quadros com mais dados acerca da relação entre o eleitor e a imprensa. O relatório completo da pesquisa está disponível aqui.
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domingo, novembro 21, 2010
Petição online contra o AI5 Digital
Tá rolando na Internet uma petição online contra o projeto de lei do Senador Eduardo Azeredo que visa restringir de várias maneiras o acesso à Internet no Brasil. O projeto fala em considerar como crime, "obter ou transferir dados informação disponível em rede de computadores, dispositivo de comunicação ou sistema informatizado, sem autorização ou em desconformidade à autorização, do legítimo titular, quando exigida".
O projeto, que está sendo conhecido na net como o AI5 Digital, visa também bloquear o uso de redes P2P, liquidar com o avanço das redes de conexão abertas (Wi-Fi) e quer exigir que todos os provedores de acesso à Internet se tornem delatores de seus usuários, colocando cada um como provável criminoso.
Neste link aqui você pode conhecer o texto do abaixo-assinado que será enviado ao Senado Brasileiro e ainda colocar seu nome no manifesto. Vale lembrar que o Senado Americano adotou uma medida parecida, que está prestes a virar lei. Relembre aqui.
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sábado, novembro 20, 2010
Senado americano aprova lei contra Internet Livre
O Senado americano aprovou, na último dia 18, a COICA, Combating Online Infringements and Counterfeits Act (Ato de Combate à Infrações e Falsificações Online). A COICA é colocada por alguns grupos como "o fim da Internet como a conhecemos", pois atua radicalmente contra o caráter libertário da rede no que diz respeito à downloads de arquivos MP3 e divulgação de conteúdo considerado "pirata".
O projeto de lei foi passou no Senado pelo placar de 19 votos a 0. Após aprovado, ele irá criar "listas negras" de sites que violam os direitos de Copyright e de propriedade intelectual. O negócio é tão sério que dá ao Departamento de Justiça Americano o poder de, inclusive, desligar domínios que estajam hospedados fora dos Estados Unidos. O caráter arbitrário da lei fica evidente ainda em alguns pontos do projeto, que dá poder ao Procurador-Geral de censurar os sites mesmo que alguma Corte não tenha entendido que o site em questão não tenha infringido alguma lei ou copyright.
Ou, como publicado por David Seagal, do Huffington Post:
Resumindo novamente: adeus downloads de MP3, de filmes, sites de mashup e até mesmo blogs que, caso o Procurador entenda, estejam violando leis ao exporem sua opinião e fazerem comentários sobre política, por exemplo. É casca-grossa ou não é? Pra se ter uma idéia, se essa lei fosse aprovada há uns cinco ou dez anos atrás, o You Tube não existiria.A COICA cria duas listas negras de nomes de domínios da Internet. Tribunais podem adicionar sites à primeira lista, e o procurador-geral teria controle sobre a segunda. Provedores de serviços de Internet e outros (como Comcast, PayPal ou o Google AdSense) seriam obrigados a bloquear quaisquer domínios da primeira lista. Eles também poderiam receber imunidade (e presumivelmente o bom favor do governo), se eles bloquearem domínios da segunda lista.
As listas são para os sites “dedicados à atividade ilícita”, mas que é definido de forma muito ampla – qualquer nome de domínio onde as mercadorias ilegais ou materiais com direitos autorais são “fundamentais para a atividade do site de Internet” poderá ser bloqueado.
Alguns sites como o Electronic Frontier Foundation e Anti Nova Ordem Mundial, publicaram manifesto contra a aprovação e explicaram o caso. Vale apenas lembrar que, aqui no Brasil, também temos a proposição de lei que obrigaria o fim no anonimato na Internet.
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quinta-feira, novembro 18, 2010
Sem internet não haveria segundo turno, diz Caio Túlio
Papel da internet nas eleições foi subestimada pela mídia
Lia Segre / Do Observatório do Direito à Comunicação
Especialistas em internet que estiveram à frente das campanhas presidenciais mais votadas acreditam que a internet foi essencial para o desenrolar das eleições. Sem ela não teria acontecido segundo turno, acredita Caio Túlio Costa, jornalista, consultor de novas mídias e coordenador de campanha de Marina Silva (PV). A internet possibilitou a criação de novo polo formador de opinião, Marcelo Branco, ativista pela liberdade do conhecimento – como se define - e coordenador da campanha de Dilma Roussef (PT) nas mídias sociais. “Pela primeira vez temos um terceiro bloco formador de opinião. Os blocos tradicionais sempre foram os partidos e candidatos, e do outro lado a imprensa. Eles formavam a impressão do leitor”, contou no 4º Seminário Internacional de Jornalismo Online (MediaOn), que aconteceu dias 9, 10 e 11 na capital paulista. Também participou da mesa a coordenadora da campanha online de José Serra (PSDB), ex-vereadora da cidade Soninha Francine.
Caio Túlio acredita que foi a internet que fez Marina Silva atingir 20 milhões de votos – algo que apontou como inédito no país em se tratando de um 3º colocado no pleito. Inicialmente com um desconhecimento de 60% por parte dos eleitores e com apenas 1 min e 23 s na TV contra 12 min de Dilma e 9 min de Serra, montaram estratégia eficiente na internet, com uso intenso de redes sociais dividida em 12 frentes como Blog, Twitter, sistema de arrecadação online entre outros. Esse trabalho levaou a condidatura a arrecadar 170 mil reais, doados por 2 mil pessoas, em 58 dos 242 dias que duraram sua campanha na internet. Caio segmentou os eleitores por rede social: “no Orkut a gente falava com os evangélicos, Facebook falávamos com classe média intelecutalizada, no twitter falamos com vanguarda da internet”.
Marcelo, coordenador de mídias sociais da campanha petista, acredita que a internet dá possibilidade aos eleitores se expressarem pelas redes sociais, “ possibilidade que milhões de pessoas tenham sua expressão e postem isso na internet”, e passaram a influenciar os candidatos. Soninha mencionou que a propaganda eleitoral tem apenas dez minutos, que um panfleto de debates televisivos não conseguem aprofundar temas tanto quanto a internet, onde se pode oferecer mais conteúdo. Para Marcelo, tratou-se de democratização da campanha, ainda que a base social de apoio ao governo do PT sejam os desconectados.
Ao contrário do candidato José Serra, que Marcelo acredita ter tido o apoio da mídia de massas em vozes como as de Reinaldo Azevedo e Ricardo Noblat, na campanha de Dilma as redes sociais pautaram a “mass media”, e não a mídia pautou as redes, como acontecia com o adversário.
Citou como os melhores momentos da campanha online o caso da publicidade da Globo que fazia apologia ao slogan do candidato tucano “O Brasil pode mais”, e quando Lula foi entrevistado no Jornal Nacional. Esses fatos que a princípio pareciam negativos para a campanha, ajudaram quando a emissora se desculpou por insinuar preferência. A capa da Época que “pretendia ser negativa acabou sendo positiva”, e virou material de campanha em camisetas e canecas. Marcelo também lembrou a repercussão no Twitter do “Dilma facts by folha” e o “bola de papel facts”, que ficou pouco mais de um dia no Twitter mundial.
Uma das principais características da campanha que o PT fez online contou com engajamento de militantes ou simpatizantes em blogs e redes sociais diversas. Para Soninha, que controlava o conteúdo do site da campanha tucana ao plantalto, a internet permite o engajamento voluntário, um aspecto da campanha que faz diferença pois “é cada vez é mais dificil as pessoas fazerem campanha de graça”. Na campanha de Serra, doação por internet não foi substancial. A coordenadora esperava pouco da internet, mas se empolgou ao longo da campanha com o feedback de militantes online inesperados, como donas de casa e idosos.
Campanha online
“Visitamos os estados, consultamos sete mil pessoas, conhecemos pessoas que seriam motores da campanha da Dilma na internet”, explica Marcelo, contratado em abril. Foi essa experiência que o permitiu conhecer a base social que daria sustentação para a campanha, que define como descentralizada e feita principalmente por voluntários, acrescenta.
Marcelo acredita que campanha na internet é diferente, e a construção do coletivo tem que se dar de forma colaborativa. “O que funciona na rede é imprevisivel ainda. Temos que aproveitar qualidade da contrução colaborativa. Não centramos a campanha no dilma.com.br, e blog”. Foram milhares de ativistas e blogueiros que se somaram à campanha oficial - “a melhor cobertura não foi feita por nós, foi feita pelos outros”. Considera a melhor atuação a feita na blogosfera, e a pior no Facebook.
A campanha de Serra, assim como a de Dilma, separava internet de outras mídias. “A nossa configuração de internet era diferente. A gente não tinha coordenador de mídias sociais, eu era responsável pelo site oficial”, afirmou a ex-vereadora que se integrou a campanha em julho. A data avançada impediu a equipe de ter um formato definido para tocar a rede desde o começo, afirmou.
“O que imaginamos de internauta tipico se mostrou uma minoria na campanha”, disse Soninha. Ela se surpreendeu por mensagens com sugestões, críticas à campanha, e elogios de pessoas inesperadas, como “agricultores do interior do Espírito Santo”, idosos, donas de casa. Para ela, o site e a rede acabaram por ser não só oferta de conteúdo, mas ponto de encontro para militantes dos perfis mais diversificados, cujo encontro físico jamais se daria.
Ameaça
O fórum mais democrático da internet, onde a construção de conteúdo é colaborativa e as pessoas podem se expressar com certa amplitude está ameaçado pela tramitação do Projeto de Lei (PL) 84/99, do senador Eduardo Azeredo (PSDB), lembrou Marcelo e Caio durante o debate do MediaOn. O PL se caracteriza por criminalizar ações da internet como download e compartilhamento de mp3, entre outros.
“Internet é sempre criminalizada”, afirmou Marcelo quanto à pergunta sobre baixaria nas eleições. “Não foi na internet, foi nas campanhas políticas”. O coordenador da campanha digital petista afirmou a baixaria se deu com acusações falsas, fraudes e declarações suspeitas, que apenas foram reproduzidas na internet e ganharam uma repercussão diferente.
Marcelo e Caio foram a favor de um pacto, no próprio ato do debate, de combate à lei de cibercrimes. “Não passarão”, disse um e repetiu o outro. Soninha não se manifestou.
16/11/2010
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terça-feira, novembro 09, 2010
Ao vivo na internet Seminário sobre Mídia
O governo federal promove hoje e amanhã, em Brasília, o Seminário Internacional das Comunicações Eletrônicas e Convergência de Mídias para debater os impactos das mudanças tecnológicas, seus desafios e oportunidades na nova era da digitalização. O encontro conta com a participação de 11 especialistas, dirigentes e representantes de entidades e órgãos reguladores de seis diferentes países. Eles debaterão as experiências, avanços e limitações de seus processos regulatórios de radiodifusão e telecomunicações. O evento é transmitido ao vivo pelo site do seminário e pela TV NBR. A aqui o programa completo do seminário. |
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segunda-feira, novembro 08, 2010
Pettitt: dentro de 15 anos jornais serão apenas digitais
[De Thomas Pettitt , em entrevista a Fernanda Godoy, no Globo de hoje, impresso e aqui.]
A propósito, este é o tema do Boteco Literário hoje, 20h, na Bienal, com Cora Rónai e Arnaldo Bloch.
[Foto: Divulgação]
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terça-feira, agosto 03, 2010
No ar a "Revista de Campos"
O professor Marcelo Sampaio manda avisar que está no ar a Revista de Campos, publicação virtual que terá atualização semanal, aos domingos. Além dele, participam do projeto o artista plástico Diogo d'Auriol, o cineasta Carlos Alberto Bisogno, a professora Oliveira, a jornalista Lívia Nunes e o radialista Nilson Maria.
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quinta-feira, junho 24, 2010
Mais uma do Bart

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quinta-feira, maio 20, 2010
Associações de moradores terão computadores com acesso à internet em Campos e Cardoso
Projeto da Uenf, por meio de programa do Governo Federal, vai instalar em breve, em Campos, 20 telecentros com computadores e acesso à internet para a população (algo semelhante ao que era o Programa Navegar é Preciso). Outros dois pontos ficarão em Cardoso Moreira. Eles funcionarão em sedes de Associações de Moradores.
A proposta também é disponibilizar acesso grátis à internet à população do entorno, em um raio de aproximadamente 3 Km. Cada torre permite o acesso simultâneo de 450 máquinas.
A assessoria de comunicação da Uenf divulgará, daqui a alguns dias, mais informações sobre o projeto.
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