quinta-feira, agosto 11, 2011

Com tudo para ser diferente, Manaus vai ficando cada vez mais igual

Interior do Teatro Amazonas
Estive em Manaus semana passada e fiquei impressionado com o modo como as nossas cidades vão ficando cada vez mais parecidas, cheias daqueles monstrengos erguidos pela cultura do automóvel. A degradação urbana toma conta até de locais com grande potencial de preservação histórica e ambiental.

Autor manauara valorizado nas ruas
Com quase dois milhões de habitantes, Manaus é mítica no seu papel de portal da floresta, esta de fato exuberante, mas, infelizmente, não passa muito disso quando nos limitamos à sua área urbana. Há, claro, o Teatro Amazonas e o seu entorno. E, em termos turísticos, é praticamente só.

A pobreza ainda se alastra e sinaliza o quanto a vida deve ser ainda mais dura no interior do Amazonas. Há locais praticamente isolados. Ir a Manaus para boa parte da população amazonense é algo praticamente inviável. Os preços dos transportes aquaviários são extorsivos e as condições são inseguras.

Um aviso para proteger as mãos de cortes
Os turistas gringos passam ao largo de tudo isso. Vão do aeroporto para uma área de hotéis, passando pela chamada avenida do turismo, e de lá seguem em pacotes para os destinos amazônicos. Fazem as fotinhas no encontro das águas, enchem a cara nos melhores barcos, compram lembrancinhas caríssimas, e voltam contando aventuras na selva.

Fachada de editora no entorno do Teatro Amazonas
Mas, sempre há um mas, há o povo sacanamente bem humorado e, também, um pujante cenário rock (sim, caros, nem tudo é boi Caprichoso e Garantido não). Quem gosta de genuínas bandas de garagem não pode deixar de ir ao Porão do Alemão. A casa bomba especialmente às quarta-feiras e a qualidade musical da moçada é impressionante.

Há ainda aquelas figuras femininas que parecem ter saído de alguns clássicos da literatura brasileira. Não parecem reais. Eu juro que vi pelo menos umas três Iracemas. Mas sobre isso, compreenda o leitor, não posso me alongar. Além do mais, é preciso ver para entender.

Abaixo, matéria de portal local sobre o Porão do Alemão:





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