Blitz literária
Vitor Menezes
Sempre aparecem nos jornais aquelas notícias sobre operações policiais. Têm também as que são feitas por órgãos fiscalizadores. Há guardas em busca de drogas e pendências nos carros. Há fiscais em busca de mercadorias contrabandeadas.
Nunca ouvi falar, no entanto, de uma operação altamente necessária: a da polícia literária. Isso se dá, provavelmente, em razão dessa polícia ainda não existir. Um detalhe que brevemente será superado.
Posso antever o policial com aqueles tradicionais passos lentos, que deixam o corpo pender de um lado para o outro, aproximando-se para a abordagem ao cidadão, tendo sob o braço um volume de Machado.
- Cidadão, por favor, pode apresentar seu certificado de conclusão escolar?
- Cidadão, por favor, pode me dizer qual o tipo de relacionamento mantinha dona Capitu com o senhor Bentinho?
- Liberado, cidadão, pode prosseguir.
Os meliantes flagrados em ignorância de prosa ou verso seriam levados para a delegacia. Teriam que se entender com o doutor delegado. Doutor por ter doutorado em Teoria Literária, naturalmente.
segunda-feira, março 14, 2011
[croniquinha de segunda]
Postado por Vitor Menezes às 14:31 Marcadores: croniquinha de segunda
3 comentários:
Caro Vitor ,
Muito boa! Só uma ressalva: é crônica de primeira!
Abração,
Walnize
Valeu, Walnize! De primeira são as suas crônicas lá no Sociedade. As minhas são se segunda mesmo rs. Abração!
Antevejo uma fila enorme na delegacia...
dolei sua cronicona.
Postar um comentário