segunda-feira, outubro 01, 2007

[três perguntas por e-mail para aucilene freitas]


“Tenho medo de ficar doida”

Aucilene Freitas, 44, é uma criatura que costuma posar nua no blog Resta acima de tudo. Se você ainda está aqui e não abandonou o urgente no link acima, é porque entendeu logo que não se trata aqui de uma Mônica Veloso. E até vai visitar o blog da Aucilene, mas com vagar, depois da entrevista abaixo, que ela concedeu ao urgente! na volta do [três perguntas por e-mail para].


A nudez de Aucilene é de alma. Com uma escrita vigorosa, ela se expõe nos seus temores e até mesmo em suas ingenuidades de menina.


Assistente social e atriz, ela se define como alguém “feliz com a profissão, porque tem um prazer enorme em lidar com pessoas e que gosta de brincar de ser artista no teatro”. Ah, mais uma coisa: “Inquieta, curiosa, sou alguém que sempre quer aprender mais para dividir”. Claro, claro.

Lá vão suas respostas às provocações do urgente!:

[Você escreve demais. Tem medo de ficar maluca não?]

Escrevo demais? Você acha? Acho que falo demais (risos). Tenho medo de ficar maluca (se é que é possível ser mais) sim, mas não por escrever. Ao contrário: creio que escrever é o que justamente me livra deste risco.

[Blog é uma fuga ou uma aproximação?]

Uma aproximação sem sombra de dúvidas. Já usei o trabalho como fuga, mas a internet nunca. O blog muito menos. Não substituo o contato pessoal pelo virtual, mas uso este último para fortalecer os elos e criar outros. Através do blog fiz amigos, reencontrei amigos...a comunicação, pra mim, é essencial á vida e interagir é um dom. A gente percebe que a alma não é pequena e que não temos fronteiras.

[Do que você tem medo?]

Tenho poucos medos na vida. Acho que basicamente estes: de pisar fora da linha que separa a sanidade da loucura. Às vezes surto com o excesso de clareza que vejo as coisas. É verdade... tenho medo de ficar doida. Sempre tive.
E outro medo que tenho é de ficar árida de alma como muitas pessoas que vejo, por proteção; de perder a sensibilidade em relação ao outro; de morrer sem me apaixonar novamente. São poucos medos, não acha?

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