segunda-feira, abril 30, 2007

Overdose involuntária de Goiânia

Depois de quatro dias de congresso bem longe de casa, o sujeito arruma as malas e parte feliz para o aeroporto para pegar o esperado vôo que o levará para a sua caminha querida. Ao abrir da porta automática, o melhor dos mundos se anuncia, com a inacreditável ausência de fila para o check in, em pleno apagão aéreo. Tudo maravilhosamente tranqüilo, incluindo o bom atendimento do rapaz da companhia, até o momento em que ele diz, com a voz doce, sentida, mas pronunciada com o tom de quem não se espanta mais com nada: este seu vôo das 23h30 foi antecipado para 19h15. Você olha no relógio - 20h40 - e pergunta o óbvio: e agora?

Não há outro vôo hoje. Em nenhuma companhia. E as alternativas são péssimas para amanhã. Você esperava vôo direto, de 1h25 de duração, e agora está diante de opções que tomarão parte da sua manhã e da tarde de um merecido feriado do Dia do Trabalhador. Além, claro, de ter ficado mais uma noite em uma cidade que até é bacana mas, a esta altura, estava mentalmente deletada (esta palavrinha vai acabar chegando ao dicionário).

No auge da indignação, suportada com a passividade bovina do brasileiro, perguntei ao atendente, de modo firme, em qual hotel a empresa iria me colocar. O rapaz, solícito e educado, me explicou que a companhia havia tomado a providência correta para o caso, tendo comunicado a antecipação do vôo à agência de viagens que havia feito a minha reserva - e esta havia se comprometido em me avisar, o que, sabemos eu e você, não foi feito.De modo que estou de volta ao hotel, escrevendo isso agora, possivelmente para descontar no teclado os murros que gostaria de dar no presidente da companhia e em todos os seus diretores. Tentarei dormir. Me desejem boa noite. E boa viagem.

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