sexta-feira, março 07, 2003

[usina de idéias]
Le Egòisme: literatura de caros amigos

Estejam avisados: a coluna de hoje é uma viagem ao centro do ego. Sou um escritor disfarçado de jornalista. Mas não sei exatamente onde começa um e termina outro. Caso clássico: ando meio Dr. Jekkyl e Mr. Hyde da escrita nos últimos tempos. O jornalismo me permite entrar em contato com escritores que admiro e tenho especial apreço; a troca de idéias com eles me motiva a continuar escrevendo meus contos. Amálgama: eu tenho a felicidade de poder contar com alguns destes escritores como colaboradores. Agradeço sempre a confiança – e ainda acho que é pouco. E é por estar nesse universo – paralelo ? – que acompanho com grande satisfação as notícias de lançamentos de livros de excelentes escritores para 2003. E isso me faz reafirmar: Geração 90 – manuscritos de computador, seleção de contistas feita por Nelson de Oliveira, é um marco de mais e melhores conquistas territoriais.

Cooperação midiática
Vale dizer que Hotel Hell, blog mantido por Joca Reiners Terron, vai ganhar páginas impressas pela Livros do Mal e se espalhar pelas livrarias a partir de maio. Aliás, bastante propício, uma vez que é em maio que vai acontecer a Bienal do Livro do Rio de Janeiro. Amigas e amigos estimados também irão lançar seus livros nessa época. O que, em certa escala, me faz constatar – pela pricolhésima vez – que a produção literária em terras brasilis anda com dentes cada vez mais afiados. Exemplos como a revista Coyote – que, terrível simetria, acabei conhecendo no mesmo dia em que o terceiro número era diagramado – também me convencem disso. Da mesma forma como outros exemplos – muitos; sem condições de serem citados todos apenas nessa coluna – certificam que os nós de comunicação e articulação entre esse pessoal que se mete a escrever estão cada vez mais apertados.

Combustível
Jorge Cardoso e João Filho

No meio de tantas considerações sobre escritores, quero destacar dois, que conheci recentemente. João Filho é um baiano aditivado, que usa de uma linguagem atravessada e rascante, cravejada de cortes e gírias, para atordoar os leitores – esses coitados, como não me canso de repetir. Já Jorge Cardoso é uma figura cheia de histórias fantásticas – e não estou me referindo apenas aos seus contos, mas sim a sua própria vida; chega a parecer uma armação bem engendrada ... Interessou ? Então, dê uma chegada em FakerFakir e confira alguns textos destes dois malacos. E tente ser a mesma pessoa depois disso.

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