terça-feira, março 18, 2003

Para além de Bush
As manifestações pela Paz elegeram George W. Bush para encarnar todo o mal que há no planeta. Ele aparece como sendo uma espécie de representante do demônio na Terra. Só que mais esta guerra não saiu da cabeça de Bush, apenas um porta-voz de um jogo lógico econômico simples: só os mais fortes sobrevivem. Talvez seja mais justo colocar a guerra na conta de uma longa trajetória de pensamento que valoriza o progresso e a acumulação, com a medição do sucesso de países sendo expresso em PIB.

Crescer para onde?
O programa Roda Viva (TV Cultura) de ontem reprisou uma entrevista com Hazel Henderson — que foi ar originalmente em 21 de janeiro último —, que leva em consideração conhecimentos de vários campos das ciências para traçar os seus cenários de futuro para empresas, governos e instituições. Ela tem algo de novo a dizer, que ajuda a compreender ações como esta dos Estados Unidos: o mundo precisa rever o modelo de crescimento econômico baseado na exploração do meio-ambiente. Ao contrário de vender impressoras, por exemplo, é melhor que uma empresa venda o serviço de impressão. Defensora do escambo, ela conta que até as suas roupas são de segunda mão. O planeta não vai suportar um crescimento econômico que demande exploração progressiva dos bens naturais. Possivelmente esta guerra não se daria se o petróleo não mais fosse a principal fonte energética dos norte-americanos. Para comprar a fita do programa, clique aqui.

Umbigo
Isso também ajuda a pensar localmente. Será que uma refinaria de petróleo é realmente um ícone de desenvolvimento?

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