terça-feira, abril 11, 2006

A Agência José Luis Vianna Press informa:


O caro José Luis Vianna da Cruz (foto), sociólogo e diretor da Uff em Campos, publica hoje no Monitor e espalha por e-mail aos amigos um manifesto onde comenta a "perda" da Refinaria. Confira abaixo:


Foto: Vitor Menezes/Para a Ascom do Sindipetro-NF


Manifesto A FAVOR DE CAMPOS!

Goya Tacá Amopi*

José Luis Vianna da Cruz

“O que será, que será, que andam sussurrando pelas alcovas...” A música de Chico Buarque me veio à mente a propósito da entrevista que dei a este jornal, publicada no dia 27 de março, sobre a escolha de Itaboraí para a instalação da futura Refinaria da Petrobrás, em detrimento de Campos, que a pleiteava. A pergunta feita pela repórter foi: “o que o senhor acha da perda da refinaria da Petrobrás?” Bem, para quem não leu, eu achei um ganho para Itaboraí, e me congratulei com a sua população porque tal fato significa, dentre outros: 1)distribuição dos recursos gerados pela petróleo da Bacia de Campos, extremamente concentrados em Campos, Macaé e seu entorno, para outras áreas; 2)descentralização e desconcentração espaciais do desenvolvimento econômico proporcionado pela economia do petróleo no território fluminense; 3) justiça social, econômica e espacial, em benefício da equidade no desenvolvimento, em favor de áreas estagnadas do Estado do Rio. Ao mesmo tempo, manifestei minhas esperanças em que, o mais breve possível, os royalties e as participações especiais, extremamente concentrados em poucos municípios, sejam redistribuídos para outros menos favorecidos, alguns em estado de desespero, como os municípios-irmãos do Noroeste Fluminense.

Minhas convicções são movidas por um profundo amor a Campos e a todos os lugares onde existam pessoas necessitando de emprego, renda e desenvolvimento. Sou movido, também, pelos meus conhecimentos e experiências em desenvolvimento sócio-econômico, que colecionam exemplos, pelo Brasil e pelo mundo afora, de que o verdadeiro desenvolvimento é desconcentrado, descentralizado, distributivo, enfim, democrático, espacial, social e economicamente! Sou orientado, ainda, por alguns valores humanistas e cristãos colocados em segundo plano pela campanha exageradamente emocional, corporativista e injusta em torno da vinda da refinaria para Campos! Todos esses sentimentos, conhecimentos e valores me dizem que os recursos do petróleo da Bacia de Campos são suficientes para Campos e para muitos outros municípios, do Noroeste ao sul do Estado do Rio, desde que tenham melhor uso! Meu amor pelo meu semelhante e pelos demais brasileiros, me diz que devo reivindicar, de forma prática, concreta, que o desenvolvimento chegue a todos os rincões do meu país! Meu amor por Campos me diz, ainda, que a implantação da Refinaria em outro município nos poupará dos males sociais que o povo simples de Macaé está sofrendo com um crescimento não-planejado, o que, pelo passado e pelo presente, se repetiria em Campos, como vários colegas já alertaram em inúmeros artigos. Isto me leva a torcer para que a população de Itaboraí e adjacências seja beneficiada por um planejamento que evite os impactos negativos da futura refinaria.

Surpreendeu-me a quantidade de pessoas sussurrando “no breu das tocas”, em apoio à minha entrevista, enquanto eu me preparava para o linchamento em praça pública, por ter escutado meu coração e minha consciência, “contra a corrente”. Que bom que o espírito cristão e humanista, de amor ao próximo e de justiça, ainda resiste. Como somos todos A FAVOR DE CAMPOS, congratulemo-nos com Itaboraí e com todas as iniciativas que re-distribuam e usem melhor os recursos do petróleo, para o bem dos campistas e demais brasileiros! Ser contra...Quem há de? Como diz o guerreiro Kapi, Goya Tacá Amopi!


* Poema do querido Kapi, herói da vida, vencedor do Festival de Poesia Falada de 2005/PMCG/FCJOL

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