sexta-feira, setembro 26, 2003

Receita para se fazer um fenômeno eleitoral
As eleições 2004, em Campos, estão propícias para a adoção da seguinte receita: pega-se uma mulher bonita, jovem, rosto bom de TV. Misture falas duras com sorrisos meigos. O tom é do “antipolítico”. “Esta cidade precisa de uma administradora competente, não precisa de políticos”, poderá dizer a César Maia de saia. Escolhe-se uma legenda simpática, que tope entrar numa campanha aventureira, com um visual agressivo, inovador. Esta sigla pode ser o PV. É simpático defender a natureza e pega bem o discurso de que Campos precisa de um outro tipo de desenvolvimento, sustentável, alternativo, endógeno, aquelas coisas todas que estão na moda nos mestrados de planejamento urbano. Escolhem-se umas oito ou dez palavrinhas mágicas dessas e tem-se algo parecido com uma plataforma. Escolhem-se também uns oito ou dez (no máximo!) projetos de grande impacto visual para apresentar à população como indispensáveis para o futuro da cidade, todos com nomes curtos, capazes de gerar impacto. Injeta-se muito dinheiro numa publicidade muito diferente dessa cafonalha que já começa a infestar a cidade (Trator é f***!) — pode-se usar um dirigível, grupos de teatro fazendo encenações nos sinais, sessões gratuitas de cinema, shows de rock para arrecadar fundos, abraços ao Paraíba, divulgadores da campanha escalando o edifício Ninho das Águias... não há limites para a viagem publicitária, desde que não haja preocupação com a caretice. O problema do eleitor conservador se resolve com o coroa religioso que será o vice, sujeito sério, caridoso e empresário responsável, mas também ciente da necessidade de mudanças. Esta parece ser a única chance de algum milagre livrar a cidade dos três grupos que disputam a Prefeitura com chances de ganhar. Alguém se habilita?

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