quinta-feira, agosto 07, 2003

Bate-papo cultural
Cobrir a área cultural é para muitos jornalistas sinônimo de status. Ao mesmo tempo, outros colegas esnobam quem se dedica a este setor. Sobre isso, saiba o que pensa Arthur Dapieve, colunista do O Globo e de NoMínimo. Esta semana, ele participou do Papo na Redação do site Comunique-se. Fiz duas perguntas ao jornalista. Confira.

- Dapieve, você não acha que tem muito jornalista se interessando pela área cultural com o intuito de ganhar ingressos para teatro, shows e para estar em contato com artistas, mas sem estar realmente preparado para a cobertura do setor cultural?

Arthur Dapieve: Fátima, tem sim. Mas esse tipo de jornalista rapidamente é expelido dos órgãos sérios, porque é preciso ter distanciamento tanto das artimanhas da indústria quanto do deslumbre comum de se achar artista porque se convive com artistas. Com o tempo, ganhar ingressos, discos, livros etc é quase uma maldição, pois tudo é trabalho. Vc não imagina o prazer que eu tenho em entrar numa loja de discos e comprar o disco que eu quero _ e não o que alguma gravadora quer que eu escute...

- Dapieve, em algum momento profissional seu, você sentiu que os colegas valorizam muito pouco o seu trabalho, achando que `cobrir cultura` é banal/supérfluo? Vc chegou a ter algum conflito (pessoal) com isso?

Arthur Dapieve: Muitas vezes. Conflito pessoal, não. Mas jornalista de cultura trabalha tanto quanto o dos demais setores dos jornais. Sinceramente, acho que só o povo do Esporte e da Nacional trabalha mais.

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O Papo na Redação é exibido às quartas-feiras, às 15h, numa sala de bate-papo do Comunique-se. Excepcionalmente, o próximno programa será exibido dia 15 de agosto, às 11h, entrevistando o jornalista Fernando Rodrigues, repórter da Folha de S. Paulo e colunista do UOL.

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