Quando não era pra ser
Rodrigo Rosselini
Quando comecei a andar com esse pessoal uma das primeiras regras que absorvi foi a de que ele era enrolado. Se você quisesse algo com prazo e que dependesse dele, poderia esquecer. Porém, no final das contas, você poderia estar certo de que estaria perfeito.
Diz a lenda que ele preparava calmamente, peça por peça, o cenário de uma peça de teatro, com o público já se acomodando nas cadeiras e os atores enlouquecidos.
Marcelo Beraldi nunca teve pressa, e o mundo sempre teve paciência com ele. Eu sempre o admirei muito por isso, por ter conseguido ser assim, livre do tempo, talentoso, aparentemente feliz.
No entanto, nos deixou tão de repente esta semana. Nos deixou tão brutalmente. Todo mundo deveria morrer de forma anunciada, né? De velhice, de doença, sei lá. Morrer de acidente é algo muito mal feito pelos planos que regem tudo isso. Imagina se ele tivesse parado de beber, de fumar... que coisa em vão! Imagina se ele tivesse se apressado a vida toda?
Só não acho justo que tivessem se apressado tanto por ele... que a velocidade da estrada, alheia à sua vontade tão lenta, o tivesse devorado assim.
Tadinho do Marcelinho, tão bacana, tão doidinho... não devia ter ido assim. Vai fazer falta, não vai ter ninguém no lugar dele, com certeza.
Vai menino, arruma o cenário aí pra gente... não precisa ter pressa. Logo estaremos aí com você.
[Rodrigo Rosselini no Blog Dentro da Minha Cabeça]
sexta-feira, julho 16, 2010
Bonita homenagem do Rosselini ao Beraldi
Postado por Vitor Menezes às 17:08
2 comentários:
Excelente...Vitor eu tb escrevi algo para o Beraldi, está lá no meu blog: maloteca.blogspot.com Dê uma olhada
abs,
Rudolf
Concordo. Com tudo.
Postar um comentário