terça-feira, outubro 31, 2006

Enquanto isso, no berço do Novo Sindicalismo...

Dezessete jornalistas do Hoje Jornal, de São Bernardo do Campo (SP), foram demitidos no dia 26 de outubro, após se reunirem com os diretores do Sindicato dos Jornalistas para reivindicar pagamento do adiantamento de outubro, que deveria ter sido efetuado até o dia 20 e denunciar as más condições de trabalho.

O diretor da empresa, Roberto Pedroso, não atendeu aos jornalistas, nem aos representantes do Sindicato, o diretor Kepler Polamarçuk e o advogado Jefferson Martins de Oliveira, que estavam presentes a pedido dos colegas para atender as suas reivindicações.

Enquanto o Sindicato tentava marcar uma nova reunião com o diretor da empresa, os jornalistas voltaram ao trabalho. Na redação, foram surpreendidos pelo anúncio de demissão.

“A situação foi agravada pela resistência da empresa em negociar”, explica o presidente do Sindicato, Guto Camargo. Durante a reunião, os jornalistas informaram ao Sindicato que receberam suas carteiras de trabalho com registros.

Da Agência CUT

A Agência Saulo Pessanha Press informa:

No próximo dia 9, no Café Literário do Palácio da Cultura, às 18h, acontece o lançamento do livro “A imprensa de Campos pelo avesso - 400 gafes e pérolas”, do jornalistas Saulo Pessanha.

segunda-feira, outubro 30, 2006

Não é sobre eleição

Somente uma passagem rápida pelas páginas das mais recentes edições do caderno Maiscultura, do Monitor Campista, já demonstra que há algo de diferente no ar cultural do município. Parte disso é mesmo típico do segundo semestre, que tradicionalmente abriga programações que foram pensadas no primeiro, que só começa de verdade em março. Mas este saudável volume de eventos não faz supor que temos uma programação mais intensa que em anos anteriores? Tudo indica que de fato o temos.

Tem artigo novo na Gaveta. Aqui.

sábado, outubro 28, 2006

Lula ganhou

De todas as declarações sobre o último debate, a do presidente da Câmara, o comunista Aldo Rebelo (PCdoB-SP), foi a mais tucana de todas: "Os dois candidatos tiveram bom desempenho, mas não acredito que tenham trazido alguém para seu lado".

quinta-feira, outubro 26, 2006

Preferia placar apertado

Vou votar no Lula e gosto dessa perspectiva de que ele seja reeleito. Mas, se dependesse somente de mim, sua vitória não seria pela ampla vantagem que anunciam os institutos de pesquisa (oscilando em torno dos 60%). Seria sofrida, algo como 50,5% a 49,5%, para que permanecesse acesa a luz amarela no Planalto, de atenção em relação aos tais "aloprados". Os partidários do presidente acreditam que uma votação maciça contribui para afastar de vez as nuvens negras e evitar o tal "terceiro turno", com a oposição pedindo impeachment logo no primeiro de janeiro de 2007. Não acho muito consistente esse argumento. Votação espetacular não foi o bastante para blindar Collor do impedimento e nem mesmo livrar o próprio Lula dos dissabores que tem experimentado, entre eles a ida para o segundo turno. Quem poderia imaginar, em 2003, que o presidente passaria por estes maus pedaços? A votação avassaladora serve para animar o moral da tropa de um partido que está virando religião — seria Lula o Dom Sebastião reencarnado? —, mas não necessáriamente é o melhor para o país. Sinalizar com mais ceticismo e desconfiança seria demonstrar que a sociedade prefere, nesse cenário específico, um candidato a outro, mas não está cega.

Depois de tudo, o que explica o Lula?

Como sempre, Helio Schwartsman coloca uma dose de lucidez na análise sobre do momento político brasileiro. Aqui.

O debate que faltou

O grande debate desse segundo turno deveria ser entre Ricardo Boechat, Ana Paula Padrão, Celso Freitas e William Bonner. Bateria todos os recordes de audiência.

quarta-feira, outubro 25, 2006

A Agência Romualdo Braga Press informa:



















Dia 10 de Novembro, no Rancho da Ilha, às 22h, tem Los Hermanos em Campos.

terça-feira, outubro 24, 2006

Brasil ainda mal em liberdade de imprensa

A ONG Repórteres Sem Fronteiras divulgou hoje o seu ranking mundial da liberdade para o exercício da imprensa. O Brasil teve a sua pior avaliação desde que o ranking é feito, ficando em 75º lugar entre 168 países. Em 2002, o Brasil ficou em 54º lugar; em 2003, em 71º; em 2004, em 66º; e em 2005, em 63º lugar. Têm pesado para o mau posicionamento do país no levantamento os inúmeros casos de assassinatos e perseguições a jornalistas no interior do país. Veja, abaixo, os dez melhores e os dez piores países para o exercício do jornalismo:

Os 10 piores
159 Nepal
160 Etiópia
161 Arabia Saudita
162 Iran
163 China
164 Birmania
165 Cuba
166 Eritrea
167 Turcomenistão
168 Corea do Norte

Os 10 melhores
1 Finlândia
2 Irlanda
3 Islândia
4 Países Baixos
5 República Checa
6 Estônia
7 Noruega
8 Eslováquia
9 Suíça
10 Hungria

Veja o ranking completo aqui.

segunda-feira, outubro 23, 2006

O ofício de criar gente

Escritores são comparados a deuses pela capacidade que têm de criar pessoas, embora esse seja um feito para poucos. Mas quando alguém o consegue, temos incorporado à nossa existência um personagem que terá mais presença que a maioria dos outros mortais, de carne e osso. É o caso, em Campos, do Coronel Ponciano de Azeredo Furtado, que é até nome de rua — quis o destino que se tornasse o endereço da Prefeitura da cidade — e em relação à qual o visitante desavisado poderá perguntar: quem foi esse coronel? E quem dirá que não existiu? Hoje, que diferença há entre Ponciano e o Tenente Coronel Cardoso, nome que enfeia a rua Formosa?

Tem artigo novo na Gaveta. Aqui.

domingo, outubro 22, 2006


"Sou morador da cidade de Campos dos Goytacazes/RJ e a minha querida prefeitura, não bastando deixar seus terrenos abandonados, ainda colocam uma placa informando que tal local destina-se a recebimento de lixo, em pleno bairro residencial (Alphaville). Isto nos revolta e mostra que eles não têm o menor respeito pela comunidade que paga seus impostos." Thiago Rocha Ricardo.

Frustrado estuprador

Eu também achei que fosse mentira. Mas isso saiu nos jornais com essas palavras. Um estuprador frustrado chupava os dedos das vítimas antes de tentar os finalmentes. É muito fácil ser estuprador hoje em dia. Ô, raça! A Associação das feministas do Rio, da qual o deputador federal Fernando Gabeira faz parte, já levantou calcinha defendendo as preliminares. Dando a notícia, o repórter chamou o pré-bandido de pilantra-safado pra baixo. Aqui. É sério, porra!

Coca da boa

Valor de privatização da Vale do Rio Doce: U$ 3,3 bilhões.Para arredondar, uns 2 YouTubes (vendido ontem por U$ 1,68 bilhões).
É a época que vivemos... Reservas gigantescas de minério sendo comparadas com uma reserva gigantesca de vídeos com adolescentes de sunga amarela fazendo dancinhas bizarras.
Se o Youtube saísse do ar amanhã, alguém ia sentir falta por mais de uma semana até qualquer uma das outras 500 alternativas se estabelecer? Aqui.

Concurso de Charges Urgente!

O Urgente! orgulhosamente apresenta o I Concurso de Charges da Baixada Fluminense. Os honoráveis chargistas estão convocados a enviar aos aboniváveis urgentistas suas charges para este jornalóstico blog. De sugestões, sabem aquela imagem do povo ufanista do Iraque puxando por cordas a estátua de Sadam Husseim? Qualquer semelhança com engravatados derrubando a fatídica imagem do Índio na vulva de Campos não seria mera coincidência. Raulzito soprou outra, baseada em "Anos 80". Ao invés de charrete que perdeu o condutor, a charrete puxa o condutor com uma parabólica na cabeça.

sexta-feira, outubro 20, 2006

Diploma, para que precisa?

Na lista de e-mails da turma com a qual me formei estava rolando uma discussão interessante. Por motivos diversos, a Fafic até hoje não expeliu o diploma daqueles que pediram poucos meses depois de ter se formado. Primeiro, a justificativa era que o documento tinha que ser feito pela Uerj. Depois, quando a Fafic tornou-se Uni-Flu, o argumento era a mudança na organização (sic) da instituição, que tudo ainda estava sendo planejado, etc, etc. Nisso, passaram-se dois anos.

Acontece que muitos, como eu, constataram que nunca precisaram de diploma para coisa alguma. O registro profissional, por exemplo, eu tirei através daquela liminar da Justiça, já que na época ia fazer uns freelas e talvez precisasse para pagar menos impostos. Nunca, porém, fui ao Ministério do Trabalho pegar o registro. Meses depois, quando a liminar foi derrubada, recebi uma carta do Ministério dizendo que meu registro foi cassado, o que eu orgulhosamente pendurei na janela do apartamento.

E então me dei conta de que nunca comprovei para ninguém que sou jornalista. Tá certo que no Extra fui indicado pelo amigo João Arruda, editor de lá, o que seria afiançava a minha "autenticidade" (Como se João fosse responsável por alguma coisa...). No Globo, a prova era ter passado pelo Extra. No JB, pior ainda; ninguém nunca viu minha cara e sequer currículo eu apresentei. Sem falar que, antes, vaguei pelo Rio como freela de jornais imaginários, entrevistei secretários da prefeitura e delegados apenas dizendo que era jornalista. Quando desconfiavam, inventava que era do JB. Por fim, sou membro da Academia Brasileira de Imprensa, inclusive com direito a descontos em livrarias, óticas e médicos, e a única coisa que precisei apresentar foi o meu dinheiro.

E assim se sucede tanto em jornalismo como em publicidade. Discute-se nas feiras de jornalismo a autoridade de um diploma como se fosse o grande avalista da nobre profissão (sic), enquanto toda a desordem, no sistema e no ensino, continua a mesma merda.

quinta-feira, outubro 19, 2006

Novo blog de jornalistas da região

Entrou no ar o blog da Comissão Intermunicipal de Jornalistas do Norte, Noroeste e Lagos Fluminense, que foi criada durante o Encontro de Quissamã. Bem aqui.

Efeito colateral

Os jornais de hoje (acima, o JB) noticiam a multa de R$ 20 mil aplicada pelo TSE à rádio CBN por esta ter veiculado comentário de Arnando Jabor, sobre o debate entre Lula e Alckmin, francamente favorável a Alckmin. A Legislação eleitoral não permite comentários tendenciosos na TV e no rádio, por serem concessões públicas, para que seja garantido o equilíbrio na cobertura. A norma é vista pelos grandes veículos de comunicação como uma violação da liberdade de imprensa, prevista constitucionalmente. No entanto, não se chegou a ela por acaso. Especialmente no interior do país, veículos de TV e rádio eram (eram?) usados abertamente como palanques dos candidatos a eles afinados ou até mesmo deles proprietários.

quarta-feira, outubro 18, 2006

Atenção moçada do 7º Período!

A Andi abriu inscrições para concessão de bolsas para alunos que vão apresentar seus trabalhos de conclusão de curso em Jornalismo (TCC) no primeiro semestre de 2007. Leia aqui.

A Agência Folha Suzy Mônts Informa

(sic) Esta marcada para esta quarta-feira, dia 18, às 9h30, no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), entrevista coletiva com representantes do Ministério da Saúde e técnicos do Departamento de Medicina Tropical da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que vão dar continuidade à investigação das mortes das quatro crianças no Parque Santa Rosa entre julho das mortes, ainda sem causa definida.
Na equipe estará o presidente da Sociedade Brasileira de Parasitologia da PUC do Rio Grande do Sul, Carlos Teixeira, especialista em angiostrongylus cantonensis e costaricensis, parasita causador da angiostrongiliase, uma das hipóteses investigada na morte das crianças.
Na coletiva será feito um balanço dos procedimentos de investigação realizados até o momento, além de explicarem os rumos das novas investigações.
O caso — As quatro crianças que morreram moravam em casas vizinhas. A primeira a falecer foi Carolliny Texeira, sete meses, em 2 de junho. No dia 18 do mesmo mês, Jéferson de Oliveira da Hora, 8 anos, também morreu subitamente. Dia 1º de julho, seu irmão de 4 anos, André Luis Ferreira da Hora Junior morreu. O último foi José Vítor Teixeira

terça-feira, outubro 17, 2006

Horário Eleitoral Urgente!

Geraldo Alckmin abandona entrevista ao ser perguntado sobre o PCC => Aqui. Lula: "tira logo a foto e vai embora, porra!" => Aqui. Lula não! O filme proibido do TSE => Aqui. Collor, sorrindo, esmurra jornalista => Aqui.

Como a coisa funciona

O jornalista Paulo Henrique Amorim prestou nesta tarde um grande serviço à sociedade, revelando como funcionou a negociação dos jornalistas com o delegado da Polícia Federal que liberou a foto com o dinheiro usado para compra do Dossiê Serra-Sanguessuga. No seu site, Conversa Afiada, ele disponibilizou a gravação da conversa entre o delegado Edmilson Bruno e os coleguinhas. "Porque alguém que roubou e deu pra vocês", disse o delegado, prevendo colocar a culpa em algum faxineiro. É algo estarrecedor. Ouça e leia aqui. Detalhe: a imprensa não disse como conseguiu a foto. E Amorim não disse como conseguiu a gravação.

A Agência Gerson Dudus Press informa:

Curso discute o amor contemporâneo

Atire a primeira pedra se você – homem ou mulher – nunca sonhou com um amor no estilo conto de fadas, comdireito ao tradicional “... e foram felizes para sempre”. Pois justamente ele – o amor – está sendo colocado emdiscussão no Solar dos Mellos, em um curso promovido pela Secretaria de Acervo e Patrimônio de Macaé. Durante10 semanas, todas as nuances do amor e dos relacionamentos nos tempos modernos serão discutidas no curso “Oafeto que se encerra – O olhar contemporâneo do amor”.

Com entrada franca, o curso acontece toda segunda-feira, das 17h30m às 20h30m, com exibição de filmes edebates, e às sextas, no mesmo horário, com grupo de discussão sobre o conceito de amor no Ocidente eexercícios poéticos. Ministrado pelo professor universitário, poeta e jornalista Gerson Dudus, o curso égratuito e indicado para qualquer pessoa maior de 18 anos. “O curso é destinado para quem quer amar”, comentouo professor.

Para falar sobre o tema, ele escolheu a dedo 10 filmes que falam sobre o amor – não necessariamente românticos.

De acordo com ele, boa parte dos casos de ansiedade e depressão estão relacionadas às frustrações derelacionamento amorosos. “As pessoas não conseguem alcançar o ideal de amor romântico, e sofrem com isso”,afirmou. O curso pode ser acompanhado de qualquer etapa. Na próxima segunda-feira, o filme em discussão será “Odeclínio do império americano”, onde serão abordadas as falas sobre amor e sexo.

Confira a programação deste mês:
Dia 16 – “A Máquina” – O amor cortês
Dia 22 – “O declínio do império americano” – Falas sobre amor e sexo
Dia 30 – “Antes da chuva” – A impossibilidade do amor

(Simone Noronha)

segunda-feira, outubro 16, 2006

Para professores de jornalismo do RJ e do ES


Acontece neste sábado, 21, o II Encontro RJ-ES de professores de Jornalismo, na PUC-Rio. Inscrições e mais informações aqui.

Finado fotógrafo


Sobre a experiência de ter deitado em um caixão, o fotógrafo Wellington Cordeiro fez o seguinte comentário: "Rapaz, dá uma paz...".
Colecionador de filmes trash, não espanta que tenha gostado da sensação. Seu próximo projeto poderia ser acampar no cemitério na
noite de Finados.

segunda-feira, outubro 09, 2006

A Agência Artur Gomes Press informa:

Quarta Com VersoMúsica. Poesia e Baratos Afins. Dia 11 outubro, 21h30, no Braseiríssimo (Rua Formosa, ao lado da quadra de tênis - Campos dos Goytacazes).

Aglomerado Terra Seca

Montado em sua bicicleta, o casal Cadorno e Aline Teles caminha por 10 km do sertão nordestino contando histórias e emprestando livros. "Cadorno e Aline já passaram por situações inusitadas. 'Certa vez, a Aline presenciou uma briga de irmãos. Enquanto lia para os menores, os mais velhos estavam brigando de faca.' A dupla já enfrentou também dificuldades de aceitação. Uma vez, chegaram à casa de uma família para contar histórias, e uma pessoa perguntou se eles haviam trazido comida, pois não tinham o que comer. Então, Cadorno deixou sua esposa lá e foi fazer compras para a família, que depois disso ouviu animadamente as histórias. Até hoje, apenas uma família recusou a visita, um agricultor que possui quatro filhas, mora afastado da sede, e diz que 'é melhor trabalhar do que perder tempo com livros'. Mais aqui.

Debate bom para Alckmin e não tão ruim para Lula


Os institutos de pesquisa é que poderão monitorar a repercussão do primeiro debate entre candidatos à Presidência da República neste segundo turno, realizado nesta noite na Band. Mas a impressão inicial é a de que o debate foi bom para Alckmin e não foi tão trágico quanto se poderia supor para Lula.

Alckmin foi firme, bateu duro, demonstrou mais preparo, explorou o caso do dossiê e as outras denúncias de corrupção, esteve na ofensiva na maioria do tempo, mesmo quando Lula buscava dados do governo de São Paulo para forçar uma comparação com o desempenho do governo federal.

Mas Lula enfrentou uma nova situação para o Brasil: foi o primeiro Presidente da República a ser sabatinado tão duramente, ao vivo, na televisão. Esta prática, comum nas campanhas norte-americanas, por exemplo, não havia ocorrido aqui. Em 1998, quando Fernando Henrique concorreu à reeleição, não participou de debates e venceu no primeiro turno.

Segurou as pontas
Para Lula, que não manteve em seu governo a boa prática de conceder entrevistas coletivas com freqüência, o teste de hoje foi duro, mas até que não se saiu tão mal. Demonstrou nervosismo, sobretudo nos dois primeiros blocos. Em um momento quase derrubou um copo de água, em outros franzia a testa irritado, gesticulava, mas não cometeu nenhum grande deslize.

Até mesmo uma confusão com os números, quando citou 170 famílias atendidas em um programa do governo de São Paulo, quando foram 1,7 mil, converteu em seu favor, ao dizer que a diferença é pequena perto das 11 milhões que atendeu com o bolsa família.

É verdade que Lula se atrapalhou com os papéis que tinha que ler ao fazer as perguntas e manipular os dados, o que foi explorado pelo adversário, mas não parece que isso tenha comprometido o seu desempenho.

Para um Presidente da República, ser chamado de “mentiroso”, “arrogante”, irônico”, “desrespeitoso”, na frente de todo um país, não deve ser muito confortável. E, nessa situação, Lula até que se saiu bem.

Alckmin mais seguro
Mas bom mesmo o debate foi para o Alckmin. Afinal, como opositor e como detentor de um índice menor de intenção de votos, acabou saindo no lucro. Saiu-se bem das acusações que lhe foram feitas, como a de que arquivou 69 CPIs — sobretudo porque o eleitorado dos demais estados não estão muito preocupados com isso, e o próprio eleitorado de São Paulo, que lhe deu mais votos que a Lula, pelo visto, também não —, e não perdeu oportunidade de explorar algumas gafes do adversário, como naquele momento em que corrigiu Lula: “O PSDB não tem quatro séculos”.

Guerra fria
Na percepção popular pode não ter ficado tão evidente — afinal, a crença é a de que políticos são todos iguais e partidos não importam muito —, mas em alguns momentos ficou mais claro, como há algum tempo não se via, uma diferença entre direita e esquerda, algo que anda meio desgastado. Lula, por exemplo, ao comentar as objeções de Alckmin à política de aproximação com a China, comentou: “fica difícil debater com alguém que ainda está com a Guerra Fria na cabeça”. Provavelmente foi intencional: Lula procurou voltar a demarcar o seu campo de esquerda, unindo agora os descontentes desta ala que até mesmo seria suficiente para garantir-lhe a vitória, e buscou etiquetar a agenda dos tucanos como privatista, enquanto a sua teria prioridade social.

Também na referência aos “quatro séculos”, quando Lula disse “não queira que eu faça em quatro anos o que vocês destruíram em quatro séculos”, o petista mobilizou subliminarmente a oposição povoXelites, colando em Alckmin o pertencimento a uma espécie de dinastia de gerações e gerações que governaram o país.

Este efeito pode ter resultado. Continua muito forte no carisma de Lula a sua origem popular e as suas fragilidades. Assim como ocorreu no Jornal Nacional, mesmo quando ele vai mal, o povo se compadece, vendo nele um deles que enfrenta os gigantes e nem sempre consegue vencer.

Audiência precisa ser verificada
No caso do debate da Band, é preciso ainda saber os efeitos que podem produzir uma audiência mais limitada. Ainda que para padrões da emissora o debate tenha sido um sucesso, é provável que uma larga faixa da população, especialmente a mais pobre, não tenha trocado o Fantástico, da Globo, pelo debate na Band. E é justamente neste eleitorado que Lula vai melhor, e é onde teria algo mais a perder.

Os jornais desta segunda, se quiserem, no entanto, terão motivos de sobra para fazer festa para Alckmin, contribuindo para consolidar a sua preferência na classe média e nas regiões Sudeste e Sul. Mas o povão, tendo assistido ou não, não viu ou ouvirá repercutido nada que possa mudar a sua intenção de voto.

O debate foi quente — e em um momento o moderador Ricardo Boechat até parou a condução, quando Lula pediu direito de resposta e não obteve — mas teria sido mais divertido se tivesse com a Heloísa Helena e o Cristovam Buarque.

sexta-feira, outubro 06, 2006

Movimento pela fusão dos sindicatos dos jornalistas

Depois do I Encontro Regional de Jornalistas - Norte e Noroeste Fluminense, em Quissamã, que ganhou a adesão também dos coleguinhas da Região dos Lagos, tomou força a idéia de promover a fusão entre o sindicato dos jornalistas do Estado com o do município do Rio. A proposta foi lançada durante o Encontro pelo presidente do sindicato do Rio, Aziz Filho. O presidente do sindicato estadual, Ernesto Viana, demonstrou simpatia, mas encontra resistências internas.

O jornal Lidão, do sindicato do município do Rio, deu materinha na capa da sua edição de setembro. Confira:

SINDICATOS NEGOCIAM UNIÃO NO RIO

Os sindicatos dos jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro e o Sindicato do Estado, que tem sede em Niterói, deram inicio às negociações para estudar a fusão das duas entidades, fortalecendo a categoria e integrando a luta dos profissionais da capital e do interior, onde o mercado se amplia mantendo os vícios de irregularidades trabalhistas generalizadas.

O assunto foi tratado por diretores presentes ao I Encontro Regional de Jornalistas do Norte e Noroeste, realizado no dia 16 de agosto, em Quissamã, com o apoio da Federação Nacional dos Jornalistas – Fenaj. A proposta de fusão foi feita pelo presidente do Sindicato da capital, Aziz Filho, e recebida com entusiasmo pelos cerca de 180 jornalistas e estudantes de Comunicação presentes ao encontro. O presidente do Sindicato DO Estado, Ernesto Viana, se declarou favorável à proposta. O próximo passo será dado pelos departamentos jurídicos das duas entidades, abrindo espaço para as conversas entre os dirigentes.No Encontro, que reuniu jornalistas de 12 municípios, os cariocas também estiveram representados pelos jornalistas Regina Célia Lopes, Adalberto Diniz, Marília Ferreira, Clemo Carvalho, Carmen Pereira e Sônia Regina Gomes.

quinta-feira, outubro 05, 2006

Mininu, que coisa


O Dia deu nesta tarde que o PFL de Pernambuco distribuiu santinho no primeiro turno com o número de Alckmin abaixo da foto e do nome do Lula. Rapaz, golpe baixo assim só tinha visto nas eleições municipais de Campos! Veja matéria aqui.

[momento am]


Grande abraço para os coleguinhas do Maiscultura, do Monitor Campista, que indicam a leitura do urgente! na edição de hoje.

terça-feira, outubro 03, 2006

Animação em exposição

Dia 05 de outubro, próxima quinta-feira, terá início a exposição de animação no SESC - RIO unidade Campos (aquele que fica na Alberto Torres) às 19h. Às 19h e 30min terá um bate-papo sobre cinema de animação e audiovisual com Allan Sieber, Telmo Carvalho (Diretor de cinema de animação e que tá dando uma oficina no sesc), Murilo de Souza, Guilherme Gomes (esses dois são de Campos e tiveram uma animação exibida no famoso festival anima mundi) e Alexandro F. (produtor e realizado de audiovisual) falando sobre as dificuldades de se fazer audiovisual no interior.

segunda-feira, outubro 02, 2006

Primeiras impressões

Ficou difícil para o Lula
Acho até que ainda dá pra Lula neste segundo turno, mas não será fácil. A votação de ontem pegou o eleitorado conferindo ao Alckmin uma curva ascendente e ao Lula uma descendente. O tucano, bem próximo do fim do primeiro turno, começou a fazer o que parecia impossível (só parecia, porque não há impossível em política): roubar votos do Lula. A exploração do resultado vitorioso de Alckmin no Sul, Sudeste e Centro Oeste, com mapinha nos jornais e na TV, impressionam. Neste país preconceituoso, dizer que Lula só ganhou no Norte e no Nordeste é quase como dizer que ele é o candidato do atraso, enquanto seu adversário é o candidato do “progresso”.

Decisivo
Essas coisas são difíceis de medir. Mas tudo indica que a ausência de Lula no debate da Globo realmente foi decisiva para empurrar a eleição para o segundo turno. Se ele fosse, e apanhasse, mas soubesse se comportar com paciência e humildade, ainda que dizendo com firmeza que errou aqui e acolá mas acertou muito, o povo se compadeceria dele – assim como se compadeceu do seu fraco desempenho no Jornal Nacional. Mas a ausência soou soberba e admissibilidade das acusações contra ele atiradas. Acabou sendo julgado à revelia, sem defesa.

Começou mal
Será possível que não havia nenhum mísero assessor do presidente para dizer que ele deveria ter saído do Palácio ontem para, com a cara mais feliz do mundo, comemorar os milhões de votos que teve, agradecer aos eleitores e à militância, e falar que vai entrar com garra para a campanha no segundo turno? Enquanto a noite foi de Alckmin, sorrindo e discursando em todos os canais, a imagem de Lula era a de um palácio fechado, ícone de derrota e solidão. Como diria Fernando Henrique: assim não pode, assim não dá.

domingo, outubro 01, 2006

O fim?

A Polícia Federal acaba de prender em flagrante correligionários de Pudim e Garotinho vendendo votos em Gramacho, após reportagem publicada sexta-feira pelo JB. Agora acabou.

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